Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Monte Carlo: para Protógenes e Francischini, Justiça tem que dar exemplo


Delegados-deputados veem postura leniente dos juízes em relação aos alvos de operações da PF

Jornal do BrasilJorge Lourenço
 
Os primeiros movimentos da defesa do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) deixam bem claro que sua intenção é a de invalidar todas as provas obtidas na Operação Monte Carlo. Flagrado em escutas telefônicas nas quais promete ao contraventor Carlinhos Cachoeira ajuda para aprovar projetos de lei do seu interesse, Demóstenes Torres aposta suas fichas em outro caso semelhante. Há quatro anos, o banqueiro Daniel Dantas adotou a mesma estratégia para não ficar na cadeia. 
Para os deputados Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) e Fernando Francischini (PSDB-PR), o Judiciário não pode dar a mesma brecha para Demóstenes. Responsável pela operação que prendeu Dantas em 2008 e alçado a herói nacional logo depois, Protógenes fala que abafar os resultados da Operação Monte Carlo seria um atentado contra a sociedade.
Para Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), Judiciário precisa se adaptar aos novos tipos de prova
Para Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), Judiciário precisa se adaptar aos novos tipos de prova
O argumento do advogado de Demóstenes é o de que nenhum senador pode ser grampeado, a não ser com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, juristas e policiais federais são unânimes em relação à validade das provas obtidas na Operação Monte Carlo
"Temos que observar esse caso não só pelo aspecto técnico, mas também pelo lado do povo. Estamos falando de provas gravadas nas quais um senador nitidamente transgride regras. Isso não pode ser abafado", ressalta o deputado.
Para Fernando Francischini, que também é delegado da Polícia Federal e deputado, o Judiciário deve abandonar a postura formalista que adotou nos últimos anos.
"Nos últimos anos, infelizmente, o Judiciário vem atendendo aos investigados da Polícia Federal, e não ao povo. Foi assim na Operação Boi Barrica, na Castelo de Areia. Isso é uma humilhação para o Brasil", protesta o parlamentar, que também defende punição exemplar para o senador e para os outros deputados envolvidos no caso. "No mínimo, todos deveriam pedir afastamento imediatamente".
Defensor de uma reforma no Judiciário, Protógenes crê que a Justiça não se adequou à evolução das investigações e dos sistemas de inteligência utilizados pela polícia, sobretudo a partir da década de 2000.
"Se você parar para olhar a lei, ela legisla sobre o passado. Antes, você podia questionar papéis adquiridos ilegalmente. Mas dispensar provas cabais e robustas, como tem acontecido, é inaceitável. É uma coisa que só se sustenta no passado. Hoje, não tem o menor cabimento. É algo que precisa mudar", reforçou o deputado do PCdoB.

Confira a íntegra dos documentos da Operação Monte Carlo



O Jornal do Brasil, com apuração do site "Lei dos Homens", divulga, com exclusividade, a íntegra do inquérito policial da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal para desbaratar o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira. No total, são cerca de 1 gigabyte de arquivos disponibilizados.
Clique aqui e baixe os arquivos
A divulgação da íntegra de todo o conteúdo, sem qualquer filtro ou tratamento, se dá com base no princípio constitucional da liberdade de informação.
>> Documentos mostram envolvimento da Delta, jornalistas e de um governador 
>> Defesa de Cachoeira pode usar CPI da Privataria a seu favor
De acordo com o "Lei dos Homens", a divulgação seletiva de alguns documentos da Operação Monte Carlo vazados por órgãos oficiais demonstra interesses particulares de alguns grupos de mídia na veiculação de determinados conteúdos em detrimento de outros. Daí a decisão de fazer uma divulgação plena dos arquivos.
Segundo o advogado Antonio Carlos de Oliveira, “o segredo de justiça acaba sendo uma medida do Judiciário para proteger o investigado”. No caso da Operação Monte Carlo, ele afirma que esse instituto jurídico não atende o interesse público. “É apenas uma forma de se criar obstáculo à imprensa”, concluiu. 

Tem certas coisas que só o DEM faz por você

Tem sido muito comentado até na imprensa amiga do Democratas – que já foi PFL e, de alguma forma, Arena – que a agremiação estaria moribunda. Para um certo setor da sociedade, supõe-se que seja uma hipótese incompreensível. Há gente que, quando fala em corrupção, cita Delúbio, Dirceu, blábláblá, blábláblá e blábláblá, mas não fala de um só “democrata” ou tucano.
Essas pessoas não entendem por que um partido teria que acabar “apenas” por um de seus quadros ter sofrido denúncia de corrupção. Diante de uma pseudo contradição, logo tecem argumentação que até poderia fazer sentido: sendo assim, o PT deveria ter acabado há muito tempo, pois ao menos depois que chegou ao poder não há outro partido que tenha sofrido tantas denúncias de corrupção.
Não dá para negar. Não existe partido, na história recente, que supere o PT como alvo de acusações de gente como Demóstenes Torres ou José Roberto Arruda, por exemplo. Todavia, o que é incompreensível é que não há partido tão atingido por corrupção comprovada quanto o DEM.
Com base em dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral divulgou um balanço com os partidos com maior número de parlamentares cassados por corrupção desde 2000. O DEM, com 69 cassações, tem o equivalente a 9,02% de todos os políticos cassados no período de apuração, sendo o campeão.
Veja, abaixo, o ranking da corrupção COMPROVADA em cada partido.

