Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Nahas: como nascem os processos contra Mino e PHA


Saiu no JB:

Em gravação, Leonardo Attuch manda Naji Nahas processar jornalistas

Jornal do BrasilJorge Lourenço

Em mais uma gravação revelada pelo blog “Quid Novi”, o jornalista Leonardo Attuch, da IstoÉ, é flagrado instruindo o empresário Naji Nahas a processar os jornalistas Paulo Henrique Amorim e Mino Carta. Na conversa, Attuch mostra intimidade com Nahas e diz que ele precisa tomar uma atitude a respeito das reportagens publicadas contra ele em outros veículos de comunicação.

Corrupção na Comissão de Ciência

O episódio diz respeito a uma denúncia de que Naji Nahas teria distribuído R$ 300 mil para deputados da Comissão de Ciência da Câmara dos Deputados. A intenção, supostamente, era convencê-los a aprovar uma medida que beneficiaria a Telecom Itália, da qual Nahas era consultor.


Confira aqui a gravação




Com a palavra

Além de dizer que a Operação Chacal foi comprada, Attuch ataca diretamente alguns jornalistas que noticiaram indícios de corrupção da Comissão de Cência.

“Tem que começar a mexer com essa turma de Mino Carta, Paulo Henrique Amorim, esses filhos da…”, diz o jornalista.

A política brasileira, a virtude e a fortuna

Depois de 27 anos de redemocratização do país, e de um período prolongado de luta aberta entre forças que se opõem no cenário político, talvez seja conveniente lembrar Maquiavel também no nosso pedaço de mundo, onde atribuímos à velha ordem excessivo poder para decidir nosso futuro.


Maria Inês Nassif


Houve um tempo em que a desenvoltura de velhas raposas da política tradicional, e uma vocação dessas lideranças para remar a favor da maré, davam a impressão, para quem as assistia do lado de fora do palco institucional, de que elas tinham um quase monopólio, um poder ilimitado de construir a história. Depois de 27 anos de redemocratização do país, e de um período prolongado de luta aberta entre forças que se opõem no cenário político, talvez seja conveniente lembrar Maquiavel também no nosso pedaço de mundo, onde atribuímos à velha ordem excessivo poder para decidir nosso futuro.


Dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva e pouco mais de um ano com Dilma Rousseff – três gestões onde a disputa política saiu dos porões do poder e se escancarou para outros setores sociais – mostraram que o jogo político, mesmo quando escamoteado, é virtude e fortuna. Ou seja, nunca é produto exclusivamente da vontade de um governante, embora a virtude seja fundamental para mover um governo, e a fortuna, isto é, a roda da história, nunca acontece descolada da virtude.


As virtudes de um e outro governante não são iguais, mas já se pode dizer, com um alto grau de certeza, que o correr dos acontecimentos – a fortuna – foi adequada às diferenças entre Dilma e Lula. Dilma está no lugar e na hora onde tem que estar; Lula cumpriu o seu papel no seu momento. E o processo histórico, como se move, saiu de uma realidade onde o governo era defensivo e tinha como contraponto um presidente com raras qualidades de conciliação; para uma outra, em que o governo é ofensivo e a presidenta, sem habilidades específicas para manobrar a política institucional, encontra terreno para exercer a sua vocação maior, que é a de se contrapor.


A rápida intervenção de Dilma nos juros domésticos (o pesadelo para todos os governantes das últimas duas décadas) tanto pela via institucional, o Copom, como da pressão direta sobre os bancos, é o estilo Dilma, beneficiado pelo gradual abandono da ortodoxia econômica iniciada no governo Lula e pela crise mundial. A volta por cima da crise política do chamado “mensalão” de 2005, via apoio popular, é estilo Lula.


Nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), exceto em um breve primeiro ano de lua-de-mel com as elites políticas brasileiras, o governo foi mantido acuado na política institucional por uma minoria oposicionista amplificada por uma mídia hegemônica; e, no plano da sociedade civil, manteve uma aproximação permanente com setores não organizados, beneficiados pelos programas sociais e/ou atraídos pelo carisma do chefe do Executivo.


Com os movimentos sociais organizados o governo Lula não teve sempre um bom diálogo, mas o fato de ser entendido como um mal menor, contra um partido, o PSDB, que criminalizou a ação política desses setores, poupou-o de uma oposição forte à esquerda. O MST, por exemplo, nunca se declarou feliz com o PT no governo federal, mas foi atraído pelas suas próprias bases e pela opção do “mal menor” a se encontrar com o partido em períodos eleitorais, e a aliviar a pressão quando os setores conservadores tocavam fogo na política institucional.


O governo Dilma Rousseff mostrou algumas coisas mais. Primeiro, que no final das contas os estilos diferentes dos dois presidentes petistas vieram na hora certa. Em segundo, que a vontade pessoal de um mandatário popular conta, mas desde que ele entenda, conflua e aproveite o processo histórico que o levou ao poder.


Dificilmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria chegado ao final de seu mandato, se não tivesse algumas qualidades essenciais: a habilidade e pragmatismo de negociador sindical e uma grande facilidade para se fazer ouvir pelas massas, que deram a ele a sustentação política necessária para se contrapor a uma oposição fraca, porém associada a uma mídia tradicional hegemônica. Suas duas administrações, exceto a trégua inicial – necessária para atenuar os efeitos da investida especulativa do mercado financeiro no ano eleitoral de 2002 – ocorreram sob forte ofensiva. A pequena oposição falou grosso pela voz da mídia.


Dilma Rousseff tem outro perfil. Não teria cintura para sobreviver numa conjuntura política tão desfavorável como a enfrentada por Lula, mas o fato é que o governo de seu antecessor, os compromissos políticos assumidos por ele e a montagem de seu palanque permitem, ironicamente, que ela seja ela mesma. Se tivesse tentado ser Lula, teria fracassado. Além disso, uma gestão econômica que é continuidade do governo Lula, mas que é a sua praia, numa conjuntura que o mundo chafurda na lama do neoliberalismo, simplesmente desmonta qualquer oposição significativa às orientações de governo, e dão a ela dimensão própria no âmbito internacional, mesmo fazendo uma política externa de continuidade à anterior.


Dilma falou de igual para igual na Cúpula das Américas porque sabe ser positiva; mas tem o respeito da comunidade internacional não apenas porque é positiva, mas porque o ex-presidente Lula, que atuou com desenvoltura nessa área, deixou no passado o complexo de vira-lata neoliberal. Antes disso, a elite brasileira tomava como referência os países ricos nas formulações econômicas externas e extasiada, olhando para fora, deixava visível a enorme vergonha do próprio país.


Os êxitos do governo Lula encheram o palanque de Dilma e sua base aliada. A habilidade política de Lula costurou o resto. Sem isso, no entanto, dificilmente a presidenta teria condições de tentar mudar os termos de relacionamento com a sua base parlamentar. E sem o estilo Dilma, seria complicado levar essa tentativa muito longe.


