Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

os nomes dos políticos do PSDB que receberam dinheiro no mensalão tucano Valério entregou ao ex-procurador


publicado em 6 de novembro de 2012 às 11:27

Marcos Valério forneceu ao  ex-procurador Antonio Fernando de Souza os nomes e valores recebidos por políticos no mensalão tucano.



O ex-Procurador Geral da República Antonio Fernando de Souza
Preparei um post sobre a tal confissão de Marcos Valério à revista Veja e, antes de publicar, enviei-o ao seu advogado Marcelo Leonardo, para obter explicações dele. Elas chegaram hoje de manhã, por email (a íntegra no final do post).
Entre outras afirmações, destaco:
1. O vazamento (ao Estadão e à Veja) do depoimento de Marcos Valério à PGR foi feito de forma “seletiva, parcial e ilícita”. Não adianta suas suspeitas sobre quem vazou.
2. Os documentos enviados por Valério em julho de 2005 foram essenciais para as investigações da AP 470. “Tudo isto possibilitou as investigações da Polícia Federal e viabilizou a denúncia do Procurador Geral da República que, apesar do exagero dos quarenta acusados, não foi além dos nomes e dados fornecidos naquela atitude de colaboração com a Justiça, o que assegura direito à redução de pena. Não há nada de novo sobre este assunto, até porque a instrução na AP 470 está encerrada faz tempo”.
3. O chamado “mensalão mineiro” está em fase bem mais adiantada do que se imagina. E informa que o ex-Procurador Geral da República, Antonio Fernando, “ao oferecer denúncia no caso chamado de “mensalão mineiro” contra Eduardo Azeredo (hoje deputado federal), Clésio Andrade (hoje Senador) e outras quatorze pessoas, deixou de propor ação penal contra os deputados e ex-deputados que receberam os valores, porque entendeu, expressamente, que o fato seria apenas crime eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral – “caixa dois de campanha”), que já estava prescrito. Este entendimento não foi adotado no oferecimento da denúncia e no julgamento da AP 470″.
Aqui, o post que enviei ao advogado e a sua resposta:
De LN
Na defesa que fez de Marcos Valério, no julgamento do “mensalão”, o advogado mineiro Marcelo Leonardo demonstrou enorme competência. Não abusou da retórica, tão a grado dos advogados e magistrados. Foi objetivo ao descrever as acusações e ao rebater o mérito. Escrevi na época que me pareceu o mais brilhante dos advogados que atuaram no processo.
Ser bem sucedido ou não na defesa não depende apenas do advogado, mas do próprio estado de espírito dos julgadores.
Agora, dá seu lance mais ousado, ao orientar um cliente desorientado a adotar uma linha de defesa de alto risco.
Diriam os operadores de direito que é papel do advogado recorrer a todos os instrumentos em defesa do seu cliente. Digo eu: é possível que Leonardo esteja colocando em risco até a vida do seu cliente para defender outros possíveis clientes mineiros.
A lógica é simples:
1.  Há dois processos envolvendo Marcos Valério: o mensalão petista, que está no fim; e o mensalão mineiro, que está no começo. Valério já contou tudo o que podia sobre o mensalão petista e tem tudo a contar sobre o mensalão mineiro. Qualquer pedido de delação premiada, portanto, deveria ser em relação ao mensalão mineiro, que não foi julgado.
2. Qual a explicação para um advogado experiente, como Leonardo, solicitar a delação premiada e, mais, a proteção da vida do seu cliente, em cima de um depoimento fantasioso, referente ao processo que já está no fim? Qual a lógica de insistir em uma estratégia na qual aparentemente seu cliente tem muito pouco a ganhar, em termos de redução de pena; e deixa de lado a outra, na qual seu cliente poderá sofrer novas condenações, com agravantes?
3. Em Belo Horizonte, há mortes que se tentam relacionar com o “mensalão mineiro”. Há uma modelo que foi assassinada e um advogado que diz ter sido vítima de atentado. Pode ser verdade, pode ser algo tão fantasioso quanto as versões criadas em torno da morte de Celso Daniel. De qualquer modo, durante algum tempo, Marcos Valério mostrou uma preocupação genuína ao enfatizar que jamais delataria alguém. Para quem ele falava? Para os réus do mensalão petista ou do mensalão mineiro?
4. Agora, analise a seguinte hipótese: uma peça relevante na montagem do esquema Valério em Minas, alguém que sinta-se ameaçado por futuras delações de Valério sobre o mensalão mineiro, que já tenha sido indiciado ou que ainda não tenha aparecido nas investigações. Tem-se uma ameaça potencial – Marcos Valério -, que já se diz ameaçado e lança as suspeitas de ameaça sobre o lado petista. Qualquer atentado que sofra será debitado automaticamente ao lado petista. Não é prato cheio?
