Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

terça-feira, 28 de maio de 2013

Marcelo Zero e Dr. Rosinha: Aliança do Pacífico, ou do factoide

Marcelo Zero e Dr. Rosinha: A Aliança do Pacífico, o novo fetiche dos conservadores brasileiros, não passa de uma miragem paleoliberal

por Marcelo Zero e Dr. Rosinha, especial para o Viomundo

Os conservadores brasileiros têm um novo fetiche: a Aliança do Pacífico. Trata-se um novo bloco econômico comercial que pretende agregar, em uma área de livre comércio, Chile, Peru, Colômbia, México e Costa Rica.
Conforme as notícias publicadas pela velha mídia, a Aliança do Pacífico foi criada para servir de contrapeso ao Mercosul, um bloco de economias “estatizadas” e “pouco dinâmicas”, que rejeitam as benesses do livre-comércio. Apesar da crise do capitalismo desregulado, a mídia ainda insinua que o futuro pertenceria à Aliança, ao passo que ao Mercosul caberia o atraso, a estagnação e o isolamento.
Em primeiro lugar, cabe observar que qualquer bloco econômico da América do Sul ou da América Latina que não inclua o Brasil não terá maior relevância regional. O Brasil é a sexta economia mundial. O Mercosul, em seu conjunto, já representa a quarta economia do planeta, à frente de gigantes como Alemanha e Japão.
Do outro lado, o México, a maior economia da Aliança do Pacífico, é a 14ª economia do mundo (dados de 2011) e a Aliança como um todo representaria a 9ª economia do planeta. Além disso, nenhum país desse bloco chega nem perto do peso demográfico, geográfico e geopolítico que o Brasil tem hoje no mundo.
Alguns argumentam que a Aliança exporta mais que o Mercosul. É verdade. Em razão das grandes exportações do México, fruto essencialmente da sua participação no Nafta, o bloco efetivamente exporta mais. Ocorre que a balança comercial do México é deficitária.
Entre 2002 e 2011, segundo dados da Aladi, o México acumulou cerca de US$ 72 bilhões de déficit em sua balança comercial. Não é muito, se for levado em consideração o volume da corrente de comércio mexicana, mas é algo significativo. Em contraste, o Brasil acumulou, no mesmo período, um superávit de US$ 303 bilhões, o que muito contribuiu para a superação da vulnerabilidade externa da economia brasileira.
Em segundo lugar, o Brasil e o Mercosul já têm livre comércio ou comércio bastante facilitado com todos os países da América do Sul que aderiram à Aliança do Pacífico. Em alguns casos, há muito tempo. O Chile, por exemplo, formalizou sua associação à área de livre comércio do Mercosul já em 1996. O Peru, por sua vez, aderiu à zona de livre comércio do Mercosul em 2003. E a Colômbia, junto com Equador e Venezuela, tornou-se membro associado em 2004.
Ou seja, todos esses países da Aliança, e mais todos os demais países da América do Sul (à exceção de Guina e Suriname) já fazem parte, em maior ou menor grau, da zona de livre comércio do Mercosul. A única grande diferença, em relação aos membros plenos do bloco (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) é que eles não fazem parte da união aduaneira do Mercosul e nem participam de suas instituições políticas.
Como resultado dessa integração, as exportações do Brasil para essas nações aumentaram exponencialmente. Para a Colômbia, as exportações brasileiras aumentaram de US$ 638 milhões, em 2002, para US$ 2,83 bilhões, em 2012. Em relação ao Peru, subiram de US$ 438 milhões para US$ 2,4 bilhões, no mesmo período. No que tange ao Chile, aumentaram de US$ 1,4 bilhão para US$ 5,4 bilhões. E o Brasil tem superávits com todos esses países.
Vale observar que esses países da América do Sul que participam da Aliança do Pacífico já têm, por forças de acordos anteriores, livre comércio entre si. Portanto, a única novidade da Aliança é a proposta de livre comércio entre esses países e o México. Nesse sentido, a Aliança do Pacífico nada mais é, pelo menos por enquanto, do que um acordo de livre comércio entre o México e alguns países remanescentes da Comunidade Andina, já que Equador, Bolívia e Venezuela não pretendem aderir.
Não se pense, aliás, que a Aliança do Pacífico vai conseguir acesso facilitado ao mercado norte-americano. Qualquer acordo com os EUA terá de passar pelo crivo draconiano do Congresso daquele país, que exigirá, dos países da Aliança, bem mais do que livre comércio.
A Aliança do Pacífico não tem nenhum impacto significativo sobre a realidade econômico-comercial da América do Sul e da América Latina. Nem sobre o Brasil e o Mercosul. A não ser que os demais países da região abandonem o Mercosul, coisa altamente improvável, ela não representa ameaça real ao Brasil e ao seu autêntico processo de integração.
O impacto maior dela seria apenas político-ideológico, por representar simbolicamente uma aposta estratégica e incondicional no livre-cambismo, como solução mágica para os problemas econômicos e sociais da região. Com a crise do capitalismo desregulado, essa pauta já deveria estar definitivamente enterrada, mas, como a fênix, ela ressurge teimosamente das suas próprias cinzas para enganar os incautos.
Relativamente a esse assunto, é interessante confrontar a experiência recente do México com a do Brasil.
O México, além de aderir ao acordo inteiramente assimétrico do Nafta, já em 1992, firmou nada menos que 32 acordos de livre comércio. Trata-se do país campeão em livre comércio, o que mais celebrou acordos desse tipo em todo o mundo.
Se os teóricos do livre-cambismo estivessem certos, o México seria a economia mais dinâmica e inovadora do mundo. Contudo, os resultados efetivos são, para dizer o mínimo, duvidosos.
Após um período inicial de euforia com os novos investimentos norte-americanos e com o grande aumento do seu comércio internacional, principalmente com a criação de empresas “maquiladoras” na fronteira com os EUA, os inevitáveis efeitos negativos da integração tão assimétrica com a maior economia do planeta se tornaram cada vez mais evidentes.
No campo industrial, houve grande esfacelamento da estrutura produtiva nacional. Muitas empresas mexicanas não conseguiram sobreviver à concorrência da produção industrial dos EUA. E as que conseguiram foram, em boa parte, compradas a baixos preços por grupos econômicos norte-americanos. Isso aconteceu de modo especialmente intenso na outrora pujante indústria têxtil mexicana, que passou a orbitar a cadeia produtiva dos EUA.
