Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 25 de julho de 2012

A saga dos lacerdinhas e o fim do monopólio do rótulo


Durante muito anos, ouvindo rádio, vendo televisão e lendo jornais, eu me espantava com uma unanimidade: todos os dias os mesmos rotulavam as mesmas pessoas.
Todos os dias os mesmos rotulavam pomposamente seus oponentes de:
– Radicais
– Xiitas
– Fundamentalistas
– Ecochatos
– Malas
– Ignorantes
– Retrógrados
– Intransigentes
– Fanáticos
– Raivosos
– Obcecados ideológicos
Faziam isso em vários registros: ataques diretos, tom de ironia, pretenso humor, etc.
Tinham o monopólio do insulto, da rotulação, da etiquetagem. Só eles falavam. Era tanta convicção que não parecia haver espaço para a dúvida ou para o questionamento. Quem ia ver de muito perto o que estava acontecendo, claro, descobria o óbvio:
– Radicais, xiitas, fundamentalistas, malas, ecochatos, ignorantes, retrógrados, intransigentes, raivosos, fanáticos e obcecados ideológicos era todos os que atrapalhavam os interesses daqueles que tinham o monopólio do rótulo na mídia amiga.
Curiosamente quase todos os rótulos aplicados por eles cabiam-lhes perfeitamente. Os lacerdinhas podem ser definidos, caracterizados e explicados aos marcianos como:
– Radicais
– Xiitas
– Fundamentalistas
– Agrochatos
– Malas
– Ignorantes
– Retrógrados
– Intransigentes
– Raivosos
– Fanáticos
– Obcecados ideológicos
Há uma diferença: um lacerdinha é fanático, um obcecado ideológico que se acha neutro, acima das ideologias, objetivo, imparcial, detentor da verdadeira verdade.
Cansei de ver pessoas de diferentes partidos, marxistas ou não, sendo rotulados com a maioria das etiquetas aqui apresentadas como sendo meras constatações.
– Leonel Brizola era radical
– Maria do Rosário era fanática, raivosa, intransigente, etc.
– Luciana Genro idem
– Henrique Fontana também
– Heloísa Helena nem se fala.
Toda a esquerda era fundamentalista, fanática, ideológica, intransigente, etc.
Que estranho, que curioso: Paulo Maluf nunca recebia esses rótulos. Podia ser chamado de ladrão, mas de fanático e obcecado ideológico, pelos rotuladores da mídia, não.
Aprendi que todos os fanáticos e radicais eram bem menos fanáticos e radicais que seus rotuladores, que chegavam, e chegam, a babar de raiva e fanatismo quando os rotulam.
Nos últimos anos, depois da morte do fanático principal da mídia fashion, Paulo Francis, que herdara a verve inescrupulosa de Carlos Lacerda, surgiu uma penca de lacerdas com menos brilho, mas com muita baba ideológica: Olavo de Carvalho, o autodenominado filósofo Pondé, Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Ali Kamel, Demétrio Magnoli e outros lacerdões, campões de mediocridade obscena, que são os ídolos de lacerdinhas regionais e de lacerdinhas sem mídia, numa cadeia ideológica disseminada.
Falo tudo isso pelo seguinte: muitos lacerdinhas estão ofendidos. Não aceitam ser rotulados. Acham que rotulá-los é desqualificação inaceitável, agressiva e injusta.
Não admitem expressões como “cérebro de ervilha”.
Sentem-se saudades do tempo em que só eles podiam rotular.
Dez maneiras de identificar um lacerdinha:
1 – Um sujeito que, em nome da direita, diz que não há mais direita e esquerda, fazendo, em seguida, um discurso furioso, radical e fanático contra a esquerda que não existe.
2 – Um cara que, em defesa da sua ideologia, afirma que não existem mais ideologias e, na sequência, faz um discurso ideológico fanático contra o ideologismo de esquerda.