5. É apenas uma hipótese que estou formulando, mas perfeitamente factível. Ao tornar público o pedido de proteção a Valério, insinuando que sua vida está em risco, e ao direcionar as suspeitas para o caso Celso Daniel, Marcelo Leonardo expõe seu cliente a possíveis atentados.
6. Aguardo uma explicação de Marcelo Leonardo, pelo respeito que dedico, até agora, à sua competência de advogado.
De Marcelo Leonardo
Prezado Luis Nassif,
Em primeiro lugar agradeço as referências elogiosas feitas ao meu trabalho profissional. Fiquei lisonjeado.
Sobre matérias veiculadas pela revista Veja e pelo jornal Estadão, contendo referências a suposto pedido de delação premiada, suposto pedido de proteção pessoal e suposto depoimento de Marcos Valério em setembro do corrente ano, não tenho nada a declarar, uma vez que tenho por hábito cumprir meus deveres ético-profissionais. Se alguém “vazou” de forma seletiva, parcial e ilicitamente alguma providência jurídico-processual que está sujeita a sigilo, eu não tenho absolutamente nada a dizer, a confirmar ou não confirmar. Obviamente, não tornei público nada sobre este tema sobre o qual não falei a nenhum veículo de comunicação.
Quanto a AP 470 o processo já se encontra em fase final de julgamento. A defesa de Marcos Valério desde suas alegações finais escritas, apresentadas em setembro do ano passado, vem pleiteando a redução de suas penas, em caso de condenação, pela sua condição de “réu colaborador”, em face das atitudes tomadas pelo mesmo desde as suas primeiras declarações ao Ministério Público, em julho de 2005, em virtude de haver fornecido, voluntariamente a lista com nomes e valores de todos os beneficiários dos repasses feitos a pedido de partido político para integrantes da base aliada e fornecedores da campanha eleitoral de 2002, acompanhada dos respectivos documentos e recibos, bem como, na mesma época, ter fornecido as informações e dados sobre os empréstimos bancários. Tudo isto possibilitou as investigações da Polícia Federal e viabilizou a denúncia do Procurador Geral da República que, apesar do exagero dos quarenta acusados, não foi além dos nomes e dados fornecidos naquela atitude de colaboração com a Justiça, o que assegura direito à redução de pena. Não há nada de novo sobre este assunto, até porque a instrução na AP 470 está encerrada faz tempo.
Quanto ao chamado “mensalão mineiro”, o andamento do caso está em fase bem mais adiantada do que se imagina. A etapa das investigações já foi concluída e nela Marcos Valério forneceu todas as informações , inclusive os nomes dos políticos ligados ao PSDB (deputados e ex-deputados) que receberam, em contas bancárias pessoais, recursos financeiros para custear as despesas do segundo turno da tentativa de reeleição do então Governador Eduardo Azeredo, em 1998, tendo entregue as cópias dos depósitos bancários realizados.
É importante saber que o ex-Procurador Geral da República, Dr. Antônio Fernando, ao oferecer denúncia no caso chamado de “mensalão mineiro” contra Eduardo Azeredo (hoje deputado federal), Clésio Andrade (hoje Senador) e outras quatorze pessoas, deixou de propor ação penal contra os deputados e ex-deputados que receberam os valores, porque entendeu, expressamente, que o fato seria apenas crime eleitoral (artigo 350 do Código Eleitoral – “caixa dois de campanha”), que já estava prescrito. Este entendimento não foi adotado no oferecimento da denúncia e no julgamento da AP 470.
Sobre o “mensalão mineiro”, atualmente, correm três ações penais distintas. Duas no STF, uma contra Eduardo Azeredo e outra contra Clésio Andrade. A terceira, na qual é acusado Marcos Valério, tramita perante a 9ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte (Justiça Estadual), contra todos os demais denunciados que não tem foro por prerrogativa de função, pois neste caso o STF deferiu o pedido de desmembramento do processo, o que não ocorreu na AP 470. Aquela última ação penal encontra-se na etapa adiantada destinada a inquirição de testemunhas de defesa. Nela meu único cliente é Marcos Valério. Não atuo na defesa de qualquer outro acusado em nenhuma destas ações.
Atenciosamente,
Marcelo Leonardo

Golpe paraguaio em marcha



Brasil 247 - É possível que Roberto Freire, ex-comunista, tenha desviado o ouro de Moscou. Mas também é possível que não. É possível que o senador Álvaro Dias (PSDB/PR) tenha grilado terras no Paraguai. Mas também é possível que não. É possível que Aloysio Nunes Ferreira tenha assaltado vários bancos durante a ditadura militar. Mas também é possível que não.