Também seria difícil manter o estilo Dilma nas relações políticas institucionais se a oposição, menor ainda do que era no governo Lula, não tivesse sido severamente atingida pela enorme crise decorrente das denúncias contra seu principal porta-voz, o senador Demóstenes Torres, envolvido com uma quadrilha comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Não foi apenas a oposição que perdeu a credibilidade, mas a banda de música do DEM e do PSDB passou a ser menos crível numa mídia que acuou o governo passado, mas está acuada agora. Por mais irônico que seja, fica mais fácil agora para Dilma definir novas relações com o Legislativo. Ela não está na posição permanente defensiva em que Lula foi mantido nos seus dois governos, não tem as dívidas de gratidão que seu antecessor tinha com políticos tradicionais da base aliada e lida numa situação em que foi escancarado não apenas o uso da máquina administrativa pelos aliados, mas pelos próprios oposicionistas, ao que tudo indica um avanço sobre território alheio obtido pelo expediente da chantagem.


O momento é outro e o processo histórico anda, sempre. Qualquer análise política sobre o Brasil de hoje tem que se livrar dos fantasmas do passado e dar a eles sua devida dimensão. Esta é a condição para virtude e fortuna.

Mídia brasileira sofre junto com europeus



A mídia brasileira, representada (acima) pelo Estadão, assumiu a defesa de interesses… dos europeus.
Parece o africâner que posou ao lado do rei Juan Carlos e do elefante morto, na Botsuana — imagem que sintetiza o que foi o colonialismo europeu na África.
Pois hoje o New York Times disse que a decisão da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de expropriar a maior parte das ações da espanhola, assumindo assim o controle da YPF, causou lamentações no Brasil.
Tradução proporcionada pela Heloisa Villela, desde Washington:
No Brasil e em outro lugares, estupefação com o movimento de nacionalização na Argentina
Por Simon Romero, 18.04.2012, no New York Times
RIO DE JANEIRO — Em um discurso quente para justificar a decisão de nacionalizar a companhia de petróleo YPF, a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, citou sua admiração pela Petrobras, a gigante estatal do petróleo do Brasil, e outras empresas estatais de petróleo da América Latina.
Mas aqui no Brasil, o crescente poder petrolífero da América Latina, e em outros lugares da região, especialistas financeiros receberam a decisão abrupta de Kirchner com estupefação, dizendo que a nacionalização e outras políticas econômicas estão deixando a Argentina mais por fora do que transformando o país num líder de uma nova era econômica de ousadia.
“A capacidade da Argentina de errar parece não ter limite”, disse Míriam Leitão, uma das colunistas mais influentes do Brasil em assuntos econômicos, em um artigo comparando a expropriação da YPF com as nacionalizações de Juan Domingo Perón nos anos 40 e 50, que deixaram a Argentina capenga, com empreendimentos estatais anêmicos.
Enquanto o governo do Brasil manteve o controle da Petrobras, ele também expôs a empresa às forças de mercado, começando nos anos 90 quando o monopólio foi quebrado, destacam, aqui, os especialistas em energia. Desde então, a Petrobras se transformou na maior empresa da América Latina.
A Argentina, por outro lado, repetidamente se desentendeu com o dono espanhol da YPF, Repsol, antes de expropriar sua fatia de controle, criando uma disputa diplomática com a Espanha e tensão com a União Europeia. “Rainha louca” foi como um conhecido colunista de humor brasileiro descreveu a sra. Kirchner esta semana.
Com um tom diferente, o ministro da Economia do Chile, Pablo Longueira, disse que a nacionalização pode ser prejudicial para toda a América Latina, transformando-a em uma “região menos confiável” se comparada com a Ásia. “O fluxo de capital se muda para os lugares onde a confiança do investidor é maior”, ele disse à Reuters.
Até mesmo no México, onde Lázaro Cardenas promoveu, nos anos 30, a nacionalização do petróleo simbolicamente mais importante da América Latina no século 20, criando a Pemex, líderes políticos criticaram a decisão da Sra. Kirchner.
Esta semana o presidente do México, Felipe Calderón, disse a executivos que a nacionalização da YPF “não foi boa para ninguém”. Dois candidatos presidenciais do México, Enrique Peña Nieto e Josefina Vázquez Mota, também criticaram a medida.
Do outro lado do espectro político, o plano de nacionalização da sra. Kirchner conquistou o apoio da Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez assegurou o controle estatal de dúzias de empresas nos últimos anos, incluindo gigantescos projetos de petróleo.
E no Uruguai, o presidente José Mujica, um ex-membro do grupo guerrilheiro Tupamaros, expressou solidariedade à decisão da sra. Kirchner chamando-a de uma resposta à “Europa rica”, e uma correção do erro da Argentina ao privatizar a YPF nos anos 90.
Ainda no Brasil, onde a Petrobras, ao atingir a independência energética e grandes descobertas de petróleo em alto mar, se tornou um modelo para outras empresas de petróleo de países em desenvolvimento, a expropriação da YPF serviu de oportunidade para traçar contrastes importantes com a situação na Argentina.
Recentemente, em 2000, o Brasil ainda contava com importações de petróleo da Argentina para suprir suas necessidades energéticas, comprando 74 mil barris por dia do vizinho.
Agora, aconteceu uma inversão. A Petrobras, através da aquisição da Perez Companc, a empresa independente de petróleo da Argentina, se expandiu agressivamente na Argentina, a ponto de causar preocupação aqui com a exposição da Petrobras caso da sra. Kirchner opte por expandir suas nacionalizações.
Durante os preparativos para o anúncio da nacionalização da YPF, a província de Neuquén na Argentina tomou, abruptamente, a concessão de exploração da Petrobras. Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, tem uma reunião marcada para sexta-feira com Julio de Vido, um assistente direto da sra. Kirchner que ela designou supervisor da YPF.
Enquanto isso, o ministro das Minas e Energiasdo Brasil, Edison Lobão, tentou dissipar as preocupações com a expropriação dizendo, esta semana, na capital, Brasília, que todo país é  “soberano” em sua capacidade de decidir a respeito dos problemas “como achar que deve”.
A nacionalização, que se segue à tomada de uma companhia aérea e de fundos de pensão, tem seus críticos em Buenos Aires. Ainda assim, as nacionalizações repercutem bem em um país onde persistem os ressentimentos com relação às privatizações feitas a partir de políticas econômicas liberais dos anos 90, que precederam uma crise econômica caótica no começo da década passada.
As autoridades estão “tomando de volta o que nos pertence”, disse Manuel Rivera, 27, que vende bandeiras e souvenires na Plaza de Mayo, diante do palácio da sra. Kirchner em Buenos Aires.
Novos pôsteres tomaram as avenidas da cidade na quarta-feira, pedindo ao Congresso que passe a lei da nacionalização. “Nem mais um peso para a Repsol”, dizem os pôsteres, nos quais as letras YPF foram coloridas com as listas azuis e brancas da bandeira Argentina.
A questão crucial na Argentina é se a nacionalização vai parar na YPF. Um importante líder sindical, Óscar Lescano, deu sua própria resposta na quarta-feira, dizendo, em comentários divulgados no rádio, que a nacionalização pode se alastrar para o setor elétrico.
Um emergente grupo de jovens oficiais de tendências nacionalistas no governo da sra. Kirchner terá peso em desenhar o cenário econômico da Argentina depois da nacionalização da YPF. Com destaque entre eles está o economista Axel Kicillof, de quarenta anos, que ela nomeou para ajudar a liderar a YPF.
O Sr. Kicillof, que tem costeletas que poderiam fazer Elvis Presley sorrir, defendeu a política  veementemente quando apareceu, esta semana, diante do Congresso da Argentina, acusando a Repsol de segurar o combustível na tentativa de forçar o governo a aumentar os preços domésticos da energia para igualá-los aos níveis internacionais.
Ele veio do La Cámpora, um movimento de jovens militantes fundado pelo filho da sra. Kirchner, Máximo. Refletindo a volta do nacionalismo dos recursos naturais em um país que recentemente fez grandes descobertas de petróleo, os integrantes do grupo cantaram entusiasticamente diante da presidente da Argentina quando ela anunciou a nacionalização da YPF.
Como torcedores em um estádio de futebol, eles gritaram seus refrãos. “A riqueza ficará na Argentina”, gritaram, com as mãos cortando o ar. “Eu sou soldado da Cristina”.
Mas os críticos, como Daniel Altman, um expecialista em economia argentina, da Stern School of Business da New York University, não se impressionaram. “Os líderes do Brasil têm uma visão mais global do futuro”, disse ele, “enquanto a Argentina tem um governo que é, em última análise, autodestrutivo”.
*****
Perguntamos nós, do Viomundo:
Qual é o “Brasil” que lamenta, do correspondente Simon Romero, do New York Times? Um humorista e Miriam Leitão.
O jornal tenta reproduzir o velho chavão de jogar o Brasil contra a Argentina, usando para isso um “especialista” norte-americano, que diz que a Argentina está a caminho da autodestruição.


