Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

segunda-feira, 2 de julho de 2012

TEQUILA COM PIMENTA. E PÓLVORA.

*Indústria desacelera nos EUA e tem 12ª queda na Europa, onde o desemprego atinge mais de 17,5 milhões de pessoas (11% da população)** candidato conservador do PRI, Peña Nieto, vence López Obrador  por uma diferença da ordem de cinco pontos: é a metade do que previam institutos de pesquisas suspeitos de  participação ativa na campanha de um candidato apoiado e produzido pela mídia**na capital a vitória da esquerda foi arrasadora: a vantagem do PRD , de Obrador, na Cidade do México, chega a 40 pontos 


O México tem o homem mais rico do mundo (Carlos Slim) e 42% da população na pobreza; o salário mínimo atual é  28% menor, em termos reais, do que há 17 anos, quando sua economia se fundiu a dos EUA com o Nafta; nesse caldo de cultura feito de desigualdade e desesperança o narcotráfico deita e rola; já fez mais de 50 mil cadáveres desde 2006. O conjunto será administrado nos próximos seis anos por um engomadinho que, na forma, no conteúdo e no patrocínio midiático lembra muito Fernando Collor de Mello. Peña Nieto é mais o cadeado de um modelo falido --com design renovado-- do que um candidato de carne e osso. A mistura de tequila com pimenta e pólvora ganhou um sopro de ar fresco nestas eleições,com a inesperada rebelião da juventude mexicana contra a manipulação midiática. Direto do México, Eduardo Febbro, ouviu  integrantes dessa nova  voz no viciado sistema político local. O movimento YoSoy 132 criou um canal próprio de TV para cobrir o pleito e discutir temas da campanha com os candidatos e com os eleitores, o canal 131. "O problema central no México não está no fato de que os meios de comunicação e o poder político sejam cúmplices, mas sim que são a mesma coisa", dizem eles.(leia a reportagem nesta pág)


A Rio+20 e a submissão ao poder financeiro

O documento final da conferência das Nações Unidas não menciona nem uma única vez a crise econômica e financeira global. Pouco importa que a crise já tenha se convertido na Segunda Grade Depressão. De alguma maneira, os funcionários do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA) consideraram que esse assunto não era relevante em uma conferência sobre sustentabilidade. Tentaram tapar o sol com um dedo, ignorando o fato de que o setor financeiro é o epicentro da crise global. O artigo é de Alejandro Nadal.

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNSD), mais conhecida como Rio+20, veio e foi embora. Poderia ter sido um ato importante, em vez disso, estabeleceu um novo padrão de como tornar-se irrelevante. A receita é simples: basta fazer de conta que nunca ouviu falar da crise global.

O documento final da UNCSD não menciona nem uma única vez a crise econômica e financeira global. Pouco importa que a crise já tenha se convertido na Segunda Grade Depressão. De alguma maneira, os funcionários do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA) consideraram que esse assunto não era relevante em uma conferência sobre sustentabilidade.

O PNUMA procurou levar adiante sua iniciativa sobre a economia verde. No relatório apresentado no Rio ela é definida como uma economia que aumenta o bem-estar, diminui a pobreza e melhora o meio ambiente. Tratar-se-ia de uma economia socialmente inclusiva, com baixas emissões de gases do efeito estufa e grade eficiência no uso e manejo de recursos.

Para transitar a uma economia verde é necessário investir 2% do PIB mundial (anualmente entre 2010-2050) em 10 setores chave. É uma quantidade importante. Onde se podem encontrar esses recursos? O PNUMA responde sem rubor: no setor financeiro. Segundo esta agência, o setor financeiro tem a sua disposição uma montanha de recursos e cada vez está mais interessado em uma carteira de investimentos que minimiza o custo ambiental e social, ao mesmo tempo em que capitaliza com tecnologias verdes.