Na área agrícola, houve a geração de notável insegurança alimentar. O México, que era exportador de grãos, no período pré-Nafta, passou a importá-los dos EUA em sua quase de totalidade. Tal processo de destruição das culturas agrícolas se deu inclusive no que tange ao milho, base da alimentação e culinária mexicanas. Hoje em dia, o milho utilizado no México é quase todo colhido nos EUA, que subsidia fortemente a sua produção. Embora a agricultura mais moderna e irrigada tenha sobrevivido, a agricultura familiar foi muito afetada.
Houve ainda a fragilização da proteção jurídica ao meio ambiente e a precarização das relações trabalhistas, em virtude dos privilégios concedidos aos investidores norte-americanos, no capítulo sobre investimentos do Nafta.
A consequência mais relevante foi, contudo, o aumento das desigualdades regionais e sociais no México. Houve poucos “ganhadores” mexicanos com a integração aos EUA e com os demais acordos de livre comércio, concentrados principalmente no Norte do país.
As demais regiões, principalmente a região Sul do México, e a grande massa dos trabalhadores urbanos e rurais mexicanos não se beneficiaram na mesma medida, como se esperava. Na realidade, ocorreu significativo incremento das assimetrias regionais e sociais, impulsionado pelos efeitos econômicos desagregadores e destruidores da integração aos EUA.
Um estudo feito pelo Banco Mundial, em 2007, intitulado “Lessons from Nafta for Latin America and the Caribbean Countries: A Summary of Research Findings” (Lições do Nafta para os países da América Latina e do Caribe: resumo das conclusões da pesquisa), mostrou cabalmente que os efeitos da inserção internacional do México, ao longo do Nafta, foram significativamente regressivos.
A economia mexicana tornou-se ainda mais dependente da economia dos EUA, dependência que não foi revertida com assinatura dos demais acordos de livre comércio. Com a crise mundial, que afetou profundamente a economia norte-americana, o México praticamente não cresceu em 2008. E em 2009 seu PIB caiu quase 7%.
Nos primeiros dez anos deste século, o PIB per capita (PPP) do México cresceu apenas 12%, bem abaixo que o do Brasil (28%). Na realidade, o México só superou, nesse cômputo, a frágil Guatemala, o país que menos cresceu em toda a América Latina, com base nesse parâmetro específico. O recente crescimento do México, obtido graças, essencialmente, ao afluxo de capitais especulativos, não muda esse quadro estrutural.
Quanto aos imensos investimentos que o México esperava receber, em razão de suas concessões incondicionais ao livre-comércio, eles se dirigiram em volume incomensuravelmente maior para a China, uma economia bastante “estatizada”, porém extremamente dinâmica.
No que se refere à inovação tecnológica, o México, como reconhece a própria Academia Mexicana de Ciências (AMC), é um dos países mais atrasados do mundo. Para se ter uma ideia, as universidades chinesas conseguiram, em 2011, o reconhecimento de cerca de 35 mil patentes. As universidades mexicanas requereram apenas 70 e, desse total, somente 35 foram reconhecidas. Para quem pensava que a abertura da economia levaria automaticamente ao desenvolvimento tecnológico, o México é um gritante contraexemplo. Maquiladoras não geram inovação.
No Brasil, em contraste, a estratégia de inserção econômica no cenário mundial produziu resultados altamente progressivos. De fato, o Brasil adotou uma estratégia de inserção inversa à do México e de outros países da região.
A partir do governo Lula, o país rejeitou claramente a proposta da Alca ampla norte-americana, que continha cláusulas idênticas às do Nafta, e apostou na integração regional, via Mercosul e Unasul, na grande diversificação de suas parcerias estratégicas, especialmente com os demais BRICs, e na articulação geopolítica Sul-Sul, sem descuidar, porém, de suas boas relações com os países mais desenvolvidos.
O grande aumento das exportações e os alentados superávits comerciais que tal estratégia proporcionou foram decisivos para reduzir substancialmente a vulnerabilidade externa, zerar a dívida externa brasileira e criar um quadro econômico propício à redução das taxas de juros e à retomada do crescimento.
Além disso, tal estratégia aumentou significativamente protagonismo internacional do Brasil e a sua autonomia político-diplomática. O resultado mais eloquente dessa inserção internacional, associada ao modelo de desenvolvimento brasileiro, é o fato de que, no Brasil, a maioria da população foi beneficiada.
Assim, ao contrário do México e de outros países da região, o Brasil é hoje ator mundial de primeira linha, que consegue articular exitosamente os interesses regionais e os anseios dos países em desenvolvimento em todos os foros internacionais relevantes.
Nosso país fez a escolha estratégica acertada e soube aproveitar pragmaticamente as mudanças na ordem geoeconômica mundial, que deslocaram o centro dinâmico da economia internacional para os países emergentes.
Já os países que apostaram na integração assimétrica aos EUA e às demais grandes economias internacionais não colheram, em geral, os frutos apregoados pelo ideário paleoliberal. Pior: tornaram mais vulneráveis à crise mundial, que vem afetando mais intensamente as economias da tríade EUA, União Europeia e Japão.
A tendência é de que os países emergentes continuem a apresentar maior dinamismo, o que recomenda o prosseguimento dessa estratégia exitosa, que transformou o Brasil em um autêntico global player, com uma corrente de comércio bastante diversificada.
A Aliança do Pacífico, o novo modismo do livre-cambismo regional, não passa de uma miragem paleoliberal. Uma mistura de ideologia com fatos mal-assimilados. Uma aliança do factoide.
Dr. Rosinha, médico com especialização em Pediatria, Saúde Pública e Medicina do Trabalho, é deputado federal (PT-PR). No twitter: @DrRosinha
Marcelo Zero, sociólogo, é assessor da bancada do PT no Senado Federal.
Leia também:

Que falta que ele nos faz…

No texto de retorno deste blog, afirmamos que, se não fosse a capacidade de Lula de desmascarar farsas, como fez com o caso da bolinha de papel transformada em petardo contra José Serra, “ estaríamos todos nos desculpando com os senhores da mídia”.
O noticiário de hoje sobre o criminoso boato do fim do Bolsa Família é um bom exemplo do que se disse.
O presidente da Caixa, Jorge Hereda, deu uma entrevista mostrando gráficos que provam que, mesmo com os saques liberados, não houve corrida aos terminais eletrônicos da Caixa a não ser depois de ter sido lançado o boato de extinção do programa.
Gráficos que não foram, ao menos que eu visse numa passada de olhos pelos jornais, mostrados na imprensa de hoje.
A mídia prefere dar manchete ao pedido de desculpas por uma demora no anúncio da liberação dos saques antecipados e quase nada sobre a informação com que a Caixa começa e termina seu comunicado oficial : “não foi a flexibilização dos pagamentos que causou corrida às agências e canais de atendimento da CAIXA.”
Os dados e a afirmação do banco estatal são mencionados lá no final, e de passagem.
Mas, reconheça-se, isto é, além da parcialidade completa da mídia, resultado de uma postura tatibitati com que parte deste Governo se comporta. Mais preocupados em serem “bonzinhos”, “republicanos” e “politicamente corretos”, acabam sendo lenientes com um ato criminoso indisfarçável.
Que, de novo, só Lula teve a coragem, ontem, de classificar de maneira nua e crua o episódio.
“O que mais falar com um ato de vandalismo desse? Ou seja, eu só espero que se descubra quem fez isso, porque brincar com as pessoas mais pobres desse país é, eu diria, uma ofensa”.
A mesma reação indignada que teve Dilma Roussef, mas que, parece, não se espraiou para os quadros dirigentes do Governo e de sua base política.
Ofende a inteligência pública que se esteja montando uma armação onde as vítimas – Governo e Caixa – estejam sendo levadas à condição de culpadas.
Assim como ofende ao bom-senso que, entre os primeiros sacadores da “onda” de boatos não se possa ter uma informação de como receberam a notícia falsa.
A impressão que se tem é que isso está mexendo com gente graúda da oposição ou com algum interesse poderoso, tamanho é o empenho da mídia em fazer disso um caso “Doca Street”, onde a vítima de assassinato, Ângela Diniz, foi exposta na mídia como alguém que provocara aquele crime.
Alguns dos colunistas da grande imprensa chegam a dizer que há suspeitas de que a Polícia Federal tenha mencionado a descoberta de que uma empresa de telemarketing disseminou a informação seja uma mentira, para “livrar a cara da Caixa”.
Quem conhece a Presidenta Dilma Roussef sabe que ela, no caso de existir um culpado na equipe de Governo, já teria “passado o rodo” no responsável.
Mas, quem conhece este Governo sabe também que, no caso de haver algum figurão tucano-midiático no meio da história, a coisa fica que nem uma batata quente, que se sopra para esfriar.
 Por: Fernando Brito