A Telefonica e o Santander vão boicotar a Argentina? Hein, Miriam Leitão?


A estatização (e nacionalização) da petrolífera YPF na Argentina é praticamente unanimidade nacional lá. Até a oposição apoia. Nem o PIG (partido da imprensa golpista) de lá tem como ir contra seus leitores e, se evitam elogios à presidenta Cristina Kirchner, enchem seus espaços com declarações de oposicionistas que apoiam a medida.

O pancadaria contra Cristina Kirchner foi terceirizada para o PIG de um país vizinho... aquele da Miriam Leitão, Carlos Alberto Sardenberg, que falam em "custar caro para Argentina, essa atitude", como se a privataria de lá não tivesse um custo muito mais alto.

A empresa privatizada conseguiu a "façanha" de diminuir a produção de petróleo em 12% entre 2003 e 2010. Isso, mesmo tendo o mercado de consumo aquecido, subindo 38% no período.

A gota d'água foi transformar a balança comercial do setor petrolífero de um superávit próximo de US$ 2 bilhões em 2010, para um déficit próximo de US$ 3 bilhões em 2011.

A Espanha fala em disputa judicial internacional (o que deve acontecer, até para forçar acordo em melhores condições) e retaliação contra alguns dos principais produtos de exportação argentinos: biodiesel, óleo de soja e carne.

O Parlamento Europeu vai votar uma resolução contra a nacionalização da petrolífera. É do jogo demarcar posições.

Mas de concreto mesmo, os técnicos europeus afastam "uma guerra comercial". Descartam uma decisão consensual dos 27 países da União Européia e acreditam que, mesmo para os espanhóis, será complicado medidas mais enérgicas, levando em conta os interesses de outras empresas espanholas no país, como Telefónica, Santander e BBVA, que têm optado pelo silêncio.

Viu Leitão e Sardenberg? 

"Império espanhol" na Argentina:

- Telefónica: a operadora tem 21,9 milhões de clientes no mercado argentino e uma quota de 29,8%. No último dia 2, a Telefónica foi responsável por um ‘apagão' da rede fixa e móvel que atingiu 16 milhões de pessoas. O episódio foi recordado pela presidente Kirchner durante o anúncio da nacionalização para estender o aviso às empresas estrangeiras, sobretudo "telefónicas ou bancos".





Acho que ele se refere a isso aqui:




Conselho de Ética oficializa pedido ao STF de informações sobre esquema de Cachoeira. CPI da Veja: PiG vai perdero monopólio dos grampos



Marcos Chagas

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Conselho de Ética oficializou hoje (19) o pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para que encaminhe ao colegiado todas as informações sobre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), apuradas pela Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo. Nessas investigações, a PF desmontou o esquema de corrupção e exploração de jogos ilícitos praticados pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O presidente do Conselho, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), esteve esta semana com o relator da matéria acompanhado de outros parlamentares para tratar do assunto. Ele relatou que, na ocasião, analisou com Lewandowski a existência de precedente nesse compartilhamento de dados do STF com o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

A finalidade é usar o material para subsidiar os trabalhos do relator, Humberto Costa (PT-PE), caso os senadores do Conselho de Ética decidam abrir processo de cassação de Demóstenes na segunda fase dos trabalhos. Nesse primeiro momento, o colegiado avaliará, com base na defesa do senador pelo estado de Goiás e no parecer do relator, se cabe continuar com o processo.

O presidente do conselho disse que, no encontro com Lewandowski, o ministro não deixou claro se encaminhará os autos das investigações da Polícia Federal no que diz respeito à participação de Demóstenes no esquema montado por Cachoeira.

Na reunião do conselho, foi decidido também enviar ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, um pedido de garantias de vida para o empresário. A preocupação foi apresentada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), que considerou um equívoco a transferência do contraventor da prisão de Mossoró (RN) para o Complexo da Papuda, em Brasília, onde divide cela com outros presidiários. “É temerário colocar uma pessoa como Cachoeira, fundamental no andamento das investigações da CPMI criada hoje, dividindo cela com outros presos”, destacou Simon.

Ele acrescentou que é obrigação do Estado preservar a vida de Carlinhos Cachoeira, pessoa apontada pela PF, como responsável, em 2005, pelas gravações do então assessor da Casa Civil da Presidência da República, Waldomiro Diniz, subornando Maurício Marinho, funcionário dos Correios.



