Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Voar contradiz versão de Gilmar Mendes

por Conceição Lemes

Em entrevistas concedidas nos últimos dias, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes:
1. Disse que nunca voou em avião do bicheiro Carlinhos Cachoeira, mas que por duas vezes viajou em aeronaves cedidas pelo senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
As duas viagens, segundo Mendes, foram de Brasília para Goiânia e realizadas em aviões de uma empresa de táxi aéreo chamada Voar. Mendes afirmou ter viajado para participar de um jantar e de uma formatura, em 2010 e 2011.
2. Apresentou documentos que mostram que ele esteve na Europa entre 12 e 25 de abril.
3. Garantiu que não pegou carona de avião de São Paulo para Brasília com Demóstenes Torres, com quem se encontrou em Berlim e voltou para o Brasil.
Ligações  de 14 a 25 de abril de 2011,  interceptadas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, revelam que Cachoeira não só estava a par da agenda de Demóstenes no exterior como lhe providenciou avião de São Paulo para Brasília, quando retornou ao Brasil.
14 de abril: o próprio senador avisa Cachoeira que vai viajar e passa o número de telefone que vai usar.

18 de abril: Wladimir Garcez comunica Cachoeira que Demóstenes já estava em Berlim.

23 de abril: Foram três ligações à noite entre Wladimir Garcez e Cachoeira para tratar do avião para Demóstenes Torres. Primeiro,  Wladimir pede autorização à Cachoeira para buscar o “Professor” (um dos codinomes de Demóstenes, segundo a PF), em São Paulo, no jatinho de alguém chamado Ataíde. Diz que está ele e Gilmar. Na degravação, a PF questiona entre parênteses (“?Mendes?”).

Depois, Wladimir diz a Cachoeira que não conseguiu falar com Ataíde e que mandaria o avião de Rossini, um jatinho King Air.

Por fim, Wladimir informa Cachoeira que já avisou piloto para pegar Demóstenes na segunda-feira, 25 de abril.

25 de abril: Wladimir comunica Cachoeira que Demóstenes já chegou.

Wladimir Garcez, também preso na Operação Monte Carlo, foi assessor de Cachoeira, diretor da Delta no Centro-Oeste, ex-vereador (PSDB-GO) e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia.
Ataíde é Ataídes de Oliveira (PSDB-TO), 1º suplente do senador João Ribeiro,  do Partido da República (PR-TO), empresário do ramo de construção civil, amigo de infância e ex-vizinho de Carlinhos Cachoeira. Foi incluído pela Polícia Federal (PF) na lista de políticos ligados ao bicheiro.
Ataíde é, ainda, o dono da Cielo Táxi Aéreo, empresa de táxi aéreo de Anápolis, terra de Carlinhos Cachoeira. Segundo informação prestada à Justiça Eleitoral, detém 80% das ações da Cielo Táxi Aéreo, cujo capital social é de R$ 5,9 milhões.



Rossini é o empresário Rossine Aires Guimarães, apontado nas investigações da Operação Monte Carlo como uma espécie de sócio de Carlinhos Cachoeira.  Também é sócio majoritário da Ideal Segurança, comprada pelo delegado da Polícia Federal Deuselino Valadares, um dos denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por envolvimento com Cachoeira.
Segundo inquérito do MPF e da PF, a Ideal seria usada para lavagem de dinheiro da máfia dos caça-níqueis. O empresário assumiu a maioria acionária da Ideal no ano passado. É dele o avião King Air, que transportou Demóstenes Torres de São Paulo a Brasília.
E a Voar?  Ela foi citada por Gilmar Mendes como tendo a sido a empresa de táxi-aéreo que o levou a Goiânia em 2010 e 2011.

Segundo  ofício encaminhado pela Voar à Comissão de Ética do Senado,  a empresa jamais prestou serviço de táxi-aéreo a Demóstenes Torres e a qualquer outra pessoa, pois ainda não tem autorização para exploração do serviço de táxi-aéreo.  Resumo dele foi lido pelo seu presidente, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), nos minutos finais da sessão que ouviu o depoimento de Demóstenes Torres, na última terça-feira 29.

