Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Autores de enquete anti Lula já fizeram passeatas fracassadas


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Uma notícia se espalhou pelos mais importantes veículos da grande imprensa brasileira no fim de semana: enquete de um Movimento que se intitula “31 de julho” – segundo o site, o nome vem do dia e mês do primeiro ato público do “movimento”, em 2011 – promoveu no Facebook enquete que resultou em “vitória” de Lula para o “Troféu Algemas de Ouro”.
A enquete foi intensamente divulgada por grandes meios de comunicação tais como O GloboCBNFolha de São Paulo e por sites de grupos de interesse político como o site do PSDB e o do ex-governador Anthony Garotinho
Desde o início, um nome liderou a votação: o do ex-presidente Lula, contra quem não pesa ação alguma na Justiça, mas que, na visão dos autores da “enquete” e dos que dela participaram, seria mais “corrupto” do que o ex-senador do DEM Demóstenes Torres, recentemente cassado pela Câmara dos Deputados e que está prestes a ser expulso do Ministério Público Federal de Goiás.
Tucanos como Eduardo Azeredo, acusado principal do inquérito do “mensalão do PSDB”, tiveram votações pífias.
Como se podia prever, a “enquete” redundou na “vitória” de Lula como “o político mais corrupto de 2012”. E, como ocorreu durante a coleta de votos, a iniciativa recebeu grande divulgação da mídia, tendo ido parar até em comentário da CBN que você pode conferir logo abaixo.
O que esses veículos não informaram é que o tal “Movimento 31 de Julho” é o mesmo que, ao longo do ano passado e do anterior, convocou várias passeatas no Rio de Janeiro sob a mesma campanha de divulgação da grande mídia, tendo conseguido reunir na Cinelândia, em 2011, cerca de 2,5 mil pessoas (segundo o site do PSDB – link não funciona, página foi apagada) para protestarem “contra a corrupção”.
No ambiente virtual, porém, o tal “31 de julho” conseguiu um resultado menos ruim que na rua, tendo, segundo seus organizadores, obtido cerca de 14 mil votos no total, 10 mil dos quais teriam ido para Lula. Contudo, esse resultado foi obtido após os organizadores da enquete terem expurgado milhares de votos que disseram que tinham sido falsificados contra o PSDB.
Não houve, porém, qualquer auditoria nem maiores informações da imprensa sobre quem são os organizadores, se os milhares de perfis no Facebook que participaram da enquete são mais reais do que os dos votantes que foram expurgados ou se estes realmente eram falsos.
Seja como for, os fatos acima falam por si. Houve coordenação entre grupos de mídia e o PSDB para divulgar a enquete e, depois, o seu resultado. O site do “Movimento 31 de Julho” praticamente só noticia fatos contra Lula, o PT e “mensaleiros” e a favor de juízes do STF que condenaram os réus da AP470.
Ou seja: quem fez a enquete indicou quem deveria ser o mais votado.
Enquetes assim existem às milhares na internet. Muitas com resultados bem mais expressivos. Aqui mesmo neste blog, um desagravo ao ministro Ricardo Lewandowski alcançou 15 mil manifestações de apoio no Facebook e um desagravo a Lula alcançou 4 mil. E sem uma única menção de grandes veículos da imprensa escrita e muito menos da eletrônica.
É legítimo fazer manifestações contra ou a favor de quem quer que seja. Todavia, quem não conhece o viés político da grande imprensa brasileira não entende por que uma enquete obviamente dirigida como essa ganhou tanta cobertura (de nível nacional), tendo ido parar até na mídia eletrônica. Mas você que lê este blog entende muito bem.

Os escândalos “de emergência” da máfia – midiática


*Barack Obama inicia o seu 2º mandato nesta 2ª feira em cerimônia pública nas escadarias do Capitólio: sem o mesmo brilho, e com os mesmos problemas de quatro aos atrás.
OBAMA E A MÁQUINA DE ENGOLIR MOEDA
"Ao invés de taxar as grandes fortunas, o peso dos impostos recai sobre o custo de vida e a produção --um dos grandes motivos pelos quais a economia norte-americana hoje sofre um processo de desindustrialização. A questão principal é: o que o 1% faz com  sua receita "libertada" dos impostos. A resposta é que eles, emprestando-a, endividam o 99%. Isso polariza a economia entre credores e endividados. Durante a última geração, o 1% mais rico reescreveu as leis fiscais de maneira tal que agora recebe dois terços de toda riqueza (juros, dividendos, rendas e ganhos de capital). Eles usaram esse dinheiro para financiar campanhas eleitorais de políticos empenhados em transferir impostos para os 99%. Também, compraram os meios de comunicação (...); empresários tornam-se presidentes de muitas universidades e direcionam as grades curriculares para uma formação "business friendly" (...) O 1% endivida o 99% - junto com a indústria e os governos - a tal ponto que todo o excedente econômico é um serviço de dívida (...) desde setembro de 2008 eles ficaram com 93% do crescimento da renda norte-americana. Isso, e retomada do crescimento e do emprego são antíteses".

