Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Relator Odair, olha o que o PiG fez da Delta



O PiG (*) destruiu a Delta.

A Delta cometeu muitos pecados.

Nenhum pecado da Delta é original.

Não fez nada que não tenha sido feito por outras muitas empreiteiras brasileiras.

Todos os pecados da Delta estão no catálogo das empreiteiras brasileiras.

Só mudam o Cachoeira e o Demóstenes.

E, aí, relator Odair Cunha, por que a Delta vai fechar ?

Vai fechar porque através dela o PiG (*) quer chegar à Dilma e, portanto, ao Lula, aquele que provoca mais ódio que Vargas.

Vai fechar porque a Delta manteve relações promíscuas, condenáveis com o governador do Rio, que está na base de apoio a Dilma.

E o Rio se tornou tudo aquilo que São Paulo não é.

Sergio Cabral paga o preço de o Rio demonstrar que São Paulo dos tucanos prendeu a roda.

Tudo isso levou o GPS do PiG (*), o colonista (**) de múltiplos chapéus, aquele que chama o Cerra de “Cerra”, a deixar solarmente claro: a Delta serve para pegar a “mãe do PAC”.

A Delta vai fechar, relator Odair Cunha, porque o PiG (*) quer pegar a Dilma antes de o Supremo absolver o José Dirceu.

(Este ansioso blogueiro quer ver o Supremo condenar o Dirceu.)

Quer melar a CPI da Veja, porque ela pode ir ao estômago da Veja e da Globo (indústria que transforma em Chanel # 5 o detrito sólido de maré baixa da Veja).

O PiG (*) vai pendurar o Cavendish no poste.

Enquanto não pendura a Dilma e o Lula.

Por que o PiG (*) não fecha a Camargo Corrêa, que está enfiada até o talo na Castelo de Areia ?

Porque a Castelo de Areia chega aos tucanos e surpreende o Aloysio 300 mil, que se elegeu senador tucano, depois que a Folha (***) “matou” o concorrente, Romeu Tuma.

(Romeu Tuma cometeu a imprudência de instalar-se no Sírio. Clique aqui para ler o que aconteceria ao Sírio, se fosse um hospital francês. )

Por que o PiG (*) não trata do que o Sergio Andrade fez com o Carlos Jereissati ao se apossar da BrOi sem botar um tusta do próprio bolso ?

A mesma Andrade Gutierrez que aparece na investigação que o ínclito delegado Paulo Lacerda fez sobre o PC Farias.

Essa Andrade Gutierrez, que aparece na BrOi, é muito diferente da Delta, relator Odair Cunha?

É, sim !

Muito diferente.

Se enfiar o dedo na BrOI, o PiG (*) explode o tumor da Privataria Tucana e jorra pus no colo do PSDB.

Dos tucanos e o clã do Cerra estão lá, inteiros, nus,

E, por isso, o PiG (*) passa a mão na cabeça da Andrade e do Jereissati.

Dantas os protege.

(FHC e Cerra os protege.)

A Delta é tão santa quanto os outros da indústria da empreitagem nacional.

Uma indústria cada vez mais oligopolizada.

E mais oligopolizada ainda será, quando a Delta fechar.

E quanto mais oligopólio for, mais Demóstenes e Cachoeiras serão necessários.

Relator Odair Cunha, veja só o que o PiG (*) é capaz de fazer, quando se move pelo ódio.

O PiG (*) tem que condenar o Dirceu.

Melar a CPI.

E jogar a Delta no colo da Dilma.

Por isso, o PiG (*) fechou a Delta, senhor relator.

Senhor relator, o senhor vai para cima dos tucanos ou está com medo do PiG (*), também ?