Esses três representantes da oposição, além dos deputados Rubens Bueno (PPS/PR) e Mendes Thame (PSDB/SP), acabam de protocolar uma representação junto à Procuradoria-Geral da República, endereçada a Roberto Gurgel, em que pedem a abertura de processo criminal contra o ex-presidente Lula. O motivo? Uma reportagem de Veja. "É possível que seja tudo mera especulação", diz o texto da representação. "Mas é possível que também não seja".

É com esses argumentos que cinco políticos brasileiros (já escalados pelo 247 para a seleção paraguaia, ao lado de Roberto Civita) pretendem iniciar uma cruzada para colocar atrás das grades um presidente que entregou o cargo com a mais alta aprovação popular na história brasileira.

MENSALÃO NÃO É MINEIRO. É TUCANO

Mensalão “mineiro” é o mesmo que chamar Privataria Tucana de “Privataria caribenha”






Amigo navegante Fabrício, mineiro de Carangola, liga furioso para fazer uma achega ao post do Nassif:“Escândalo: Procurador-Geral Antonio Fernando achou que mensalão tucano era só uma Caixinha Dois”.

Coisa boba, Caixinha Dois…

Já no outro mensalão, o do PT, segundo o Excelentíssimo Procurador-Geral, foram os “40 ladrões” da maior Roubalheira da Humanidade, desde os saques de Sir Francis Drake nos mares do Caribe.

Fabrício observa, com razão, que não se pode falar em  mensalão mineiro”, mas, sim, em “mensalão tucano”.  

Minas era só a base física, geográfica da operação.

O dinheiro jorrava para fora de Minas.

Caiu na horta do Gilmar Dantas (*).

Na do Ronaldo Cezar Coelho, no Rio.

Na do Fernando Henrique e do dileto filho.

Até a cidade de Carangola foi aquinhoada com R$ 75 mil em 1998.

O Fabrício puxa pela memória do ansioso blogueiro e foi buscar na Carta Capital histórica reportagem de Mauricio Dias e Leandro Fortes, onde está lá a lista de ilustres (tucanos) beneficiários.

Dizer que o mensalão tucano é mineiro é dizer que a Privataria não é tucana, mas caribenha…

À Carta e sua versão no Conversa Afiada:

Gilmar, juiz ? Não ! Ele é réu !
Gilmar Mendes, Ministro do Supremo, recebeu R$ 185 mil deste Mega-Caixa Dois.
Os repórteres Mauricio Dias e Leandro Fortes, na Carta Capital desta semana, publicam a contabilidade do maior de todos os mensalões.

Trata-se da contabilidade de Marcos Valério para a re-eleição de Eduardo Brandão de Azeredo a governador de Minas, e de Fernando Henrique Cardoso para Presidente, em 1998.

São “demonstrações de recursos arrecadados com as fontes e os recebedores”.

São 26 páginas.

Dez se referem a doadores.

Entre os ilustres doadores, o insigne Banco Opportunity, do banqueiro que mereceu dois HCs Canguru.

Dezesseis páginas se referem a recebedores.

Uma Mega-Caixa Dois que movimentou a bagatela de R$ 104 milhões.

Viva o Brasil !

Viva a UDN !

Viva o PiG (**) !

Viva o Merval !

Gilmar Mendes, Ministro do Supremo, aquele que foi chantageado e não denunciou o chantageador; aquele que, segundo o Demóstenes ao Cachoeira, “mandou subir”, este Catão de Diamantino, recebeu, então,  R$ 185 mil.

Nessa época, ele já trabalhava para o Presidente Fernando Henrique, e cuidava de instalar, em Brasília,  seu Instituto de Ensino da Constituição por SMS.

R$ 185 mil !

Será que vieram do Banco Opportunity ?

Estão entre os recebedores: Paulo Henrique Cardoso e o pai, Fernando Henrique Cardoso, que, depois de expressa recomendação de Azeredo e de Pimenta da Veiga, são agraciados com a ninharia de R$ 573 mil.

Recebem tambem outros heróis do PiG (*), como Tasso Jereissati, Ronaldo Cesar Coelho e o indefectível Heráclito Fortes.

Há um ilustre petista, Senador Delcídio Amaral, que quase sepultou a CPI dos Correios antes de indiciar Daniel Dantas.

