Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Nem sabotagem segura o Brasil


Apesar de o Brasil estar galgando mais um degrau da escada que o levará a se tornar um país mais justo e próspero, é doloroso saber que um pequeno bando de bilionários donos de meios de comunicação e alguns partidos políticos decadentes vêm praticando crimes de lesa-pátria que, em outras épocas, seriam passíveis de condenação penal.
O crime de traição à pátria, porém, guarda relação com estados de guerra. Dessa maneira, como o país desfruta de paz não é possível processar e condenar aqueles que tentam sabotá-lo mesmo sabendo quanto sofrimento poderiam provocar se fossem bem-sucedidos.
Todavia, sendo bem administrado, ninguém segura o Brasil. E graças à fórmula dos seus atuais governantes, estamos nos tornando o país mais promissor do planeta.
Apesar da sabotagem midiática que vem sendo disparada contra o Brasil por empresas de comunicação e partidos políticos com fins puramente político-eleitorais, se formos analisá-lo não apenas por critérios econômicos, mas por estes e mais os critérios de justiça social, nação nenhuma nos faz frente.
Em um momento em que o mundo se convulsiona ante a mais grave crise econômica de sua história, crise essa que pôs os países desenvolvidos de joelhos, levando tantos de seus cidadãos até ao extremo dos extremos, o suicídio, por falta de perspectivas de vida e por não poderem suportar o que veem pela frente em termos de penúria econômica e social, o povo brasileiro se vê não apenas à salvo desse desastre, mas se vê melhorando de vida ano após ano, como se a humanidade atravessasse uma era de ouro.
Antes de explicar por que este país é o mais promissor do mundo, vale explicar antes os problemas econômicos que vem enfrentando e que estão sendo usados por grupos políticos de oposição em uma tentativa criminosa de aprofundar tais problemas de maneira que a sociedade os sinta e, assim, vote como querem esses grupos.
Sobre a inflação, decorre, pura e simplesmente, de um aumento do poder aquisitivo do brasileiro e da inserção de legiões no mercado de consumo de massas, fenômeno que ocorreu de forma extremamente rápida, acima da capacidade do país de aumentar a produção, o que pôs em campo a lei da oferta e da procura – ou seja, do fenômeno de haver menos produtos do que gente querendo comprar, decorre aumento de preços.
Sobre o crescimento, porém, é nesse ponto que se faz sentir o crime de lesa-pátria das famílias Marinho, Frias, Mesquita, Civita e dos partidos PSDB, DEM e PPS, entre outros.
Esse grupo criminoso, entre 2011 e 2012, conseguiu provocar pânico entre os investidores brasileiros e internacionais. Na contramão dos interesses do país, uma das maiores campanhas de propaganda negativa que já se viu tentou afastar investidores estrangeiros e atemorizar os nacionais, no que teve certo êxito, provocando uma redução na taxa.
Para prosseguir a partir daqui, faz-se necessário analisar o gráfico abaixo. Mostra a série histórica do IBGE da taxa de investimento sobre o PIB no Brasil entre 1947 e 2012.
Analisando o gráfico, nota-se que houve momentos fora da curva, mas a taxa de investimento no país vem andando, eno decorrer dessas mais de seis décadas de estudo, entre 10 e 20% do PIB.
Exceções foram períodos como o da abertura comercial do Brasil que já se vislumbrava no último ano do governo José Sarney, em 1989, quando o humor do capital melhorou com um país que se abria sem contrapartidas para o mundo – processo que se agravaria com Fernando Collor de Mello em 1990 –, levando a taxa de investimento a 26,90% do PIB.
A partir do segundo ano daquele governo, porém, com o confisco da poupança praticado por Collor, a taxa despencou para 16,70%.
Já em 1994, com a promessa do real, a confiança do capital provoca novo pico no investimento, levando-o à taxa 20,70% sobre o PIB. Mas, tal qual foi com Collor, essa taxa começa a despencar no segundo ano do governo FHC até atingir, em 2002 – último ano daquele governo -, 16,40%.
No primeiro ano do governo Lula (2003), a taxa seguiu caindo (foi a 15,30%) por conta das expectativas levantadas pela mídia, pelos adversários políticos e pelo discurso pregresso do PT. Naquele ano, todavia, aquele governo se mostraria o oposto do que todos pensavam, mantendo respeito a contratos e interlocução de alto nível com a comunidade internacional.
