Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dilma dribla crise da poupança e a oposição


 

Para os atuais investidores vale o escrito

Saiu no Globo:


Mantega confirma rendimento da poupança em 70% da Selic mais TR


RIO E BRASÍLIA – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou que os novos depósitos na caderneta de poupança serão remunerados em 70% da Selic, sempre que a taxa básica de juros do país atingir o valor de 8,5% ano ano ou menos. A medida só vale para os novos depósitos, realizados a partir desta sexta-feira, 4 de maio, quando a mudança entra em vigor.


Hoje, a taxa Selic está em 9% ao ano, mas poderá cair novamente na próxima reunião do Comitê de Política Monterária (Copom) marcada para os dias 29 e 30 deste mês.


-Se o Copom decidir baixar a Selic para 8% ao exemplo, o rendimento será de 70% deste valor, ou seja, 5,6% ao ano, mais a TR – explicou o ministro. Pelas regras atuais, a caderneta rende 6% ao ano mais a TR.


Segundo Mantega, as mudanças são mínimas e não afetam os interesses e benefícios dos correntistas


- Não há rompimento de contrato, usurpação da renda, nem prejuízos – destacou.


O ministro também enfatizou que não há mudanças imediatas, que rentabilidade continuará diária e a poupança continua isenta de Imposto de Renda. Hoje, o país tem 100 milhões de cadernetas, com um depósito total de R$ 431 bilhõe


- No presente momento não haverá alteração nem na velha poupança e nem na nova, porque a Selic está em 9% – destacou.


A mudança abre espaço para que o Banco Central (BC) continue reduzindo as taxas de juros no país sem gerar desequilíbrios no mercado. No formato em que está, a poupança tem uma remuneração garantida de TR mais 6% ao ano. Já outras aplicações, como fundos de investimentos, dão ganhos que variam de acordo com a Selic.


Por isso, se os juros continuarem caindo no país, existe o risco de a poupança passar a render mais que os fundos. Com isso, ela poderia passar a ter uma captação excessiva, retirando investidores de outras aplicações. Como 65% dos depósitos na poupança precisam ser aplicados em habitação, haveria dinheiro demais para esse tipo de operação e de menos para outros. Além disso, como os fundos são compostos em boa parte dos títulos públicos, uma saída deles poderia acabar prejudicando a gestão da dívida pública.


Centrais sindicais gostam da proposta


As duas principais centrais sindicais – CUT e Força Sindical – saíram da reunião com a presidente Dilma Rousseff, dizendo que a proposta do governo é positiva, porque não mexe nos depósitos atuais. A Força Sindical, segundo seu presidente, o deputado Paulo Pereira da Silva, vai apoiar a proposta como um todo. Já o presidente da CUT, Artur Henrique, afirmou que a central precisa debater a proposta antes de manifestar sua posição.


- A gente achou que não mexer nas atuais poupanças é positivo. Seria ruim para nós se o governo mexesse nos atuais poupadores. Daqui para frente quem vai poupar pode decidir se vai por na poupança ou em outros fundos que existem. Mas o ministro Guido Mantega disse que os outros fundos terão um rendimento muito parecidos ao da poupança. Do nosso lado, a gente acha que essas mudanças não teriam impacto na vida das pessoas que estão hoje poupando. Como não mexe com as atuais, as pessoas não terão direitos feridos, a Força Sindical tende a apoiar – disse o presidente da Força Sindical.


Segundo Artur Henrique, a CUT vai fazer reuniões internas para debater o tema.


- A CUT vai analisar e depois anunciar seu posicionamento. É uma medida que precisa ser analisada com cautela. Não mexe com os atuais, isso é positivo. Vamos debater com mais cautela o impacto da medida nos demais fundos – disse o presidente da CUT.


As centrais tentaram incluir na discussão a pauta de reivindicações do movimento sindical, especialmente o fim do fator previdenciário e a isenção de Imposto de Renda da participação nos lucros e resultados (PLR), mas a presidente não deu espaço para outros temas. Dilma prometeu tratar desses dois assuntos em outra reunião.