E se isso tudo for uma fraude ?

Como, por muito tempo, os tucanos disseram que era a Lista de Furnas.

Bem, Mauricio Dias e Leandro Fortes são macacos velhos.

Os documentos datam de 28/03/1999.

São assinados por Marcos Valério com firma reconhecida.

Os documentos têm uma cópia adicional, assinada por Valério e Cláudio Mourão, para dar autenticidade à contabilidade.

Além disso, Dias e Leandro mostram DOCs cujos valores coincidem com os mencionados nas operações para os beneficiários.

Há algumas surpresas no Mega Mensalão tucano.

André Lara Resende e Luiz Carlos Mendonça de Barros, os cérebros da Privataria, recebem insignificantes R$ 1 mil, cada.

Consta da lista, como quem recebeu R$ 1 milhão e 825 mil, a modelo Cristiana Aparecida Ferreira, assassinada.

(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

SANTAYANA E AS ARMAS DA ELEIÇÃO AMERICANA


*Argentina: a alforria das redações** projeto de lei cria "cláusula de consciência" que protege o jornalista de se submeter a imposições editoriais que afrontem  suas convicções éticas ou morais** Mais 6 assassinatos na madrugada desta 3ª feira em SP: PSDB diz que tem o controle **EUA vão às urnas tendo como  favorito um Obama tão frágil quanto foi o seu governo(leia as análises nesta pág) 

A GRANDE OBRA DE FERNANDO HADDAD

A principal peça da resistência conservadora às políticas sociais consiste em negar a sua pertinência. Para isso é necessário esconder os pobres e naturalizar os abismos urbanos. Em São Paulo isso foi feito com afinco nos últimos anos. A perversão do interesse político tem falado mais alto, a ponto de subtrair da pobreza paulistana repasses de R$ 354 milhões por ano pelo não cadastramento de dezenas de milhares de miseráveis no Bolsa Família. Evidências de uma penalização instrumentada são tantas que romper o casulo conservador já trará alento imediato à capital. Nada substitui, porém, a tarefa de devolver à cidade o comando do seu destino; isso quem faz é a participação democrática da população. Abrir canais para que moradores pobres e de classe média possam discutir  problemas comuns e pactuar prioridades  é a grande obra que se espera do novo prefeito que toma posse em janeiro. (LEIA MAIS AQUI)


“Nossa cultura militarizou-se desde Eisenhower – escreve O’Donnel – e os civis, não os serviços armados, são a causa principal disso”…

s tucanos entregaram as armas, com a pusilanimidade do PiG

Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana do JB online: 

ESTA TERÇA-FEIRA E O MUNDO



por Mauro Santayana

Seria muito melhor que assim não fosse, mas do resultado das eleições norte-americanas de hoje dependerá o futuro imediato do mundo. As pesquisas mostram que Obama parece vitorioso, quando se trata dos votos populares, mas no sistema norte-americano é preciso que ele disponha da maioria do colégio eleitoral – o que é outra coisa. Basta lembrar que, em 2000, Al Gore obteve meio milhão de votos diretos a mais do que Bush, mas a estranha recontagem de votos na Flórida, aprovada por uma Suprema Corte engajada na direita, garantiu os sufrágios dos delegados eleitores daquele estado a Bush.

Os resultados dessa violência judiciária são os que conhecemos: atentado às Torres Gêmeas; a invasão do Iraque e do Afeganistão; milhares de soldados ianques e de seus aliados  mortos; centenas de milhares de civis chacinados naqueles países e nos outros que se seguiram;  o retorno da barbárie de Estado, com os seqüestros de suspeitos no mundo inteiro, pelos agentes da CIA, Guantánamo, Abu Ghraib e outros centros de tortura e morte. São os estigmas de um tempo orgulhoso de seus amplos conhecimentos científicos. Uma época em que o iluminismo se dissolve nas trevas da selvageria.

Muitos são os estudos sobre a relação entre o mito e a realidade na formação espiritual dos Estados Unidos. Esses estudos remontam aos passageiros do Mayflower, animados pela visão teológica do contrato dos homens com Deus e com o destino, fundado na Última Ceia de Jesus com seus discípulos. The convenants se chamava a seita protestante chefiada por William Bradford, o líder dos peregrinos que chegaram em 1620 à baía de Plymouth, e fundaram a colônia que deu origem política à Nova Inglaterra. Os convenants, reconhecem os historiadores, eram uma dissidência – ou heresia – de esquerda no anglicanismo, e com essa orientação Bradford governou diretamente a comunidade, durante 30 anos. A mesma orientação seguiu John Winthrop, na Colônia de Massachusetts, um pouco mais ao norte.