De 2004 para frente, apesar das críticas e dos escândalos – muitos dos quais fabricados ou agravados por opositores –, o governo Lula foi se tornando uma promessa crescente, atraindo o interesse do Brasil e do mundo – foi o período em que seus opositores na mídia e nos partidos caíram em descrédito, sendo ignorados aqui e lá fora.
Nesse processo de soerguimento do país após sua degringolada ao fim do governo FHC, no último ano do governo Lula (em 2010), a taxa de investimento sobre o PIB chegaria a um patamar poucas vezes alcançado na história, de 19,50%.
Taxa de investimento, porém, não tem ideologia: tem medo. Como dizem, o grande investidor/especulador tem os músculos de um leão, mas o coração de um passarinho – apavora-se ao menor sinal de perigo, ou de números menores do que estupidificantes, em termos de rentabilidade.
Em 2011 e 2012, então, a taxa de investimento mostrou que aqueles opositores do governo Lula seguiram bombardeando o governo Dilma Rousseff e obtiveram relativo sucesso.
Os investimentos recuaram. Em 2011 caíram dos 19,50% de Lula para 19,30% e, ano passado, foram a 18,10%. Foi como com FHC, que, no seu primeiro ano, viu o investimento cair de 20,70% do PIB no ano anterior a 18,30% e, em seu segundo ano, a 16,90%.
Contudo, FHC veio de um período de graves problemas nacionais, que infernizaram o país durante os governos Collor e Itamar Franco, tendo a situação do país se tornado mais promissora só em 1994, quando a taxa de investimento chegou àqueles 20,70%.
O governo Dilma poderia ter obtido melhor resultado por ter sucedido um governo que gozava de confiança nacional e internacional que fazia disparar a taxa de investimento, mas não foi assim.
O repique da crise internacional não teria feito o estrago que fez se a mídia e a oposição não tivessem trabalhado duramente para divulgar previsões sombrias que, inclusive, já tombam ante indícios de que não se confirmarão, tal qual ocorreu com a campanha negativa perpetrada pelos mesmos grupos políticos em 2008, quando eclodiu a crise internacional e o mesmo alarmismo se fez sentir, mas, ao fim, fracassou.
Apesar disso, o momento a que chegamos é bastante interessante do ponto de vista de o descrédito dos pessimistas gritalhões – que dispõem de meios eficientes para gritar muito alto – estarem novamente perdendo a força ante a constatação de que nem sabotagem segura este país, pois somos uma nação pujante, rica, em avançado estágio econômico, com a população economicamente ativa se tornando maioria, com as contas públicas equilibradas na menor dívida da história recente, em torno de 35% do PIB.
Enquanto isso, a desigualdade social vai despencando, os salários vão subindo, o consumo das famílias se mantém no patamar mais alto da história, sem quedas e com perspectiva de seguir crescendo, do que é prova o resultado da economia em abril e, mais do que isso, a subida da taxa de investimentos, mesmo que ainda em patamar baixo em relação ao ideal, em torno de 25% do PIB, mas voltando a crescer.
Ora, que outro país emergente pode dizer que conjuga crescimento e investimento com inflação sob controle, contas públicas equilibradas como nunca antes, redução dos problemas sociais, avanço da escolarização e modernização incessante de sua indústria?
Na China, paradigma do mundo moderno, a renda per capita quase duplicou em dez anos. Contudo, só nas zonas urbanas; fora dessas zonas, a grande maioria é composta de cidadãos de segunda classe, sem acesso às maravilhas do mundo moderno, muitas vezes em situações piores do que as nossas e com pouca perspectiva de evolução no curto prazo.
Além disso, a China é uma ditadura, enquanto que somos uma democracia plena que não pode crescer como quer sem levar em conta o bem-estar de seu povo, o que o direito ao voto livre nos permite impor aos que pretendem nos governar.
Eis, aí, o fenômeno que está fazendo o Brasil superar o pessimismo sabotador e mal-intencionado de grupos políticos que não querem o melhor para este país, mas simplesmente voltarem ao poder a qualquer preço, nem que, para isso, tenham que jogar milhões no sofrimento, na carestia, aumentando a violência e todos os demais dramas sociais brasileiros, que ainda são descomunais.
O nosso país, porém, é uma potência que não pode mais ser tolhida por míseras campanhas negativamente propagandísticas. O porte de nossa economia e as riquezas que foram produzidas ao longo da última década se fazem sentir no bem-estar social e nas descobertas de negócios e oportunidades que saltam aos olhos de quem os tenha.
Chegamos a um ponto, caro leitor, que nem a sabotagem segura o Brasil. Podem vir quente, então, barões da mídia, que esta nação está fervendo.