Nós contatamos a Voar, em Goiânia. A atendente informou que a empresa não faz o serviço de táxi-aéreo, mas forneceu o telefone de Rogério Mendonça (chamou-o de Rogerinho), que poderia nos indicar nomes que atuam na área. A Voar faz manutenção de aeronaves e hangaragem.
Assim, já que a Voar contradiz a informação de Gilmar Mendes, afinal, sob que asas o ministro do STF voou de Brasília a Goiânia em 2010 e 2011?
Teria sido a bordo de alguma aeronave “hangarada” nos pátios da Voar? Quem seria o seu dono?
Considerando que, em se tratando de avião, Demóstenes recorria aos préstimos de Cachoeira, será que Gilmar Mendes viajou numa das aeronaves da Cielo, do Ataídes de Oliveira, ou no King Air, do Rossine, ligados ao esquema do bicheiro?
E quem pagou a conta da aeronave na qual Gilmar viajou de Brasília para Goiânia?  Terá sido o próprio senador? Ou o bicheiro?
Considerando que, “por economia”, Demóstenes disse que usava o Nextel do Cachoeira, por que pagaria o aluguel  do avião que levou Gilmar Mendes a Goiânia? Seria uma mão lavando a outra?
Considerando que Gilmar Mendes tinha o mesmo “personal-araponga” de Cachoeira, o Jairo Martins, como não sabia das “vinculações” de Demóstenes Torres com o bicheiro?
Considerando que a CPI do Cachoeira é para apurar as relações entre as instituições públicas e a organização criminosa comandada pelo bicheiro, seria possível oficiar a Cielo e o dono do King Air, para saber quem, nos últimos três anos, viajou nas suas aeronaves?  Foi para onde e quando?

Gilmar imprimiu extrato antes. CUT quer impeachment



Ué, parece que já assou...

O Conversa Afiada reproduz e-mail do infatigável Staney Burburinho:

1 – No dia 26/04/2012, houve o tal encontro entre Lula, Gilmar Mendes e Jobim no escritório do ex-ministro, no DF:

“NOTA À IMPRENSA

São Paulo, 28 de maio de 2012

Sobre a reportagem da revista Veja publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF, Gilmar Mendes, sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:

(…)

http://www.cartacapital.com.br/politica/lula-nega-versao-da-veja-sobre-encontro-com-gilmar-mendes/

2 – Curiosamente, no dia 30/03/2012, vinte e sete dias antes do dia do encontro entre os três, Gilmar Mendes resolveu imprimir as faturas dos seus cartões de crédito do ano de 2011, um pouco mais de um ano, para mostrar os débitos com as suas viagens. Veja nas páginas 16/18 do link abaixo:

http://s.conjur.com.br/dl/todos.pdf

Minhas perguntas:

a) O que levou Gilmar Mendes a recuperar os extratos de um ano atrás?

b) Será que Gilmar Mendes já estava se prevenindo contra alguma coisa?

c) Ou será que Gilmar Mendes estava premeditando alguma coisa?

Sobre o pedido de impeachment da CUT:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20252:

Conduta de Gilmar Mendes provoca críticas e representações

Brasília – As recentes declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria tentado chantageá-lo para que adiasse o julgamento do “mensalão”, provocaram vários questionamentos sobre a conduta do ministro, classificada como “polêmica”, “questionável” e mesmo “destemperada”.

O PSOL – que havia se unido ao PSDB, DEM e PPS para solicitar à investigação da conduta de Lula – protocolou ontem, na Procuradoria Geral da República, representação em que questiona a conduta do Mendes, classificada pela sigla como “bastante questionável”. No documento, o partido pede a investigação dos fatos e, se comprovada conduta indevida, que a Procuradoria adote as medidas cabíveis, nos âmbitos administrativo, civil ou penal.

O servidor público Cícero Batista Araújo Rôla protocolou, nesta quarta (30), na presidência do Senado, o pedido de impeachment do ministro do STF, Gilmar Mendes. Cícero, que é filiado ao PT e secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF), disse à Carta Maior que, “como cidadão que cumpre suas obrigações, não pode aceitar que este magistrado desrespeite o ordenamento jurídico, adote posições tão parciais”.

“Esta é uma postura inaceitável da parte de um juiz da mais alta corte. As contradições entre os depoimentos dos dois revelam que ou Lula cometeu uma irregularidade, ou o ministro mente, o que é uma postura inaceitável da parte de um juiz da mais alta corte. E, dado o histórico de mentiras de Gilmar Mendes, solicitei ao Senado que o afaste de suas funções e apure sua conduta”, justifica.




A batata está assando.
Paulo Henrique Amorim

Serra não falha

 * a 'ajuda' de Serra a Veja incitando Jobim a falar à revista sobre o encontro em seu escritório, revelada agora pelaa colunista Monica Bergamo, associa-o a outros colaboradores da semanal, como  bicheiro Cachoeira e o araponga de aluguel, Dadá** não são os únicos vínculos de identidade com a quadrilha goiana** Serra  também é muito ligado ao governador tucano Marconi Perillo que abriu o Palácio das Esmeraldas ao contraventor, arrendando-lhe vários cargos; de Serra disse o senador Demóstenes Torres, poucos antes de ter escancarada  sua condição de braço parlamentar do esquema Cachoeira: 'O importante é a causa; e a causa em São Paulo é Serra vencer o projeto maluco do PT'