Treino é treino, jogo é jogo.
Dizia o Didi, que, de costas, jogava mais bola do que todos esses aí do brasileirinho da Globo.
Até agora, o PIG (*) deteve o monopólio dos grampos que uniram a Globo à Veja, de forma indissolúvel.
No treino, eles tentaram constranger o Protógenes e não conseguiram: Protógenes está escalado para a CPI e vai buscar a Satiagraha na entranhas dp Cachoeira.
Durante os treinos, o PIG e o colonistas (**) de múltiplos chapús refletiram o secreto desejo do Cerra de transformar a CPI do Robert (o) Civita no desmonte da “mãe do PAC”.
Isso tudo foi o treino.
Agora, vai começar o jogo.
Com a maioria do governo e o relator do PT.
Vamos ver o Robert (o) expor em seu português de cais do porto o seu business plan: obter negócios com a gazua do Policarpo.
O Didi inventou a “folha-seca”.
O Bessinha secou a árvore de Abril.
Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

“Meninas” do Jô revelam a tática da mídia para distorcer a CPI




Se alguém ainda tinha dúvida de que a mídia não queria investigação do Congresso sobre as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o PSDB e o DEM de Goiás e de que, sendo a investigação inevitável, trataria de distorcê-la, após assistir ao programa do Jô Soares que o blog graciosamente reproduz abaixo, terá tal dúvida sepultada.
Mais do que isso, por intragável que seja enfrentar aquela quase uma hora de mau-caratismo, há que prestar atenção no programa porque deixa ver, de cima a baixo, a forma como a mídia cobrirá as investigações da CPMI.
Apesar das aparências de socialites fúteis e desocupadas que têm as “meninas” demo-tucanas desse apresentador-humorista-escritor que se notabilizou pelo seu partidarismo político e pelo uso escandaloso de uma concessão pública de televisão com fins político-partidários, tratam-se de jornalistas tarimbadas que já passaram pelas mais importantes redações do país.
No programa de quarta-feira, 18 de abril de 2012, estiveram, além do próprio Jô Soares, Ana Maria Tahan, Cristiana Lobo, Cristina Serra e Lillian Witte Fibe. Lucia Hippolito, que integrava a formação original do quadro político, segundo o apresentador ela não participou do programa por “Estar na França”.
Jô começa o “debate” ironizando declaração da Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em recente cerimônia no Itamaraty na qual elogiou a administração da presidente Dilma Rousseff por haver estabelecido um “novo padrão” de combate à corrupção.
Contradizendo a norte-americana, o apresentador passa a bola para Cristiana Lobo perguntando se o governo daquela que Hillary elogiou estaria “atrasando a CPI”, apesar de esta ter sido criada em tempo considerado recorde.
A resposta de Cristiana Lobo começa com ela dizendo que “A notícia do dia” 18 de abril teria sido a de que o governo quereria “controlar a CPI”, o que combina muito pouco com a declaração da secretária de Estado dos EUA que elogiou a transparência desse mesmo governo.
Em seguida, a jornalista faz uma afirmação que mostra como a mídia não hesitará em criar as teses mais absurdas para tentar induzir a sociedade a julgar que os autores da investigação é que serão os réus: diz que “O PMDB quer investigar mais o PT, o PT queria mais investigar o PSDB, o Marconi Perillo, o PSDB quer dizer eu não tenho nada com isso, eu apoio a CPI”.
Apesar de o PMDB ser aliado do PT, tendo a vice-presidência da República, segundo essa “analista” quer investigar mais o aliado do que os opositores do PSDB, do DEM, do PPS e do PSOL. Para um público que nada entende de política e que não sabe quem é aliado de quem, provavelmente ignorando até o nome do vice-presidente da República, os malvados que querem investigar os adversários por razões políticas são PMDB e PT, enquanto que o PSDB “não tem nada com isso”.
Não poderia faltar, na boca de alguém como Cristiana, a boa e velha teoria de que “Pro governo nunca é bom uma CPI porque o PMDB vai lá e cobra mais caro”, ou seja, governo e partido que o sustenta tornam-se duas pontas de uma relação espúria de compra e venda de benesses.
Nada que ver, de novo, com a transparência do governo constatada por Hillary. Não foi à toa que o apresentador não perdeu a deixa e pediu esclarecimento da teoria de que o aliado do governo iria lhe “cobrar mais caro”, ao que é informado de que a CPI terá poder para convocar ministros e, para não vê-los convocados, a presidente subornaria o aliado.
Ao fim, Cristiana reconheceu que o governo “não tem muito o que temer, até agora”, mas asseverou que “tem muito cargo, tem muita obra”, mas como a investigação teria começado como uma CPI do Cachoeira e mudado de foco, agora quem deveria se preocupar seriam o governo, o PT e seus aliados.
Agora a inquirida pelo apresentador é Cristina Serra (que não tem relação alguma de parentesco com o ex-governador paulista, por mais tentadora que seja a ilação). A ela, coube discorrer, no âmbito de uma discussão sobre a CPI do Cachoeira, sobre como, antigamente, “Bastava dizer ele é do PT” para o contemplado receber um “aval de integridade” e sobre como “hoje em dia não é mais assim”.
Eis que, evidentemente treinada, Serra (perdão, não resisti) atribuiu a desmoralização do PT ao… Mensalão. O partido é citado como tendo sido descoberto como “mais tolerante ou menos tolerante com a corrupção” de acordo com suas correntes internas, ou seja, mais ou menos “tolerante”, o partido toleraria a corrupção em várias intensidades.
O que havia de intolerante com a corrupção no PT, segundo Serra (Cristina fez por merecer), saiu e formou o PSOL. Os que ficaram, seriam todos tolerantes. Não é à toa que vemos tantos psolistas dizendo, nas redes sociais, que a mídia não é tão má assim, chegando a fazer dobradinhas com um poder reacionário como o da Globo, autora intelectual da ditadura militar.
De resto, Cristina Serra reduziu o objetivo da CPMI a mero “acerto de contas”, a mera “vingança” de um adversário contra o outro. O programa tentou induzir o público à crença de que não existiriam motivos outros para a investigação. A intenção, claríssima, é a de desestimular as pessoas a acompanhar o processo, ficando apenas com as manchetes que já se pode prever que passarão mensagens de fácil assimilação pelo público idiotizado.
À ex-comentarista de economia Lillian Witte Fibe coube a pergunta sobre como a investigação prejudicará a economia, já para que o telespectador considere que irá prejudicá-lo pessoalmente. Brota a onomatopeia de um sorriso irônico que poderia ter encerrado o assunto e induzido à crença de que a CPMI será economicamente ruim para o país.
Socorro!
Mas a explicação verbalizada é ainda pior. A CPI, segundo alguém que de boba não tem nada, seria responsável pela “roubalheira do dinheiro público”. Ou seja: a CPI não é para combater a roubalheira, mas para gerá-la. Acredite quem quiser.
Em seguida, uma platitude apresentada como grande proposta: abolir o uso da expressão “desvio de dinheiro público”, substituindo “desvio” por “roubo”.  Sobrevêm os aplausos dos fantoches da platéia, do apresentador e de suas “meninas” diante de uma Lillian satisfeita com a própria frase de efeito.
Finalmente, Lula entra na dança – estava demorando. É acusado de ter incentivado a CPI do Cachoeira sem Dilma saber, aproveitando a ida dela aos Estados Unidos. O ex-presidente teria feito reuniões com ministros e secretários de Dilma sem ela saber e eles não a avisaram por achar que “não seria necessário”.
A presidente é apresentada como uma governante fraca que se deixa atropelar pelo antecessor, que dá ordens aos seus ministros. Dilma teria se “rendido” a uma mera estratégia de Lula e de José Dirceu para “desviar atenções do julgamento do mensalão”. Lillian diz que os dois teriam sido “ingênuos” ao acreditarem que poderiam fazê-lo.