DEUTSCHE BATE PESSIMISTAS E VÊ PIB A MAIS DE 3%


:
"Isso está indo longe demais", adverte nota oficial de um dos mais sólidos bancos do mundo, o Deutsche Bank, a respeito da persistência do pessimismo entre os formadores de opinião na sociedade brasileira; na economia real, a instituição projeta que o PIB poderá, sim, crescer entre 3% e 3,5% este ano; "Estão de má vontade com o Brasil"
247 – Um dos mais sólidos e respeitados bancos do mundo, o Deutsche Bank advertiu em nota oficial sobre os riscos para a economia brasileira que a persistência do pessimismo entre os formadores de opinião podem acarretar.
- Os comentários sobre o Brasil se tornaram muito negativos nos últimos 18. Isso já foi longe demais, criticou o Deutsche. Estão de má vontade com o Brasil, reforçou.
Para o banco, o México é o "novo queridinho do mercado", mas é a economia brasileira que se mostra a mais resistente à crise internacional.
O Deutsche fez uma análise coincidente com a do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para quem o investimeno será o principal vetor do crescimento brasileiro em 2014. O banco acredita que as concessões de infraestrutura serão fundamentais para a obtenção de recursos, especialmente se o governo brasileiro agir rapidamente no incetivo a esses aportes. Mesmo, porém, que medidas especiais não venham a ser baixadas, os economistas do Deutsche acreditam que o crescimento do PIB não será inferior a 3%, mais para 3,25% e, com destraves burocráticos, até 3,5%.
As previsões são em tudo conflitantes com as opiniões disseminadas nas mídias tracionais do País e do exterior. Do Financial Times, que chamou o crescimento brasileiro como "de fachada", à Folha de S. Paulo, que registrou em editorial sua torcida pela queda da produção industrial nos próximos períodos, para quebrar a alta dos últimos dois.

“Padilha colocou o moralismo acima da ciência; mortes virão”