 

FUGA DE CAPITAIS NA ESPANHA
A crise bancária na Espanha deflagrada com a quebra do Bankia,
envolvendo valores da ordem de 30% do PIB espanhol (leia matéria nesta pág do correspondente Oscar Guiso),  ganhou contornos de pânico financeiro nas últimas horas. A Espanha já convive com intensa fuga de capitais. Em março, fundos especulativos estrangeiros e residentes, inclusive bancos, enviaram para fora do  país cerca de 66 bilhões de euros. Nos últimos nove meses a evasão chega a 200 bilhões de euros. A desconfiança com a política econômica do governo direitista de Rajoy é crescente. Detentores de riquezas se antecipam a uma possível quebra em cadeia do sistema bancário precipitando assim aquilo que temem: ações de bancos esfarelam nas bolsas ante a perspectiva de insolvência e supressão de dividendos. A direita do PP --uma espécie de Demos no poder, vitaminado pelo neoliberalismo tucano--  fez tudo o que os mercados exigiam. Ou ainda, fez tudo o que os credores, Merkel e o FMI exigem que a sociedade grega sancione nas urnas do próximo dia 17 de junho. E deu errado. Rajoy deu-lhes uma reforma trabalhista que barateia e agiliza as demissões, num país com cinco milhões de desempregados;temperou-a com tesouradas semanais em gastos com educação, saúde, previdência, estradas, cultura, saneamento. No momento em que o pânico financeiro investe como um touro ferido contra a desastrada aposta na recessão para equilibrar as contas nacionais --o que torna um país incapaz de gerar receita própria para se reerguer-- as  autoridades do euro admitem, no máximo, postergar por um ano as metas de ajuste fiscal fixadas para 2012. Só pedem uma coisa em troca: mais arrocho.

Liberdades iradas

Janio de Freitas
Na sua exaltação, o ministro Gilmar Mendes ainda não reparou que tem municiado quem queira atacá-lo 
O excesso de raiva e a aparente perda de controle em Gilmar Mendes talvez expliquem, mas não tornam aceitável, que um ministro do Supremo Tribunal Federal faça, para a opinião pública, afirmações tão descabidas.

Nem o próprio Supremo é poupado no ataque atual de Gilmar Mendes, que assim o define em entrevista ao "Globo": "Já é um Poder em caráter descendente". Não há por que duvidar desse sentimento particular de Gilmar Mendes, mas também não há como atribuir a tal afirmação, feita de público e plena gratuidade, um qualquer propósito respeitável.

Ali demolidor, pelo método da implosão, é também deste ministro, no mesmo dia, porém à Folha, a atribuição deste motivo para o que diz ter ouvido de Lula: "Dizer que o Judiciário está envolvido numa rede de corrupção", para "melar o julgamento do mensalão".

A afirmação sobre o Supremo, com provável sinceridade; a outra, uma ficção sem sequer um indício em seu favor. Lula, o PT e os réus do mensalão nada ganhariam com uma investida contra o Judiciário. Sabem disso na mesma proporção em que a imaginação ficcionista não sabe.

Na sua exaltação, o ministro Gilmar Mendes ainda não reparou que tem municiado quem queira atacá-lo. Já deu, por exemplo, três versões para o custeio da viagem em que se encontrou, na Europa, com Demóstenes Torres. A tal viagem das suas sensibilidades tocadas pelo que "pareceram insinuações" de Lula.

Na primeira referência feita (estão todas impressas e gravadas), disse haver respondido a Lula que viajou "com recursos próprios". Na segunda, fez viagem oficial, custeada pelo Supremo, para um evento na Espanha, e dali à Alemanha pagou ele mesmo. Na terceira (ainda na entrevista ao "Globo"): "Fui a Berlim em viagem oficial. Por conta do STF".

Afinal, não se sabe como a viagem foi paga nem isso está em questão. Mas é compreensível que estivesse em boatos. Como amanhã pode estar a história de que Lula planejava denunciar o Judiciário como uma rede de corrupção. Por haver boato sobre a viagem, e indagar a respeito, é "gangsterismo, molecagem, banditismo, a gente está lidando com gângsteres", como disse Gilmar Mendes? Não, não disse: vociferou, iradíssimo.

Com base em que fatos um ministro do Supremo Tribunal Federal faz a acusação pública de que Lula -no caso, importa sobretudo serem um ex-presidente da República e um magistrado- é "a central de divulgação" dos boatos infamantes? Acusação de tal ordem não precisa nem indícios, é só emiti-la?