E, não se esqueça: depois da CPI da Veja tem a da Privataria.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

(***) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Ricardo Noblat mentiu descaradamente para envolver deputado do PT

A cobertura do PIG para a CPI do Cachoeira/Demóstenes tem um rumo muito claro: jogar no colo do governo Dilma toda a roubalheira praticada pela direita em conluio com o contraventor e os bandidos do próprio PIG. Para isso cometem as maiores aberrações. Porém, Ricardo Noblat, colunista e blogueiro do Globo, passou de todos os limites. Mentiu descaradamente nesta terça-feira (24) ao envolver o deputado Rubens Otoni (PT-GO) e livrar a cara do  deputado Sandes Júnior (PP-GO).
Noblat e demostenes
CPI pode esclarecer
relação entre os dois
Em texto escrito pelo próprio Noblat, publicado às 19h36m, o jornalista publica a seguinte matéria, que tem como título: STF processará deputados do Caso Cachoeira
“O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, anunciará daqui a pouco que autorizou a abertura de processo contra três deputados federais por Goiás envolvidos nos malfeitos do bicheiro Caroinhos Cachoeira e do senador Demóstenes Torres. Os três: Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e Sandes Júnior (PP-GO)”.
Na verdade, como foi noticiado por toda a imprensa brasileira, inclusive o site do jornal O Globo, os três inquéritos que foram abertos a pedido da Procuradoria-Geral da República foram contra os deputados federais Carlos Leréia (PSDB-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ). Ou seja, todos da oposição ao governo Dilma. Apesar de ser do PP, partido da base de Dilma, Sandes Júnior é ligado ao governador Marconi Perillo, envolvido até a cabeça com a quadrilha de Cachoeira.
Se a realidade não corresponde ao que manda o patrão, publica-se a mentira. Foi isso que fez Ricardo Noblat. Até esta quarta-feira (25), às 10:00h, não foi publicado nenhum desmentido no blog e a notícia mentirosa permanece publicada.

Noblat na CPI

Ricardo Noblat não é qualquer jornalista. É um dos atacantes do time do PIG. Ganhou grande notoriedade por ter sido uma das pontas de lança na tentativa de golpe contra os governos de Lula e Dilma.
Se sentasse em uma cadeira para depor na CPI, Noblat teria muito pra contar sobre o esquema criminoso montado por Cachoeira com a cúpula do PIG. O colunista é uma das principais viúvas do senador Demóstenes, por quem nutre grande admiração. Tanto é que Demóstenes era dos únicos políticos com coluna fixa no Blog do Noblat. Coluna sempre pautada pelo tema da “ética e moralização”. Sem explicação, a coluna semanal sumiu do Blog assim que começaram a ser reveladas as gravações do seu ídolo com Cachoeira.
Ricardo Noblat poderia também, sentado como depoente na CPI, contar para o Brasil porque foi o mais implacável jornalista contra Luiz Antônio Pagot, quando esse estava na direção geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Diariamente, publicava as denúncias em primeira mão, já que a revista Veja, braço direito da organização criminosa de Cachoeira é semanal.
Como ficou claro em gravações já vazadas pela Polícia Federal, Pagot foi vítima de uma armação de Cachoeira, a empreiteira Delta e a revista Veja. Qual foi a participação de Noblat no esquema? Bem que ele poderia contar ao Brasil sentado na mesa da CPI. Para isso acontecer, basta um deputado federal apresentar o pedido de convocação e ser aprovado pelos membros da CPI. Já tenho até sugestão do parlamentar que poderia formular o pedido, o caluniado Rubes Otoni (PT-GO).
Kerison Lopes
No Vermelho

CPMI do Cachoeira reforça necessidade da reforma política, dizem deputados

Para vários deputados que ocuparam a tribuna durante a Sessão do Congresso Nacional desta terça (24), o atual sistema político brasileiro favorece as relações entre crime organizado e agentes públicos, por meio do financiamento privado de campanhas milionárias. O exemplo citado foi o do senador Demóstenes Torres, suspeito de receber dinheiro da quadrilha de Carlinhos Cachoeira, diretamente e via empresas integrantes do esquema.