por Conceição Lemes

O preconceito, o oportunismo, o conservadorismo e a ignorância venceram mais uma vez a saúde pública e violaram direitos.
O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde lançou no final de semana nas redes sociais uma campanha destinada às profissionais do sexo. Com o tema “Sem vergonha de usar camisinha”, o objetivo é reduzir o estigma da prostituição da associada à infecção pelo HIV e aids.
O material da ação – banners e vídeos – foi feito a partir de uma Oficina de Comunicação em Saúde para Profissionais do Sexo, realizada em João Pessoa (PB),  de 11 a14 de março.
As peças da campanha trazem mensagens contra o preconceito, sobre a necessidade de prevenção da infecção pelo HIV e demais doenças sexualmente transmissíveis e a vontade de as prostitutas serem respeitadas. Médicos e especialistas na prevenção de DST-Aids elogiaram o material.
Porém, nessa terça-feira 4,  o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cometeu dois desatinos, após protestos da bancada evangélica.
Primeiro, mandou tirar do ar, inclusive da página do Departamento de DST/Aids, uma das peças da campanha que tinha os seguintes dizeres: “sou feliz sendo prostituta”. A peça trazia o logotipo do ministério e havia sido divulgada no twitter.  As chamadas com destaque na página do Departamento também sumiram.
Segundo, no final da tarde, demitiu sumariamente o diretor do Departamento de DST/Aids do Ministério, o dr. Dirceu Greco, infectologista de renome mundial e professor titular da Faculdade de Medicina da UFMG. É um dos nomes históricos da luta contra a aids e um dos maiores especialistas em bioética e ética em pesquisas no Brasil.
Em nota, a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde justificou:
As peças expostas no site do Departamento de DST/Aids não passaram por análise e aprovação da Assessoria de Comunicação Social, como ocorre com todas as campanhas do Ministério da Saúde, de todos os departamentos. Logo, o descumprimento das normas previamente estabelecidas pelo Ministério da Saúde justificou a retirada das peças do site do departamento e de seus perfis nas redes sociais e a apuração das responsabilidades.
 Em entrevistas à mídia, Padilha disse:
Enquanto eu for ministro, não acho que essa tem que ser uma mensagem passada pelo ministério. Nós teremos mensagens restritas à orientação sobre a prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis. O papel do Ministério da Saúde é estimular a prevenção das DSTs.
Não existirá nenhum material assinado pelo Ministério da Saúde que não seja material restrito às orientações de como se prevenir das DSTs.
“DESDE O ALCENI GUERRA, NÃO ASSISTIMOS ALGO SEMELHANTE”
“Quando soube da campanha, fiquei animado. Pensei:‘Tomara que o ministro Padilha tenha voltado atrás nas ações de prevenção, pensando nas pessoas vulneráveis às infecções por DSTs e aids’”, afirma o pesquisador, ativista e professor Mario Scheffer, presidente do Grupo Pela Vidda de São Paulo. “Não demorou 24 horas para ver que o Padilha continua o mesmo.”
“É retrocesso histórico”, denuncia Scheffer. “Desde a época do Alceni Guerra, ministro  da Saúde do então presidente Collor, não assistimos algo semelhante.”
Alceni foi ministro de 15 de março de 1990 a 23 de janeiro de 1992. Na época, fez uma campanha baseada no terrorismo e no preconceito, tipo “a aids vai te pegar”, “a aids vai te matar”, que afastava as pessoas. Consequentemente, elas não se sentiam vulneráveis, não se protegiam e a doença disseminou.
A ação desastrada de Alceni foi há mais de 20 anos, quando existia apenas o AZT. Portanto, na fase pré-coquetel antirretroviral.
“O Brasil conseguiu uma boa resposta à aids graças à combinação de ações afirmativas –  como defesa de direitos civis, combate ao preconceito, aumento da autoestima das populações afetadas — com ações de saúde pública — distribuição de preservativos, acesso ao teste de HIV e tratamento com remédios antirretrovirais”, alerta Scheffer. “É o que chamamos de prevenção combinada. Na prevenção em aids,  não podemos  separar direitos humanos de saúde pública. Agora, uma dessas pernas foi quebrada. A epidemia se concentra em algumas populações e o Padilha ficará para a história como o ministro que jogou isso para baixo do tapete, que colocou o falso moralismo acima das evidências científicas. A saúde pública está  pagando um preço muito alto pela ambição pessoal do Ministro em ser candidato a governador.”
 “VIOLAÇÃO DE DIREITOS GERAM MAIS DOENÇAS;MORTES E INFECÇÕES DESNECESSÁRIAS VIRÃO”
Em pouco mais de um ano, é a terceira vez que Padilha censura  material destinado à prevenção de DST/Aids.
A primeira, por determinação do governo, recolheu um kit dirigido a adolescentes. O material abordava temas como homossexualidade, drogas e gravidez. O ministro da Saúde, assim como fez nessa terça-feira, justificou na época que a distribuição tinha sido feita à revelia dele.
A segunda foi no carnaval de 2012. Proibiu a exibição de um vídeo com um casal de jovens gays, produzido para a exibição em TV aberta. Alegou depois que se destinava a circulação restrita.
“É totalmente inaceitável a proibição do Padilha”, diz, chocada, a pesquisadora e professora Vera Paiva, do Núcleo de Pesquisas em Aids da Faculdade de Psicologia da USP. “Fez isso em nome de quê? Valores pessoais? As prostitutas não têm direito à saúde e de serem felizes? Criminalizar como bandidos sem direitos os que não concordam com o seu projeto de felicidade? A decisão dele é injusta. É censura de ações baseadas em rigorosa evidência técnico-científica. ”
“É violação de direitos pelo Estado, inclusive do direito à saúde”, avisa a pesquisadora da USP. “É negligência na promoção e proteção do direito à não discriminação.”
“Padilha não quer prostitutas felizes? Quer o quê? Prostitutas tristes?”, questionou ontem, em Brasília,Elizabeth Franco, da USP, numa reunião de pesquisadores. “Nós queremos putas alegres! Putas tristes só aceitas no título da obra de Gabriel Garcia Márquez!.”
“Violação de direitos gera mais doenças”, adverte Vera Paiva. “Mortes e infecções desnecessárias virão, como no caso dos jovens homossexuais.”
SOLIDARIEDADE A DIRCEU GRECO E DEFESA INEQUÍVOCA DOS DIREITOS HUMANOS
Logo após a confirmação da demissão do dr. Dirceu Greco, Toni Reis, secretário de Educação da ABGLT, divulgou esta nota:
“Confirmado: Dirceu Greco, Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais foi exonerado sumariamente pelo Ministério da Saúde (causa, a felicidade da  prostituta acima)
Todos e todas têm direito de ser feliz no Brasil, inclusive as prostitutas (independente do que elas vendem…).
Nossa mais irrestrita solidariedade ao Dr. Dirceu  Greco e equipe – estamos  consternados  com a notícia.
Felicidade é um direito humano. Quem se  ama  se  cuida.
Plagiando a obra no Caminho com Maiakowski: ’Primeiro foram os gays a serem censurados. Eu não era gay, não reagi.Depois, censuraram as prostitutas. Eu não era prostituta, não reagi. Cercearam os índios. Eu não era índio, não reagi. Até que arrancaram o Estado laico, e já não podemos dizer nada”.
No início desta tarde,  de junho, Dirceu Greco enviou esta mensagem a todos os seus colaboradores:
Esta é para comunicar que fui destituído e rapidamente exonerado pelo secretário de Vigilância em Saúde por ordem do ministro da Saúde, por discordâncias do ministério com a condução da política de direitos humanos e valorização de populações em situação de maior vulnerabilidade, que não coadunava com a política conservadora do  atual governo.
Agradeço o apoio durante minha gestão e a solidariedade neste momento de transição. Volto para Belo Horizonte, para minhas atividades como Professor Titular de Clínica Médica e na Bioética.
Espero continuarmos todos juntos nesta luta, não só para o controle da epidemia, para a qual já existe instrumental técnico, mas principalmente enfrentando as disparidades, combatendo o estigma, a discriminação e a violência, e com defesa inequívoca dos direitos humanos.
Relembro que a política brasileira de enfrentamento das DST, Aids e Hepatites Virais, reconhecida nacional e internacionalmente, é maior que o Departamento e deve ser mantida como política de Estado e não só de governo”.
Com base nos meus 32 anos como repórter especializada em saúde e que acompanhou toda a evolução da aids no Brasil, ouso dizer: se, por nossa infelicidade, a epidemia tivesse surgido neste momento, o Brasil nunca teria se tornado referência mundial na prevenção de HIV/aids.