O Congresso foi poupado da reação de Gilmar Mendes graças à falta, na inquirição de Demóstenes Torres, de uma pergunta que, normalmente, não faltaria. Logo no primeiro lote de telefonemas gravados de Carlos Cachoeira, apareceu o pedido do senador de que o contraventor pagasse os R$ 3.000 de um táxi aéreo. Gilmar Mendes, negando ter usado avião de Carlos Cachoeira, disse que foi a Goiás convidado por Demóstenes Torres, para um jantar. Foi "de táxi aéreo".

Ninguém perguntou a Demóstenes que voo seria pago por Cachoeira. Ninguém perguntou se Gilmar Mendes e outros ministros estavam no voo dos R$ 3.000. Nada demais se estivessem, nem poderiam saber quem viria a pagar pelo voo. Apesar disso, a encrenca resultante já estaria engatilhada, com a imagem institucional do Supremo a aguentar suas manifestações.

Com muita constância, somos chamados a discutir o decoro parlamentar. Não são apenas os congressistas, no entanto, os obrigados a preservar o decoro da função.

Impeachment para Gilmar Mendes

Conversa Afiada reproduz post de Celso Lungaretti (*) no blog Náufrago da Utopia:

IMPEACHMENT PARA GILMAR MENDES


“Admito que o ex-presidente pudesse estar preocupado com a realização do julgamento no mesmo semestre das eleições. Isso aí é aceitável. Primeiro, porque é um leigo na área do Direito. Segundo, porque integra o PT. Portanto, se o processo envolve pessoas ligadas ao PT, obviamente, se ocorrer uma condenação, repercutirá nas eleições municipais.”


A avaliação, simples mas correta, foi do ministro Marco Aurélio Mello, que sempre considerei o mais lúcido dos integrantes do Supremo Tribunal Federal.


Sim, é da natureza humana tentarmos convencer juízes a tomarem as decisões que nos convêm. O destrambelhado Gilmar Mendes só teria motivos para fazer a tempestade em copo d’água que fez:


– se Lula o tivesse procurado para tentar influir na sentença do processo do mensalão;

– se Lula lhe houvesse oferecido alguma forma de recompensa ou feito alguma ameaça, para tangê-lo a aceitar a postergação do julgamento para depois das eleições municipais.


Ora, nem em suas declarações mais furibundas à imprensa Mendes ousou acusar Lula de estar pressionando pela absolvição dos réus.


E, mesmo se acreditarmos na versão que Mendes deu do encontro e ninguém confirmou, a referência de Lula a (mais) uma  ligação perigosa  do seu interlocutor é insuficiente para caracterizar uma ameaça. Lula não disse nada parecido com “a militância do PT trombeteará dia e noite que é o Carlinhos Cachoeira quem custeia vossas viagens”, mas, apenas, sugerido que convinha ao próprio Mendes deixar esses assuntos melindrosos para mais tarde.


É inadequado alguém falar nestes termos a um ministro do Supremo? Sem dúvida! Mas, o que Mendes esperava, ao aceitar um encontro a portas fechadas com Lula sem ter nada de pertinente a tratar com ele?


Se Mendes é tão sensível a hipotéticas insinuações, certamente não as ouvirá atendo-se à liturgia do cargo.


Como explica Joaquim Falcão, professor de Direito Constitucional da FGV/RJ:


“…no STF há hoje dois perfis distintos. De um lado ministros mais discretos, que não se pronunciam, exceto nas audiências, e que mantêm distância de Executivo, Legislativo e representantes de interesses em julgamento. Vida pessoal recatada.


Por outro lado há ministros que se pronunciam fora dos autos, estão diariamente na mídia, mantêm contatos políticos, participam de seminários e reuniões com grupos de interesse.


A questão crucial, dizem uns, não é se o ministro deve falar fora dos julgamentos, estar na mídia ou se relacionar social e politicamente. A questão é haver transparência antes, durante e depois dos relacionamentos. E que não faça política. As agendas, os encontros, as atividades dos ministros deveriam ser publicados de antemão.


Em alguns países o juiz não recebe uma parte sem a presença da outra, tão grande é a preocupação com a imparcialidade. O que alguns ministros praticam aqui no STF. Ou grava-se a conversa para assegurar a fidelidade do que ocorreu e proteger o ministro de propostas inadequadas”.


Mendes é o pior exemplo de  ministro pop star: pronuncia-se o tempo todo fora dos autos, só falta pendurar uma melancia no pescoço para aparecer mais na mídia, mantém contatos políticos a torto e direito, não recusa convites para eventos de poderosos que têm óbvio interesse em decisões do STF.


Pior, FAZ POLÍTICA (e sempre com viés direitista) –como quando produziu irresponsável alarmismo acerca de um estado policial que nem remotamente se configurava, ou quando contrapôs à frase da então ministra Dilma Rousseff, de que “tortura é crime imprescritível”, a estapafúrdia afirmação de que “terrorismo também é” (esquecendo  não só a diferença jurídica entre terrorismo e resistência à tirania, como também o fato de que a imprescritibilidade do terrorismo só viria a ser introduzida nas leis brasileiras depois dos  anos de chumbo).