3 – Um sujeito que treme de fúria ideológica, chamando seus oponentes de burros, atrasados, imbecis, perigosos e radicais, em nome da neutralidade analítica.
4 – Um cara que, ao ouvir uma crítica a um ditador de direita, acha que haverá necessariamente a defesa de um ditador de esquerda.
5 – Uma figura que jamais criticou a Lei do Boi – cotas para filhos de fazendeiros em universidades públicas –, mas é contra cotas raciais e até sociais.
6 – Um tipo que defende a democracia, mas está disposto a apoiar ditaduras de direita se elas lhe trouxeram benefícios econômicos e silenciarem seus oponentes.
7 – Um “ponderado” analista, defensor do Estado mínimo, que exigirá um Estado máximo quando sua empresa estiver falindo ou precisando de um empréstimo a juros baixos.
8 – Um crítico ferrenho de políticas de compensação por falta de oportunidades equivalentes salvo quando, como produtor, exige compensações por se sentir sem condições equivalentes para competir, por exemplo, no mercado internacional.
9 – Um indivíduo que passa a vida classificando as pessoas em nós e eles, fanáticos e razoáveis, estúpidos e racionais, xiitas e ponderados, e, quando classificado de lacerdinha, faz longos discursos contra esse tipo de simplificação classificatória.
10 – O representante de grupos que sempre encontraram maneiras de obter benefícios a partir de casuísmos, leis de exceção, contingências mais ou menos justificadas, contextos sociais e históricos, mas que, quando seus oponentes se organizam para tirar-lhes privilégios ou reparar prejuízos históricos, transformam-se em defensores de princípios pretensamente racionais, abstratos e universais de concorrência.
Há outras maneiras de identificar um lacerdinha, mais práticas:
– Contra o golpismo de Chávez, mas a favor do golpe no Paraguai
– Contra cotas, aquecimento global, áreas de proteção permanente, pagamento de multas por destruição do meio ambiente, código florestal ambientalista, impostos sobre grandes fortunas, bolsa-família, Prouni e outras políticas ditas assistencialista.
– A favor de incentivos fiscais para empresas multinacionais.
– Contra comissão da verdade e qualquer investigação que possa deixar mal os torturadores do regime militar brasileiro implantado em 1964.
– Contra a corrupção, especialmente se envolver políticos de esquerda, sem a mesma verve quando se trata de alguma corrupto de direita.
– Sempre pronto a chamar de petista quem lhe pisar nos calcanhares.
– Estrategicamente convencido de que a corrupção no Brasil foi inventada pela esquerda.
– A favor da universidade pública para os melhores, desde que o sistema não se alterne e os melhores continuem sendo majoritariamente os filhos dos mais ricos e com melhores condições de preparação e de ganhar uma corrida pretensamente objetiva e neutra.
– A favor, quando se fala em cotas, de melhorar o nível do ensino básico e de ampliar as vagas para evitar políticas discriminatórias, esquecendo das tais melhorias assim que o assunto sai da pauta da mídia ou é superado por alguma final de campeonato.
– Defensor da ideia de que, na vida, é cada um por si, salvo se houver quebra de safra, redução nos lucros, crise econômica internacional ou qualquer prejuízo maior. Nesses casos, o Estado deixa de ser tentacular, abstrato e opressor para ser uma associação de pessoas em favor dos interesses da sociedade na sua totalidade.
Faça o teste: quem preencher 60% dessas características é um lacerdinha.
Teste definitivo: lacerdinha é todo cara que se ofende ao ser chamado de lacerdinha.
 