A amizade do PNUMA com o setor financeiro é confirmada quando se mencionam os mercados e instrumentos que agora estariam do lado da justiça e da saúde ambiental: bônus verdes, bônus de carbono, REDD+, e ativos de propriedade verde, etc. Aí está: a financeirização da natureza. Nunca ocorreu aos funcionários do PNUMA que o desenvolvimento destes mercados novos provém da busca de espaços de rentabilidade em um mundo no qual a economia real permanece estancada.

O PNUMA no Rio tentou tapar o sol com um dedo. Quis ignorar o fato de que o setor financeiro é o epicentro da crise global. O colapso da economia mundial se mantém em aumento porque a opacidade das operações financeiras acelerou o contágio ao princípio e agora impede a reativação do mercado interbancário.

O PNUMA tem razão: o setor financeiro cresceu muito nos últimos vinte anos. Mas não lhes ocorre que isso é precisamente um sinal da patologia da economia global? O estancamento dos salários há três décadas explica o crescente endividamento das famílias. A demanda agregada foi impulsionada pelo endividamento e isso, por sua vez, explica como se levou a cabo um processo de redistribuição da riqueza dos mais pobres aos mais ricos. Instrumentos como os cartões de crédito, os empréstimos para estudantes ou para automóveis foram verdadeiros aspiradores para sugar recursos dos lares e levá-los aos bancos.

Um dos fatores que explica a expansão do setor financeiro é sua inclinação para introduzir inovações que fizeram as operações do setor mais opacas, disfarçaram riscos, aumentaram a propensão à volatilidade e incrementaram os níveis de influência. A financeirização converteu muitas operações em zona vedada para os reguladores e agências de supervisão. A autorregulação só proporcionou a ilusão de que se estava fazendo algo para frear os abusos.

Um ponto fundamental que o PNUMA não pode entender: uma proporção significativa da montanha de recursos em mãos do setor financeiro é riqueza contábil. Provém de um típico processo de inflação de ativos, ou seja, de uma bolha. A crise é a forma de destruir esse patrimônio que só existe na contabilidade. Para analistas como Nouriel Roubini ou Dean Baker, ainda falta muito para o processo deflacionário completar sua tarefa.
Além disso, uma parte desses recursos financeiros provém das operações de criação monetária dos bancos. Por exemplo: com seus empréstimos, os bancos da União Europeia criaram bilhões de euros do nada ou, como dizem, ex nihilo. E só uma fração minúscula desses créditos esteve respaldada por depósitos. O balão gigante ainda está esvaziando.

O PNUMA deveria estudar com seriedade a relação entre os setores financeiros e a realidade da economia. Os canais de transmissão entre estes setores são críticos para a manutenção da estabilidade macroeconômica. Em nossos tempos, as operações no setor financeiro propagaram e amplificaram a turbulência e puseram de joelhos a economia real. Caramba, até uma organização tão conservadora como o Comitê de Supervisão de bancos da Basileia (dependente do Banco Internacional de Compensações) se preocupa com estes temas. Por que os funcionários do PNUMA não podem fazer o mesmo?

(*) Alejandro Nadal é membro do Conselho Editorial de Sin Permiso.