[Queremos investigar os planos de saúde vagabundos que atuam no Brasil.  Que tal ajudar a financiar esta reportagem?]

Leia também:

A MÍDIA E O SEQUESTRO EM MARCHA DE UMA NAÇÃO


*Maria Inês Nassif: Daniel Dantas fazia parte do inquérito escondido por Joaquim Barbosa, que mudaria o julgamento do mensalão (leia as reportagens nesta pág).



O noticiário das últimas horas está salpicado de dados e fatos que
ensejam maior reflexão sobre os rumos do país. Eles não revogam os desafios que cercam a largada  para um novo ciclo de crescimento. Os impulsos nesse sentido são objetivos. Encerram escolhas estratégicas. Seu escrutínio requer o discernimento engajado da sociedade.  Mas, se não contradizem essa inflexão, os indicadores correntes exibem ao mesmo tempo uma vitalidade que desautoriza a sofreguidão do jogral conservador. Seu repertório para 2014 consiste em passar uma borracha nos avanços econômicos e democráticos dos últimos 11 anos, com um objetivo claro: revogar as balizas sociais que influenciaram a ordenação da economia na última década. Impedir que elas condicionem  a pavimentação do novo ciclo. Ou seja, desconstruir a essência do que deve ser preservado.  Trata-se de  enfraquecer ou desmoralizar o esboço de Estado Social que vem sendo erguido desde 2003. Martela-se, diuturnamente, o antagonismo desse instrumento regulador com aquilo que a ortodoxia considera macroeconomicamente consistente para o país. Para qualquer país, em qualquer tempo.(LEIA MAIS AQUI)

Reportagem libanesa sobre a fragata ‘União’ operando na UNIFIL .