Juremir Machado

Nassif: Cerra é um psicopata

Para Nassif essa atitude é uma vingança do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo e também uma tentativa de intimidar as empresas que patrocinam os blogs.


Saiu no Brasil Atual:

“Serra é um psicopata”, diz Nassif


Ao comentar a representação que o PSDB apresentou à Procuradoria Geral Eleitoral, onde pede investigações sobre o patrocínio de empresas públicas a sites e blogs, o jornalista Luis Nassif lamenta que o partido tenha entrado no jogo de José Serra. Para Nassif essa atitude é uma vingança do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo e também uma tentativa de intimidar as empresas que patrocinam os blogs. O jornalista afirma que “Serra é um psicopata”. Entrevista à repórter Marilu Cabañas.
Clique aqui e ouça

Em tempo: também do Brasil Atual:

Usuários do Twitter fazem manifestação virtual contra censura de blogues


São Paulo – O termo #SerraCensor conquistou hoje (24) a preferência dos usuários do Twitter: falou-se tanto no desejo de José Serra em calar a voz dos blogues e das redes sociais durante a campanha eleitoral que o ‘apelido’ dado ao candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo alçou a lista dos trending topics, que é como são chamados os assuntos do momento no Twitter.

“#SerraCensor, pode me bloquear, pode me prender, mas eu não mudo de opinião: em você eu não voto não!”, comentou a usuária do Twitter Avelina Martinez, fazendo referência ao samba “Opinião”, de Zé Keti. “Com sua intolerância, #SerraCensor se torna uma vergonha para a democracia no Brasil conquistada com tanta luta, sangue, suor e lágrimas”, arrematou Enio Barroso Filho.

Diante da tentativa do PSDB de barrar páginas da internet críticos a José Serra, alguns usuários do Twitter organizaram o chamado tuitaço – ação organizada na rede social para fazer com que um tema específico entre para os trending topics e chame a atenção da sociedade e dos meios de comunicação. E conseguiram seu objetivo. Por volta das 19h, o deputado federal Paulo Teixeira (PT) anunciava que #SerraCensor havia chegado à terceira posição nos assuntos mais falados do Twitter.

O PSDB entregou ontem à Procuradoria Geral Eleitoral uma representação pedindo a investigação de blogues e sites que considera críticos ao candidato tucano. O partido acredita ser necessário apurar “a utilização de organizações, blogs e sites financiados com dinheiro público, oriundo de órgãos da administração direta e de estatais, como verdadeiras centrais de coação e difamação de instituições democráticas”.

Celso Russomano quer “construir e prevenir” sexualidade de jovens



O jornal O Estado de São Paulo relatou entrevista que lhe concedeu o candidato a prefeito de São Paulo pelo PRB, Celso Russomano, e pacto de apoio mútuo que este teria feito com José Serra para um eventual segundo turno da próxima eleição de forma que aquele, entre os dois, que não passasse do primeiro turno apoiasse aquele que passasse.
Detalhe: os dois candidatos negam o acordo.
Sobre o acordo, se existir, nada a espantar. Como se verá adiante, Russomano e Serra têm visões obscurantistas bastante similares. Em relação à entrevista, o candidato do PRB a prefeito de São Paulo atacou o adversário Fernando Haddad por conta do kit anti-homofobia proposto pelo MEC e posteriormente descartado por pressão de setores religiosos e da mídia.
Durante o ataque ao candidato do PT a prefeito de São Paulo, Russomano exprimiu sua visão espantosa sobre “a sexualidade das pessoas”, que, segundo as suas palavras, pode ser “construída” e precisa ser “prevenida”.
“Eu sou contra a forma como ele foi feito”, disse Russomanno em relação ao projeto para combater a homofobia nas escolas. A frase polêmica que proferiu em seguida é, textualmente, a seguinte: “Não é dessa forma que você vai construir a sexualidade das pessoas. Deveria haver uma aula nas escolas sobre a sexualidade das pessoas, para haver prevenção.”
Russomano, ao contrário do que diz a ciência, parece acreditar que a sexualidade do espécime humano pode ser “construída”, ou seja, formatada, direcionada, quando o que se sabe é que os mamíferos nascem com tendências sexuais intrínsecas que só se guiam pelo inconsciente, desprezando estímulos externos assim como uma pessoa gosta ou não de determinada comida.
Com efeito, não se pode fazer alguém gostar de jiló se a pessoa não gostar. Pode envolvê-lo na mais bela embalagem e todos no entorno devorarem o vegetal que quem não gosta continuará não gostando. Meu filho, por exemplo, odeia tomate. O resto da família adora, come muito, mas ele jamais conseguiu digerir tomate preparado de forma alguma.
Sobre “prevenir sexualidade” de crianças e adolescentes, essa é a parte mais preocupante do pensamento de mais esse esteta do obscurantismo. Prevenção se faz contra doenças. Não se previne orientação sexual porque ser heterossexual, homossexual ou bissexual é da natureza humana e nenhuma dessas formas pode ser dita doentia.
Eis, portanto, o que está em jogo na próxima campanha eleitoral. E não só para os sofridos paulistanos, mas para todo o Brasil, pois esses ideólogos do atraso, da burrice e do preconceito têm evidência nacional e, assim, podem espalhar seus graves problemas psicológicos e essa incapacidade doentia de lidar com a diferença.