Tradução: Libório Junior

Mídia sente efeito de críticas e deixa empregados divergirem

Vai passando despercebido um fenômeno poucas vezes visto na década passada e que era raro até há pouco tempo, mas que parece estar crescendo. Colunistas e comentaristas de renome na grande mídia estão eventualmente divergindo dos patrões – ou, se preferirem, da “linha editorial” dos veículos nos quais trabalham.
Ao longo dos últimos anos uma voz se levantou contra as posições monolíticas que aprisionavam todos os colunistas e comentaristas da grande mídia, sem qualquer exceção de relevo. Paulo Moreira Leite, colunista da Época, em seu blog hospedado no portal da Globo passou a divergir abertamente da ideologia e das posições políticas dos patrões.
Recentemente, mais dois jornalistas da Globo passaram a divergir da empresa pontualmente, coisa que não faziam em questões nas quais a grande mídia “fechava questão”. Ricardo Noblat e Miriam Leitão se rebelaram, em alguma medida.
Noblat, por exemplo, chegou a reconhecer a inexistência de provas ou indícios contra o governador petista Agnelo Queiróz e a existência de fartura de provas contra o tucano Marconi Perillo no que diz respeito às relações de ambos com Carlinhos Cachoeira. Além disso, tem se posicionado claramente contra o golpe no Paraguai.
Miriam Leitão, por sua vez, apóia a Comissão da Verdade sem investigação “dos dois lados”, farsa que pretende nivelar os crimes da ditadura à resistência a ela. E também condenou o golpe no país vizinho, ainda que tenha estragado tudo comparando a situação do Paraguai à da Venezuela, onde a democracia funciona de forma impecável no que diz respeito à vontade eleitoral do povo.
Já na Folha de São Paulo, Jânio de Freitas, que era o único a divergir de verdade da linha editorial e com frequência menos pífia, vem aumentando o próprio tom em um coro de divergentes do qual, talvez, tenha sido pioneiro. Também reconheceu a farsa contra Agnelo e foi peremptório ao condenar o golpe no Paraguai, no que teve a companhia de Clóvis Rossi.
Nessa questão do golpe paraguaio, aliás, contabilizam-se as maiores divergências com os editoriais dos jornalões que se viram nos últimos anos. Folha de São Paulo, O Globo, Estadão e Veja cerraram fileiras em torno dos golpistas, mas um contingente menos pífio de seus colunistas desmontou os editoriais dos patrões nesse sentido.
O que aconteceu com esses colunistas? Por que decidiram fazer um pouco de jornalismo? Pela primeira vez, em muito tempo, vejo divergência de alguma expressão na grande mídia.
Claro que, em questões como o golpe no Paraguai ou a “culpa” forjada de Agnelo Queiróz, a posição oficial dos grandes meios é avassaladora. Os “editoriais” pró-golpe de Arnaldo Jabor no Jornal da Globo, por exemplo, esmagam os textos discretos dos colunistas supracitados, QUASE sempre publicados SÓ em seus blogs.
Todavia, nunca antes na história deste país se viu tamanha divergência no PIG…
Esse fenômeno, com certeza, é uma vitória da blogosfera e das redes sociais. Não era mais possível que esses grandes veículos não oferecessem nada a quem pensa e tem algum conhecimento de política. As opiniões de Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo e outros animadores da platéia reacionária estão deixando de ser exclusividade.
Análises de melhor qualidade sobre a escandalosa deposição do presidente do Paraguai como as que vêm fazendo Clóvis Rossi, Miriam Leitão, Jânio de Freitas, Paulo Moreira Leite e Ricardo Noblat sugerem que esses jornalistas ainda nutrem aspirações quanto à própria imagem entre as pessoas de melhor nível intelectual. Mas será isso mesmo?
Já um Arnaldo Jabor, um Reinaldo Azevedo, um Augusto Nunes ou um Elio Gaspari abdicaram há muito tempo do jornalismo. Só isso explica as teses espantosas que formularam sobre um processo que jogou no lixo os votos de um presidente legitimamente eleito, com grande apoio popular em seu país e não menos apoio formal da comunidade internacional.
Nesse aspecto, chegam a ser incríveis os editoriais dos maiores jornais do país. Isso e o espaço que a Globo deu a um palhaço de circo como Arnaldo Jabor para ficar insultando os presidentes dos países com os quais o Brasil mantém intensas relações institucionais e de amizade, mas, claro, sem conseguir explicar o rito sumário que expurgou Lugo em horas.
Todavia, o fato é que não confio nessa repentina conversão desses colunistas ao bom jornalismo. Basta ver o que disse Miriam Leitão, que haveria alguma contradição entre o Mercosul suspender o Paraguai e aceitar a Venezuela como sócio pleno do organismo. Ela dá uma no cravo e outra na ferradura.
Qual foi a ruptura institucional que a Venezuela promoveu? Chávez está no poder pela vontade do povo. Todas as eleições foram auditadas pela ONU, pela OEA e por centenas de observadores internacionais. E é mentira que não se pode criticar o governo. Para comprovar, basta ir até lá e comprar um jornal ou ver tevê.
A Globovisión, entre outras tevês, continua fustigando abertamente Hugo Chávez. Seu adversário nas próximas eleições tem todo espaço na mídia e apoio financeiro de que precisa. Quem praticou ruptura institucional na Venezuela – ou tentou praticar – foi a oposição a Chávez, não ele. Acusam Chávez de manter o povo ao seu lado.
Não existe uma só notícia de constrangimento da candidatura de oposição venezuelana. Usam a recusa dessa oposição de participar das eleições, há alguns anos, para acusar de despotismo um governo que adquiriu maioria avassaladora, naquele pleito, porque seus adversários se suicidaram eleitoralmente. E por vontade própria. Daí Chávez aprovou o que quis, claro.
Ao comparar a situação paraguaia à venezuelana, portanto, Miriam Leitão mostra que há algo errado em sua conversão e de seus pares ao jornalismo. Parece que a grande imprensa sentiu as críticas de que praticamente não se via divergência em suas páginas e, assim, escalou alguns empregados para divergirem.