E nunca tem gravações para apresentar, que comprovassem suas denúncias delirantes e bombásticas.


O veterano jornalista Jânio de Freitas (vide íntegra aqui) nos brinda com uma constatação explícita e uma sugestão implícita:


“O excesso de raiva e a aparente perda de controle em Gilmar Mendes talvez expliquem, mas não tornam aceitável, que um ministro do Supremo Tribunal Federal faça, para a opinião pública, afirmações tão descabidas.


…Com muita constância, somos chamados a discutir o decoro parlamentar. Não são apenas os congressistas, no entanto, os obrigados a preservar o decoro da função”.


Eu não insinuo, afirmo: já passou da hora de Gilmar Mendes ser submetido a impeachment.


Menos pela comédia de pastelão que está encenando agora e mais por haver, em duas diferentes ocasiões, privado da liberdade Cesare Battisti em função não das leis e da jurisprudência existentes, mas da esperança que nutria de as alterar.


Quando o ministro da Justiça Tarso Genro concedeu refúgio ao escritor italiano, cabia ao presidente do STF suspender o processo de extradição e colocá-lo em liberdade, como sempre se fizera. Mas decidiu mantê-lo preso, confiante em que convenceria seus colegas ministros a detonarem a lei e a instituição do refúgio, passando por cima do Legislativo e usurpando prerrogativa do Executivo. Conseguiu.


Da segunda vez, quando o então presidente Lula negou a extradição, exatamente como o Supremo o autorizara a fazer, o relator Mendes e o presidente Cezar Peluso apostaram de novo numa virada de mesa legal… E PERDERAM!


O desfecho do caso os tornou responsáveis pelo SEQUESTRO de Battisti durante os cinco meses seguintes –e nada existe de mais grave para um magistrado do que dispor tendenciosamente da liberdade alheia, cometendo abuso gritante de autoridade.


Se Mendes sofrer o impeachment agora, Deus estará escrevendo certo por linhas tortas.


* jornalista, escritor e ex-preso político. http://naufrago-da-utopia.blogspot.com

Aonde querem chegar com esse jornalismo de futricas?

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República publicou nota ontem (está nos jornais de hoje; leia a íntegra aqui) esclarecendo que "são no todo falsas as informações contidas" em reportagem do Estadão sobre reunião institucional entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto. Na esteira dos acontecimentos ocorridos após a divulgação de um encontro entre o ex-presidente Lula e o ministro Gilmar Mendes, a reportagem do jornal, publicada nesta 4ª, diz que a presidenta "avalia que a situação é perigosa, tem potencial de estrago e que beira a crise institucional nas relações entre Executivo e Judiciário". A matéria diz mais: que a presidenta "transmitiu esse recado" em conversa que manteve na 3ª feira com o presidente do Supremo.
O Estadão de hoje publica a nota da presidência ao lado de uma ‘contra-nota’ do próprio jornal em que reafirma que as informações são verídicas, mas não esclarece nada. Ocorre que também o outro interlocutor, o presidente do Supremo, informou que "conversou (com a presidenta Dilma) apenas sobre a participação do Judiciário na Conferência Rio +20 e sobre assuntos administrativos dos Poderes Executivo e Judiciário". (leia aqui).
Afinal, se a informação da reportagem não veio de nenhum dos interlocutores, de quem teria vindo? Que fontes são essas que se sobrepõe à fonte oficial, aos próprios participantes do encontro oficial? E, mais importante ainda, por que não foi dada voz à fonte oficial – para confirmar, negar ou modificar o que seria publicado –, diante de uma informação importante, apurada extraoficialmente? O que justifica que se publique apenas a versão de fontes anônimas? Que jornalismo de futricas é esse?
Infelizmente, problemas como este que estamos vendo aqui no caso do Estadão, não se restringem ao jornalão dos Mesquitas. O mesmo pode ser visto no Painel da Folha e em outros veículos que repetem essa prática à exaustão, atribuindo ao Planalto posições e falas em off que muitas vezes simplesmente não existem. Estamos falando de jornalistas experientes o suficiente para não serem instrumentalizados por outros interesses e que, quando aceitam este jogo, sabem bem que estão indo contra o manual da redação, quando não contra a própria lei.