A realidade combina com os dados. Não há notícia de políticos de expressão de outros partidos que tenham sido flagrados nas situações em que foram flagrados José Roberto Arruda, ex-governador de Brasília, e o senador goiano Demóstenes Torres, só para ficarmos na história mais recente.
De uma forma um tanto quanto bizarra, portanto, o Democratas – ou qualquer outro nome que venha a ter no futuro, se é que terá outro nome ou algum futuro – presta um serviço à sociedade. E não é de hoje. Desde a revelação do caso Hildebrando “motosserra” Paschoal, que tinha o péssimo hábito de serrar adversários políticos ao meio (literalmente), esse partido explica ao país, de forma didática, que tipo de gente há na política se fazendo de probo e “indignado” com a “corrupção petista”.
Demóstenes Torres e José Roberto Arruda são versões civilizadas de Hildebrando Pachoal. E mostram que quando há corrupção de verdade, cedo ou tarde ela vem à tona e não é através de ilações e suposições, mas de provas para lá de materiais, como as que pesam contra esses dois entre tantos outros demos da vida.
Claro que há corrupção em qualquer partido. Aliás, em um partido desses pequenos, na lista aí em cima, alguém pode achar que existe pouca corrupção, mas, às vezes, são partidos com meia dúzia de deputados ou vereadores ou prefeitos que, apesar de terem tão poucos representantes, quase todos são corruptos.
Se não fosse assim, não teria um índice de corrupção para o PT, também. É o 10º colocado. Não se pode negar que tem sua cota de políticos ímprobos. Agora, usar uma sigla com tão menos corrupção para simbolizá-la só é possível porque a mídia não usa critérios técnicos e sérios para criar esse quadro nas mentes da minoria que se opõe a esse partido.
A extinção do DEM, portanto, significaria menos corrupção? Negativo. Ela se espalharia por outras agremiações. Dessa maneira, defendo que tenha vida eterna, pois, pelo menos, a corrupção estará concentrada em um lugar só e, dessa maneira, tanto para a polícia quanto para a Justiça ficará mais fácil fiscalizar. Isso sem falar do didatismo sobre corrupção que tal partido proporciona.
Há certas coisas que só o DEM faz por você, leitor.

Medalhistas fantásticos e seus feitos maravilhosos


O ministro  Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres recebem o diploma do Colar do Mérito Judiciário, proposto pelo desembargador Paulo Teles, presidente do TJGO
Do site do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
Por propositura do desembargador Paulo Teles, presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), com aprovação da maioria dos membros da Corte Especial, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres foram homenageados na noite desta segunda-feira (04/10) com a medalha do Colar do Mérito Judiciário. “Esta é a maior honraria entregue pelo Tribunal goiano e faz justiça à vida de dedicação destes dois homens ilustres, pelo exemplo de vida e trabalho em defesa do Direito e pela manutenção da ordem democrática”, justificou Paulo Teles. “São verdadeiros brasileiros; de corpo, alma e coração”, completou.
“Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons. Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons. Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda. Porém, há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis”, afirmou o desembargador José Lenar, citando Bertold Brecht, ao fazer a saudação ao senador Demóstenes Torres. “Encontrei em Demóstenes Torres exemplo inesgotável de dignidade, de trabalho e de amizade. Sua vida pessoal e profissional é emoldurada de sucesso e grandes conquistas, sendo este momento de engrandecimento para esta Corte e para o Estado de Goiás”, disse Lenar.
Ao receber o Colar do Mérito do Judiciário, Demóstenes Torres disse estar emocionado e lembrou sua experiência no Tribunal goiano, então como Procurador de Justiça. “Minha convivência com esta Casa sempre foi positiva, aqui fiz diversos amigos. Tenho o maior respeito por seus membros, assim como tenho pelo Poder Judiciário, o qual não me privo de defender em minha atuação no Senado”, frisou Demóstenes. O senador lembrou ainda que a honraria ocorre justamente um dia após confirmar sua reeleição. “Este momento é ímpar em minha vida. Já recebi muitas homenagens, mas esta, por certo, é a mais tocante. E agradeço a Deus por me dar forças para trabalhar; a Paulo Teles, pela honra concedida; ao meu amigo e professor José Lenar, pelas palavras de carinho, e ao povo goiano, pela confiança mais uma vez depositada”.
“É com muita honra e alegria que recebo essa marcante e fidalga homenagem do Tribunal de Justiça de Goiás”, disse Gilmar Mendes. “Tenho uma relação fraterna para com este Estado, desenvolvida ao longo de muitos anos de convivência, e um grande respeito por todos os membros desta Casa”. O ministro do Supremo agradeceu de forma enfática à Corte Especial, especialmente ao presidente do TJGO, e disse que o Colar do Mérito traduz o reconhecimento do esforço empreendido na consolidação do Estado de Direito e na defesa das prerrogativas e da independência do Poder Judiciário.
Após os agradecimentos, Gilmar Mendes proferiu a aula magna da Universidade do Poder Judiciário do Estado de Goiás – UniJudi, em seus quatro cursos que já estão em desenvolvimento: pós-graduação Latu Sensu em Responsabilidade Social e Ambiental; Gestão em Tecnologia da Informação; Docência Universitária e Gestão de Projetos.
Além dos desembargadores da Corte Especial, participaram da solenidade o diretor-geral do TJGO e reitor da UniJudi, José Izecias de Oliveira, o coordenador acadêmico, Augusto Fleury Veloso da Silveira, membros do Conselho Superior da Unijudi e todos os estudantes matriculados nos cursos da UniJudi.
Divirta-se mais um pouco:
Gerson Carneiro: DEM, o passado, o presente e o futuro
Gerson Carneiro: Agripino liberou geral
Gerson Carneiro fazendo o bem sem olhar a quem
Antonio Mello: Colunista do Globo dá dica a advogado de Demóstenes. Basta alegar que ele é doido
Jorge Lourenço: As vassouras anticorrupção varreram o próprio dono
Cloaca News: Próximo da extinção, DEM lança novo logotipo
Charles do Carmo: #DevolveGrampinho
JN: Senador Demóstenes Torres vai ser o relator do projeto Ficha Limpa