Petrobras: PiG ajuda empresa estrangeira


A Petrobras vai gastar em dez anos quase US$ 300 bilhões para explorar a primeira fase do pré-sal.


O PiG tem um problema com a Petrobras.

Quer fechá-la e entregar aos estrangeiros.

Isso não começou com a Petrobrax do Farol e do Cerra, seu Planejador-Maior.

Aliás, antes, os adversários da Petrobras escreviam bem e eram muito mais engraçados.

Como o Chateaubriand e o Roberto Campos, o Pai de Todos os Colonistas (*) do Neolibelismo (**) brasileiro.

(Como dizia o Delfim, o Campos era o ideólogo da Iniciativa Privada e ganhou a vida como empregado do Governo.

Esses neolibelistas (**) brasileiros …)

Agora, o PiG desistiu de explorar o pré-sal.

Talvez seja essa a maior herança do Nunca Dantes – ele reinventou a Petrobras do Dr Getúlio (o FHC ia enterrar o varguismo, lembra, amigo navegante ?) e entregou o pré-sal à Petrobras.

Aí, não tem mais jeito de o Cerra cumprir a promessa que fez à Chevron, segundo o Wikileaks.

Onde se concentra agora a bateria do PiG ?

Estes dias, o Globo, sempre o Globo, noticiou uma sessão do road-show da Presidente da empresa, Graça Foster, com investidores em Nova York.

(O Roberto Marinho só dava trégua à Petrobras, quando nomeava os presidentes, como o Hélio Beltrão.)

Por um descuido – foi deixado na poltrona ao lado do avião, numa  escala – o ansioso blogueiro leu trechos de uma reportagem sobre o pré-sal da revista Exame, do mesmo grupo do Robert(o) Civita e do Policarpo Jr.

As duas peças pigais – no Globo e na revista do Robert(o) – dançam o mesmo minueto.

No fundo, no fundo, a batalha agora é em torno das vendas à Petrobras.

Se não posso explorar a maravilha do pré-sal, vou ver se tomo conta do equipamento para explorar o pré-sal.

Perdemos uma batalha, mas não a guerra, dizem os pigais a serviço dos fornecedores estrangeiros,

A Petrobras vai gastar em dez anos quase US$ 300 bilhões para explorar a primeira fase do pré-sal.

Ja imaginou, amigo navegante, US$ 300 bi ?

Uns dez por cento do PIB brasileiro.

Uma parte significativa disso tudo será gasta com fornecedores brasileiros e trabalhadores brasileiros dentro da política de “conteúdo nacional” (entre 55% e 65% valor da compra).

Aí é o xis do problema.