Jornalismo “de serviço”: uma prática danosa

Falo especificamente dos áudios das operações Vegas e Monte Carlo entregues à CPMI do Congresso, e que vieram a público recentemente. Neles, aparecem exemplos claros desse tipo de “jornalismo de serviço”, no sentido de que servem a determinadas causas e interesses. Como das trocas entre o jornalismo da revista VEJA (e outras publicações, como Correio Braziliense, mas não só) e os interesses do esquema Carlos Cachoeira-Demóstenes Torres.
Ou ainda quando o repórter da Sucursal da VEJA em Brasília comete clara ilegalidade ao tentar invadir meu escritório político no Hotel Naoum. Ou então quando a revista dos Civita se utiliza da imagens obtidas de forma ilícita para montar reportagem contra minha pessoa.
Avalie você, leitor, se é justo, se é correto o que se faz. Utilizar um espaço que deveria ser dedicado a publicar as informações de forma transparente, com equilíbrio, para que o leitor possa se informar e formar seu julgamento, para a publicação de informações desbalanceadas, em que as fontes são anônimas, sem que a fonte que tem nome e responsabilidade pública possa se manifestar. Ou, então, descendo ainda alguns graus no caminho do mau jornalismo, quando se instala um verdadeiro balcão de trocas entre o veículo e o crime organizado onde o que menos interessa é o direito que o cidadão tem de receber uma informação isenta e equilibrada, para formar sua opinião.
ZéDirceu

Argentina: o que há por trás de um jornal chamado Clarín (I)

 

No dia 7 de dezembro de 2012, o todo-poderoso grupo Clarín, que além do jornal de maior circulação da Argentina (e um dos maiores da América do Sul) detém, na prática, um império de comunicações no país, terá que começar a de desfazer de vários canais de televisão aberta e a cabo, além de um bom punhado de emissoras de rádio. O grupo tentou denunciar a nova legislação, aprovada por esmagadora maioria no Congresso, mas acumulou derrotas, inclusive da Suprema Corte argentina. O artigo é de Eric Nepomuceno.

Buenos Aires - O prazo final foi dado: dezembro. Ou, para quem aprecia precisão e detalhe, dia sete de dezembro de 2012, uma quarta-feira. É quando o todo-poderoso grupo Clarín, que além do jornal de maior circulação da Argentina (e um dos maiores da América do Sul) detém, na prática, um império de comunicações no país, terá de se enquadrar na nova legislação – ou seja, começar a de desfazer de vários canais de televisão aberta e a cabo, além de um bom punhado de emissoras de rádio. Num estranho neologismo, a questão é tratada, na Argentina, como ‘desenvestimento’. Ora, na verdade a questão é outra: o grupo terá de começar a se desfazer de um patrimônio que é ilegal. Terá de abrir mão de concessões de licenças para operar rádio AM, FM, televisão aberta e televisão fechada.

O grupo Clarín tentou, de todo jeito, denunciar essa nova legislação – aprovada, aliás, por esmagadora maioria no Congresso –, questionando sua constitucionalidade e alegando que atingia o direito à liberdade de expressão. A Suprema Corte disse que na nova legislação não há nenhum cerceamento à liberdade de expressão.

Denunciar atentados à liberdade de expressão cada vez que seus interesses empresariais são ameaçados é característica dos grupos de comunicação que, na América Latina, funcionam como grandes monopólios e, ao mesmo tempo, como ferozes escudeiros do poder econômico. Cada vez que um desses grupos se sente ameaçado, todos, em uníssono, denunciam que os governos estariam fazendo aquilo que, na verdade, esses mesmos grupos praticam descaradamente em seu dia a dia: o cerceamento à liberdade de expressão. À diversidade de informação.

O caso do grupo Clarín é típico do que ocorre em um sem-fim de países, a começar pelo Brasil, onde um seleto punhado de quatro ou cinco famílias controla ferreamente a distribuição de informação. Na Argentina, como no Brasil, esses conglomerados de comunicação funcionam como a verdadeira oposição ao governo. E não no sentido de vigiar, pressionar, denunciar erros e desvios, mas de lançar mão de todas as armas e ferramentas, por mais venais que sejam, para atacar qualquer governo que atente contra os seus interesses e os interesses de determinado poder econômico, que os monopólios das comunicações defendem movidos a ferro, fogo e ausência total de escrúpulos.

Vale a pena recordar como atua o grupo Clarín, fervoroso defensor do sacrossanto direito à liberdade de expressão. Sua prática, na defesa desse credo, é no mínimo esdrúxula: controla 56% do mercado de canais de televisão aberta e a cabo, e uma parcela ainda maior das emissoras de rádio; manipula contratos de publicidade impedindo que os anunciantes comprem espaço na concorrência; e, como se fosse pouco, ainda briga na Justiça para continuar exercendo o monopólio da produção e distribuição do papel de imprensa no país.

Não se trata de discutir o conteúdo – incrivelmente manipulado, aliás – dos meios de informação controlados pelo Clarín em todas as suas variantes. Trata-se apenas e tão somente de discutir até que ponto é lícito que um determinado grupo exerça semelhante controle sobre o volume de informação que chega aos argentinos.