Ilan Pappé: As perspectivas de solução para o conflito Israel-Palestina

por Jair de Souza

Em 2010, o brilhante professor e humanista israelense Ilan Pappé deu uma palestra magnífica sobre o significado do sionismo: suas características inerentemente colonialistas e racistas.

Ilan Pappé observou como é enganosa a ideia propalada por certos círculos da “esquerda” europeia de que entre os sionistas israelenses há forças democráticas de esquerda que estariam interessadas em chegar a uma solução justa com os palestinos.

Ilan Pappé deixou patente que não há diferenças significativas no comportamento colonialista e racista tanto da direita como da “esquerda” sionistas. Ambas correntes compartilham igualmente o objetivo e o desejo de livrar-se da presença do povo palestino nativo. A única grande diferença está em que a “esquerda” sabe manipular as palavras muito mais habilmente que seus pares direitistas. Daí que, para os que lutam realmente para o fim do colonialismo naquela região, esta “esquerda” seja até mais perigosa do que a direita aberta e declarada, uma vez que, com seu palavreado ardiloso, ela consegue neutralizar boa parte da intelectualidade europeia, que parece contentar-se tão somente com palavras de efeito, independentemente da realidade sobre o terreno.

Para Pappé, a luta contra o colonialismo e o racismo na Palestina exige que o combate seja feito primeira e abertamente contra a ideologia que o impulsa, sustenta e ampara, ou seja, contra o sionismo. Sem a derrota ideológica do sionismo não há perspectivas de paz e justiça na Palestina.

Como Pappé tratou de várias questões de fundamental importância (em minha opinião) para o desenvolvimento do trabalho de solidariedade com a luta anticolonialista do povo palestino, resolvi traduzir e legendar a memorável palestra de 2010. Dividi-a em quatro partes, que compartilho com vocês, leitores do Viomundo.






BB lança “Bom para Todos”. Menos para a Folha e a Urubóloga



Amigo navegante do Banco do Brasil envia a seguinte mensagem:

O Banco anunciou a redução de juros em diversas linhas de crédito, de forma agressiva.


Trata-se de um novo momento na relação entre bancos e clientes. E o BB é o pioneiro. Até porque temos interesse naquelas pessoas que ainda não tem conta no Banco.


Abraço



O “Bom para Todos” será acompanhado de uma dramática redução de juros, também, da Caixa.
Diz o Globo (o Globo !), na manchete:
“BB e Caixa derrubam juros para estimular a economia ficam mais baratas linhas de financiamento para forçar a concorrrência”.
O “Bom para Todos” do BB corta os juros no crediário, no finaciamento de automóveis, crédito consignado e cheque especial.
Segundo o Globo (o Globo !), a medida deve “dar um empurrão extra ao consumo”!
Que horror !
Como se sabe, na véspera, Guido Mantega tinha anunciado uma linha adicional de R$ 42 bilhões de empréstimos a juros reduzidos no BNDES – clique aqui para ler “Mantega: desoneração da folha veio para ficar”.
É a mesma estratégia que, em 2008 e 2009, o Nunca Dantes adotou para evitar que o Brasil fosse tragado pelo tsunami da Urubóloga.
Botou os bancos estatais para reduzir os juros e emprestar – tirar o crédito da poça e empurrar os bancos privados para a competição.
O tsunami afogou a Urubóloga e o Brasil tirou a marolinha de letra.
Agora, a Urubóloga volta a dizer na mesma primeira página que as medidas que o Mantega anunciou não resolvem o problema (o problema !), porque “problemas estruturais não foram enfrentados”.
(Um desses “problemas estruturais” é a falta e uma Ley de Medios, não é isso, amigo navegante ?)
E a Folha (*) ficou uma fera com a Dilma, cuja popularidade é um foguete.
A Folha está aborrecida, e diz na manchete que “Sob pressão de Dilma, BB reduz juro e ações caem”.
Não é à toa que a popuaridade dela é esse foguete: ela quer baixar os juros, amigo navegante !
Que horror ! – II
E sobre a reação do mercado ?
Como diria aquele marqueteiro americano: toda vez que o mercado diz sim, o interesse nacional diz nao !
E vice-versa !