Miriam Leitão para o BC, já!

Nestes tempos de gritaria dos comentaristas econômicos contra os gastos públicos, bem que nós poderíamos substituir a diretoria do Banco Central pela clarividência indubitável da colunista Miriam Leitão.
Ela cravou, hoje cedo, no Bom Dia, Brasil, que o BC vai subir os juros. Não assegura se será em 0,25 ou 0,5%, mas decreta: “De qualquer maneira, os juros sobem amanhã.”
O mais triste é que são maiores as chances de que ela esteja certa que errada.
Porque parece haver um medo generalizado de confrontar o terrorismo inflacionário, que  segue de vento em popa na mídia. A inflação continua sendo uma espécie de “cisco no olho” que impede suas visões medíocres de olharem o financiamento público – porque é isso o que são as taxas de juros do BC – como ferramenta de políticas econômicas de médio e longo prazo.
Dêem uma olhada e vejam se o Fed ou o Banco Central Europeu ficam mudando taxas de juros de dois em dois meses e a cada subida de índice de inflação.
Aqui, a inflação não saiu  de flutuação fixada pelo próprio BC e não tem uma tendência altista que seja consolidada. Mesmo assim, basta o mercado prever que ela vá aumentar, nem que seja 0,1%, para os “juristas da economia” gritarem por mais juros.
Como não há dia que se passe sem que ataquem a política de investimentos do Governo, da Petrobras e do BNDES.
Por isso, não houve nenhum destaque para um relatório da  Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE,  sobre perspectivas de desenvolvimento mundial, onde o Brasil “é fartamente citado  como exemplo de boas práticas de políticas industriais eficazes”, segundo artigo publicado no Valorpelo professor Mauro Borges Lemos, da UFMG. Segundo ele, o país está plenamente alinhado às recomendações do OCDE:
“1) construção de legitimidade institucional para políticas industriais de longo prazo (em vez de resultado de curto prazo, a maioria das medidas do PBM é de longa maturação); 2) construção de políticas industriais baseadas em alianças público-privado (exatamente o desenho do sistema de gestão do PBM); 3) abertura de espaço político institucional para a emergência de “novos setores” críticos para a competitividade (convergente com a “criação de novas competências” do PBM); 4) garantia de financiamento estável e de longo prazo para pesquisa e desenvolvimento (como prevê o recém lançado “Inova Empresa”); 5) reconstrução de capacidades em países onde as instituições de política industrial foram desmanteladas (caso típico do Brasil, em que já foi voz corrente que a “melhor política industrial é não ter política industrial”).
PBM, para quem não identificou, é o Plano Brasil Maior, do Governo Federal, aquele que, segundo o ínclito tucano Álvaro Dias achou “cansativo” votar no Senado.
Bem, com esse nível de análise econômica, nada impediria a gente de tomar providências para economizar dinheiro. Sairiam o IBGE, com seus índices econômicos, e entrariam o Boletim Focus, onde os analistas dos bancos fazem previsões sobre tudo, com direito a manchetes semanais, e Alexandre Tombini, presidente do BC que se comportou mal, ano passado, quando fez a traquinagem de baixar os juros contra a vontade da imprensa.
Vamos ver se a maioria do Copom, que vai decidir amanhã sobre a taxa de juros, lê análises e indicadores econômicos ou apenas os colunistas, como Míriam Leitão.
 Por: Fernando Brito