Brasília - Deputados de diferentes partidos defenderam a urgência da realização de uma profunda reforma política no país, durante a Sessão do Congresso Nacional, realizada na noite desta terça (24), para oficializar a nomeação dos integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), criada para investir as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e grupos privados.

“É por não termos feito uma reforma política que estamos aqui fazendo esta CPMI. Se tivéssemos partidos fortes e financiamento público de campanha, não estaríamos aqui”, afirmou o deputado Fernando Ferro (PT-PE). Ele lembrou que o financiamento privado de campanha é a principal arma adotada pelos corruptos para aliciar agentes públicos para trabalhar em prol de seus interesses.

“É preciso recordar que esta CPMI surgiu para apurar o envolvimento do senador Demóstenes Torres [ex-DEM] com Cachoeira e outros grupos privados, incluindo setores da mídia, como é o caso da revista Veja. E os grupos privados que estão por trás dessa CPMI não são solitários. Estão por trás de uma rede que tenta se apropriar do aparelho do estado”, denunciou.

Para o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), a Comissão deve apontar e punir os culpados, mas precisa ir além. “Esta CPMI tem por obrigação propor soluções para extrair a raiz do mal. E a raiz do mal é o financiamento público de campanha. Temos que acabar com a ingerência do capital na política brasileira. E as empreiteiras as principais responsáveis pela corrupção no país”, afirmou ele, referindo-se à construtora Delta, apontada como parte integrante do esquema de corrupção liderado por Cachoeira.

Teixeira destacou também a necessidade do parlamento aprovar uma nova legislação anticorrupção, que puna não só os agentes públicos envolvidos em esquemas ilegais, mas também os corruptores, como propõe o relator do projeto de lei anticorrupção que tramita na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP). “Temos que punir também aqueles que corrompem”, enfatizou.

O líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), foi outro que ressaltou a importância da CPMI pautar a necessidade da reforma política. E citou o artigo “Sobre a corrupção”, do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, publicado pela Carta Maior, para fundamentar sua defesa. “Precisamos acabar com esses financiamentos milionários de campanhas”, ressaltou. Segundo ele, o financiamento privado resulta em escândalos como o que envolve a construtora Delta.

O deputado Marçal Filho (PMDB-MS) também abordou a associação entre corrupção e financiamento privado das campanhas. “A corrupção só vai acabar com uma profunda reforma política neste país”, resumiu. Já o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), defendeu a importância de se aprovar o fim do voto secreto no parlamento e do foro privilegiado.

Críticas da oposição
Na contramão, o líder da minoria, deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), resumiu a linha que deverá pautar os trabalhos da oposição: desqualificar a CPMI, acusando-a de “submissão ao governo” e de configurar instrumento para atentar contra a “liberdade de imprensa”. O deputado classifica a CPMI de “chapa branca” por ela comportar maioria de membros da base aliada. E a acusa de tentar cercear a liberdade de expressão por prever a investigação do envolvimento de veículos de comunicação no esquema de Cachoeira.

Para o Thame, convocar profissionais da imprensa para depor na Comissão constitui crime de atentado à liberdade de imprensa tão grave como assassinar jornalistas. Ele chegou ao extremo de comparar uma possível convocação dos jornalistas envolvidos com Cachoeira ao assassinato do jornalista maranhense Décio Sá, ocorrido esta semana.

Escalação dos membros
A escalação dos integrantes da CPMI foi anunciada pela presidente em exercício do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-PA). Serão 32 titulares, 16 senadores e 16 deputados, e igual número de suplentes. A presidência ficou a cargo do senador Vital do Rêgo (PMDB-PA) e a relatoria, com o deputado Odair Cunha (PT-MG). Pelo regimento da Casa, as indicações do presidente e do relator cabem aos partidos de maior bancada. O número de integrantes de cada bancada também obedece a critérios de proporcionalidade (confira aqui os indicados).