Foi a deixa para Ana Maria Tahan começar a tagarelar sobre o mensalão, ou seja, a discussão sobre a CPI roda, roda e volta sempre para o tema “corrupção no PT”. Até aqui, nem sombra daquilo em que consiste o foco principal de uma investigação chamada de CPI do Cachoeira e que era o assunto em pauta.
Ana Maria começa repisando a notícia amplamente divulgada de que o STF não irá interromper o julgamento nem que coexista com o processo eleitoral deste ano. Jô a interrompe com a proibição legal para que jornalistas opinem sobre política durante o processo eleitoral, deixando o espectador sem entender o que tem o mensalão que ver com isso.
O assunto volta para Cachoeira, para a ligação entre a CPMI e o mensalão, remetendo ao episódio Waldomiro Diniz, desencadeado pelo bicheiro goiano. Os debatedores atropelam um ao outro, falando todos ao mesmo tempo, sedentos de continuarem mantendo o foco nos adversários políticos da família Marinho.
Ana Maria volta a falar. Sua tese é a de que, apesar de o governo ter maioria na CPI, não poderá impedir que seu foco seja contrário ao governo, do que se pode depreender que a estratégia será a de a oposição apresentar denúncias e a imprensa repercuti-las maciçamente e, assim, pautar a investigação.
Por 64 segundos, quando o programa já se aproximava da primeira meia hora, Cristiana Lobo interrompe os colegas de bancada e toca no nome de Demóstenes Torres, porém sem falar em oposição, DEM ou PSDB, sendo imediatamente cortada por Jô, que põe na roda o promissor tema “Dadá”, ou seja, o sargento Idalberto Matias de Araújo, preso na Operação Monte Carlo.
O foco volta a Demóstenes por mais 45 segundos, com o programa já se aproximando de 40 minutos. É apresentado trecho de entrevista do senador goiano em que pregava moralidade na política. Apresentador e convidadas fazem algumas gracinhas sem citar o DEM uma só vez e matam o assunto.
Assunto envolvendo a oposição, porém sem mencioná-la, até agora soma 119 segundos, quase dois minutos inteiros, contra cerca de 2.400 segundos de malhação do PT, do governo Dilma e de seus aliados.
Entra o intervalo. Quando o programa retorna, o assunto proposto pelo apresentador é uma “Comissão de Ética” que ao público não diz nada. Em vez de dizer para que servirá, no âmbito do assunto Cachoeira, constitui-se em mera desculpa para continuarem malhando o mesmo lado.
O apresentador e convidadas ironizam nomes dos integrantes da Comissão que julgará Demóstenes, tais como Renan Calheiros e Romero Jucá, insinuando que são corruptos e que, portanto, seria um contrassenso integrarem aquela Comissão.
Mais algumas gracinhas e Jô continua malhando o governo, agora dizendo que não entende que sejam nomeados ministros que não entendem do assunto da pasta que dirigem. O governo já está exangue de tanto apanhar e continua apanhando.
Cristiana Lobo ajuda a bater falando que a CPI enfraquecerá o governo. De novo.
Ana Maria Tahan se apressa em dar a sua contribuição para malhar o governo como se o assunto estivesse começando agora. Passa a discorrer sobre as alianças do governo dizendo que deveriam ser feitas em torno de um projeto, mas se dão através da distribuição de cargos. A CPI do Cachoeira, até agora, apesar de ser o tema do programa praticamente não foi abordada.
Mais gracinhas e o assunto, agora, muda do governo para o governo. Jô insere o caso das lanchas envolvendo a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e o ministério da Pesca. Mais uma vez as “meninas” se esbaldam com a pergunta do apresentador sobre “Em que águas navegam” as embarcações. E cabe a Cristiana Lobo resumir o caso: “falcatrua”.
E o governo continua apanhando.
Lillian Witte Fibe rompe a carapaça de silêncio na qual fora encerrada pela verborragia do apresentador, de Ana Maria Tahan e de Cristiana Lobo para decretar que “O que vai ferver, agora, é uma tal de construtora Delta”.
Enquanto as “meninas” falam uma em cima da outra, sobressai intervenção de Serra (a Cristina, não o José):
– Essa CPI que ia nascer pra investigar Demóstenes e Cachoeira, na verdade o foco, agora, é Delta (…)
Aí se produz talvez a cena mais nonsense que já vi:
Lillian Witte Fibe — Eu não quero prejulgar ninguém, mas eu tô assustada com o que eu tô vendo…
Jô Soares – Antes de mais nada muito bem, porque a gente tem o hábito de prejulgar antes até do julgamento…
Lillian – Eu resisto demais a isso… Mesmo os réus do mensalão. São 38 réus. Gente, se tiver um inocente, ali, foi destruída a vida desse cara. Não sei se tem, mas eu não falo, antes, que ele… O condenado é bandido antes de ser condenado. Agora, eu tô assustada com o que eu tô lendo sobre a Delta. Eu tô assustada…
Jô – Mas, ó, parabéns pela postura de não condenar antes do fato acontecer (…)
A platéia aplaude, entusiasmada com a alegada repulsa da jornalista a julgamentos precipitados… A expressão da jornalista, diante da afirmação do apresentador de que ela não “condena antes”, merece ser vista (abaixo).
Cristiana Lobo “muda” de assunto. Agora é Lula. Diz que por ele estar com José Sarney no hospital paulistano Sírio Libanês, é lá que fica, agora, o “principal escritório político do Brasil”. De novo, a tese do “bumerangue”. Elas diz que quando o ex-presidente “estimulou a CPI, não tinha a Delta, ainda”. E que, agora, eles estão lá “pedindo moderação, sobriedade”.
Detalhe: não se sabe de onde saiu isso, mas foi dito como fato inquestionável.
A partir daí, até o fim do bloco o tribunal de exceção passa a debochar da aparência física dos desafetos políticos do patrão. Nada que valha a pena reproduzir. Só vale registrar que essa besteira durou umas dez vezes mais do que os 119 segundos gastos, até então, para citar Demóstenes Torres sem citar suas vinculações políticas.
Depois dessa chega. O resto do programa perdeu o foco e foi gasto com masturbação ideológica sobre política internacional e suas relações com a que é feita no Brasil e as platitudes de sempre sobre combate a corrupção. Ainda ressuscitaram o mensalão mais algumas vezes, mais algumas ironias sobre o governo e ficou nisso.
O uso político do programa contra PT, governo Dilma e aliados e acobertando a oposição, é claro. De acordo com a legislação brasileira, foi um uso ilegal como tantos outros que são feitos diuturnamente sobretudo pela Globo em concessões públicas de rádio e tevê. Constitui-se em uma espécie de demonstração de força: “Usamos mesmo a concessão em nosso favor e vocês não poderão fazer nada”.
Os que se beneficiam disso, hoje, ficam sorrindo de orelha a orelha. Esquecem-se de que muitos dos que já foram favorecidos pela manipulação midiática e pela usurpação de espaços públicos de comunicação por grupos privados, atualmente são alvo dessa manipulação. Desconhecem que só quem ganha sempre com isso são os concessionários de meios eletrônicos.
De qualquer forma, a postagem consegue antecipar o que irá prevalecer na mídia durante a CPMI que terá início na semana que vem. A menos, é claro, que os “ingênuos” Lula, José Dirceu, Dilma, PT e aliados saibam de alguma coisa que as meninas do Jô, o próprio, os patrões deles e os políticos seus amigos não sabem…



Abaixo, a íntegra do programa dividido em quatro vídeos





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Li o artigo do Edu , mas sinceramente , não tenho estômago para ver a cara dessa gente. É preciso conhecer para poder combater o bom combate. O qual é , na minha opinião , a verdade factual.
Essa gente parece saída de algum filme em que seus personagens vivem em um mundo à parte , vivendo uma realidade que de tão ficcional, passam a crer totamente nela.
Mas para quem tiver serenidade. Aí está em cima. Eu não aguento mais essa extrema direita golpista.