POUT POURRI












Carta não perdoa Civita por entrega de sua cabeça à ditadura


Mino Carta

Em entrevista aos alunos da PUC-Campinas, o jornalista Mino Carta fundador das revistas VejaIsto ÉCarta Capital e Quatro Rodas conta que os donos da editora Abril Victor Civita e seu filho Roberto Civita o “venderam” em troca de um empréstimo de 50 milhões de dólares. No momento em que revive suas emoções, o Michelangelo das revistas perde o controle e afirma que duas vezes tentou bater no Roberto Civita “Minha cabeça foi vendida por 50 milhões de dólares.Eu tentei duas vezes dar um murro na cara do Roberto Civita, e ele fugiu! Escreve isso, ele fugiu”, conta Carta
O episódio culminou na saída do jornalista da editora Abril, Mino Carta que foi ele que se demitiu, não foi demitido como contam os Civita. Carta relembra que foi Richard Civita, irmão de Roberto, que, durante uma partida de tênis contaria para Carta sobre as dificuldades financeiras da editora Abril, o empréstimo de 50 milhões de dólares proposto pela Caixa Econômica Federal a mando dos líderes da Ditadura que só seria possível se os Civita aceitassem a troca: o dinheiro pela saída de Carta da Abril. Da primeira vez que toca nesse assunto não estoura em sentimentos e até brinca “Vocês viram como valho muito?”
A entrevista não foi apenas marcada por essa declaração, houve momentos de forte crítica as elites brasileiras e a sociedade. “Nós tivemos a pior elite do mundo. Os brasileiros são os herdeiros da Casa Grande né. Eu acho que a tragédia brasileira são três séculos e meio de escravidão e uma elite cafajeste, vulgar, prepotente, arrogante, incapaz, incompetente, muito incompetente, muito ignorante. Nossa elite é uma tragédia”, conclui o jornalista.
O italiano, radicado no país desde os doze anos analisa que o Brasil ainda não é uma nação por não ter uma identidade. Ele afirma que o povo brasileiro é infantil e estupidamente festeiro, colocando a culpa nas elites coloniais e da república velha. “Mas o problema do Brasil é que sofreu algo monstruoso que foram os três séculos e meio de escravidão. É que essa elite é tão calhorda que ela permitiu o inchaço das cidades. Então, há uma péssima distribuição da população brasileira dentro do território brasileiro, tão ruim quanto à distribuição de renda. A nossa distribuição de renda nos coloca ao nível da Nigéria e de Serra Leoa”, contextualiza Carta.
O diretor de redação da Carta Capital ainda condena os escolhidos pela presidente Dilma Roussef para compor a Comissão da Verdade. Na opinião de Mino Carta, os integrantes deveriam ser pessoas que estiveram envolvidas, sentiram os problemas. “E por que chama pilantras notórios? Nelson Jobim na comissão da verdade? Paulo Sérgio Pinheiro na comissão da verdade? José Carlos Dias na comissão da verdade? Isso é uma piada! Ou a Dona Dilma está confusa ou enganada, está sendo enganada ou está tudo errado”, defende o jornalista.
Mino Carta ainda critica as faculdades de jornalismo, afirma que os cursos de comunicação são corporativos e que foram criados pela ditadura. Apesar de analisar que não é mais possível acabar com os cursos, ele aconselha que o estudante faça uma graduação de História ou Ciências Sociais e apenas posteriormente fazer uma pós – graduação em Jornalismo. “Para a prática profissional o jornalista deve ter uma busca canina pela verdade factual, um espírito crítico, e o dever de fiscalizar o poder”
Apesar dos problemas com os Civita, o ítalo – brasileiro revela carinho com os veículos que criou. Ele afirma gostar da Veja que criou e da revistaQuatro Rodas. “A Quatro Rodas foi um sucesso de mercado realmente. Era um momento muito oportuno, porque estava nascendo a indústria automobilística brasileira”, diz Carta que observa que as revistas criadas foram uma aventuras complicadas por levar muito tempo para se afirmar, como no caso de Veja e da Carta Capital. Mas brinca que sempre teve que inventar seus empregos: “São revistas que eu inventei para poder garantir um salário”.
Abaixo parte da entrevista, em Mino Carta conta da sua relação com Roberto Civita
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Danilo Zanini | Foto de Ubiratan Maia
Do Digitais PUC-Campinas
No Contraponto PIG