Os pigais jornalistas, sob variados disfarces, tentam vender o peixe assim:

1) A indústria brasileira não existe;

2) Se existe, é ineficiente e vende mais caro que a estrangeira;

3) Quando a Petrobras compra do produtor brasileiro desfalca o lucro do acionista e atrasa o serviço;

4) Dessa forma, a Petrobras “escolhe os vencedores”, “pick the winners” – uma prática nociva ao capitalismo, que consiste em o Estado escolher a empresa que vai sobreviver e crescer;

4) O trabalhador brasileiro não existe, já que vivemos um “um apagão de mão de obra”;

5) Quando existe, o trabalhador brasileiro é um bestalhão: o contínuo da Chevron em Houston é mais produtivo do que um engenheiro na Av Chile.

Há variantes mais recentes dessa política secular de desconstruir a Petrobrás.

No domingo, o Estadão conclui que a “produção está estagnada há três anos e a Petrobrás cria um plano de emergência”.

Não é verdade do início ao fim da frase.

É um exercício de wishful thinking.

Nesta segunda-feira, a Folha (***) também denuncia uma situação desesperadora, com uma “revisão” do plano de negócios de tal forma que a Petrobras, breve, chegará à conclusão de que não tem, mesmo, futuro.

(Amigo navegante: você aplicaria o FGTS para comprar ações da Petrobrás ou da Folha ? Do Globo, especialmente ações da Globo no horário matinal ? )

A Folha deixa vir à superfície outro argumento frequente: se a gasolina não aumentar, a Petrobrás quebra.

Ou seja, o PiG mata a Dilma com um tiro só: aumenta a gasolina, aumenta a inflação e não resolve os problemas da Petrobrás, porque, mesmo com preços astronômicos, ela não saberá tocar o negocio.)

Roda, roda e os argumentos são esses.

Entregar a Petrobrax – ou melhor, entregar o que a Petrobrax compra.

E a lista de compras da Petrobras é a segunda maior do mundo.

Só perde para os 25 mil quilômetros de trens-bala da China.

O que os pigais jornalistas tentam entregar ao estrangeiro é impressionante, segundo lista da Exame:

- 68 navios-plataforma;

- 22 mil quilômetros de dutos;

- 1 725 arvores de Natal (conjunto de válvulas que tiram óleo e gás do poço);

- 65 petroleiros;

- 361 navios de apoio;

- 65 sondas;

- 3,9 milhões de toneladas de chapas de aço.

Amigo navegante, já imaginou isso à disposição do Cerra, do Perillo, do Lereia, do Paulo Preto, do Ricardo Sergio de Oliveira, da filha do Cerra ?

Não tinha livro do Amaury que desse conta.

Acontece que o ansioso blogueiro acabou de entrevistar a presidente da Petrobras.

As respostas às graves pigais “denúncias” são simples.

1) A indústria brasileira existe – ela explora, por exemplo, o pré-sal, que já produz;

2) a Petrobrás está aqui para remunerar o acionista;

3) com “conteúdo nacional” e tudo ela só compra pelo melhor preço de mercado – onde estiver o equipamento e o fornecedor;

4) a Petrobrás não escolhe ninguém – a Petrobrás compra de quem tiver preço e qualidade;

5) a política de “conteúdo local” é um estímulo a que a empresa estrangeira venha para cá e contrate trabalhador brasileiro;

6) atrasar todo mundo atrasa: produtor nacional, o de Cingapura ou dos Estados Unidos. As sondas de Cingapura e da Coreia, por exemplo, atrasam 500 dias …;

7) a Petrobras não faz a política industrial do Brasil – isso é problema do Governo;

8 ) diante desse volume impressionante de compras,  claro que falta mão de obra – em qualquer lugar do mundo;

9) por isso, a Petrobras investe – por lei – R$ 500 milhões por ano – em laboratórios e em centros de excelência em universidades públicas brasileiras;

10) o que os pigais jornalistas esquecem é que a Petrobras agora tem bala na agulha: pode contratar, treinar, escolher, porque está todo mundo de pires na mão, a cortejá-la;

Como esteve aqui, recentemente, a Hillary Clinton.