" Repetir tantas vezes forem necessárias uma mentira até que ela se torne uma verdade."  
 Goebels
Oapedeuta.









CPI instalada com assinaturas de 68% dos parlamentares

Congresso instala CPI de Cachoeira em rápida sessão
do Estadão, no Diário do Grande ABC
Numa rápida sessão do Congresso, foi instalada nesta quinta-feira a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o envolvimento do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados. Após a conferência das assinaturas necessárias para a abertura das investigações, a CPI foi instalada com o apoio de 337 deputados e 72 senadores. O número de assinaturas dos parlamentares foi bem superior ao mínimo necessário, que são 171 de deputados e 27 de senadores.
A CPI, que será composta por 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes, vai funcionar por 180 dias e terá R$ 200 mil em recursos para as suas atividades.
A vice-presidente do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), pediu que os líderes partidários indiquem até a próxima terça-feira (24) os nomes dos integrantes da comissão. A expectativa é de que os trabalhos da comissão se iniciem para valer no dia seguinte ao da composição.
Durou apenas três minutos o rito para instalar a CPI. O plenário da Câmara dos Deputados, onde o Congresso se reúne, registrava a presença de 44 senadores e 342 deputados.
PS do Viomundo: Lembrem-se, esta é a CPI que O Globo sugeriu que corria risco, com manchete denunciada pelo senador Walter Pinheiro (PT-BA). Recebeu assinaturas de 68% dos parlamentares!
Leia também:
Walter Pinheiro: “Recuar é golpe. Por que não fizeram o título com isso?”

O colonialismo liberal europeu mostra a sua face

 

É o cúmulo do absurdo que o Parlamento Europeu, que reúne representantes do povo, se preste a votar uma resolução contra a Argentina, em defesa dos interesses de uma multinacional. O mesmo parlamento que nada faz para denunciar as empresas do Velho Continente que, em nome da segurança jurídica, investiam seus capitais em países amordaçados por regimes assassinos que, ao mesmo tempo que ofereciam segurança jurídica aos investidores, jogavam seus povos no poço da repressão, da corrupção e da pobreza. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Paris.

Paris - Os impérios do Ocidente estão nervosos. A decisão da presidenta argentina de renacionalizar os recursos petrolíferos do país reativou nos europeus o ímpeto da ameaça e da desqualificação, assim como a política dos valores em escala variável. O santo mercado tem prerrogativas acima de qualquer oposição. Além da agressiva campanha que se desatou na Espanha em defesa de uma companhia que, na realidade, sequer é espanhola, a União Europeia somou seus votos em respaldo à multinacional. A inesgotável e esgotadora responsável pela diplomacia da UE, Catherine Ashton, advertiu que a decisão argentina “era um muito mau sinal” para os investidores estrangeiros. Por sua vez, o presidente da Comissão Europeia José Miguel Barroso, disse que estava muito “decepcionado” pela medida de Buenos Aires.

O vice-presidente da Comissão Europeia, o italiano Antonio Tajani, sacou um leque de ameaças: "Nossos serviços jurídicos estudam, de acordo com a Espanha, as medidas a adotar. Não se exclui nenhuma opção", disse. Cúmulo do absurdo, o Parlamento Europeu de Estrasburgo, que reúne os representantes do povo, se presta a votar uma resolução contra a Argentina.

Um traço mais da confusão que leva a uma instituição política, surgida do voto popular, a clamar pelos interesses de uma multinacional. O Parlamento Europeu nada fez para denunciar as empresas do Velho Continente que, em nome da segurança jurídica, investiam e investem seus capitais em países amordaçados por regimes assassinos que, ao mesmo tempo que ofereciam segurança jurídica aos investidores, jogavam seus povos no poço da repressão, da corrupção, do assassinato das liberdades e da pobreza. A defesa dos interesses nacionais contra os do mercado é algo que ficou na garganta da muito liberal União Europeia.

A UE revisitou seus “valores” recentemente, no ano passado: em troca da ajuda aos países árabes, a UE pede eleições democráticas, luta contra a corrupção, abertura comercial e proteção dos investimentos. Antes, não lhe importava que um punhado de ditadores e autocratas esmagassem seus povos enquanto a abertura comercial e a proteção dos investimentos estivessem garantidas. A fonte da democracia fechava os olhos enquanto suas empresas pudessem operar a seu bel-prazer.

A mesma dupla linguagem, duplo valor, envolve a escandalosa política das subvenções agrícolas da UE. Instrumento de destruição dos mercados, perverso mecanismo de falsificação dos preços internacionais, as subvenções se aplicam em apoio a uma corporação, a dos agricultores. Pouco importa que o planeta pague pela proteção de um setor. O porta-voz do Comissário Europeu para o comércio, John Clancy, disse ao canal EuroNews que a decisão da presidenta “destrói a estabilidade que os investidores procuram”.

Tocar numa empresa europeia é sinônimo de uma declaração de guerra ou de pisotear a identidade. Hoje reúnem o Parlamento Europeu, em outras épocas talvez tivessem enviado a marinha para bloquear o porto de Buenos Aires como ocorreu em 1834, quando Juan Manuel de Rosas se negou a que os súditos franceses ficassem isentos de suas obrigações militares e decidiu impor um gravame de 25% às mercadorias que chegavam do exterior com destino a Buenos Aires.

A imprensa europeia e os analistas propagam um cúmulo alucinante de omissões e mentiras. Frases como “nacionalismo petroleiro” ou “tentação intervencionista” do Estado argentino, se tornaram uma consigna repetida em todas as colunas. Como se qualificaria então a defesa de uma empresa por parte das instituições políticas da União? Euro-nacionalismo de mercado, escudo político para os interesses privados, etnocentrismo liberal?

E, assim mesmo, o discurso do nacional contra o global, do local contra o multilateral não é uma exclusividade peronista. O próprio presidente francês, Nicolas Sarkozy, o reativou com um vigoroso discurso durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais do dia 22 de abril e seis de maio (primeiro e segundo turno). O presidente candidato propôs renegociar o acordo de Schengen que regula e garante a livre circulação das pessoas e revisar os acordos comerciais que ligam os 27 países membros da União Europeia.