                                                    @@@@
PQP, cada doido que aparece !!!!
O sistema educacional público paulista , como é do conhecimento geral , encontra-se na maior penúria porém encontramos pérolas de candidatos, como este senhor, que ao contrário de preocupar-se em melhorar o sistema de ensino, com foco na valorização dos profissionais de ensino, veem com esse tipo de pensamento arcaico fanático religioso de puro preconceito.
O que será que preocupa tanto esta gente em relação a sexualidade alheia? Caso seja por interpretação da leitura bíblica , esse pessoal anda interpretando a sua melhor conveniência. Ou será que esta leitura afeta o cérebro? Creio que não pois eu mesmo estaria lesado e com mesmo tipo de idiotia.

O apedeuta.

BESSINHA

Serra na beira da cachoeira

Veridiana Alimonti: Tabela mostra que brasileiro paga bem mais que estrangeiro por telefonia

por Luiz Carlos Azenha

A advogada Veridiana Alimonti, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), concorda que a recente decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), de suspender as vendas de novos serviços por operadoras de telefonia móvel enquanto elas não apresentarem planos de investimentos para melhoria dos serviços representa uma mudança significativa. Antes a Anatel optava por aplicar multas. Quando pagas, levava meses. Agora a pressão sob as operadoras aumentou, já que as perdas em vendas serão diárias.
Porém, isso não vai ter impacto direto em outra questão que preocupa os usuários: o preço.
O brasileiro paga uma das maiores tarifas de telefonia móvel do mundo, de acordo com estudo divulgado em 2011, com dados de 2010, da International Telecommunication Union. A ITU comparou uma cesta de serviços e ponderou o valor em relação à renda per capita do país. Dentre os 165 países pesquisados, o Brasil apareceu na posição 125 (na sétima coluna, a partir da esquerda, aparece o valor em dólares da cesta):

Segundo a advogada do IDEC, há problemas que vão muito além dos que levaram à suspensão das vendas de novos serviços, ou seja, os problemas na taxa de conexão das chamadas ou a má qualidade no atendimento dos call centers, que não resolvem as reclamações dos usuários.
Veridiana concorda que a legislação municipal brasileira dificulta a instalação de antenas para expansão da rede.
O Brasil tem hoje menos antenas de telefonia móvel que a Itália, por exemplo, um país muito menor.
Independentemente de as operadoras terem razão sobre as dificuldades burocráticas, isso “demonstra que as empresas sabem que estão operando acima de sua capacidade”.
Em outras palavras, Veridiana acredita que as próprias operadoras deveriam fazer uma expansão racional, sem atropelos que tornem ainda pior um serviço sofrível.
Além de novos investimentos, a advogada do IDEC acredita que deva haver um esforço conjunto para sanar o problema da instalação de antenas.
Também é preciso reduzir o custo das tarifas de interconexão, ou seja, os preços pagos por quem faz chamadas fora de sua operadora ou de telefone fixo para celular ou vice-versa.
Finalmente, na opinião de Veridiana Alimonti, as operadoras deveriam compartilhar infraestrutura, evitando triplicar ou quadruplicar equipamentos em determinadas regiões.
Com esse conjunto de medidas os preços de hoje poderiam cair.
Muito embora haja mais linhas de telefonia móvel habilitadas que brasileiros, de acordo com Veridiana ainda há muito usuário sem acesso à telefonia móvel, especialmente na zona rural e nas classes D e E: é que muitos usuários habilitam dois ou três chips diferentes, justamente para tirar proveito das vantagens oferecidas por um sistema “exclusivista”.
“Dá uma impressão muito grande de que avançamos muito na democratização do acesso — praticamente o Brasil inteiro tem telefone celular — mas não é verdade”, afirma.


Dra Cureau, o Conversa Afiada está à sua espera

Se eles pensam que vão calar na Justiça, é inútil.

O ansioso blogueiro está em Londres, onde participa da cobertura das Olimpíadas, na equipe da TV Record.

Nas horas vagas, poucas, dedica-se à leitura de “Dial M for Murdoch – News Corporation and the corruption of Britain”, de Tom Watson e Martin Hickman, que conta como Rupert Civita acabou nas barras da Lei – clique aqui para ler “Justiça inglesa pega Robert(o) Murdoch”.