- Tentamos discutir com a presidente, mas ela não quis discutir isso hoje. O Artur falou do fim do fator previdenciário e isenção do Imposto de Renda na PLR, mas ela não recebeu muito bem. Depois de muito insistirmos, ela disse que vai discutir nas próximas reuniões, mas que nós temos de entender o momento que o Brasil passa e o momento que ela está passando – afirmou o presidente da Força Sindical.


Ele disse que as centrais não tentaram condicionar o apoio à proposta às reivindicações do movimento sindical:


- Queremos resolver a nossa pauta, mas não condicionamos. O clima não estava bom.


“Não há guerra contra bancos”, afirma Gilberto Carvalho


O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, confirmou que a presidente deve anunciar as mudanças ainda nesta quinta-feira. Apesar de o discurso da presidente ter voltado a criticar as altas taxas praticadas pelos bancos, o ministro negou que haja uma guerra contra as instituições financeiras. Segundo o ministro, o que existe é um “movimento para estimular a queda dos juros”.


O ministro não quis antecipar qualquer alteração, mas disse que a presidente deve comunicar as mudanças primeiro nas reunião que terá com o Conselho Político, depois com as centrais sindicais e com os empresários


Carvalho disse também que as mudanças no recolhimento do imposto de renda sobre a distribuição de lucros das empresas, pois ainda não estariam sacramentadas. Há decisão de fazer as alterações, mais ainda não definição sobre quais serão as mudanças, disse.




O PPS é o partido dos comunistas que aderiram à Carta de Vinhos do Fernando Henrique Cardoso.
Um dos ilustres parlamentares do PPS, Raul Jungmann, expoente da CPI dos Amigos do Dantas, foi para o horário eleitoral dizer que o Lula ia expropriar a poupança.
É porque a Dilma agiu rápido, senão, o PIG (*) embarcava numa campanha para aterrorizar os 11 milhões de poupadores em caderneta.
A solução anunciada reduz os juros e desvaloriza o real.
Preserva os direitos adquiridos e cria uma regra compatível com o país que quer ter taxas de juros de padrão internacional.
O Jungmann foi devidamente rejeitado pelo eleitor de Pernambuco.
E o PIG, pelo leitor.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