Paulo Henrique Amorim


(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Quem quer a CPI do Cachoeira ? Ninguém !





Como diria o Barão de Itararé, há algo no ar além dos aviões de carreira.

(Como se sabe, o Barão agora comete a ousadia de visitar Ministros do Supremo !)

O Kakay vai absolver o Demóstenes com o argumento de que a maçã contaminou o cesto de frutas.

Capítulo de Botânica que prevaleceu, por algum tempo, no STJ.

O Marconi Perillo, tucano de DNA assemelhado ao do Eduardo Azeredo, o Pai de Todos os Mensalões, se esconderá sob os trilhos da Ferrovia Norte-Sul e será, a tempo, protegido pelo PiG (*), a comecar pelo PiG (*) de Goiás.

Por que o Cachoeira levou dois anos para entregar ao detrito de maré baixa a fita do Valdomiro, depois que ele foi trabalhar na Casa Civil do Dirceu ?

(Não perca a explicação do Nassif: deixe o reportinho de lado; ali quem manda e o Robert(O) Civita.)

Por que o Cachoeira fez o vídeo da corrupção nos Correios ? – Só para vingar o Demóstenes ?

Quem mais se beneficiaria com o desmanche do Governo Lula, logo depois da vitória de 2002 ?

Quem, amigo navegante ?

Cachoeira é dono de uma empresa de genericos (êpa ! Êpa !) em Anápolis ?

De genéricos ?

Foi o Cachoeira que mandou aquele repórter “investigativo” ao Hotel Nahoum espionar o quarto do José Dirceu, como suspeita o Blog do Nassif.

Foi o Cachoeira que fez o grampo sem áudio e entregou à Veja, para derrubar o Paulo Lacerda, o Protógenes e salvar o pescoço do Daniel Dantas?

E, preservado o pescoço do Daniel Dantas, salvava-se o pescoço de toda a cúpula do PSDB de São Paulo ?

A água que rola do Cachoeira vai ser o tsunami da Oposição, como sugere o Fernando Brito do Tijolaço ?

Demóstenes, Cachoeira, a Veja e todo o PiG são o Golpe !

Quem quer a CPI do Golpe, também chamada de CPI do Cachoeira, ou do Demóstenes ?

Você, amigo navegante, e esses blogueiros sujos, que pecam pela ansiedade.

A ABIN não vê nada, a Polícia Federal não investiga para proteger a Presidência da Repúlica e o Governo não tem como se defender do Golpe.

A Sexta Economia do Mundo se ajoelha diante da Globo.

Se a Globo e o Ali Kamel quiserem, o Governo não tem palanque para chegar ao povo e denunciar um Golpe.

O Demóstenes, o …, o Cachoeira, o Robert(o) Civita e o Ali Kamel (o mais poderoso diretor de jornalismo da História da Globo – e o ansioso blogueiro trabalhou com os três antecessores) – tocam de ouvido.

E eles são tão poderosos que a CPI do Cachoeira está morta antes de nascer.

Não é isso Jilmar Tatto ?

(Jilmar Tato é aquele líder do PT que prefere se ver diante de Satanas nu a criar a CPI do Cachoeira ou da Privataria Tucana.)

Viva o Brasil !

Em tempo: amigo navegante envia essa pérola:

tu vais adorar este ato falho do chefão do DEM:


“o PARTIDO TEM UMA HISTÓRIA CLARA DE NÃO CONVIVÊNCIA COM A ÉTICA…”


Ato falho???? Confere aqui:


http://g1.globo.com/globo-news/jornal-das-dez/videos/t/todos-os-videos/v/presidente-do-dem-comete-ato-falho-ao-defender-etica-do-partido/1887842/



Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Dilma manda Verde lamber sabão. (Da Natura)







Saiu no Estadão:

Pessoas contrárias a hidrelétricas na Amazônia vivem ‘fantasia’, diz Dilma


Presidente adverte que não mudará os planos de desenvolvimento para a região


BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou uma reunião com os integrantes do Fórum do Clima, no Palácio do Planalto, para avisar de vez aos grupos ambientalistas que lutam contra a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia que o governo não mudará seu projeto de aumento da oferta de energia e de desenvolvimento da região. Ela chegou a dizer que essas pessoas contrárias à construção das hidrelétricas vivem num estado de “fantasia.”