Dezenas de deputados e senadores que não assinaram a lista de pedido para abertura da CPMI justificaram em plenário o motivo da ausência dos seus nomes, e pediram inclusão na lista. Segundo eles, o fato da CPMI ter sido criada em tempo recorde dificultou a mobilização. Caso, por exemplo, do deputado Marcal Filho, que participava de missão oficial no exterior, na companhia de outros seis parlamentares.

A CPI será instalada oficialmente nesta quarta (25), a partir das 10 horas, na Ala Nilo Coelho do Senado.

STF pode pôr fim às aspirações racistas de DEMóstenes e cia.

Se tudo correr bem, o Supremo Tribunal Federal deve confirmar hoje uma tendência libertária que vem marcando as decisões da Corte nos últimos tempos, como nos casos das sentenças proferidas em favor da união civil entre homossexuais e da interrupção de gravidezes de fetos anencéfalos. Só que será uma decisão mais fácil por razões que passo a expor.
Antes, porém, vale dizer que tais decisões progressistas do STF mostram a importância de o país eleger governos progressistas em um país em que vige a insanidade de ser dado ao Poder Executivo a prerrogativa de organizar a Justiça de acordo com a sua ideologia e os seus interesses.
A Corte julgará a constitucionalidade das cotas “raciais”, um questionamento que só foi possível devido a um partido de meliantes como o Democratas, com seus Arrudas e Demóstenes, reflexos de uma agremiação que simboliza e congrega o que há de pior na política brasileira.
Quem não se lembra da verborragia meliante de Demóstenes contra as cotas em 2010, em audiência no Supremo em que lhe coube proferir um dos discursos racistas mais repugnantes de que tive conhecimento.
Naquela ocasião, o serviçal do chefão Carlinhos Cachoeira, travestido de parlamentar, culpou os negros pela própria escravidão e caricaturou uma medida libertária que, se perdurar, poderá minimizar uma das anomalias mais gritantes do racismo à brasileira, a quase inexistência de médicos afrodescendentes neste país.
Sempre que encontro um racista que mascara seus demônios interiores com o discurso abjeto de que seria racista uma medida destinada a libertar os negros da barreira que os impede de chegar ao ensino superior, o vestibular, pergunto quantos médicos negros brasileiros aquela pessoa conheceu na vida.
A reação é sempre a mesma. A pessoa para por alguns segundos para refletir e, invariavelmente, conclui que não se lembra de ter conhecido algum – ou, no máximo, diz que, alguma vez, conheceu um, como se tivesse tido o privilégio de ter visto um espécime raro.
Muita falácia foi tecida contra as cotas, sempre por elaboração da imprensa, que, como bem disse o colunista Elio Gaspari em artigo publicado nesta quarta-feira em O Globo e na Folha de São Paulo, “No século 21, como no 19, todos os grandes órgãos de imprensa posicionaram-se contra as cotas”.
Como bem lembrou o colunista, a imprensa brasileira tentou impedir a libertação física dos escravos assim como hoje tenta impedir a libertação intelectual dos descendentes deles, que só ocorrerá através da educação.
O governo Lula teve a coragem de trazer para o Brasil uma política pública oriunda dos Estados Unidos, conhecida como ação afirmativa (as cotas “raciais”), que permitiu que, hoje, já existam alguns médicos negros.
A imprensa, em reação, erigiu uma série de “argumentos” absurdos para impedir que os afrodescendentes chegassem ao ensino superior, tirando dos brancos ricos a primazia de estudarem em boas universidades públicas, uma barbaridade social que em Estados reacionários como São Paulo ainda obriga negros pobres a custearem o estudo deles.
Primeiro, inventaram a tese de que negros pobres chegarem à universidade reduziria o “padrão acadêmico” e de que, por serem estudantes inferiores, os negros seriam discriminados no mercado de trabalho ao se formarem.
Esse “argumento” virou pó. Os estudantes cotistas mostraram seu valor e superaram os não-cotistas brancos em todos os aspectos, seja nas notas ou na permanência nos cursos, pois os filhinhos de papai que ingressam no ensino superior via vestibular abandonam muito mais as vagas, talvez até por não darem valor àquilo que, para os pobres, é um tesouro.
A confirmar a afirmação de Gaspari sobre o racismo midiático que fez toda a grande mídia estabelecer uma cruzada contra as cotas, editorial de O Globo desta quarta-feira esgrime com o pouco que restou de argumentos contra a política afirmativa.