Investigação dos boatos sobre o Bolsa Família pode ser abafada


Desde a semana passada até o presente momento eclodiu uma crise política que ainda é pequena, mas que pode crescer. Ou não, caso o governo Dilma recue da investigação de boato sobre o Bolsa Família que gerou pânico em 12 Estados e em localidades do Rio de Janeiro.
Entre os dias 18 e 20 de maio, foi espalhado que o Bolsa Família seria extinto. Assim, centenas de milhares de pessoas acorreram, desesperadas, a agências da Caixa Econômica Federal para tentar sacar o que seria a última parcela do benefício.
Lá chegando, as vítimas conseguiram sacar o benefício e, algumas, até uma parcela a mais do que esperavam. Isso teria ocorrido porque a Caixa estaria promovendo alteração do cadastro de informações de todos os programas sociais que o banco administra.
Em coletiva de imprensa, Jorge Hereda, presidente da instituição, informou que seu sistema tinha acima de dez anos de vigência e, assim, precisava ser atualizado. Havia mais de 200 milhões de cadastros e, após a triagem, foram identificadas cerca de 1 milhão de famílias que teriam dois ou mais cadastros.
A Caixa, anteriormente, divulgou que antecipara pagamentos para o dia 19 de forma que os alarmados pelo boato não entrassem em pânico, mas, agora, desmentiu a informação, afirmando que os recursos já estavam disponíveis no dia 18.
Em resumo, o banco errou ao dizer que liberou o dinheiro para acalmar os alarmados pelo boato, que acorreram às suas agências no dia 19, sábado, data em que a informação falsa produziu os efeitos que se viu.
Esse erro motivou convite da oposição ao presidente da Caixa para ir ao Congresso dar explicações. Parlamentares do PSDB e do DEM insinuam que tal erro causou o pânico, não uma orquestração do boato.
A tese da oposição e da mídia é a de que, ao encontrar dinheiro depositado antes nas contas, as pessoas entraram em pânico. A antecipação seria sinônimo de que o programa iria acabar e, assim, uma vítima começou a dizer a tese à outra e todas se deixaram convencer por ela.
Todavia, a tese não explica porque só Pará, Piauí, Paraíba, Bahia, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Amazonas, Tocantins e regiões localizadas do Rio de Janeiro foram atingidos se o Bolsa Família está presente no país inteiro.
O dinheiro que estava liberado nesses Estados, estava também naqueles em que não houve corrida às agências da Caixa. Por que nos Estados do Sul, do Sudeste e do Centro Oeste não houve a mesma corrida se a disponibilização do dinheiro ocorreu em todos os Estados?
Mais: como as vítimas do boato saberiam que o dinheiro foi disponibilizado antes do dia de costume? Para irem ao banco verificar se o dinheiro estava lá, seria preciso que tivessem motivo.
A tese da oposição e da mídia é a de que alguns encontrarem dinheiro antes da hora em suas contas fez com que começassem a espalhar que o benefício seria extinto (?).
Volta-se, assim, ao ponto de partida: a teoria, de novo, não explica por que no resto do país, apesar de ter ocorrido a mesma liberação antecipada do dinheiro que houve no Norte e no Nordeste, não ocorreu pânico.
Por enquanto, a mídia não assumiu a acusação que alguns de seus colunistas vêm fazendo ao governo de que este teria montado a farsa do boato a fim de demonstrar a importância do programa e acusar a oposição.
A tese de jornalistas como Ricardo Noblat ou Reinaldo Azevedo, entre outros, não é pouca coisa: a própria Dilma Rousseff, seus ministros e até o presidente do PT, Rui Falcão, estariam mancomunados nessa farsa.
Na oposição ainda não há uma acusação desabrida ao governo de ser o autor da farsa, mas oposicionistas endossam a tese de forma avulsa.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que no primeiro momento desse caso insinuou que haveria envolvimento da oposição, encolheu-se. O ministro da Justiça despolitizou completamente o caso e o PT vem assistindo impassível às insinuações.
Contudo, notícia divulgada no fim de semana açulou os ânimos da oposição e da mídia: empresa de telemarketing do Rio estaria envolvida na disseminação de boatos.
Imediatamente, as acusações da oposição e da mídia, que vinham esmaecendo, recobraram vigor e foram parar no Jornal Nacional de ontem, além de nos blogs e portais.
A notícia sobre a empresa de telemarketing reforça a tese da orquestração que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tem dito ser uma das hipóteses com as quais a Polícia Federal está trabalhando.
A tese da orquestração não é aceita pela mídia caso parta do governo, só vale quando a oposição a usa. E, assim mesmo, o que parece mais interessante a essa mídia é a tese de o boato ter surgido espontaneamente, por culpa da antecipação dos pagamentos pela Caixa.
No fim, o que se pretende é que fique o dito pelo não dito. O governo se convence de que, se insistir na investigação, a mídia e a oposição conseguirão inverter os fatos e, assim, desiste de ir até o fim.
O histórico do governo Dilma sugere capitulação, apesar de estarem surgindo cada vez mais informações curiosas sobre o caso, como a da empresa de telemarketing do Rio.
No fim do ano passado, o jornal O Globo pediu ao Ministério do Desenvolvimento Social que fornecesse a lista de beneficiários do Bolsa Família atendidos desde a criação do programa, em outubro de 2003.
Apesar de os dados figurarem no portal da transparência, lá não era possível saber quem entrou no programa quando foi criado e permanece nele até hoje. O governo acabou enviando esses dados ao jornal em março, fornecendo-lhe mais de 500 mil nomes.
Suspeita-se de que esse interesse do jornal pelo Bolsa Família teria relação com o boato sobre o fim do programa e de que seus autores ficaram sabendo da mudança nos cadastros da Caixa e se aproveitaram dela para desfechar o golpe.
No PT e no governo Dilma há quem defenda deixar o dito pelo não dito. Levar o caso adiante seria dar à mídia e à oposição o argumento de que o governo promove práticas ditatoriais contra os adversários.
Segundo esses setores do PT e do governo Dilma, a PF – que esse governo supostamente comanda – não irá apurar nada porque seria toda demo-tucana, apesar de ser o mesmo governo quem nomeia e demite do primeiro ao último homem da corporação.
A lógica, ao fim e ao cabo desta análise, sugere que a capitulação do governo nesse caso ensejará uma onda de ocorrências do mesmo tipo daqui até o processo eleitoral do ano que vem a fim de vender ao eleitorado que “o PT e Dilma” querem acabar com o Bolsa Família.
O “problema” é que essa investigação pode – apenas pode, mas pode – esbarrar em gente muito poderosa ligada à oposição e à mídia. Levá-la adiante seria um fato inédito desde 2003 até hoje, quando os governos Lula e Dilma capitularam em todos os enfrentamentos.
Menos no eleitoral, claro.
A grande pergunta que se faz, portanto, é se o governo Dilma e o PT, que estão cada vez mais encolhidos diante da gritaria da oposição e da mídia, mudarão de conduta de forma tão radical e, por fim, enfrentarão adversários que querem vencê-los por meio de golpes.
Se o fizerem e as suspeitas crescentes se confirmarem, haveria uma hecatombe política. O envolvimento de grandes partidos de oposição e até de algum grande grupo de comunicação, seria o maior escândalo político do século XXI no Brasil, acima do mensalão.
Façam suas apostas.
Veja, abaixo, entrevista coletiva do ministro da Justiça sobre o caso