O melhor dos Estados Unidos surgiu ali, na Baía de Massachusetts,  com a educação universalizada, as decisões tomadas democraticamente, o trabalho persistente e a solidariedade. O pior, também, com o fanatismo religioso, a repressão ao amor não convencional, a caça às bruxas. Não é por acaso que Arthur Miller recorre às feiticeiras de Salém a fim de explicar o irracional processo do macarthismo, em sua peça clássica, The Crucible, de 1952.

Uma análise mais acurada da história dos Estados Unidos encontrará na palavra escrita o grande vetor de seu desenvolvimento. No primeiro século, foram a Bíblia e os textos religiosos impressos que construíram o mito, ao qual se ajustava a realidade. No século 18, foram os textos jornalísticos, inspirados na filosofia moral e política inglesa, fundada no pensamento greco-romano. Esses textos impressos na Nova Inglaterra – alguns deles traduzidos para o entendimento popular, como os de Thomas Payne, entre os quais o mais lúcido de todos, The Common Sense -  mobilizaram as colônias para a autonomia.

Meditados e discutidos, foram  o germe da Declaração da Independência e da Constituição de 1787. A partir de então, os papéis impressos se encarregam de fazer a realidade norte-americana, na reconstrução mítica da História,  e na projeção ficcional da contemporaneidade de cada tempo. Tratou-se de um processo dialético, no qual a ficção e a contrafacção histórica alimentaram a realidade e  essa realidade induzida realimentou o mito. E, nisso, chegamos às eleições de hoje.

Em texto publicado anteontem na edição online do New York Times, o professor de História da Academia Naval dos Estados Unidos, e ex-oficial da Marinha, Aaron O’Connell, trata da permanente militarização dos Estados Unidos, contra a qual Eisenhower advertira, há 51 anos, e a atribui, entre outras razões, ao mito da superioridade militar norte-americana no mundo.

“Nossa cultura militarizou-se desde Eisenhower – escreve O’Donnel – e os civis, não os serviços armados, são a causa principal disso. Dos congressistas que apelam para o apoio às nossas tropas, a fim de justificar os gastos com as guerras, aos programas de televisão e aos jogos como os “NCIS”, “Homeland” e “Call of Duty” ao vergonhoso e irreal reality show “Stern earn Stripes”, os norte-americanos são submetidos à sua dieta diária de estórias que valorizam o militarismo, enquanto os redatores dessas estórias cumprem a sua tarefa por oportunismo político e seus resultados comerciais”.

O’Connell poderia ir mais atrás em suas reflexões, lembrar “O Destino Manifesto” de John Sullivan e o endeusamento dos assassinos de índios, como o general Custler, e os heróis de fancaria, como Buffalo Bill e os reles assassinos do Oeste, elevados à glória pelas revistas de cinco centavos, entre eles Jesse James, Billy the Kid, Doc Holliday – e, do outro lado, o lendário Wyatt Earp, também muito menor do que a sua lenda.

O’Connell pondera que os veteranos de guerra merecem todo o respeito e o afeto de seus concidadãos, como os merecem também os policiais, os que se dedicam aos trabalhos nas emergências, e os professores. Mas nenhuma instituição, e menos ainda as que são mantidas com o dinheiro dos contribuintes, está imune às críticas.

O mesmo autor cita, ainda, outra frase de Eisenhower, ao assumir a presidência, em 1953: “Cada arma que é fabricada, cada nave de guerra lançada, cada foguete disparado, significa, em seu sentido final,  um roubo contra aqueles cuja fome não foi satisfeita, contra aqueles que têm frio e não foram agasalhados”. 

É conhecido o telegrama do grande magnata do jornalismo ianque, na passagem do século 19 para o século 20, William Hearst, a seu repórter-ilustrador Frederic Remington enviado a Havana – que comunicara ao patrão a inexistência de fatos em Cuba que merecessem cartoons de denúncia contra os espanhóis: “você me forneça os desenhos, e eu fornecerei a guerra”. O envenenamento da opinião pública foi de tal intensidade, pelas duas grandes cadeias de jornais (a de Hearst e a de Pullitzer) que William James, ao falar para os estudantes de Harvard, e se opor à guerra que a imprensa pedia, foi intensamente vaiado.