ASSANGE: EUA QUEREM UMA CONFISSÃO FALSA

“A ação do jovem Manning em 2010, então com 22 anos, expôs ao mundo a forma como os EUA enxergam e se relacionam com o mundo”

ASSANGE: “EUA QUEREM UMA CONFISSÃO FALSA”


Leia trecho inédito de entrevista com o criador do WikiLeaks sobre a pressão do governo americano sobre o soldado Bradley Manning, que está sendo julgado


Por Lino Bocchini

Há dois anos tive a oportunidade de passar 3 dias com Julian Assange, na casa de campo inglesa onde ele cumpriu sua prisão domiciliar, para fazer a matéria de capa da revista Trip de maio de 2011 – fui redator-chefe da revista até janeiro passado. Nas salas espaçosas e nos quartos, a mobília de época convivia com dezenas de laptops, cabos e enormes HD externos. Na porta da geladeira da cozinha no casarão do século XVIII, um imã gritava solitário: “Free Bradley Manning”.

Nas longas conversas com o australiano criador do WikiLeaks, o nome do soldado era aparecia com frequência. Em um trecho inédito da entrevista reproduzido a seguir, Assange afirma que são duas as intenções do governo americano ao coagir o jovem militar responsável pelo vazamento de 250 mil cables, como são chamados os comunicados das embaixadas americanas à Casa Branca. A ação do jovem Manning em 2010, então com 22 anos, expôs ao mundo a forma como os EUA enxergam e se relacionam com o mundo. Manning começou a ser julgado na segunda-feira 3 de junho. Mas vale recuperar as palavras de Assange sobre o que ele acredita serem as motivações para sua detenção pelo governo americano:

“Primeiro, Manning foi preso e está mantido nestas condições sombrias, em uma solitária, para que ceda. Querem que ele faça uma confissão, que diga que deu documentos para nós e, mais, que conspiramos junto com ele para conseguir tais documentos. Dessa forma eles ganhariam um argumento para indiciar-nos por conspiração e espionagem. Querem obrigá-lo a fazer uma confissão falsa que leve a esse tipo de conexão”.

O criador do WikiLeaks continua, com sua calma habitual: “Em segundo lugar estão fazendo isso com Manning para não perderem o controle sobre os militares. Eles se preocupam com a existência de um soldado que não seguiu as ordens. Mas Bradley viu violações de direitos humanos dentro do aparato militar dos EUA e causou tremendo constrangimento para o exército americano ao entregar esse material para a imprensa. E, claro, não querem passar a ideia de que generais não conseguem manter o controle sobre os soldados. Usando-o como exemplo, outros soldados vão ficar em seus lugares e cumprir suas tarefas. Dar à imprensa material como esse iria conter as práticas abusivas do exército americano, e esse é um ponto-chave das forças armadas daquele país”.

Em tempo:
 o wikileaks revelou como Cerra queria vender o pré-sal a Chevron.