APÓS DENÚNCIAS, STF RETIRA MORDOMIAS AÉREAS DO AR

:
Supremo atribuiu a retirada de informações sobre gastos com passagens aéreas do site a "inconsistências encontradas nos dados anteriormente divulgados" e informou que o fato é temporário; reportagem do Estadão na última semana revelou que o tribunal gastou R$ 2,2 milhões com viagens entre 2009 e 2012; no período, R$ 608 mil foram destinados a bilhetes de esposas de cinco ministros; jornal omitiu, porém, que desse dinheiro, R$ 437 mil foi usado pela mulher de Gilmar Mendes, informação publicada pela CartaCapital; deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que é auditor fiscal, pede apuração no TCU e devolução do dinheiro
247 – Uma semana depois de a imprensa destacar os exorbitantes gastos com passagens aéreas pelo Supremo Tribunal Federal – inclusive com viagens internacionais para as esposas, em período de férias – a corte retirou os dados de sua página na internet. Mensagem publicada pelo tribunal diz que "as informações referentes aos gastos com passagens foram retiradas temporariamente deste portal devido a inconsistências encontradas nos dados anteriormente divulgados. As informações serão novamente disponibilizadas, assim que revisadas". Procurada pelo 247, a assessoria de imprensa do STF não informou, até a publicação dessa reportagem, quando os dados foram retirados do site e quais seriam as "inconsistências".
Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo publicada no dia 20 de maio revela, com base nos dados que estavam publicados no site do STF, conforme determina a Lei de Acesso à Informação, que em quatro anos (de 2009 a 2012), o total de recursos públicos gasto em passagens pelos ministros e suas esposas foi de R$ 2,2 milhões, sendo que R$ 1,5 milhão foi usado em viagens internacionais. No período, foram destinados R$ 608 mil para as mulheres de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski - ainda na corte -, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso e Eros Grau - já aposentados.
No total, foram feitas 39 viagens nesses quatro anos pelas cinco esposas, sendo 31 para fora do País. Os destinos incluem capitais famosas e turísticas na Europa, África, Ásia e América: Veneza (Itália), Paris (França), Lisboa (Paris), Moscou (Rússia), Washington (Estados Unidos), Cairo (Egito), Cidade do Cabo (África do Sul), Nova Délhi (Índia) e Pequim (China). Um detalhe muito importante e não divulgado pelo Estadão, porém, foi que desses R$ 608 mil, boa parte (R$ 437 mil) custeou as viagens de Guiomar Feitosa de Albuquerque Ferreira Mendes, a esposa do ministro Gilmar Mendes.
O dado, omitido pelo jornal, foi divulgado pela CartaCapital nesta segunda-feira 27, na reportagem Esposas a tiracolo. Como justificativa para as viagens, o Supremo apresentou uma norma interna de 2010, que permite que o tribunal pague passagens a dependentes de ministros, inclusive em viagens internacionais, sob a alegação de que a presença do parente seja "indispensável" no evento do qual participará o ministro do STF. Atualmente, porém, um membro da corte não precisa dar justificativas quando leva a esposa em suas viagens.
À CartaCapital, o deputado federal Amauri Teixeira (PT-BA), que é auditor fiscal, avalia que um ato interno não serve como justificativa e, por isso, pedirá ao Tribunal de Contas da União (TCU) que o caso seja investigado e que, dependendo do resultado, o dinheiro seja devolvido ao erário. "Imagine o STF diante de resoluções internas de tribunais menores ou das cinco mil câmaras de vereadores autorizando pagar passagens para esposas de agentes públicos. Não dá para aceitar um ato interno desse", disse Teixeira.