São Paulo é um caso perdido


Chegou-se a dizer que a eleição municipal paulistana se tornará tema nacional por conta do embate que, em verdade, deverá ser travado entre o eterno presidenciável José Serra e o ex-presidente Lula através de interposta pessoa, ou seja, pelo jovem e promissor ex-ministro Fernando Haddad, que, apesar das qualidades, tem uma pedreira pela frente.
Particularmente, penso que a eleição para prefeito na capital paulista deve ser muito menos emocionante do que se imagina, em que pese o embate de cunho nacional que certamente acontecerá.
É claro que Haddad, ao ser apoiado por Lula, tem potencial de crescimento, mas tenho lá minhas dúvidas sobre ser possível despertar uma população como a paulistana do transe em que vive mergulhada há tanto tempo.
Não me canso de dizer que as eleições de Luiza Erundina e Marta Suplicy foram meros acidentes de percurso. A maioria dos paulistanos, em todas as classes sociais, gostaria mesmo é de votar em Paulo Maluf, mas a situação dele, que está sob ordem de captura internacional pela Interpol, a qual acaba de ser renovada nos Estados Unidos, inviabiliza-lhe a candidatura.
Imaginem um prefeito de uma megalópole como Sampa que não pode sair do país sob pena de ser preso no exterior. Mas, se fosse candidato, mesmo que não vencesse estou certo de que não faria feio.
José Serra encarna os valores dessa maioria dos paulistanos que tem orgasmos ao ver Maluf ir à tevê reeditar sua cantilena sobre “rota na rua” e “bandido bom é bandido morto” (esta, dita em outros termos).
Há, claro, cerca de um quarto ou, no máximo, um terço do eleitorado que é muito bem esclarecido, progressista e que percebe o buraco em que a maior metrópole sul-americana está mergulhada, mas não passa disso. Até porque, há uma parcela ampla dos paulistanos que poderia equilibrar um pouco as coisas, mas que, eleição após eleição, não vota.
Como se sabe, há migrantes de outros Estados, sobretudo do Norte e do Nordeste, que vivem aqui há décadas e que não votam simplesmente porque não transferiram seus títulos de eleitor. A esmagadora maioria desse segmento da população paulistana só se preocupa em sobreviver nas condições mais precárias e nem imagina o que a política poderia fazer por suas vidas.
De resto, a maioria votante da população de minha cidade, seja de que classe social for, é de uma ignorância política desumana. Acalenta conceitos de meados do século passado, é egoísta, incivilizada e arrogante.
No último domingo, eu e minha neta decidimos ir ao cinema. Resido próximo a um dos shoppings mais elegantes de São Paulo. Por ali se tira a média de como a parcela mais abastada da população padece da mais completa ausência de conceitos básicos de cidadania.
Como a fila da bilheteria dos cinemas fosse enorme, deixei minha neta guardando lugar nela e tentei a bilheteria “expressa”, que consiste em totens de auto-atendimento em que você mesmo escolhe a poltrona numerada, passa seu cartão bancário e a máquina emite o ingresso. Pois acreditem, a fila da bilheteria convencional andou mais rápido.
Grupos de jovens e de adultos, ou até pessoas sozinhas, apoderavam-se das máquinas sem pressa alguma. Paravam a operação e faziam chamadas telefônicas, ficavam batendo papo.
A fila em que minha neta ficou chegou à bilheteria e aquela em que eu estava, a “expressa”, quase não se moveu. Deixadas por conta própria, as pessoas gastavam muito mais tempo do que se tivessem se dirigido a um caixa com operador, o que evidentemente impediria que os grupelhos atrasassem a todos.
No estacionamento, vagas de deficientes ocupadas por veículos de pessoas sem necessidades especiais; carrões importados estacionados fora de vagas, atrapalhando a todos; madames e patricinhas paravam diante das escadas rolantes para consultar seus celulares de última geração, impedindo o fluxo de pessoas.
Nas ruas até dos bairros mais elegantes, das janelas daqueles mesmos carrões vai brotando lixo, deixando um rastro porco. Esses mesmos carrões param em filas duplas ou triplas, invadem as faixas de ônibus, fecham cruzamentos na hora do rush.
O paulistano, antes de tudo, é incivilizado, folgado, egoísta e arrogante. As ruas parecem um chiqueiro.