Um dos mais respeitáveis pensadores do mundo, James – pai da psicologia moderna – comparou os jovens que o insultavam, por pedir a paz, a uma imensa horda de lobos sedentos de sangue. Com esse passado de ambigüidades e conflitos morais e ideológicos, os Estados Unidos vão hoje às urnas. O mais antigo e respeitado jornal americano, o The New York Times, que não se somara ao belicismo de Pullitzer e Hearst, na Guerra da Espanha, declarou seu apoio a Obama. Murdoch, com seus jornais e sua televisão, prefere Mitt Romney.

Romney, em declaração durante a campanha, reafirma a doutrina do direito ao império universal pelos Estados Unidos, a do Destino Manifesto, de 1845,  ao dizer que “Deus não criou este país para que fosse uma nação de seguidores. Os Estados Unidos não estão destinados a ser apenas um dos vários poderes globais em equilíbrio. Os Estados Unidos devem conduzir o mundo ou outros o farão.” 

Se Frederic Remington não houvesse fornecido as imagens falsas de Cuba, Hearst talvez não tivesse conseguido a guerra, e a história dos Estados Unidos no século 20 fosse outra. O governo de McKinley relutara o máximo em seguir os belicistas.

Esta é uma lição para muitos jornalistas brasileiros, que sabem muito bem do que estamos falando. 

FHC: A Imprensa é a minha Justiça! PGR, STF… prá quê?!

Ilustração: A Justiceira de Esquerda
FHC confirma que no seu governo quem faz Justiça, acusa, denuncia, processa é a #MidiaVenal conhecida como imprensa no mundo  e no Brasil por PIG – Globo, Veja, FSP, Estadão, Band – Família Civita, Família Mesquita, Família Frias e seus pitbulls – bonner, poeta, reinaldo azevedo, jabor, merval, noblat, miriam leitão, boris casoy, waack, mainardi et caterva que abertamente cumprem com sua agenda, há décadas,  junto aos partidos de “oposição” que lutam desesperadamente contra o povo brasileiro. #NomeAosBois 
Essa quadrilha ( Para Rosa Weber, pode ser considerada quadrilha apenas a * “reunião estável” com o fim de cometer uma série indeterminada de crimes) midiática (uso indevido das concessões públicas, desrespeitar a Constituição manipulando a opinião pública com mentiras, distorções, omissões da informação; derrubar governos, ministros; interferir em eleições veja reportagem da Record aqui),  sempre “esquece” de dar notícias de interesse nacional seguindo a cartilha de seus “patrões”que não residem por aqui ex: Os 10 maiores Crimes de Corrupção , Mensalão do PT, que vergonha!  , inclusive livros que vendem muito, não merecem a  atenção desta turma: Livro mais vendido do ano, indicado para o Prêmio Jabuti.
*”reunião estável” – PIG há décadas agindo impunemente.





Governo de FHC – O Paraíso na Terra!

O “SALVE-GERAL” DO PIG E MALOQUEIROS DA MÍDIA




Petista bom é petista preso ou esculachado nas manchetes de jornais ou em horário nobre no Jornal Nacional. Já derrubamos, na moral, Zé Dirceu, Genoíno e Delúbio dentre outros. O nosso alvo prioritário agora é o Luiz Inácio Lula da Silva.

    Conversa Afiada reproduz sugestão do amigo navegante Lula Miranda.

    Saiu na Carta Maior:

    O SALVE GERAL DA MÍDIA ORGANIZADA



    por Lula Miranda

    A orientação é clara: petista bom é petista preso ou esculachado nas manchetes de jornais ou em horário nobre no Jornal Nacional. Já derrubamos, na moral, Zé Dirceu, Genoíno e Delúbio, dentre outros. O alvo prioritário agora é o Luiz Inácio Lula da Silva.

    O “documento”, transcrito a seguir, foi encontrado por membros de uma comissão composta por integrantes do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e do sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo numa batida dada em bocas de notícia de favelas da mídia de São Paulo. Nessa transcrição foi, sempre que possível, corrigida a grafia e a sintaxe, mas foi preservada a linguagem, repleta de gírias de uso comum da “bandidagem”, para assegurar sua autenticidade.

    Para todos os irmãos das quebradas das margens fétidas do Rio Pinheiros, nas proximidades da bocada da estação de trem e metrô de Pinheiros e também a rapaziada do trecho do “Mocó do Tô numa Frias”, na Barão de Limeira, mais conhecida como favela do Sovaco da Serpente e, no Rio de Janeiro, a rapaziada da invasão da Caixa de Pandora, no Jardim Botânico, determinamos que todos os irmãos têm a obrigação de enquadrar todos os folgados dos petistas e, notadamente, o tal do Lula, cujo partido apesar das denúncias e manchetes espetaculares do tal do “mensalão” ainda logrou êxito em conquistar praças eleitorais importantes, como São Paulo, e ainda conquistou 634 prefeituras nessas últimas eleições, tornando-se a legenda mais votada.