Ao se referir à participação do Brasil na Rio+20, a conferência das Nações Unidas que será realizada em junho, na capital do Rio de Janeiro, a presidente lembrou aos que estavam na reunião que o mundo real não trata de tema “absurdamente etéreo ou fantasioso”. “Ninguém numa conferência dessas também aceita, me desculpem, discutir a fantasia. Ela não tem espaço para a fantasia. Não estou falando da utopia, essa pode ter, estou falando da fantasia”, afirmou Dilma.


Dilma disse que o Brasil vai trabalhar pelo desenvolvimento sustentável, para tirar as pessoas da pobreza e para encontrar formas de conciliar o progresso com o respeito ao meio ambiente.


Pouco antes, ao se pronunciar no Fórum do Clima, a representante das ONGs, Sílvia Alcântara, acusara o governo de promover um retrocesso na questão ambiental e de, com o pré-sal, levar o Brasil a ocupar o terceiro lugar entre os países que mais emitem gases de efeito estufa já em 2020. Num pequeno pedaço de papel, Dilma anotou tudo o que a ambientalista falou.


Sem se referir diretamente ao que Sílvia havia dito, Dilma defendeu a energia de fontes hidráulicas e desdenhou da energia eólica e solar, ambas defendidas pelos grupos mais radicais como alternativa às hidrelétricas. Disse que, como presidente, tem de explicar como as pessoas vão comer, ter acesso à água e energia. “Eu não posso falar: ‘Olha, é possível só com eólica iluminar o planeta.’ Não é. Só com solar? De maneira nenhuma.”




O jn no ar desta quarta-feira fez uma contundente reportagem sobre as hidrelétricas na Amazônia – contra !, evidentemente.
Tentou associar patrões de inclinação escravista à impropriedade de se construir hidrelétricas na Amazônia, especialmente as que fazem parte daquilo que o PiG (*) chama de “o PAC emPACou”.
Como se sabe, o jn no ar não pousa onde as coisas dão certo.
O GPS do Ali Kamel é atraído pelo imã da desgraça.
Uma questão de estilo.
O jn já teve a sua fase Verdista, assim como todos os colonistas (**) do Globo, a comecar pala Urubóloga, que exibe uma inclinação verdista muito acentuada.
Todos se apaixonaram pela Blá-blá-rina e sua capacidade de tirar voto da Dilma e eleger o campeão de camisa verde, o Padim Pade Cerra.
A Blá-blá-rina é aquela que queria impedir a construção de hidrelétricas na Amazônia, porque os bagres não podiam copular.
Depois se provou cientificamente que o desejo de copular dos bagres vence qualquer barragem.
Essa sugestão da Presidenta deveria ser levada em consideração: mandar os Verdes lamber sabão com sabão da Natura.
É uma forma de manter o equilíbrio ambiental.



Em tempo: quem pagou o jatinho da Blá-blá-rina na campanha ?

Em tempo2: leia aqui a versão bem comportada do “mandar lamber sabão”.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

Novo cerco ao Brasil

por Mauro Santayana,

Se, amanhã, os terrestres vierem a colonizar Marte, como muitos sonham, o feito será, dentro das circunstâncias do tempo e da ciência, menos surpreendente do que foi o desembarque europeu na América do Sul e a ocupação do espaço ainda desconhecido. Sabemos hoje muito mais do planeta vermelho do que os contemporâneos do Renascimento podiam conhecer da América do Sul. Na realidade, nem mesmo podiam ter certeza de que a quarta parte existisse.

Não só a conquista do território continental, mas a construção da consciência de pátria – da plena identidade e da soberania de nossos povos – tem sido ato permanente de luta e de resistência, contra a natureza hostil e contra a opressão política.

Só há dois séculos, na esteira da Revolução Francesa, da Guerra de Independência dos Estados Unidos e das guerras napoleônicas, admitiram a nossa existência como povo, mas sob arrogante tutela e subordinação aos seus interesses. O pior é que as coisas continuam quase da mesma forma. Querem-nos apenas como fornecedores de matérias primas. Ao usar o vocábulo commodities para designar nossos produtos primários, os neoliberais brasileiros engambelam-nos com a sonoridade britânica do termo, como antes os colonizadores nos engabelavam com os espelhos e miçangas. Continuamos exportando minérios e comprando máquinas; exportando soja e pagando royalties por tecnologia; exportando produtos de nossa singular biodiversidade, e importando medicamentos.

Se houvesse sido possível a exportação da cana em seu estado natural, não teríamos construído aqui os primeiros engenhos açucareiros. Só depois da Independência erigimos forjas para a fundição econômica do ferro; até então foices e enxadas vinham da Europa, por via de Portugal. A independência dos países latino-americanos foi de interesse da Grã Bretanha, que substituiu Madri e Lisboa. A partir de então, Londres se livrou dos intermediários e passou a disputar, com os Estados Unidos, que cresciam, o nosso mercado, como fornecedor de matérias primas e comprador de produtos manufaturados.