No primeiro caso e por razões claramente eleitorais, Sarkozy considera que os acordos de Schengen não permitem regular para baixo os fluxos migratórios. No segundo, que tem dois capítulos, se trata primeiro de instaurar na Europa um mecanismo similar ao Buy Act American com um “Buy European Act” a fim de que as empresas que produzem na Europa obtenham dinheiro público em caso de licitações. Em segundo lugar, Sarkozy exigiu à Comissão Europeia que imponha um critério de reciprocidade a seus sócios comerciais. Sarkozy disse em seu discurso: “A Europa não pode ser a única região do mundo que não se defende. (…). Não podemos ser vítimas dos países mais fortes do mundo”.

Isto pode ter vigência também para o resto do planeta. O patriotismo europeu bem vale o suposto “patriotismo petroleiro”. Ali onde se encontra em desvantagem, a UE impõe seus limites, ativa seu lobby ou bota suas instituições democráticas a atuar como polícia moralizadora. O livre comércio e o direito monárquico das empresas sobre os recursos naturais, a vida humana e as geografias não é o último estado da humanidade. Há vida depois de tudo, antes e depois da Repsol.

Todo o aparato jurídico da UE se colocou em marcha para sancionar isso que o jornal espanhol El País chama “o vírus expropriador” de Cristina Fernández de Kirchner. O “vírus” do mercado global começa a fazer seu trabalho. A UE está ofendida. Tocaram em seu filho pródigo, a liberdade de brincar com o destino dos povos em benefício de suas empresas. Uma guerra moderna onde o gigante vai sancionar um sócio que deixou de apostar em um tabuleiro onde só ganham os capitais que se volatilizam como os valores democráticos e de justiça que defenda a sacrossanta União. Seu hino à liberdade é geométrico. Enquanto a grana encha seus bancos, o sangue pode correr, como na Tunísia, Líbia, Egito e tantas outras ditaduras africanas que proporcionam o petróleo para acender as luzes de um século cujo destino está em mãos privadas e suas instituições às ordens das entidades financeiras e das empresas.

Sessão extraordinária do Congresso cria a CPMI do Cachoeira


 
Com vinte minutos de atraso, o requerimento de criação da CPMI que investigará negócios do contraventor Carlinhos Cachoeira foi lido nesta quinta-feira em sessão do Congresso. A leitura constitui regimentalmente o ato de criação da CPMI.
A 1ª vice-presidente da Câmara e do Congresso Nacional, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), informou que a conferência das assinaturas já foi feita e a leitura do requerimento na sessão de hoje atendeu a pedido dos líderes partidários. Foram confirmadas 72 assinaturas de senadores e 337, de deputados. Esses números, no entanto, podem mudar até a meia-noite de hoje.
A 1ª vice-presidente da Câmara e do Congresso Nacional, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), fez a leitura do requerimento 
A 1ª vice-presidente da Câmara e do Congresso Nacional, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), fez a leitura do requerimento 
Rose de Freitas informou que os partidos terão até a próxima terça-feira (24) para indicar os membros que vão compor a comissão. Ao todo são 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes. Feita a indicação, a CPMI pode se reunir para a eleição do presidente e indicação do relator. “A primeira reunião do colegiado deve ocorrer na próxima quarta-feira (25)”, disse a deputada.
Presidente e relator
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse que ainda não foram definidos os nomes que ocuparão os cargos de presidente e relator da CPMI, mas que, por tradição dos maiores partidos em cada Casa, o PT, pela Câmara, deve ficar com a relatoria, e o PMDB, pelo Senado, com a presidência.
Ele afirmou que a CPMI não deve interferir no ritmo dos trabalhos na Câmara nem nas votações do Plenário. “A CPMI é importante para o Brasil porque vai desvendar uma quadrilha, que constitui um poder paralelo. Não será uma CPMI de posição e oposição. Aqueles que têm a intenção de fazer da comissão um grande espetáculo não devem fazer parte dela. Se for para fazer disputa política, a comissão não atingirá seu objetivo”, declarou.

Investigação ampla

O líder do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que é preciso ter um compromisso com uma investigação ampla. “Tudo que seja de irregularidade que envolva as operações de Carlos Cachoeira, da contravenção no Brasil, da ilicitude da prática de jogos deve ser investigado. E, claro, sem poupar partidos, agentes públicos ou empresas”, afirmou.
Na avaliação do líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), não haverá encenação nas investigações. Ele negou que o governo esteja preocupado com a CPMI, já que a investigação envolverá a empresa Delta, uma das principais prestadoras de serviço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Tem que ter seriedade na investigação, ser bastante criterioso do ponto de vista do aprofundamento da investigação, e que a tarefa que está sendo dada aos membros da CPI aconteça na sua plenitude, sem cerceamento”, disse.

A Veja logo será O Cruzeiro



Houve um tempo em que O Cruzeiro era a flor do império de Assis Chateaubriand.
Terminou, como se sabe, reduzida a uma circulação pífia, vendido o título a um ex-colaborador do regime militar, Alexandre Von Baumgarten, e usada para obter vantagens do Governo.
Baumgarten, o coveiro da revista, terminaria ele próprio assassinado em circunstâncias obscuras, no que parece ter sido uma queima de arquivo dos anos finais da ditadura.
A Veja parece querer seguir o mesmo caminho, que começa muito antes da decadência das vendas e do faturamento.
Inicia-se da demolição do patrimônio maior de qualquer publicação: na demolição de sua credibilidade.
Ainda imperará, por bom tempo, dividindo com a Caras as salas de espera dos consultórios médicos e dentários.
Mas sua capacidade de pautar a mídia se foi.
A isnstalação da CPI do Cachoeira, sabe-se hoje um misto de fonte e editor de pauta da revista, exporá inevistavelmente as vísceras de uma ligação espúria.
Não haverá corporativismo midiático que possa omitir a revelação das cumplicidades entre ela e o esquema mafioso montado pelo bicheiro pelas TVs da Câmara e do Senado.
Puderam “segurar” a nota do presidente da Câmara, Marco Maia,  denunciando os métodos totalitários da revista. Não publicarão nada sobre o fato de o tópico #Vejabandida ter sido o mais presente no Twitter durante o dia de ontem no Brasil e, aliás, em toda a rede mundial de computadores, como você vê  na imagem.
Esse corporativismo não é mais capaz , nos tempos de internet de massa, de baixar uma cortina de silêncio sobre os fatos.
Não vão poder segurar o que surgirá na CPI, associando dezenas de matérias – inclusive a que iniciou a temporada de ministros no Governo Dilma – revelando que o esquema de arapongagem de Cachoeira vivia em simbiose com a pauta da revista, que se prestava à demolição dos esquemas que obstavam os apetites de Cachoeira e seus aliados.
É certo que a revista ainda fará muito barulho.
Quem é da roça sabe que certos bichos berram desesperadamente quando sentem que vão morrer.