Isso sem falar na população de rua, que só faz aumentar. O prefeito demo-tucano, agora em um partido de aluguel que criou, atua com o mesmo viés higienista de Serra: fechou os albergues no centro da cidade e os transferiu para a periferia, obrigando a população sem-teto a ficar pelas ruas do centro à noite.
A criminalidade, a despeito da manipulação de estatísticas pela Secretaria de Segurança, continua aumentando. Agora, os bandidos estão indo buscar os ricos dentro de casa, nos prédios de luxo, nos quais fazem arrastões. Já foram 10 nos quatro primeiros meses de 2012 contra 12 no ano passado inteiro.
As escolas públicas estão caindo aos pedaços. Faltam professores, falta infra-estrutura. Só o que sobra são exemplares da Veja, da Época, do Estadão e da Folha, que essas escolas não têm mais onde guardar, haja vista que, para comprar a cumplicidade da mídia, governo do Estado e prefeitura compram esse lixo às toneladas.
Professores e policiais ganham salários entre os mais baixos do país, o que explica o desempenho cadente da Educação e da Segurança Pública.
Devido ao estado de miséria da cidade, o prefeito Gilberto Kassab é mal-avaliado. Pesquisa Datafolha realizada nos dias 1 e 2 de março com 1.087 moradores da cidade de São Paulo revela que míseros 26% aprovam sua gestão e 36% avaliam como ruim ou péssima
Ainda assim, quem inventou Kassab e fez dele prefeito, o ex-governador José Serra, é líder em todas as pesquisas de intenção de voto para prefeito de São Paulo, ou seja, o paulistano considera que o atual prefeito é uma droga – e é –, mas quer votar em quem fez dele prefeito, o que mostra a total incoerência da maioria da população.
Vá entender o que pensa essa maioria imbecilizada dos paulistanos.
Enquanto isso, a mídia eletrônica é bombardeada por propaganda eleitoral extemporânea e injusta da administração Kassab que certamente pretende beneficiar Serra enquanto que seus adversários não têm espaço. Uma aberração com dinheiro público. Kassab e Serra fazem propaganda eleitoral fora de época e o munícipe é quem paga.
E o conteúdo da propaganda, então… “Antes não tinha, agora tem”. Rematadas mentiras sobre as escolas municipais. A prefeitura anuncia que pôs dois professores em sala de aula e todos sabem que é conversa mole, que isso existe em uma pequena parte das escolas e funciona mal.
E essa tese de que “Antes não tinha, agora tem”. Como se a direita paulistana tivesse retomado a prefeitura ontem, apesar de que está lá desde 2005.
Em sete anos, a obra social de Marta Suplicy foi totalmente anulada. Todos os programas sociais. Os CEUs foram totalmente desfigurados. Não são mais as belas escolas da gestão petista, tornaram-se maquiagens, pequenas unidades que não oferecem nem um terço do que era oferecido no projeto original.
Os corredores de ônibus que permitiam ao usuário viajar muito mais rápido do que os automóveis, foram desarticulados. O tão alardeado investimento da prefeitura em metrô é uma falácia, existe só o anúncio, o dinheiro não chegou.
E, apesar de ser apresentado como inovação, esse investimento esconde que o orçamento da prefeitura, hoje, é mais do que o dobro que na época de Marta. Com o pais crescendo sob administração do PT, todos os municípios do país têm hoje muito mais recursos.
Pior. Aécio Neves, recentemente, em entrevista ao portal UOL garantiu que o projeto político de Serra continua sendo o de se eleger presidente, o que revela que, mais uma vez, seu vice deverá ser o prefeito de fato da capital paulista caso o tucano se eleja neste ano, pois o prefeito eleito deve abandonar a prefeitura para se candidatar a presidente em 2014.
Apesar de tudo isso, parece-me difícil que alguém tire a eleição de Serra. Sobretudo quando vejo tanta gente vibrar ao ver Maluf na tevê durante a propaganda semestral do seu partido, vertendo aquele discurso criminoso sobre “rota na rua” e “bandido bom é bandido morto”.
Como já disse muitas vezes, nasci na maternidade Pro Matre Paulista, que fica na avenida Paulista com a alameda Joaquim Eugênio de Lima. Sou filho, neto, bisneto e tetraneto de paulistanos. Ainda assim, não agüento mais São Paulo, o egoísmo e a arrogância da população. A sujeira, a falta de segurança. Quero ir embora daqui.