Diante desse quadro, é fácil entender que o que fez o governo de Cristina Fernández de Kirchner é, para o grupo Clarín, algo inadmissível. Afinal, além da intervenção na fábrica Papel Prensa, fazendo com que o Estado assumisse o controle da produção, distribuição e venda de papel a jornais e revistas, o governo baixou uma lei, aprovada pelo Congresso, que dividiu o espaço da transmissão de televisão aberta e fechada em três partes iguais.

Um terço desse espaço permanece em mãos de grupos privados, como o próprio Clarín. Outro terço passa a ser dividido entre emissoras públicas (nacionais e estaduais), e o terço final passa a emissoras que estarão sob controle da sociedade civil, através de organizações sociais. Quem está atuando além desses limites terá de abrir mão de licenças e concessões, que na Argentina – como no Brasil – são públicas.

Além disso, quem for dono de canais abertos não poderá ser dono de distribuidoras de canais a cabo numa mesma região. O grupo Clarín tem superposição de canais abertos e fechados em Buenos Aires, Córdoba, Mar del Plata e Bahía Blanca. Vai ter de escolher. Além disso, ao fundir duas distribuidoras de canais a cabo, a Calevisión e a Multicanal, estourou todos os limites de concessões estabelecidos pela lei (são cerca de 225 canais em mãos do grupo, e isso, para não mencionar as estações de rádio AM e FM).

A nova legislação foi questionada, é claro, por várias corporações que foram e serão atingidos. A gigantesca Telefônica espanhola, por exemplo, controla nove canais de televisão aberta no país. Terá abrir mão de todos, a menos que aceite integrar alguma cooperativa junto a organizações sociais.

Ninguém, em todo caso, fez o estardalhaço que o grupo Clarín está fazendo. Há uma explicação: o grupo decidiu partir, altaneiro, para o tudo ou nada. Confiou no próprio poder e na fraqueza do governo.
Tropeçou feio: Cristina Kirchner se reelegeu em 2011, e agora a Justiça decidiu que a nova lei tem data, sete de dezembro de 2012, para que seja cumprida.

A fúria do Clarín é evidente e é compreensível. Fez todas as apostas erradas, e está perdendo uma por uma.

A mais delicada dessas apostas foi a que fez no segundo semestre de 1976, quando ganhou – na base de uma cumplicidade sórdida com a ditadura militar que sufocava o país – o controle da produção e da distribuição de papel de jornais e revistas na Argentina. Foi o auge de seu poder, que agora começa a ser rapidamente minado. Já não há torturadores e militares corruptos e sanguinários a quem recorrer. Restou recorrer à Justiça. Foi quando o grupo começou a perder.

Selic de 8,5% é nunca dantes

Saiu na Agência Brasil:

Copom reduz taxa básica de juros para 8,5%, a menor desde 1999

Stênio Ribeiro

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu, hoje (30), para 8,5% ao ano a taxa básica de juros que remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). É o nível mais baixo da taxa Selic, desde que a atual política monetária foi adotada, no início de 1999.

A redução veio em linha com as expectativas da maioria dos analistas financeiros, como mostra o boletim Focus, divulgado pelo BC na última segunda-feira (28).

Foi a sétima redução consecutiva da taxa básica de juros, que chegou a 12,5% em julho do ano passado, começou a declinar no mês seguinte e, desde então, caiu 4 pontos percentuais.

A definição da Selic em 8,5% foi unânime. “O Copom considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O comitê nota ainda que até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária”, disse o comitê em nota. A decisão é sem viés, ou seja, não será alterada até a próxima reunião do colegiado.

(…)



A dívida do Governo cai.
A nova regra da poupança exige que todo o sistema financeiro reduza seus custos.
Fundos de investimento vão ter que correr risco e comprar papel das empresas.
Fica mais barato comprar carro e geladeira.
Um horror!
Os neolibelês (*) se dedicarão a dar notícias da Espanha e, breve, da Itália.
Paulo Henrique Amorim
(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