A dissolução dos mitos americanos


Mauro Santayana

Como todos os povos, ele teve e tem grandes pensadores e cientistas, e é claro que houve (hoje provavelmente não haja mais) soldados que se destacaram por sua bravura nas lutas pela independência, na Guerra da Secessão e nas duas guerras mundiais de que participaram. Na primeira delas, durante a batalha de Argonne, na frente francesa, o sargento Alvin York avançou com seu grupo sobre um ninho de metralhadoras, matou 28 soldados alemães, prendeu 132 e se apropriou de 32 metralhadoras. Era um homem do campo, que mal sabia ler, e que se tornou o mais condecorado soldado dos Estados Unidos durante o conflito.
Outro homem do campo — o oposto do protótipo do super-herói americano, posto que de estatura baixa e corpo mirrado — foi Audie Murphy, o mais condecorado militar dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Esse conseguiu retirar algum proveito do mito, tornando-se ator de cinema de talento reduzido mas de boa bilheteria, por seu heroísmo real. Os dois, como sabemos, foram heróis em guerras que podemos considerar justas, ainda que servissem também aos poderosos de seu país.
Fora das guerras citadas —  da Independência, a da Secessão e as duas mundiais — não houve heróis, ainda que tenha havido sacrifícios imensos de seus homens, nos combates travados pelos norte-americanos. Não os houve na guerra de anexação contra o México, nem contra a Espanha — e menos ainda, em decorrência desse conflito, na repressão à luta das Filipinas pela independência.  E ninguém encontrará heroísmo ianque na Coreia, no Vietnã, no Iraque e no Afeganistão. E nem se fale da Somália, de onde os norte-americanos saíram apressadamente, da mesma maneira que deixaram Saigon. No caso do Iraque, o mais liberal dos regimes da região, a mentira foi usada com desfaçatez: Saddam não possuía qualquer arma de destruição em massa, e era inimigo declarado de Al Qaeda — a mesma Al Qaeda que participa da contrarrevolução síria.
Dessas incursões criminosas falam mais as imagens de Abu Ghraib e de Guantánamo com a tortura contra prisioneiros indefesos, e os relatos brutais da chacina de My Lai, no Vietnã.
Ontem, no Cemitério de Arlington, na cerimônia anual pelos que morreram em combate, Obama apelou para o sentimento de patriotismo dos norte-americanos, lembrando que os meios tecnológicos da guerra não bastam para substituir o “valor” dos soldados. Ele ponderou que, pelo fato de que, hoje, os soldados são voluntários, e não conscritos, como no passado, o povo não se sente tão empenhado em solidarizar-se com os seus exércitos. Na realidade, o Pentágono “terceiriza” a guerra e usa mais mercenários do que patriotas nos combates.
Na semana passada, ele dissera, em outra cerimônia militar, que os Estados Unidos devem terminar com a guerra contra o terrorismo tal como ela se desenhara no governo Bush. Ontem, no entanto, insistiu que “a América ainda está em guerra”.
É possível que os mitos em torno da superioridade norte-americana, alimentados pela imprensa, pela literatura e, sobre todos os outros  meios, pelo cinema e pela televisão, estejam sendo dissolvidos pela realidade. Há coisas novas, que nos trazem certa esperança. Entre elas, o primeiro compromisso entre o governo colombiano e as Farc, a propósito da política agrária a ser adotada no país. E, por mais que a França e a Inglaterra advoguem uma intervenção militar na Síria, não parece que Washington e Moscou, cada capital com as próprias razões, aceitem essa nova aventura.
Obama parece sincero em seu apelo ao Congresso para que autorize fechar Guantánamo e em sua disposição de deixar o Afeganistão no ano que vem. Mas isso não o isenta do que seu país fez na Líbia e em sua cumplicidade com Israel contra o povo palestino.
As virtudes do povo americano — e são muitas — só serão conhecidas quando eles esquecerem os mitos e assumirem sua plena humanidade.

LULA: BOATOS SOBRE BOLSA FAMÍLIA SÃO OFENSA