O TRABALHO E OS POBRES QUE FAZEM A HISTÓRIA



Até recentemente os historiadores desdenhavam os pobres. A crônica do passado se fazia em torno de reis efeminados, alguns; corajosos, outros; e efeminados e corajosos, poucos deles, como Ricardo Coração de Leão. Fazia-se também de santos, mas os santos da Igreja, em sua maioria, foram recrutados entre os membros da classe dominante na Idade Média, ainda que renunciassem à riqueza, como Francisco de Assis, ou se fizessem mártires nas guerras que, de santas nada tinham, como as cruzadas. Os santos modernos, com raras exceções, são militantes políticos contra os pobres, como o fundador da Opus dei. E, é claro, os intelectuais, cientistas e artistas sempre estiveram na comissão de frente do desfile da assim chamada civilização.
Hoje cresce entre os acadêmicos a preocupação com a História vista “de baixo”, embora a razão recomende não estabelecer o que seja alto ou baixo na construção do homem. É bom olhar o trabalho dos pobres, e sua luta por justiça, como o sumo da História. Não foram os faraós que construíram as pirâmides, mas, sim, os escravos; as grandes cidades modernas podem ter sido imaginadas pelos arquitetos geniais, mas não sairiam das pranchetas sem as mãos ásperas dos pedreiros, armadores e carpinteiros. O mundo virtual, abstrato, dos pensadores, pode prescindir do trabalho pesado, mas a doma da natureza, com a agricultura e o pastoreio, e sua transformação em objetos tangíveis, são conquistas do trabalho penoso.
Dos trabalhadores que hoje estão comemorando o primeiro de maio, poucos sabem exatamente como surgiu essa tradição. Ela se deve a uma das primeiras greves organizadas nos Estados Unidos, em 1886. No dia 3 de maio, em greve havia algum tempo, os trabalhadores de uma indústria de máquinas colheitadeiras, a McCormick Harvesting Machine Company, formaram piquetes diante dos portões da fábrica e foram dissolvidos por fura-greves e policiais, com a morte de vários operários e a prisão de dezenas. Como protesto, eles se reuniram no dia seguinte, na praça do Heymarket, no centro da cidade.
Entre outras reivindicações, os grevistas exigiam a fixação da jornada do trabalho em oito horas diárias. Os patrões, como fazem até hoje, organizaram pelotões de fura-greves, garantidos e protegidos pela polícia. Houve o conflito, com os grevistas se defendendo como podiam, e uma bomba explodiu, matando sete policiais. A polícia atirou, matou muitos trabalhadores e buscou suspeitos. Um líder dos trabalhadores, August Spies, embora provasse não estar no local, foi, com três outros, também vistos como inocentes, condenados à forca, e executados em 11 de novembro do ano seguinte. Um dos presos matou-se. Os três que conseguiram escapar do cadafalso foram perdoados, em 1893, pelo governador de Illinois, John P. Altgeld. O movimento sindical, que existia, de forma dispersa e débil, desde a presidência de Andrew Jackson, tomou corpo, a partir do episódio, com a reorganização da American Federation of Labor.
O século 20 começou com a criação de sindicatos de trabalhadores, com mais vigor nos Estados Unidos e na Inglaterra (com o incentivo do conservador Disraeli), e na Alemanha. Foram as lutas dos trabalhadores que moderaram, um pouco, a avidez dos capitalistas liberais. Essas lutas se iniciaram em 1848, tiveram impulso com a Comuna de Paris, em 1871, e tiveram a sua grande data no massacre do Haymarket e suas conseqüências, em 1886.
Na luta contra a Depressão dos anos 30, os países ocidentais (na União Soviética a situação era outra) procuraram incentivar o sindicalismo e contar com seu apoio. Hitler decretou, no dia 1º de maio de 1933, que a data seria festejada sob o nazismo como o Dia do Trabalho. No dia seguinte, fechou todos os sindicatos, prendeu seus líderes e iniciou a perseguição aos socialistas e comunistas. Nos Estados Unidos e no Canadá, a fim de desvincular a comemoração do massacre de maio, a data escolhida foi a da primeira segunda feira de setembro.
O movimento sindical, para ser autêntico, não deve atrelar-se aos governos, ainda que, na defesa do interesse dos trabalhadores, possa apoiar essa ou aquela medida dos estados nacionais. Foi a luta dos trabalhadores ingleses que criou o Labour Party na Inglaterra, em 1906, e conseguiu as reformas legais que permitiram o grande desenvolvimento econômico e político da Grã Bretanha, e a levaram ao grande desempenho bélico na Primeira e na Segunda Guerra Mundial.
Os historiadores começam a deixar os papéis dos gabinetes oficiais e as alcovas da nobreza, a fim de encontrar os verdadeiros agentes da civilização, no que ela tem de melhor, no estudo da vida e da resistência dos pobres contra a opressão. É hora de que se faça o mesmo em nosso país. É mais importante estudar a resistência dos brancos miseráveis do Brasil Colônia, que valiam menos do que os escravos, posto que os últimos, como bens de produção, tinham valor de mercado, e dos próprios cativos, do que imaginar como eram os encontros galantes de Pedro I com a Marquesa de Santos. Foi o suor dos desprezados que deu liga à argamassa de nossa nação – e de todas as outras nações.

Maria Inês Nassif assessorará Lula



Ontem foi referendado o convite de Lula para que Maria Inês Nassif assuma a função de assessora dele, ajudando nas análises e interpretações políticas. Apesar de não autorizado pela Inês, cometo a inconfidência: Lula disse ter se surpreendido com a unanimidade colhida com todas as pessoas a quem mencionava o nome da Inês.
Não é novidade para nós, do Blog, que aprendemos a admirá-la faz tempo. Nem para o irmão coruja.