É interessante notar que todas as vezes que as circunstâncias nos ajudavam, o cerco estrangeiro se fechava sobre o Brasil – e sobre os paises do continente. Nosso desenvolvimento industrial no Segundo Reinado – em que houve, para o bem e para o mal, a aliança da Coroa com Mauá – foi tolhido pela ação britânica, contra a economia brasileira e com o cerco ao grande empreendedor, cuja presença política no continente incomodava a geopolítica imperialista.

A República, não obstante todos os seus avanços, propiciou, pelas dificuldades políticas de sua consolidação, o assédio britânico. As negociações draconianas da nossa dívida com a praça de Londres – o famoso funding loan é o exemplo da arrogância e voracidade dos banqueiros internacionais – favoreceram o desembarque de sua empresas no país, que, logo se associaram às norte-americanas.

Em 1922, em uma visão histórica equivocada, os tenentes se levantaram contra a eleição do mineiro Artur Bernardes, a partir de cartas falsas, a ele atribuídas, e que ofendiam o marechal Hermes da Fonseca. Até hoje não sabemos, exatamente, a quê e a quem serviram os falsários, não obstante as versões divulgadas. Era um bom momento para o Brasil, e que se frustrou em parte, na medida em que o presidente teve que defender, a ferro e fogo, o seu mandato – não tendo, em razão disso, conseguido ampliar as medidas nacionalistas adotadas contra os interesses anglo-saxônicos, entre elas as de nosso desenvolvimento siderúrgico.

Para não lembrar episódios menores no intervalo, o cerco a Getúlio, em seu segundo mandato, é nisso exemplar. O presidente entendera, desde os anos 30, que não teríamos soberania sem que tivéssemos a energia necessária ao desenvolvimento da economia. Por isso, cuidou da Petrobrás e da Eletrobrás, como bases necessárias à economia industrial brasileira.

Os interesses estrangeiros – leia-se, norte-americanos – se mobilizaram, conforme documentos ianques indesmentíveis, com a ajuda dos meios de comunicação brasileiros, e políticos cooptados, a fim de acossar o presidente até a tragédia de 24 de agosto de 1954. Não satisfeitos, desde que o tíbio governo de Café Filho não os garantira, tentaram novamente o golpe, em 11 de novembro de 1955, mediante os seus cúmplices nacionais. Se impedissem a posse de Juscelino, como queriam – e Lacerda vociferava em seus ataques ao mineiro – a primeira medida seria a revogação do monopólio estatal do petróleo.

A reação dos militares nacionalistas, chefiados por Lott, frustrou-lhes os planos, e Juscelino pôde, em seu qüinqüênio presidir ao extraordinário salto do Brasil rumo ao futuro – enfrentando, ao mesmo tempo os interesses estrangeiros e o derrotismo conformista de muitos brasileiros. A facção pró-americana, de civis e militares, que não queria o desenvolvimento autônomo do país, também açulada por Lacerda e outros, iniciou o processo golpista, prontamente contido pela reação de Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. Diante da iminência da guerra civil, houve negociações que mudaram o sistema, implantando-se o parlamentarismo. Jango assumiu reduzido em seus poderes constitucionais, outorgados pelas eleições livres, e era natural que a nação lutasse para que ele os recuperasse, como os recuperou, com a vitória no referendo popular.

O novo momento foi, mais uma vez, usado pelos norte-americanos, com a desavergonhada intromissão em nossos assuntos internos, mediante o IBAD e outros instrumentos. O golpe de 1964 se fez contra o Brasil, e não em defesa da soi-disant democracia hemisférica contra Cuba e a União Soviética. O que eles temiam, e continuam a temer, é a transformação de nosso país em grande potência econômica, provida de conseqüente força militar, capaz de garantir a sua presença política continental e sua soberania no mundo.

Estamos em momento similar, e em plena ascensão. Essa situação auspiciosa, é bom repetir até a exaustão, recomenda a todos os brasileiros, civis e militares, conscientes de seu pertencimento à comunidade nacional, o máximo de prudência. É preciso fechar as nossas portas aos estrangeiros, interessados em retirar o seu butim dos conflitos internos, como fazem no Iraque, no Afeganistão, na Líbia – e se preparam para fazer na Síria e no Irã.

SUICÍDIO SACODE A GRÉCIA


*aposentado de 77 anos se mata com um tiro em frente ao Parlamento, em Atenas**em carta de despedida, acusa o governo de agir como 'tropa de ocupação nazista' contra a população e conclama a juventude à luta armada.
**BELLUZZO: a sanha liberalóide dos anos 90 cobra o seu preço  e desafia um novo ciclo industrializante  (leia nesta pág)** DILMA: brasileiros ignoram alertas de Serra e Aécio: 77%  apoiam Dilma; 72% confiam na Presidenta(CNI/IBOPE)*ESPANHA AFUNDA E RISCO -PAÍS EXPLODE: em 100 dias de governo a direita afunda a Espanha no pânano da austeridade suicida (leia a reportagem de Oscar Guison, correspondente em Madrid)*Maria Inês Nassif:  "uma sólida relação entre Demóstenes e a mídia conseguiu curvar um país inteiro aos interesses de uma quadrilha sediada em Goiás" (leia a coluna da Editora de Política de Carta Maior)  
O CONDOMÍNIO GOIANO: A CAUSA E O BOLSO
Eliane Gonçalves Pinheiro acaba de se demitir do cargo de Chefe de Gabinete do governador tucano, Marconi Perillo (GO). Entre um despacho e outro com o governador do PSDB, Eliane emitia gorjeios telefônicos para advertir e salvar aliados de Carlinhos Cachoeira, alvos potenciais de operações da Polícia Federal vazadas por informantes do bicheiro na PF. Eliane não era uma patativa solitária no Palácio das Esmeraldas. A radiografia do condomínio goiano erguido por  Cachoeira, Demóstenes e outros pode elucidar alguns dos episódios mais importantes da política brasileira recente. (LEIA MAIS AQUI)