O editorial se vale de uma mentira inquestionável. Afirma que a política de cotas é só para negros e não, também, para pardos. Não é verdade. A política afirmativa serve para afrodescendentes e se baseia, inclusive, também em critérios econômicos.
O texto também diz que, no Brasil, seria “difícil” distinguir negros de brancos. Outra falácia que pode ser facilmente desmontada com uma mera visita aos salões das elites como os clubes de classe média alta de São Paulo, onde os examinadores raciais conseguem distinguir muito bem quem é descendente de negro de quem não é.
Na hora de discriminar, os redutos da elite branca não têm a menor dificuldade para distinguir brancos de não-brancos.
Conheço uma das poucas famílias mestiças que venceu na vida em São Paulo e que reside em um dos bairros mais elegantes da cidade. O casal e seus filhos têm pele cor de jambo, mas mantêm os cabelos e os traços faciais característicos dos afrodescendentes.
Apesar da excelente condição financeira, jamais conseguiram se associar a um dos clubes paulistanos mais caros.
Certa vez, perguntei ao amigo por que não denunciou o racismo de que ele e sua família eram vítimas e a resposta foi a de que, se empreendesse uma cruzada como essa, até o seu excelente emprego seria posto em risco.
Esse cidadão, por conta de sua condição social e da sustentabilidade de seu ganha-pão, confidenciou-me  que precisa se apresentar como um “negro de alma branca” em um estrato social em que negro bom é aquele que combate as cotas e nega que exista racismo no país.
A questão das cotas “raciais”, portanto, simboliza quanto racismo ainda há no Brasil. E mostra que a política afirmativa pode começar a miná-lo, ensejando um futuro em que a propaganda ou as novelas, por exemplo, deixarão de mostrar um país artificialmente branqueado como o que detectou recentemente a romancista moçambicana Paulina Chiziane
Segundo Paulina, o povo de Moçambique tem medo do Brasil. Sua declaração foi feita durante o seminário “A Literatura Africana Contemporânea”, que integrou a programação da 1ª Bienal do Livro e da Leitura em Brasília.
Ela abordou a presença brasileira em Moçambique via templos religiosos e telenovelas que, em sua opinião, transmitem uma falsa imagem do país. Suas palavras resumem o fenômeno que explica por que a mídia brasileira é tão visceralmente contra as cotas.
—–
Para nós, moçambicanos, a imagem do Brasil é a de um país branco ou, no máximo, mestiço. O único negro brasileiro bem-sucedido que reconhecemos como tal é o Pelé. Na grande maioria das telenovelas, no topo da representação social estão os brancos. Esta é a imagem que o Brasil está vendendo ao mundo (…)
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Fatalmente aparecerá algum racista para lembrar que alguma novela permitiu que algum negro fosse representado de forma diferente, fingindo ignorar que foi uma exceção à regra e que era um personagem isolado, o tal “negro de alma branca” idealizado pela mídia.
Com efeito, a propaganda e as novelas brasileiras são um escândalo. Sempre digo que, se tirarmos o som e as legendas da televisão e mostrarmos apenas as imagens a um estrangeiro pedindo a ele que diga em que país se passam aquelas cenas, certamente dirá que pertencem a algum país nórdico.
O mais doloroso em tudo isso são alguns raros negros ou afrodescendentes bem-sucedidos que se dispõem a atacar iniciativas como as cotas. São os tais “negros de alma branca” aos quais os brancos racistas se referem quando querem apontar aquele negro como merecedor de uma oportunidade por concordar em não denunciar o racismo no Brasil.
Isso tudo ocorre em um país em que a maioria da população descende de negros, o que explica pesquisa Datafolha que detectou que 65% dos brasileiros são a favor das cotas. Aliás, essa pesquisa explica por que o ex-presidente Lula desfruta de popularidade tão grande.
Essa maioria de nosso povo que apóia as cotas, vale explicar, é composta pela quase totalidade dos afrodescendentes e por um contingente reduzido de brancos, segundo as pesquisas.
Os brancos que apoiam as cotas “raciais” se equiparam aos abolicionistas do século XIX que combateram a imprensa e as elites racistas e, assim, conseguiram fazer com que o Brasil deixasse de ser o único grande país em que vigia a escravidão. O mais doloroso de tudo isso é que mais de um século se passou e a guerra ao racismo ainda está longe do fim.