DILMA HOMENAGEIA LULA,VARGAS, JANGO E BRIZOLA

HORROR: 'AUSCHWITZ  TROPICAL', SÍMBOLO DO APOIO PRIVADO À REPRESSÃO(Leia mais aqui) 
*Governo empareda bancos em mais uma frente com novas regras na poupança: taxa fixa da caderneta era escora para a espiral rentista** agora, o dinheirio graúdo terá que se adequar à queda da Selic e dos juros  nos bancos estatais** depósitos atuais não sofrem alteração.
 
"...o desemprego no Brasil está hoje nos mais baixos patamares de nossa história - 6,5% em março. Trata-se de um contraste gritante(...) o mundo perdeu 50 milhões de vagas formais de emprego, pulverizadas pela crise econômica, por políticas de austeridade exagerada, pela redução de direitos e precarização da legislação trabalhista. Nós navegamos na contramão dessa tendência e desse quadro sombrio. (...) A partir do governo no presidente Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma mudança (...) Nós mudamos a nossa forma de conceber o desenvolvimento e definimos um processo de desenvolvimento com inclusão social (...) Somente nesses últimos 15 meses do meu governo, nós geramos 2 milhões e 440 mil empregos formais (...) É assim, muito significativa, a circunstância que traz ao cargo de ministro um jovem que representa, inclusive, no sobrenome Brizola, uma história de mais de meio século de lutas sociais, de defesa do interesse nacional e de conquistas de direitos por parte dos trabalhadores brasileiros. Não bastasse levar o sobrenome Brizola, o novo ministro do Trabalho carrega consigo a história do seu tio-avô João Goulart, ex-presidente da República. Em 1953 - vejam os senhores que coincidência -, também aos 34 anos, também jovem e determinado, Jango foi empossado ministro do Trabalho do governo democrático de Vargas. Foi Jango quem deu à pasta do Trabalho grande peso político e grande dimensão. Assim, nomear como ministro do Trabalho e Emprego Carlos Daudt Brizola Neto reforça, em meu governo, é o reconhecimento da importância histórica do Trabalhismo na formação do nosso país" (Presidenta Dilma na posse do ministro do Trabalho, Brizola Neto)

Dilma desarma poupança e previdência. Urubologia em crise

A Presidenta Dilma Roussef tinha em mãos um desafio saboroso: continuar a derrubar as taxas de juros.

Para isso, ela chamou os bancos privados na chincha, apesar da furiosa resistência do PiG (*), que defendeu os bancos antes da Associação que os reúne, a Febraban.

E, para continuar a reduzir os juros com jeito de  “de primeiro mundo”, como ela diz, seria preciso alterar a regra da poupança.

A poupança remunera à base da TR (taxa referencial) mais juros de 6,17% ao ano.

Tornou-se uma barreira de resistencia à queda dos juros.

Isso vai mudar.

Segundo o Valor, os NOVOS poupadores serão remunerados à base de 70% da Selic e por degraus – poupador mais pobre recebe mais; mais rico, menos.

Essa providencia significa que os juros continuarão a cair; se os juros caem, o dinheiro estrangeiro da “ciranda” virá em menor quantidade; e o Real se desvalorizará, para a felicidade dos exportadores brasileiros.

Como já aconteceu nesta-quarta feira: o dolar chegou a R$ 1,92, o valor mais alto desde julho de 2009.

Que horror !

Os urubólogos estão de luto.

E, além disso, a Dilma desarmou outra encrenca, também estrutural.

Sancionou nesta quarta-feira o novo regime de previdência do funcionalismo público – e aliviou as contas da previdência para o futuro.

Desarmou uma bomba que países ditos “desenvolvidos” não conseguiram, ainda.

Compatibilizar a crescente expectativa de vida com a saúde dos fundos de previdência estatal.

A França, a Inglaterra, os Estados Unidos estão a dizer … essa Dilma …

Os Urubólogos estão de luto, de novo.

Essa Dilma…

Acompanhe, agora, amigo navegante, os textos do PiG (*) sobre a Dilma.