Folha devia falar da tucanada na casa de Monica Waldvogel

Saiu uma matéria na edição de ontem (30.05) do jornal Folha de São Paulo que seria de cair o queixo se não se tratasse de um veículo que se especializou em inventar e/ou distorcer notícias. O texto versa sobre encontro que o pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PT, Fernando Haddad, teve com blogueiros na residência de Paulo Henrique Amorim.
O texto da Folha, além de mentiroso, é curioso. E, segundo apuração que fiz, não conteve tantas imprecisões por preguiça da jornalista Catia Seabra, que assina a matéria, simplesmente porque o jornal colocou um repórter fotográfico de tocaia em um carro que ficou parado próximo à casa de PHA, de forma a registrar a entrada e saída de convidados.
Coitado do rapaz. Enquanto degustávamos uma magnífica pasta recheada de bacalhau desfiado, acompanhada de um vinho divinal, ele mofava dentro de um carro tentando adivinhar quanto tempo mais aquela maldita reunião duraria.
O relato de Catia Seabra – com quem tive um bate-boca em 2007, quando o Movimento dos Sem Mídia fez seu primeiro ato público diante da Folha – conteve manipulação da lista de blogueiros que se encontraram com Haddad e, também, da natureza do encontro. Segundo a jornalista, o pré-candidato teria ido “pedir ajuda” a tais blogueiros.
Como não pedi autorização às pessoas presentes e ausentes para citá-las, só posso dizer que, das oito que foram nomeadas na matéria da Folha, três não participaram do encontro com Haddad e outras quatro que participaram (sendo eu uma delas) não foram citadas. Por que a Folha manipulou a lista de convidados que publicou? Sabe-se lá…
Mas o mais grave – e o mais ridículo – dessa “reportagem” foi a descrição da natureza do encontro. O pré-candidato a prefeito de São Paulo foi “pedir ajuda” a blogueiros que a Folha sempre diz que são pagos pelo partido dele? Ora, se somos pagos não haveria por que pedir nada e muito menos se encontrar conosco. Quem paga, manda.
Aliás, por que Haddad pediria alguma coisa a blogueiros que a matéria da Folha diz que apóiam o PT? Se já apóiam, o pré-candidato foi pedir o quê? Para continuarem apoiando, talvez?
Ridículo.
Aliás, a prova de que quem trabalha para partidos é a Folha está no fato de que o jornal só se interessa por encontros de políticos com jornalistas se os políticos forem petistas. Por que a Folha não noticia a revoada de tucanos que vive acontecendo na casa de praia da jornalista da Globo News Mônica Waldvogel?
Esquisito, não? Por que essa afasia jornalística em relação a tucanos e o ímpeto irrefreável em relação a petistas?
Sobre a natureza do encontro de Haddad com blogueiros, transformou-se em uma sabatina informal em que o pré-candidato respondeu a uma saraivada de questões deste e dos outros blogueiros presentes. As questões foram sobre projetos e estratégia política. Nem nós, blogueiros, nem os políticos presentes pediram nada uns aos outros.
O fato, caro leitor, é que se as pessoas soubessem como são feitas as salsichas e o jornalismo da Folha, não os consumiriam nem sob a mira de um fuzil.
@@@@@@

DO FATOA ACIMA , É O VELHO DITADO , ESTA CANALHADA DA IMPRENSA GOLPISTA, MEDE O OUTRO , PELAS PRÓPRIAS MEDIDAS
Coment. Opedeuta

GILMAR, MENTES?

*Pânico financeiro na Espanha: um aperitivodo que pode ocorrer no euro com a ruptura na Grécia**BC corta a Selic a 8,5% ** juro real atinge o menor nível da história** governo vai redobrar pressão sobre a banca para cortar custo de tarifas e ampliar o crédito contra a crise** Dilma leva o desagravo do Brasil a Lula  em discurso nesta 4ª feira, seguido de longa ovação.
  
 
Um software de análise de voz da Truster Brasil dissecou três minutos da entrevista do ministro Gilmar Mendes veiculada na segunda-feira (28) pelo canal "GloboNews". O relato feito pelo magistrado sobre o encontro com o ex-presidente Lula e o  ex-ministro Nelson Jobim, segundo a reportagem veiculada pela UOL, inclui 11 ocorrências de "alto risco", cinco de "provável risco" e duas de "baixo risco"."Alto risco é uma maneira de dizer que a pessoa está mentindo", afirma o perito responsável pela análise, Mauro Nadvorny. A tecnologia da Truster detecta sinais de tensão, estresse, medo, embaraço e excitação em arquivos de voz que permitem estabelecer uma escala de veracidade da narrativa oral. No caso de Mendes, o laudo técnico de sua versão sobre o polêmico encontro registrou alto risco de fraude nos trechos em que o ele diz: a) que o mensalão "entrou na pauta das conversas"; b) que "o presidente Lula tocou várias vezes na questão da CPMI" e c) no trecho em que Mendes disse não ter "nenhuma relação, a não ser relação de conhecimento e de trabalho funcional com o senador Demóstenes". A avaliação técnica foi reforçada nas últimas horas pelos 'ajustes' que o dono da voz vem introduzindo em aspectos centrais do relato original (Leia aqui ). A  julgar pela esmagadora maioria dos que respondem à enquete proposta pelo blog do Emir (leia ao lado) há também forte convergência entre o diagnóstico do software da Truster e o discernimento público.