Economia da Inglaterra entra em recessão

A economia britânica contraiu-se 0,2% nos três primeiros meses do ano, após ter registrado uma queda de 0,3% entre outubro e dezembro de 2011. É a segunda recessão em três anos, algo que não ocorria desde 1975, mas, sobretudo, é um golpe para a estratégia de ajuste fiscal impulsionada pela coalizão conservadora-liberal democrata que governa o país. O primeiro ministro David Cameron lamentou os números, mas assinalou que seguirá com o programa de austeridade. O artigo é de Marcelo Justo.

Londres - A economia britânica entrou tecnicamente em recessão. O informe preliminar do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS) indicou que a economia contraiu-se 0,2% nos três primeiros meses do ano, após ter registrado uma queda de 0,3% entre outubro e dezembro de 2011. É a segunda recessão em três anos, algo que não ocorria desde 1975, mas, sobretudo, é um golpe para a estratégia de ajuste fiscal impulsionada pela coalizão conservadora-liberal democrata que governa o país.

Na Câmara dos Comuns, o primeiro ministro David Cameron mostrou-se decepcionado com os números, mas assinalou que seguirá com o programa de austeridade. “Não há complacência do governo, mas estamos em meio a uma situação muito difícil que se complicou ainda mais”, disse Cameron. O líder da oposição, o trabalhista Ed Miliband, qualificou os dados como “catastróficos” e assinalou que eles eram de inteira responsabilidade do governo. “Esta é uma recessão produto da política do primeiro ministro e de seu ministro da Economia”, disse Miliband.

A definição técnica de recessão é dois trimestres seguidos de crescimento negativo, mas o certo é que a economia britânica vem aos trancos e barrancos há mais de um ano. Segundo os dados preliminares da NOS, que medem a atividade de 40% da economia, a queda se estendeu ao setor manufatureiro (0,4%) e ao setor crucial da construção civil (3%), enquanto que os serviços, que constituem cerca de 70% da atividade econômica, cresceram um magro 0,1%, atribuído pelos economistas ao surto de consumo de gasolina em março provocado por um pânico de desabastecimento desatado pelo próprio governo. O cada vez mais questionado ministro da Economia, George Osborne, assinalou que não haverá mudança de rumo. “O que pioraria a situação agora é abandonar nosso plano econômico e somar mais empréstimos e mais dívida pública”, assinalou Osborne.

A estratégia da coalizão vem sendo dominada por um draconiano programa de austeridade que contempla cortes de gastos equivalentes a 130 bilhões de dólares em cinco anos, com uma perda de aproximadamente 700 mil empregos no setor público. Na terça-feira, a mesma ONS revelou que, em março, o governo havia pedido emprestado dois bilhões de libras mais do que previsto e que sua arrecadação havia caído 3,6%, incluindo uma queda de 1% do imposto sobre o consumo, o IVA.