O jogo da desinformação na CPI de Cachoeira


A SITUAÇÃO EM GOIÁS

Há momentos divertidos nas tentativas da oposição ao governo federal – a situação em Goiás - de defender Carlinhos Cachoeira e banda.
O país descobre – graças ao trabalho da Polícia Federal – que o líder dos Democratas no Senado, o relator do projeto da "Ficha Limpa", o paladino da moral e dos bons costumes, alçado ao posto de mosqueteiro da ética no Congresso Nacional, não passava de sócio minoritário de uma quadrilha de bandidos, recebendo ordens diretas do chefe da gangue, que lhe tratava com algum desdém.
Agora, a parte divertida: como o braço midiático da quadrilha reage a esta descoberta?
Trazendo para as manchetes e capas a palavra "mensalão".
É a primeira vez que eu vejo a imprensa lutando bravamente CONTRA a instalação de uma CPI. Se é que uma CPI pode ser boa para alguém, é boa para a imprensa, que precisa de novidades para vender jornais e garantir a audiência. Então, por que a imprensa foi tão contra esta CPI?
Veja se me acompanha (isto é um pouco complicado, dependendo da época, do estado e da folha): a base de apoio do governo federal protocolou o pedido de CPI. A imprensa diz que foi a mando de Lula, que Dilma e seu governo não queriam. O PT, partido de Dilma, defende a CPI. A imprensa diz que Dilma e o seu governo ficaram furiosos. A imprensa repete mil vezes que CPI "se sabe como começa, etc...", que a CPI é uma tentativa de vingança de Lula e vai prejudicar o governo Dilma. Com fontes seguras no Planalto, a imprensa diz que o PT voltou atrás e agora quer atrasar a CPI. O PT garante as assinaturas para instalar a CPI. O que diz a imprensa?
"Palácio do Planalto aborta tentativa de atrasar investigações no Congresso"
Vocês eu não sei, mas eu achei a idéia de "abortar uma tentativa" um tanto confusa.
"Ele abortou várias vezes a tentativa de trabalhar. Ou seja, é um deitado!".
"Desculpe, mas abortei a tentativa de comprar sua revista, fica para a próxima!".
"Eu abortei a tentativa de parar de fumar. Tem fogo?".
X
Menos divertido, ao contrário, como momentos comoventes, o esforço de colegas de profissão – bons jornalistas – de alertar o distinto público sobre o que há de vir na CPI, mais detalhes sobre a relação de maus jornalistas com o crime organizado.
Uma coisa é ouvir um bandido sobre o crime, avisando ao leitor que a informação foi dada por um bandido, isso todos fazem e devem, precisam fazer.
Outra, muito diferente, é ser sócio do bandido, publicando o que ele quer, quando quer, sobre quem quer, anos a fio, e sem contar para ninguém que ele é um bandido, com interesse direto, financeiro, na publicação daquilo que ele chama de "reportagem investigativa".
O modus operandi da quadrilha é simples e fica muito claro pelo que já se conhece das investigações. Na maior parte das vezes, se trata de arapongagem, grampos e gravações ilegais onde o bandido oferece suborno (o que é crime) ou, sabendo que está sendo gravado e seu interlocutor não, envolve a vítima (desonesta ou não) em conversas cabeludas que, bem editadas, podem destruir reputações. De posse destas gravações e com acesso direto às manchetes, a quadrilha arma suas chantagens, ameaçando adversários e desafetos, cobrando para publicar ou não publicar informações.
Segundo a decisão da Justiça que mandou o "empresário de jogos" Carlos Ramos temporariamente para o xilindró, "detectou-se ainda, nas investigações, os estreitos contatos da quadrilha com alguns jornalistas para a divulgação de conteúdo capaz de favorecer os interesses do crime".
Alguns não são todos, embora um indisfarçável espírito de classe possa fazer pensar que sim.
X
É tanta roubalheira que a gente chega a esquecer a da semana passada. Acho que não faz um mês que o Fantástico mostrou imagens chocantes de bandidos oferecendo suborno para hospitais públicos. O que está acontecendo com aquela investigação? Alguma notícia, em algum lugar?
Aquelas pessoas foram filmadas, gravadas em alto e bom som, roubando dinheiro de hospitais públicos, um deles um hospital de oncologia, que atende pacientes com câncer, pelo SUS. Ladrões de hospitais são assassinos covardes, filhos da puta que matam aleatoriamente mulheres, crianças e velhos. Eles vão devolver o dinheiro que roubaram? Vão para a cadeia? Quando? E por quanto tempo?

“Globo quer cortar a carótida do Supremo”

O Conversa Afiada reproduz nota do deputado João Paulo Cunha sobre a tentativa do Globo de assumir o Supremo Tribunal Federal e o Ali Kamel, monocraticamente, julgar o mensalão:

Contra a leviandade jornalística, a verdade dos fatos


1. O Jornal “O Globo” noticiou na edição de ontem, 18 de abril, uma visita que fiz ao Ministro Dias Toffoli, do STF, como se fosse um ato doloso ou ilegal. Sem ouvir respeitosamente o outro lado, como determina a regra do bom jornalismo, o jornal apresenta de maneira espalhafatosa, leviana, mentirosa e irresponsável o que na verdade foi apenas um rápido encontro que teve tão somente um caráter formal e protocolar.


2. Para que o jornal possa informar corretamente aos seus leitores, registro que a razão deste encontro deve-se ao fato de que fui entregar ao ministro o Relatório oficial dos trabalhos e projetos debatidos e votados pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania em 2011, quando tive a honra de presidir essa comissão, ajudando a aprovar importantes projetos.


3. Registro também que, quando na presidência, ajudei na criação de três comissões importantes para o Brasil: a reforma do código de processo civil; a comissão de compatibilização de crimes e penas; e a que trata da reforma da Lei de Licitações (8.666), todos, temas diretamente ligados ao meio jurídico.


4. Repito: Um encontro solicitando oficialmente, apenas e tão somente, prestar contas de ações legislativas, que é uma obrigação salutar da boa prática política, foi assim desvirtuado pelo jornal de modo a parecer algo errado.


5. Somente mentes ingênuas ou má intencionadas poderiam aventar a hipótese de que eu iria tratar pessoalmente com os ministros do STF sobre o caso do mensalão. Para tanto, tenho o devido processo legal para manifestar a minha defesa. Como o próprio ministro confirmou, não conversamos sobre este processo, pois sei muito bem respeitar a liturgia dos cargos e a conveniência jurídica e política da ocasião. A versão jornalística, apresentada de forma sorrateira, de que eu fui tratar do caso do mensalão, configura um desrespeito aos ministros do STF e a meu mandato.


6. Que direito tem “O Globo” de desvirtuar os fatos e apresentá-los segundo suas conveniências e interesses? Cumprindo com o meu dever de prestar contas dos trabalhos realizados em minha ação parlamentar, como tenho feito ao longo de mais de trinta anos de uma trajetória política transparente e honesta, estou entregando, desde o dia 18 de março, quando fiz o lançamento no Salão Verde da Câmara dos Deputados, a cópia do referido relatório não apenas aos ministros do STF, como também do STJ, do executivo (AGU, MJ) e outros órgãos públicos, o que prova que não há outros interesses por trás de um simples gesto de prestação de contas de um trabalho legislativo.


7. Encerro solicitando ao “O Globo” que deixe o STF julgar sem precisar sentir o frio da lâmina saltando da bainha de sua redação em direção a carótida dos ministros.


João Paulo Cunha – Deputado Federal – PT-SP