Que, aliás, não precisou pedir nada em público, porque o  PiG pede por ela.

E aí tem outro detalhe.

O Brasil passou a ser o oitavo maior produtor de petróleo e gás do mundo.

E isso confere uma dimensão que os Chatôs, Campos, Marinhos e Fernandos e Cerras jamais conceberam: o Brasil ficou maior, mais forte, mais poderoso.

Canta de galo.

Deixou de ser Colônia.

Saiu da categoria sociológica da “dependência” – livro que define a obra e o sombrio Governo Cerra/Farol de Alexandria.

O Brasil chegou lá.

Com ele, os submarinos nucleares da Amazul, a empresa pública que vai desenvolver a tecnologia para produzir submarinos nucleares.

E, mais tarde, a bomba atômica.

Em tempo: antes que o Gilmar Dantas (****) queria saber quanto a Petrobrás anuncia no Conversa Afiada – o que corresponderia a uma ação contra ele, no próprio Suoremo – o ansioso blogueiro informa que a Presidente Graça Foster – segundo li na blogosfera – mandou, em boa hora, suspender todos os patrocínios comerciais e culturais. O que deve ter provocado calafrios na Globo, a Imaculada …


Paulo Henrique Amorim


(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(****) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…

O simbolismo do câncer de Civita

Em situação normal, não haveria por que escrever sobre a notícia veiculada pelo blog de Luis Nassif de que o dono da revista Veja, Roberto Civita, está sofrendo de um mal que, nos últimos anos, tem feito a alegria de certos grupos políticos. Ser acometido por câncer não difere de ser atropelado, por exemplo. Pode acontecer a qualquer um.
Quem adoece tão gravemente, por certo experimenta um sofrimento adicional se a própria saúde se tornar objeto de especulações. Esse, porém, é preço que pagam pessoas públicas como Lula ou como o dono de império de comunicação que mais embates políticos tem travado com o ex-presidente.
Lula não foi a única pessoa pública a quem o câncer gerou onda de ataques rasteiros e virtualmente inumanos. Coincidentemente, uma sucessão de políticos de esquerda sul-americanos passou a sofrer de câncer e o mal que os acometeu se tornou objeto de regozijo de seus inimigos políticos, que chegaram a enxergar a doença como uma espécie de castigo divino.
O câncer de Civita é de direita ou de esquerda? Essa é a pergunta que vem à mente quando se lembra das centenas de milhares de comentários em redes sociais, em blogs, em portais e até no dia a dia, os quais clamavam para a doença levar logo aqueles políticos. E que pregavam que adoecer não lhes gerasse qualquer condescendência.
Condescendência deveria haver, até certo ponto. A mídia, por exemplo, deveria ser condescendente. Em se tratando de pessoas públicas, porém, isso não significa que devesse isentá-las de questionamentos de ordem legal sobre suas condutas.
Por exemplo: se houvesse um processo de investigação contra Lula ou Civita, é óbvio que não poderia ser interrompido por adoecerem. Se um dos dois fosse suspeito de algum crime, estar doente não poderia livrá-lo de um indiciamento, assim como não acontece com tantos que estão presos e são acometidos por doenças terminais.
Todavia, os comentários feitos contra Lula, Dilma Rousseff, Hugo Chávez, Fernando Lugo e Cristina Kirchner nos anos recentes atribuíam seu adoecimento a uma espécie de justiça divina que, obviamente, essas pessoas não enxergam agora no fato de o maior algoz desses políticos, no que tange à exploração de seus estados de saúde, ser vitimado pelo mal que usou como arma política ao permitir que seus funcionários estimulassem a vilania do público.
O principal motor da onda de burrice e de mau-caratismo que se levantou desde que o primeiro desses líderes políticos adoeceu foi o colunista da Veja Reinaldo Azevedo. Durante muito tempo, estimulou a insensibilidade de seus leitores para com a doença que se abateu sobre os desafetos políticos do patrão. E Civita não o conteve.
Mas e sobre o simbolismo do câncer de Civita? Ser vitimado pela doença que serviu aos seus propósitos políticos não significa nada?
Em termos. Definitivamente, não é um castigo por ter estimulado a hipótese de que o mal que ora o acomete fora um “castigo divino” aos seus desafetos políticos quando sobre eles se abateu. A teoria de que fatalidades constituem “castigo”, porém, é muito popular entre os pobres de espírito.
Entretanto, o adoecimento do homem que fez do câncer uma arma contra seus inimigos encerra, sim, um simbolismo que jamais existiu para os alvos de sua falta de limites. Mostra o risco de comemorar a desgraça alheia. Mostra que tripudiar sobre um adversário fragilizado pela condição humana é tripudiar contra si mesmo, pois todos somos humanos.
Escrever sobre o câncer de Civita, então, não é tripudiar? Não é não. Pelo contrário: não se está comemorando um fato triste; está sendo feita uma exortação aos que comemoraram quando Lula ou Dilma adoeceram a que se lembrem de que, sendo humanos, não devemos comemorar as fragilidades de uma espécie a que todos pertencemos.
De resto, o estado de saúde de Civita deve ser levado em conta pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o setor público e o privado.
Em primeiro lugar, uma eventual convocação do dono da Veja só deveria ocorrer em última instância, se for absolutamente imprescindível. Em segundo lugar, os ataques públicos de membros da CPI e de parlamentares ao empresário deveriam ser repensados, pois não acrescentam nada e desrespeitam alguém que vive um drama terrível.
O que se propõe não é condescendência legal, mas política. A crítica fácil faz parte da política, mas não dos processos legais de investigação e de eventual punição. Quem se horrorizou com a falta de respeito aos dramas dos políticos de esquerda agora deve dar exemplo respeitando o drama de Civita. Ninguém sabe como será o dia de amanhã.