Não é preciso ser John Maynard Keynes para detectar a razão dessa piora da situação fiscal. “O problema na estratégia de redução do déficit do governo é que, sem uma maior arrecadação, produto de um crescimento da economia, ele não conseguirá reduzir o déficit e sua dívida”, assinalou ao jornal “Evening Standard” o economista Daniel Soloman, do nada heterodoxo Centre for Economics and Business Research.

O panorama é sombrio para o futuro. Na semana passado, o Banco da Inglaterra (Banco Central) reconheceu que não podia descartar a possibilidade de que “o PIB caia três semestres consecutivos”, devido à debilidade do setor da construção e aos feriados que acompanharam o jubileu (de diamante) da Rainha em junho. O prestigiado Instituto de Estudos Fiscais calcula que, no momento, só foram executados 10% dos cortes fiscais anunciados pela coalizão. A economia terá que enfrentar ainda cerca de 90% de demissões no setor público.

Simon Wells, economista do banco HSBC, advertiu para o impacto que esta contínua onda de austeridade terá sobre o conjunto da economia. “O Reino Unido apenas começou seu esforço de consolidação fiscal. O setor governamental seguirá impactando negativamente sobre a possibilidade de crescimento do PIB nos próximos cinco anos”, indicou Wells.

Pior ainda, o governo encontra-se em um beco político sem saída. Desde a campanha eleitoral para as eleições de maio de 2010, os conservadores colocaram a redução do déficit fiscal e o ajuste no centro de sua estratégia econômica e de seus ataques ao trabalhismo. Dar marcha ré, os exporia politicamente e seria percebido como um sinal de debilidade pelos mercados. Enquanto isso, os trabalhistas se aproximam das eleições para a prefeitura de Londres, no dia 3 de maio, com uma vantagem nas pesquisas em nível nacional de oito pontos, apesar do escasso carisma de seu líder Ed Miliband.

Tradução: Katarina Peixoto

SERRA PISCOU ?

*Inglaterra em recessão: atividade econômica recua pelo 2º trimestre consecutivo sob o governo conservador de Cameron**país engrossa a lista dos suicidas da austeridade que já arrastou à recessão a Espanha,Itália, Portugal** Brasil tem arrecadação recorde em março: receitas crescem 16% sobre igual mês de 2010**Nova rodada de redução dos juros: Caixa Econômica Federal corta o custo do crédito imobiliário e a taxa de administração de fundos de investimento, tangendo a banca privada para reduzir seus spreads
 
Acumulam-se sinais de que o candidato José Serra mergulhou numa zona de instabilidade e turbulência, distinta daquela que pavimentaria a rota de um nome supostamente favorito à prefeitura de SP. Em poucos dias, o tucano fez quatro disparos ilustrativos de um estado emocional tenso, talvez raivoso. A saber: a) Serra decidiu processar o jornalista Amaury Ribeiro Jr pela  documentação revelada no livro ' A Privataria Tucana', dando conta do enriquecimento ilícito do ex-governador e de sua filha, Verônica ; b) em solenidade no ABC nesta 2ª feira,  num discurso algo desconexo, Serra acusou o PT e os petistas de 'fascistas; c) Serra contratou um autentico exemplar do comando jornalístico de caça ao PT, Fábio Portela, para chefiar a comunicação de sua campanha. Portela foi pinçado diretamente da revista Veja, que dispensa apresentações; d) Serra, via manifesto do PSDB de SP, divulgado nesta 3ª feira, decidiu  'denunciar' a decisão do prefeito, seu aliado, Gilberto Kassab, de ceder um terreno público no centro da capital para sede do futuro instituto e museu de Lula. O que teria acidificado adicionalmente o conhecido humor do tucano?
 Dois eventos mexeram o xadrez político nacional nos últimos dias: na economia o governo Dilma esganou o discurso 'industrialista' de Serra ao vencer uma queda de braço com os bancos, para redução dos juros; na política, foi criada a CPI do Cachoeira; bancada por Lula, envolve diretamente dois aliados do tucano, o governador Marconi Perillo e Demóstenes Torres. A ver.