Os 100 dias de Mariano Rajoy no governo da Espanha

O saldo dos primeiros cem dias do governo do conservador Mariano Rajoy é uma greve geral, o castigo de um mercado que não tem nenhum tipo de paciência política, a perda de mais de meio milhão de votos nas eleições regionais, o aumento do desemprego e um puxão de orelhas de seus sócios europeus porque, segundo eles, não está fazendo bem o tema de casa, já que não fez todo o ajuste necessário no orçamento 2012 para por fim à crise. O artigo é de Oscar Guisoni.

Com apenas 100 dias de governo já deu para perceber que são os piores 100 dias enfrentados por um presidente desde o retorno da democracia, em 1977. Neste período, Mariano Rajoy já teve que enfrentar uma greve geral, o castigo insolente de um mercado que não tem nenhum tipo de paciência política, o desgaste inusitado nas eleições regionais em que perdeu mais de meio milhão de votos, o encorpado aumento do desemprego que supostamente ele iria domar, um enfrentamento latente com seus aliados do nacionalismo de centro-direita da Catalunha e até um puxão de orelhas de seus sócios europeus porque, segundo eles, não está fazendo bem o tema de casa, já que não fez todo o ajuste necessário no orçamento 2012 para por fim à crise.

Neste contexto desolador, no qual os conflitos sociais e o descontentamento nas ruas crescem como espuma, o Partido Popular apresentou o orçamento para o presente ano. O ajuste é brutal e supera, com sobras, o primeiro que José Luís Rodríguez Zapatero realizou e que foi qualificado em seu momento como o “mais contundente da historia recente”. 27 bilhões de euros a menos que no ano passado, com o objetivo de reduzir o déficit fiscal de 8,5 para 5,3%. As prioridades do corte são uma declaração de princípios: a pesquisa científica perde 35%, o incentivo ao cinema outro tanto, haverá 166 milhões de euros a menos para bolsas de estudo, 28% a menos para o Plano Nacional de Drogas, 39% a menos para atender pessoas idosas e 21% menos para destinar à prevenção à violência de gênero, 42% de corte para a atenção à infância e 43% para os serviços sociais básicos. Já para a Casa do Rey só cortaram 2% e, como se o pão e circo fossem parte deste insólito programa, só cresce o gasto no item desportos, ao mesmo tempo em que se anuncia uma redução no destinado para cobrir o seguro desemprego, algo que ninguém sabe muito bem como se conseguirá, já que a destruição de empregos alcançou um ritmo sem precedentes nos últimos meses e tudo indica que não fará mais que aumentar.

Às resistências que os ajustes despertam, Rajoy tem respondido com seu parco estilo galego: “Tem coisas que nem os próprios membros do partido gostam”. Mas não existem alternativas. Ao menos esse é o chavão com o qual a direita, acompanhada em coro pela quase totalidade da imprensa, tenta colar em uma opinião pública a cada dia mais cética e furiosa. A magnitude dos problemas políticos que esta vigorosa política de corte neoliberal traz consigo é difícil de quantificar: à greve geral mais contundente em décadas, soma-se um conflito sindical setorizado, detonado nos últimos meses. Mas não são os trabalhadores nem os jovens, entre os quais o desemprego alcança 50%, os únicos “indignados”. A magnitude dos cortes em infraestruturas e obras públicas – este ano será gasto a metade do que foi gasto em 2010, um ano já marcado pela crise - deixou contra o governo inclusive os conservadores da Convergencia I Unió que governam a Catalunha e que foram os mais duros profetas do ajuste regional nos últimos tempos.

Os mercados respondem a tudo isto como sempre: pedindo mais. Na última segunda-feira a Bolsa de Madri deixou 2,71% no caminho e a taxa de risco que mede a confiança no país para honrar sua dívida pública disparou até os 364 pontos. As praças financeiras franzem o cenho diante da forte recessão que se avizinha e que elas mesmas contribuíram para criar e Berlim e Paris olham cada vez com mais desconfiança para Madri, em um ano no qual deverão desembolsar cerca de 60 bilhões de euros para permitir ao país honrar sua dívida. Para completar a piada macabra desta crise sem fim, a chanceler alemã Ângela Merkel se permitiu afirmar em um debate público que “se vemos que necessitamos gente na Alemanha e, na Espanha há 40% de jovens sem trabalho, não vamos trazer imigrantes de fora”.