DIA D EM BRASÍLIA: BARROSO SOBE, GILMAR DESCE NO STF

Pilar sólido da economia? O mercado interno, claro

A decisão do Ministro Guido Mantega de zerar a alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras para investimentos estrangeiros em renda fixa em ações pode ter sido necessária, diante da inversão do fluxo de capitais para o Brasil.
E não é só nas aplicações em renda fixa, mas também nos valores em Bolsa: em maio, registrou-se, depois de meses de saldo positivo, uma saída de R$ 1,16 bilhão da Bovespa.
Nada assustador, pois o saldo no ano segue positivo em mais de R$ 8 bilhões. E só os lançamentos de ações atraíram US$ 6,5 bilhões este ano para o mercado de país, pouco menos da metade desse valor proveniente de investidores externos.
Mas isso tem pouca influência – exceto em movimentos pontuais – sobre as pressões do câmbio.
Estas pressões vêm dos sinais cada vez mais intensos de que o Federal Reserve pode reduzir, em breve, o expansionismo monetário que realiza desde a criação do “Quantitative Easing”, um programa de injeção de liquidez no mercado dos EUA.
Ontem, uma dirigente do Banco Central do Kansas, que tem assento no “Copom” americano, falou que os mercados “estão viciados em dinheiro barato”. Também ontem se confirmaram os indicadores de recuperação do consumo americano, que resultou num déficit comercial 8,5% maior em abril, comparado a maio.
Mesmo que não faça uma elevação de juros, o Banco Central americano vai endurecer – ou parar de afrouxar – a expansão monetária por lá.
É isso, e não o pequeno terrorismo econômico brasileiro, que interfere no fluxo de dólares.
Mas, então, como responder a isso?
Bem, não vai ser pelas fórmulas ortodoxas que sempre se praticaram aqui e que, a rigor, só foram rompidas em 2009, quando nos atrevemos a enfrentar a crise apelando para o potencial econômico do povo brasileiro.
Domingo, no Estadão, o professor Amir Kayr já apontava a necessidade de agir não como deseja o mercado, ou de forma errática, com medidas pontuais.
No artigo “Chega de ficar parado!“, Kayr coloca o dedo na ferida:
“A política econômica deve seguir um plano estratégico que parta do potencial que o País possui, que é seu imenso mercado interno, indústria e serviços diversificada e posição forte na produção de alimentos e de commodities metálicas.
Esse potencial está sendo pouco explorado. O mercado interno permite um nível de consumo bem acima do atual, pois, para adquirir bens, as pessoas têm de pagar um sobrepreço elevado (a parcela de juros embutida no valor a ser adquirido). Esse sobrepreço existe em todo o mundo e é de cerca de 10% nos países emergentes e de 3% nos países desenvolvidos. Aqui é de 90% (!). Esse é o freio que inibe o consumo. Se não for retirado, será impossível explorar o potencial que o mercado interno possui.”
Consumo, prossegue, se consegue com salário e crédito. A expansão da massa salarial perdeu força e o crédito “tem péssima qualidade devido às taxas de juros abusivas ao consumidor e às empresas.”
Uma e outro pioram com a decisão do BC de subir os juros. Mais recursos públicos que poderiam ser carreados para programas de transferência de renda vão para a conta financeira e o crédito, que já é dependente dos bancos públicos, ficará mais caro e difícil.
Kayr faz uma defesa explícita de menos “pavor” com o câmbio e a inflação. O primeiro significa a oportunidade de voltar a buscar mercado no mundo. A elevação de preços, diz ele, já tinha amainado e não tem espaço para subir muito num mundo onde inflação não é a tônica dos mercados.
O professor pode ser duro, porque no campo teórico as coisas são sempre bem mais simples que na administração da economia. Mas tem toda a razão no rumo que aponta, porque estamos, muito mais do que caminhando no rumo traçado, respondendo às pressões dos agentes do mundo das finanças: bancos, fundos, mídia…
E deixando em segundo plano o imenso poder do grande e verdadeiro poder da economia: a sociedade formada não mais por 25 ou 30% dos brasileiros, mas pela imensa maioria dos 200 milhões de cidadãos deste país.
 Por: Fernando Brito

Volta do PSDB ao poder poderia gerar convulsão social no país



EduGuim

Se o bombardeio midiático de saturação contra o governo Dilma obtiver êxito e conseguir eleger um tucano como presidente no ano que vem, pode-se prever grandes mudanças na política econômica do país. Mudanças que podem ser desastrosas.
A similaridade entre o discurso do pré-candidato tucano Aécio Neves e o dos analistas e editorialistas da grande imprensa já permite ver algumas mudanças práticas que sobreviriam.
Em primeiro lugar, Aécio já encampou a pregação dos jornais e revistas semanais sobre o estímulo à economia via gastos públicos.
Em recente propaganda partidária do PSDB, o pré-candidato tucano defendeu controle de gastos públicos para conter a inflação. Esse discurso é exatamente o mesmo que o dos jornais Folha de São Paulo, O Globo e Estadão, além de revistas como Veja e Época.
Veja, abaixo, vídeo contendo recente propaganda partidária do PSDB em que Aécio acusa o governo de “gastar mais do que arrecada” e que isso precisa mudar para diminuir a inflação. Em seguida, leia trecho de editorial da Folha que diz exatamente o mesmo.
—–
Propaganda partidária do PSDB
22 de maio de 2013