Amigo navegante liga do Brasil para elogiar o apoio que Rui Falcão, presidente do PT, deu ao ansioso blogueiro e a Luis Nassif, que trata o Padim Pade Cerra pelo que ele é na vida real: o nosso Putin.

Até então o ansioso blogueiro não tinha se dado conta de que, provavelmente, o Padim e o Gigante dos Orçamentos, o Sergio Guerra, presidente do PSDB, recorreram ao Ministério brindeiro Público, e à dra Sandra Cureau para exercer o patético papel de censurar a blogosfera.

Um exercício em blogofobia, como diz o Leandro.

O que o Padim e o Gigante dos Orçamentos fizeram foi, talvez, cair na área porque o juiz dá pênalti.

A Dra Sandra Cureau reaparece do merecido anonimato em períodos eleitorais.

É quando ela tenta fechar a Carta Capital.

E o Conversa Afiadae perde.

O Conversa Afiada já tinha tratado dessa renovada tentativa do Cerra de censurar a blogosfera – como faz com os pobres repórteres do PiG (*) -, da mesma forma que a Folha e o Gilmar tinham antes ameaçado.

Isso não vai longe.

Se eles pensam que vão calar na Justiça, é inútil – comprove na aba “Não me calarão”.

A essa altura das Olimpíadas, quem está com medo da Justiça não são os blogueiros sujos, mas o Brindeiro Gurgel, sob suspeita de ser um prevaricador, e o Robert(o) Murdoch e seus Policarpos.

O competente advogado Cesar Marcos Klouri, que defende o ansioso blogueiro em causas cíveis, está preparado para terçar armas com a Dra Cureau.

Na verdade, deve estar também ansioso para travar essa batalha entre a Luz e a Treva.

Entre a Liberdade de Expressão e a Democracia Russa.

Em tempo: se necessário for, o ansioso blogueiro fará à Dra Cureau o favor de contar como é que funcionava o  Ministério da Comunicação Social, no Governo Cerra/FHC, sob a batuta do Embaixador Andrea Matarazzo. Para ela ter uma ideia de como a Globo nadava de braçada. E Cerra/FHC salvavam a Democracia ! Qualquer dúvida, basta perguntar ao Nizan, que entende muito dessa relação Globo/FHC.

Em tempo 2: para que o amigo navegante não pense que é dura a vida de um enviado especial às Olimpíadas, o ansioso blogueiro assistiu a inesquecível regência de Daniel Barenboim da Sétima de Beethoven, com a West-Eastern Divan Orchestra, num lotado Royal Albert Hall, memorável experiência em si própria. O ansioso blogueiro faz essa inútil observação só para se divertir com um merval global, que foi a uma temporada musical em Viena e registrou no Globo, como se fosse o primeiro a ir a Meca.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Leandro Fortes: a blogofobia de Cerra

Um candidato de direita, apoiado pelos setores mais reacionários, homofóbicos, racistas e conservadores da sociedade brasileira a chamar seus opositores de nazistas. Antes fosse só uma piada de mau gosto.


Saiu na Carta Capital:

A blogofobia de José Serra


A blogosfera e as redes sociais são o calcanhar de Aquiles de José Serra, e não é de agora. Na campanha eleitoral de 2010, o tucano experimentou, pela primeira vez, o gosto amargo da quebra da hegemonia da mídia que o apóia – toda a velha mídia, incluindo os jornalões, as Organizações Globo e afins. O marco zero desse processo foi a desconstrução imediata, online, da farsa da bolinha de papel na careca do tucano, naquele mesmo ano, talvez a ação mais vexatória da relação imprensa/política desde a edição do debate Collor x Lula, em 1989, pela TV Globo. Aliás, não houvesse a internet, o que restaria do episódio do “atentado” ao candidato tucano seria a versão risível e jornalisticamente degradante do ataque do rolo de fita crepe montado às pressas pelo Jornal Nacional, à custa da inesquecível performance do perito Ricardo Molina.

A repercussão desse desmonte midiático na rede mundial de computadores acendeu o sinal amarelo nas campanhas de marketing do PSDB, mas não o suficiente para se bolar uma solução competente nas hostes tucanas. Desmascarado em 2010, Serra reagiu mal, chamou os blogueiros que lhe faziam oposição de “sujos”, o que, como tudo o mais na internet, virou motivo de piada e gerou um efeito reverso. Ser “sujo” passou a ser um mérito na blogosfera em contraposição aos blogueiros “limpinhos” instalados nos conglomerados de mídia, a replicar como papagaios o discurso e as diatribes dos patrões, todos, aliás, alinhados à campanha de Serra.