Tradução: Libório Junior


Escândalo Demóstenes-Cachoeira expõe Brasil como país de otários

Venho de uma maratona de três dias com a filha caçula (13 anos) na UTI de um hospital. Fui “rendido” na vigília ao lado dela por um acompanhante substituto e temporário – ficará com menina até à noite para que eu possa, por algumas horas, finalmente desfrutar do luxo de uma cama após três noites dormindo em uma poltrona.
Esta irrequieta veia de blogueiro, no entanto, não me deixa pegar no sono. Vim caminhando do hospital até em casa – são só quatro quadras – já fuçando a internet pelo celular e perguntando nas redes sociais quais eram as últimas sobre o caso Demóstenes-Cachoeira, que pôs o país perplexo ao desnudar alguns fatos que parecem oriundos de uma ficção policial ou de espionagem.
Amigos daquelas redes me mostraram que Hollywood não faria melhor. Primeiramente, descubro que não preciso mais da imprensa porque foi só de ontem para hoje que jornais como Folha de São Paulo e O Globo deram uma notícia da qual eu tomara conhecimento há quase uma semana: o governador de Goiás, Marconi Perillo, está envolvido no escândalo em tela.
Diálogos de assessores diretos do governador com o bicheiro Carlinhos Cachoeira que este blog e ao menos outros dois publicaram no meio da tarde do dia 29 último – portanto, há seis dias – através da reprodução do inquérito da Justiça sobre a Operação Monte Carlo já davam, então, acesso ao material que aqueles jornais parecem só ter notado na terça-feira (3) e que só realçaram em suas páginas na quarta (4).
Ainda não chegou à grande mídia outra notícia estupefaciente (venho querendo usar o adjetivo há dias, porque me surgiu do nada na cabeça). A maior revista semanal do país, a qual ganhou fama por publicar escândalos políticos, empreendeu uma epopéia denuncista contra um só lado do espectro político ao longo da década passada valendo-se de relações permanentes e profundas com uma quadrilha que se encontra (quase) toda presa.
Um jornalista e blogueiro de renome publica, em primeira mão, que a publicação que se relaciona com bandidos manteve centenas de ligações telefônicas com eles sem jamais ter notado que enquanto eles lhe forneciam informações sobre políticos aos quais essa publicação se opõe escancaradamente, cometiam graves crimes. Tão graves que foram flagrados pela Polícia Federal.
Em seguida, o mesmo jornalista divulga uma extensa lista de matérias de capa que a tal revista semanal publicou contra o governo do país e informa que todas elas derivaram de informações daquela quadrilha que está vendo o sol nascer quadrado em uma penitenciária de segurança máxima.
Enquanto isso, a mesma revista e outros grandes veículos tão distraídos que até agora não descobriram nada disso, tentam, desesperadamente, achar algum membro do partido do governo federal ou de algum partido aliado para envolver em um escândalo que mostra que o segundo maior partido de oposição não passa de um ajuntamento de criminosos que vai sendo flagrado ano após ano, obrigando esse “partido” a uma teatralização de “surpresa” com os crimes de mais um membro até então emérito.
Essa grande imprensa que se especializou em divulgar escândalos valendo-se de informações miraculosamente levantadas contra o governo federal não foi capaz de ver o que acontecia na oposição – ainda que, até 2003, vivesse descobrindo escândalos do partido que, então, era oposição e que, hoje, ocupa o Poder.
Ainda estou caminhando entre o hospital e a minha residência quando um amigo argentino, que também é jornalista, liga-me no celular e pergunta se é verdade que a tal revista publicou todas aquelas matérias contra o governo usando informações da quadrilha de Goiás, e revela que a imprensa internacional só espera a confirmação dessas informações para divulgá-las.
Para a nossa imprensa seria mais fácil. Os relatórios da Polícia Federal e o próprio inquérito que está na Justiça sobre a operação Monte Carlo permitem comprovar tudo. Porém, a imprensa brasileira fatalmente será furada pela estrangeira, pois as provas contra a tal revista são escandalosas.
Quando a imprensa internacional começar a discutir esse assunto, o mundo saberá que as instituições se mobilizaram para investigar denúncias que aquela revista publicou e que se originaram de uma quadrilha de criminosos (!) com a qual a tal publicação mantinha estreita relação. Também saberá que tais denúncias consumiram recursos públicos e nenhuma foi comprovada.
Detalhe: refiro-me às denúncias contra o governo federal que a revista fez baseada em informações da quadrilha que está no xilindró e que, nos grampos da Polícia Federal, os bandidos dizem que foram “todas” fornecidas por eles mesmos.
O que o mundo dirá do Brasil? O que você diria de um país que coloca polícia, toda a grande imprensa, a Procuradoria da República e até o Judiciário para correrem atrás de denúncias feitas por bandidos de forma a distraírem essas autoridades das próprias atividades criminosas? Você, leitor, não sei, mas eu diria que é um país de otários.