É uma espécie de elogio funebre do colonismo (**) piguento:

Poupança deve ter rentabilidade igual a 70% da Selic


Por Claudia Safatle, João Villaverde e Monica Izaguirre

De Brasília


Após cinco horas de reunião com a presidente Dilma Rousseff, ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega voltou ao seu gabinete para terminar o novo modelo de remuneração das cadernetas de poupança que o governo anuncia hoje. A base da proposta do Executivo, que será encaminhada por medida provisória para o Congresso, é garantir à caderneta uma rentabilidade equivalente a 70% da taxa Selic. Discutia-se, ainda, a possibilidade de se fazer uma escala conforme o valor dos depósitos. Até determinada faixa (R$ 50 mil ou R$ 70 mil, por exemplo), o poupador receberia 80% da Selic e acima desse valor, 70%. Para as aplicações já existentes não deve haver qualquer modificação.


A divulgação da medida, que originalmente seria feita ontem, foi adiada para hoje. A presidente terá, à tarde, vários encontros para obter apoio político à alteração das regras da poupança. Primeiro, com o Conselho Político e, em seguida, com as centrais sindicais e empresários. Antes, porém, deverá ter uma nova discussão com Mantega para fechar o texto final.


Tratada com extrema cautela pela presidente, pelo impacto político que pode gerar a alteração na rentabilidade da principal aplicação do pequeno poupador, a caderneta acabou tornando-se um entrave para a queda da taxa básica de juros, a Selic.


Dilma sanciona lei da previdência do funcionalismo


DE BRASÍLIA


A presidente Dilma Rousseff sancionou com três vetos a lei que institui as Fundações de Previdência Complementar do Servidor Público (Funpresp). O novo regime é uma tentativa para reduzir o deficit da Previdência do funcionalismo federal, em torno de R$ 60 bilhões por ano.


O Ministério da Previdência calcula que as fundações poderão contabilizar R$ 160 bilhões nos próximos 25 anos, valor semelhante ao registrado pela Previ, fundo dos funcionários do Banco do Brasil.


“Considero um passo importante para reforma da Previdência e para tranquilidade daqueles que viam a sangria dos recursos da Previdência”, disse o ministro da Previdência, Garibaldi Alves.


A lei modifica o regime de contribuição somente para futuros servidores federais, que forem nomeados após a aprovação da criação dos fundos pela Previc, órgão que regula o setor de fundos de pensão no Brasil. O Funpresp não atingirá servidores antigos.


Os servidores só terão aposentadoria garantida até o teto de R$ 3.916,20 mensais aplicado hoje pelo INSS, que atende os trabalhadores da iniciativa privada. Para receber mais, eles terão de contribuir para as fundações. O governo também contribuirá para os fundos, empatando o índice aplicado pelo funcionário até o limite de 8,5%.


Previdência urbana registrou em março o melhor superávit da história


Stênio Ribeiro

Repórter da Agência Brasil


Brasília – A Previdência urbana registrou arrecadação de R$ 21,78 bilhões no mês de março e desembolsou R$ 18,59 bilhões com o pagamento de 16,8 milhões de benefícios. Há portanto, um saldo de R$ 3,19 bilhões, que se constitui no melhor superávit de toda a série histórica, sem contar os meses de dezembro, quando a arrecadação quase dobra por causa do décimo terceiro salário.


A informação foi dada, hoje (2), pelo ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, ao apresentar relatório sobre o desempenho do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) no mês passado. O resultado de março reverteu o déficit de R$ 97 milhões em fevereiro último e o saldo de março aumentou 169,8% comparado a R$ 1,18 bilhão em igual mês do ano passado.


Segundo Garibaldi, o valor leva em conta o pagamento de sentenças judiciais e a Compensação Previdenciária (Comprev) entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e os regimes próprios de Previdência Social (RPPS) de estados e municípios. Ele explicou que a arrecadação líquida de março cresceu 17,9% sobre fevereiro e 17,7% sobre março de 2011, especialmente por causa da prorrogação do pagamento dos tributos do Simples Nacional, cujo vencimento foi transferido de janeiro para até 12 de março.


Pelas contas do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), a Previdência urbana arrecadou R$ 59,58 bilhões de janeiro a março, com aumento de 8,9% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. As despesas com o pagamento de benefícios também cresceram, mas em volume proporcionalmente menor. Aumentaram de R$ 51,43 bilhões, em 2011, para R$ 54,70 bilhões neste ano, deixando saldo acumulado de R$ 4,885 bilhões no trimestre.



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.