*Desemprego na Europa atinge mais de 17,5 milhões de pessoas (11% da população)** candidato conservador do PRI, Peña Nieto, vence López Obrador por uma diferença des 4 pontos (37% a 33%); governará o México pelos próximos seis anos**na capital,porém, a vitória da esquerda foi arrasadora: a vantagem do PRD , de Obrador, na Cidade do México, chega a 40 pontos **em Chiapas a direita vence com um candidato 'verde', do PRI.
 
MÉXICO REBELDE: OS HERDEIROS DE ZAPATAMilhares de jovens mexicanos tomaram cidade do México na noite de sábado,véspera da eleição. Em vigília silenciosa, acenderam uma vela pela democracia dirigindo-se ao prédio da Televisa,   (http://www.guardian.co.uk/media/2012/jun/26/escandalo-medios-televisa-candidato-pri), protegido por tropas policiais. A simbologia do ato reflete a principal novidade da eleição que decide a sucessão de Felipe Calderón. Independente do resultado das urnas, a rebelião da juventude mexicana contra a manipulação midiática   sugere a emergência de uma cidadania que não aceita mais ser tutelada em seu discernimento nem fraudada no seu voto. Direto do México, Eduardo Febbro, ouviu  integrantes desse sopro de ar fresco no viciado sistema político local. O movimento criou um canal próprio de TV para cobrir o pleito e discutir temas da campanha com os candidatos e com os eleitores, o canal 131. "Nosso movimento partiu de um vídeo feito por 131 alunos da Universidade Iberoamericana. Só quisemos dizer: "quero usar meu direito de resposta, não preciso (mais) enviar uma carta aos editores. A democratização dos meios de comunicação vai muito além desta conjuntura eleitoral. O problema central no México não está no fato de que os meios de comunicação e o poder político sejam cúmplices, mas sim que são a mesma coisa. Por isso, não temos uma democracia real. " (leia a reportagem nesta pág)

Uso propagandístico de pesquisas marcou campanha no México