FOLHA DE SÃO PAULO
Editorial
Um plano Dilma
2 de junho de 2013
“(…) O governo deve renunciar à insensatez de tentar estimular a economia com gastos públicos enquanto o BC se dedica à missão contrária de desincentivar crédito e consumo, necessária para debelar a inflação (…)”
—–
Como se vê, ambos dizem a mesma coisa. No vídeo, Aécio diz, textualmente, que “Hoje, o governo federal gasta mais do que arrecada” e que, por isso, “A conta não fecha”, referindo-se à causa da inflação.
O gráfico abaixo mostra que o PSDB não tem como dar lições nesse assunto. A relação dívida-PIB que ilustra está desatualizada porque o estudo é de 2010 e, assim, os resultados daquele ano, de 2011, 2012 e 2013 estão desatualizados. Contudo, mostra a situação concreta entre 1984 e 2009.
Como se vê, a relação entre o Produto Interno Bruto e a dívida líquida do setor público começou a piorar entre 1995 e 2002, último ano do governo do PSDB, quando chegou a 60% do PIB. Depois, veio caindo. Em abril deste ano, estava em pouco mais de 35%.
Esse é um dos indicadores mais eloquentes sobre o Estado de uma economia. Sim, a dívida veio crescendo nos últimos meses, mas, ainda assim, não há uma situação explosiva como a da era tucana.
Todavia, seria possível o governo melhorar ainda mais esse número se seguisse o conselho da mídia e do PSDB sobre “renunciar à insensatez de tentar estimular a economia com gastos públicos”.
Mas há um probleminha nessa política. Antes de explicar qual é, analisemos o patamar atual da economia brasileira em relação ao de 2002, último ano do governo FHC.
Em 2012, o PIB brasileiro foi de 2,5 trilhões de dólares; em 2002, foi de 450 bilhões. Ou seja: em dólares, a economia brasileira é hoje CINCO VEZES maior do que a de uma década atrás.
Nos últimos dez anos, portanto, houve uma revolução na economia brasileira que nos deu condições de usar o investimento do Estado para promover o crescimento.
Além disso, a política brasileira é bem sensata e produto de uma decisão do governo que se sustenta em um fato real: gastamos porque podemos.
Em abril, o governo divulgou que pode haver relaxamento da meta de superávit em 2013 e 2014. Superávit primário, para quem não sabe, é a diferença entre receitas e despesas do governo, excluído o valor dos juros da dívida pública, que, hoje, é muito menor em relação ao tamanho da economia.
O Brasil não tem como incluir os juros nessa conta, mas o indicador que define o Estado da economia não é o tamanho da dívida pública e sim a sua relação com o PIB, ou seja, quanto o governo deve em comparação com a riqueza que produz anualmente.
Ora, Lula chegou ao poder com uma dívida pública líquida que representava 60% do PIB e, hoje, com Dilma, esse percentual está em 35%.
Podemos – e devemos –, portanto, usar essa situação inédita na economia brasileira para fugir de uma política que teria como contrapartida um verdadeiro desastre social no país.
O desemprego só está baixo, hoje, porque o Estado lidera os investimentos no país com programas sociais (como o Bolsa Família) e de infraestrutura (como o PAC). Uma redução consistente nesses gastos, visando aumentar o superávit primário, teria como consequência o aumento do desemprego e a redução da renda e dos salários.
Aécio e a mídia ligada ao PSDB afirmam que essa política reduziria a inflação e aceleraria o crescimento.
Quanto à inflação, o arrocho salarial e o desemprego poderiam, sim, reduzi-la um pouco, mas de que adiantam preços mais baixos se o povo estiver desempregado e quem tiver emprego estiver ganhando muito menos?
Hoje, a população não sente a crise econômica que está gerando convulsão social em grande parte dos países ricos, sobretudo na Europa. A política que a mídia prega e que o PSDB deixa ver que pode adotar, no entanto, importaria essa convulsão para o Brasil.
A você que acredita no que dizem a mídia tucana e o partido que ela quer reconduzir ao poder, portanto, tenha em mente que, se o PSDB voltar ao poder, é certo que haverá mais desemprego e salários menores. E que você pode ser atingido por essa situação.