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De repente, um personagem até então desconhecido pela esmagadora maioria do país começou a aparecer em jornais, rádios, televisões e portais de internet da máfia – midiática e tupiniquim, não da siciliana e italiana. Trata-se do potiguar Henrique Alves (PMDB-RN), o até aqui candidato da base governista a presidente da Câmara dos Deputados.
Apesar de ser hoje o parlamentar mais antigo daquela Casa, é um político apagado, daqueles “de bastidores”, o famoso come-quieto. E, como todo bom come-quieto, enquanto fica quietinho no seu cantinho papando todas (refiro-me a verbas), ninguém se lembra de lhe fazer perguntas. E ele, de dar explicações.
A historieta desse personagem, porém, é como tantas outras de tantos outros parlamentares de qualquer uma das casas do Legislativo ou dos Poderes Executivo e Judiciário.
São histórias de sinecuras, jeitinhos, enfim, de malandragens mil que tornam idílicas as vidas de parlamentares, juízes, prefeitos e governadores – presidentes não conseguem ser “comes-quietos” com muito sucesso devido à ultra-exposição a que estão permanentemente submetidos.
Além das regalias com o nosso dinheiro, esses detentores de cargos nesses Poderes têm licença para promoverem alguns absurdos como o de um deputado dar o uso que quiser a sinecuras como são as “emendas parlamentares”.
Alves não é o único a usar dinheiro público repassado pelo Executivo a quem indica e quando indica. Seu “escândalo de emergência” surgiu tão rápido porque aguardava, como tantos outros, o momento de ser usado. Ou alguém acredita na coincidência de terem descoberto o tal “Bode Galeguinho” só no momento em que o parlamentar está para se tornar presidente da Câmara dos Deputados?
É claro, óbvio, cristalino como a lágrima de uma das milhões de crianças pobres deste país que não conseguem estudar porque espertalhões sugam parte de verbas que a elas deveriam ser destinadas que é uma afronta a explicação de Alves para o “escândalo de emergência” que acaba de ser assacado contra si.
Emenda parlamentar do deputado peemebista foi repassada a empresa com a qual um seu assessor de gabinete tem vínculos concretos e não refutados por ele mesmo, razão pela qual se desligou do cargo em que estava empregado.
Que é uma vergonha, é. Mas é uma das muitas vergonhas do mesmo tipo que ocorrem o tempo todo e pelas quais a “imprensa” – que tem hoje, no país, a primazia de “hierarquizar” escândalos contra personagens públicos – não se interessa.
Por que a dita “imprensa” (um aglomerado de grandes grupos econômicos) não se interessa? Porque os outros escândalos de plantão que tem em suas escandalosas prateleiras de “armas” contra todos para usar no “momento certo”, esses ficarão acobertados para futuras chantagens ou “eliminações políticas”.
O que mais e quanto mais a “imprensa” tem em suas mangas? E contra quem…
A vez do potiguar Alves chegou porque ele declarou, semanas atrás, que, eleito presidente da Câmara, dará à ordem de cassação de condenados pelo STF o mesmo tratamento que o antecessor direto, Marco Maia, disse que daria se permanecesse no Cargo, ou seja, o de garantir o mandato daqueles condenados.
Há, portanto, uma agenda de “escândalos de emergência” contra prováveis alternativas a Alves que poderão ser usadas ou não pela “imprensa” a depender de quem possa vir a substituí-lo como candidato da base governista a Presidente da Câmara, cargo para o qual o PMDB, no âmbito de acordo com o PT, tem a prerrogativa de indicar o nome.
Não existe um único deputado que não possa ter questionamento acerca do destino das verbas oriundas de suas emendas parlamentares porque elas são usadas em projetos que todos esses parlamentares elaboram para atenderem às suas bases, o que implica em destinarem dinheiro público àqueles com os quais tem relações.
É vergonhoso porque se trata de dinheiro público sendo usado para fins políticos-eleitorais, independentemente do interesse público. Só que é assim que a banda toca.
É comum na Câmara, no Senado ou em qualquer outro Poder da República o dinheiro público ser usado de uma forma que permita questionamento, pois este pode ser feito à incongruência elementar de leis formuladas para atender a grupos políticos e a outros interesses variados.
Enquanto a incongruência da lei que permite que “emendas parlamentares” sejam usadas dessa forma vira escândalo nacional, centenas de outros casos parecidos, iguais e até muito mais graves dormitam nas prateleiras da máfia (midiática), apenas esperando a próxima vendetta a que dará curso.