Ainda em 2010, Serra tentou montar uma tropa de trolls na internet comandada pelo tucano Eduardo Graeff, ex-secretário-geral do governo Fernando Henrique Cardoso. Este exército de brucutus, organizado de forma primária na rede, foi facilmente desarticulado, primeiro, por uma reportagem de CartaCapital, depois, por uma investigação do Tijolaço.com, blog noticioso, atualmente desativado, do ministro Brizola Neto, do Trabalho.

Desde então, a única estratégia possível para José Serra foi a de desqualificar a atuação da blogosfera a partir da acusação, iniciada por alguns acólitos ainda mantidos por ele nas redações, de que os blogueiros “sujos” são financiados pelo governo do PT para injuriá-lo. Tenta, assim, generalizar para todo o movimento de blogs uma realidade de poucos, pouquíssimos blogueiros que conseguiram montar um esquema comercial minimamente viável e, é preciso que se diga, absolutamente legítimo.

Nos encontros nacionais e regionais de blogueiros dos quais participo, há pelo menos três anos, costumo dar boas risadas com a rapaziada da blogosfera que enfrenta sozinha coronéis da política e o Poder Judiciário sobre essa acusação de financiamento estatal. Como 99% dos chamados blogueiros progressistas (de esquerda, os “sujos”) se bancam pelo próprio bolso, e com muita dificuldade, essa discussão soa não somente surreal, mas intelectualmente desonesta. Isso porque nada é mais financiado por propaganda governamental e estatal do que a velha mídia nacional, esta mesma que perfila incondicionalmente com Serra e para ele produz, não raramente, óbvias reportagens manipuladas. Sem a propaganda oficial do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobras, todos esses gigantes que se unem para defender a liberdade de imprensa e expressão nos convescotes do Instituto Millenium estariam mendigando patrocínio de açougues e padarias de bairro para sobreviver.

Como nunca conseguiu quebrar a espinha dorsal da blogosfera e é um fiasco quando atua nas redes sociais, a turma de Serra tenta emplacar, agora, a pecha de “nazista” naqueles que antes chamou de “sujo”. É uma estratégia tão primária que às vezes duvido que tenha sido bolada por adultos.

Um candidato de direita, apoiado pelos setores mais reacionários, homofóbicos, racistas e conservadores da sociedade brasileira a chamar seus opositores de nazistas. Antes fosse só uma piada de mau gosto.

PSDB: O ESTADO-ANUNCIANTE E A LIBERDADE SUJA


*Espanha na contagem regressiva: país decreta a moratória pelas beiradas** hoje foi a vez da comunidade ('estado') da Catalunha anunciar que não tem mais como se financiar;  Valencia e Múrcia fizeram o mesmo dias atrás** governos regionais pedem socorro a Madrid que já não tem onde se ancorar**mercados pressentem a quebra e exigem  juros recordes para emprestar ao Tesouro espanhol, independente do prazo. Difícil.
 
A representação do PSDB ao Procurador Geral Eleitoral contra blogs que criticam suas lideranças e agenda partidária é um pastel revelador. O recheio exala as prendas do quituteiro; a oleosidade da fritura qualifica o estado geral da cozinha. Na primeira mordida fica explícito que a referência de 'bom' jornalismo do PSDB é a revista VEJA, uma ferradura editorial adestrada  para escoicear três dimensões da sociedade: agendas progressistas;  lideranças que as representem; governos que lhes sejam receptivos. Curto e grosso, o poder tucano pleiteia a asfixia publicitária -- com supressão de publicidade estatal-- de qualquer outra forma de imprensa que não se encaixe no tripé que o espelha. A singular concepção de pluralidade afronta boa parte dos sites e blogs  que se reservam o direito de exercer a crítica da sociedade e do desenvolvimento de uma perspectiva não conservadora. 'São blogs sujos', fuzila a representação tucana, cuja coerência não pode ser subestimada. Há esférica sintonia entre a forma como o PSDB se exprime e o higienismo de uma prática que São Paulo, a 'cidade limpa', conhece bem. (LEIA MAIS AQUI )