    “Essas medidas estão sendo tomadas no intuito de nos defender, pois somos homens e não iremos nos intimidar com tal covardia(…)” petista, que está sorrateiramente conquistando nossas cidadelas e enfraquecendo o nosso poder.

    A cada dia os irmãos deverão colocar na praça uma denúncia nova. O irmão da quebrada da podridão do Rio Pinheiros dá a lança e os irmãos das demais quebradas vão na sequência, no mesmo tom: denúncia seguida de denúncia, enquadre seguido de enquadre, mentira seguida de mentira.

    Sendo petista, vale até avacalhar. A face da vítima, a verdade, deverá ser desfigurada, para assim evitar qualquer possibilidade de reconhecimento a posteriori. Não vai ficar gambé vermelho de pé! Apareceu com camisa vermelha e estrelinha branca, pode derrubar que é inimigo. A gente vamos [sic] acabar com essa raça.

    O primeiro levante vai ser dar força, vez e voz ao irmão Valério, que, já tava no esquema, ia puxar 40 anos no fechado e agora todos os irmãos vão espalhar esse boato por aí: Valério vai abrir o bico para dizer o que aconteceu, o que não aconteceu e o que a gente gostaria que tivesse acontecido. Quem quiser que assuma o B.O. Vai sobrar delação para tudo que é lado. Vamos colocar na conta de Lula e dos petistas tudo que é bronca: a começar pelo assassinato do prefeito de Santo André; o caso do dinheiro dos aloprados; depois a suspeita morte de JK, de Jango e até o suicídio de Getúlio Vargas. E vai por aí o nosso Salve. Salve Geral! Maloqueiros da imprensa do Brasil, uni-vos!

    A orientação é clara: petista bom é petista preso ou esculachado nas manchetes de jornais ou em horário nobre no Jornal Nacional. Já derrubamos, na moral, Zé Dirceu, Genoíno e Delúbio, dentre outros. O nosso alvo prioritário agora é o Luiz Inácio Lula da Silva e Gilberto Carvalho, depois, anotem aí o nome dos elementos, na sequência: Palocci, Mercadante, Padilha, Marta Suplicy, Marinho e, por fim, Dilma. O último vai ser esse novato aí, esse tal de Haddad. É denúncia em cima de denúncia, até derrubar o elemento. Detona geral, irmão, que nós vamos pras cabeças.

    Atenção: a ordem Suprema é aliviar para os caguetas [nota: corruptela de alcaguete] do Jefferson e Valério. Eles só dão fita torta e depoimento falso, mas tá branco. A fita é essa mesma, mano. Vamo que vamo avançando pelas sombras das quebradas.

    “Sendo assim essa determinação deve ser acatada pela Sintonia Geral e por toda Irmandade de todas as regiões [Veja, Folha, Estadão, TV Globo e afiliadas], pois somos um por todos e todos por um. A união faz a força, em cima de cada ação, cabe a reação. Boa sorte a todos.”

    Esse é o “Salve Geral” da mídia organizada [e “oligopolizada”] dos subcomandos da submáfia do crime de opinião. Quem não cumprir os ditames dos irmãos do crime vai entrar na geladeira ou vai levar tiro na mão e pagar pedágio. Não pode deixar de pagar todo dia 1º o arrego dos “colonistas do PIG” [by PHA]; não pode se esquecer de pagar os cabeça [sic] das faculdade [sic] também, os dôtô [sic] da opinião publicada e de sufocar os blogs de esquerda com a mordaça da judicialização (processo neles!). Quem não seguir o estatuto do “partido” vai ser julgado pelo tribunal do crime.

    Salve os irmãos do crime da opinião organizada, digo, da mídia golpista!

    [N.A. Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com personagens ou instituições da vida real terá sido mera coincidência.]

    Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.

    O perfeito idiota paulistano


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    Em um momento em que a região metropolitana de São Paulo – e, sobretudo, a capital paulista – vive um clima do mais puro terror ao menos em suas regiões periféricas e nas cidades do entorno, vale uma análise sobre uma parcela dessa sociedade que, tal qual a imprensa local, caiu em um dos mais escandalosos contos do vigário.
    Ano que vem, completar-se-ão dezoito longos anos desde que o PSDB venceu a primeira eleição para o governo do Estado de São Paulo. Em 1994, o partido elegeu Mario Covas. Reelegeu em 1998, em 2002 elegeu Geraldo Alckmin, que ficou no cargo até 2006, quando José Serra se tornou governador. Em 2010, Alckmin voltou ao governo do Estado.
    Nessas quase duas décadas de governos tucanos em São Paulo, ocorreu um fenômeno estranhíssimo. Embora a mídia paulista (liderada por Folha de São Paulo, Estadão e revista Veja, além das televisões e rádios locais) venha tratando de exaltar os “êxitos” na Segurança Pública que teriam sido logrados pelo governo tucano, não é isso o que se nota no cotidiano.
    Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, sob comando do PSDB, do quarto trimestre de 1995(primeiro ano do governo tucano do Estado) para o terceiro trimestre de 2012 o número de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) despencou de 2.388 para 1.143. Isso quando São Paulo vive um terror que, há 18 anos, era impensável neste Estado.
    Tudo isso se deve a uma parceria entre imprensa local e governo do Estado que alardeia dados falsos que uma classe média idiotizada compra acriticamente apesar de não ser raro que seja vitimada por essa violência e criminalidade que desde 1995 cresce sem parar.
    A degradação de São Paulo, sua perda de importância econômica em âmbito nacional, a criminalidade e a violência, o caos no transporte, o metrô que é o mais lotado no mundo, a periferia que conta com regiões que se equiparam a países miseráveis da África, tudo isso não é percebido por esse setor diminuto, porém barulhento, da população paulista e paulistana.
    A situação faz lembrar de um livro medíocre que a mídia ultraconservadora brasileira converteu em bíblia dessa classe média idiotizada. Trata-se do Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano, um livro sobre política escrito pelo escritor peruano Alberto Vargas Llosa.
    Originalmente redigido em castelhano e pertencente à tradição panfletária, a obra versa, em tom crítico e bem-humorado, sobre a influência que a ideologia esquerdista – notoriamente a linha de pensamento marxista – exerce na América Latina.
    Pois a compra acrítica dos embustes tucano-midiáticos sobre o desempenho social e econômico de São Paulo por essa classe média alta, preconceituosa e ignorante que infecta o Estado daria margem um Manual do Perfeito Idiota Paulistano, por exemplo.
    Na imagem em epígrafe, reproduzo reação de um legítimo representante desse setor da (alta) sociedade paulistana que, no Twitter, reagiu dessa forma messiânica ao post que publiquei na segunda-feira sobre a guerra civil paulista.
    Para tanto, o sujeito se baseou em dados da Secretária da Segurança Pública de São Paulo que há anos todos os estudiosos da área de segurança denunciam como fraudulentos. O perfeito idiota paulistano se refere ao gráfico abaixo reproduzido.
    É doloroso porque não se trata de um político, mas de um cidadão comum, jovem, instruído, mas que se deixa envolver pelas farsas com que o governo do PSDB conseguiu enredar o eleitor de São Paulo durante os últimos 18 anos.
    Através de supressão de ocorrências policiais, a SSP-SP, até há pouco, conseguiu vender a farsa de que São Paulo teria baixos índices de homicídios, tese que a mídia local e nacional vem divulgando gostosamente há anos.
    Mesmo em 2006, quando a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) promoveu o terror na região metropolitana de São Paulo, a mídia distorceu fatos e jogou a culpa dos ataques sobre o governo federal. Então ficou assim durante todos esses anos: os êxitos na Segurança eram do governo tucano e as falhas, do governo federal.
    No fim do ano passado, com a criminalidade já atingindo um patamar insuportável, num lampejo de honestidade raro na imprensa paulista, a tevê Bandeirantes apresentou uma matéria que mostrava como o governo paulista frauda estatísticas para vender farsas como a que usou o perfeito idiota paulistano da imagem que encima este texto.
    A matéria da Band revela casos como o do estudante da USP Felipe Ramos de Paiva, assassinado em maio do ano passado dentro do campus da universidade, ou do químico Marcelo Monteiro Fernandes, que, em agosto do mesmo ano, foi igualmente assassinado no bairro paulistano de Vila Sonia. Ambos ficaram de fora das estatísticas da SSP-SP.
    A matéria informa que, enquanto a sensação de insegurança, já no ano passado, explodia em São Paulo, a Secretaria de Segurança informava “queda” nos homicídios no Estado, com menos de 10 casos por 100 mil habitantes. Isso porque, segundo a Band, “Crimes graves, de grande repercussão, simplesmente desaparecem das estatísticas”.
    Assista, abaixo, a matéria da tevê Bandeirantes que explica como o PSDB paulista engana o Perfeito Idiota paulista e paulistano há quase vinte anos.