Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 28 de março de 2012

GREVE GERAL CONTRA O EXTREMISMO MERCADISTA


A greve geral convocada pelas centrais espanholas para esta 5ª feira, dia 29, acontece antes que o governo da direita, encabeçado pelo PP de Rajoy e Aznar, complete cem dias no poder. Trata-se de um recorde em termos de confronto sindical, que não se explica por um radicalismo há muito esmaecido nas organizações trabalhistas européias. O extremismo que solapa qualquer convívio com a tolerância, no caso, é o das políticas de austeridade e supressão de direitos com as quais os mercados pretendem superar a crise da ordem neoliberal. Que se tenha chegado ao ponto de exigir o grau de expropriação em curso na zona do euro, diz muito sobre esse alicerce de fragilidade e predação a partir do qual o sistema busca se reinventar, depois de 2008. O ataque coeso de agora, motivo da greve desta 5ª feira, visa eliminar, ou esmaecer, a rede protetora erguida no pós-guerra em torno do trabalho. O governo Rajoy não inova: segue a cartilha em implantação na Grécia,Portugal, Itália e alhures. Trata-se de  desregular a peça-chave da engrenagem produtiva, que de certa forma lubrifica o conjunto das instituições democráticas. Extirpar a trincheira da proteção ao trabalho equivale de certo modo a suprimir a principal pilastra de resistência real e legal ao estado de exceção intrínseco à supremacia das finanças desreguladas. Dois eixos da reforma laboral espanhola estendem o regime de exceção permanente ao núcleo duro de ordenação da economia e da sociedade européia herdado do século XX. Se as pretensões mercadistas não forem barradas, contratos precários e demissões sumárias, individuais  e coletivas, serão barateados e agilizados; ao mesmo tempo, uma nova redação no artigo 41 do Estatuto dos Trabalhadores, espécie de lei trabalhista espanhola, permitirá às empresas modificar unilateralmente todas as esferas das relações  entre capital e trabalho:  desde a carga horária até a sua distribuição no dia, no mês e no ano;  passando pela flexibilidade salarial, com ampliação da margem para ajustes discricionários no valor e no calendário de pagamento, até mudanças arbitrárias de função, turno, metas e produtividade. Tudo isso, repita-se, tornar-se-á objeto de decisão estritamente privada, dispensado-se o capital das amarras civilizatórias  tecidas pelas negociações coletivas e pelo poder coercitivo do Estado e da democracia, consolidados ao longo de décadas. Deve-se acompanhar com atenção os desdobramentos do braço-de-ferro entre a direita europeia e os sindicatos. Muito do que será o novo rosto da democracia e da sociedade, após o colapso neoliberal, será decidido nesses enfrentamentos, em que o capital conta com a anomia, o desemprego e o desalento aguçados pela crise, para subtrair  novos espaços à democracia.

Silêncios denunciam imprensa no caso Demóstenes

Marcelo Semer
Terra Magazine
Demóstenes Torres é promotor de justiça. Foi Procurador Geral da Justiça em Goiás e secretário de segurança do mesmo Estado.

No Senado, é reputado como um homem da lei, que a conhece como poucos. Além de um impiedoso líder da oposição, é vanguarda da moralidade e está constantemente no ataque às corrupções alheias. A mídia sempre lhe deu muito destaque por causa disso.

De repente, o encanto se desfez.

O senador da lei e da ordem foi flagrado em escuta telefônica, com mais de trezentas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, de quem teria recebido uma cozinha importada de presente.

A Polícia Federal ainda apura a participação do senador em negócios com o homem dos caça-níqueis e aponta que Cachoeira teria habilitado vários celulares Nextel fora do país para fugir dos grampos. Um deles parou nas mãos de Demóstenes.

Há quase um mês, essas revelações têm vindo à tona, sendo a última notícia, um pedido do senador para que o empresário pagasse seu táxi-aéreo.

Mesmo assim, com o potencial de escândalo que a ligação podia ensejar, vários órgãos de imprensa evitaram por semanas o assunto, abrandando o tom, sempre que podiam.

Por coincidência, são os mesmos que se acostumaram a dar notícias bombásticas sobre irregularidades no governo ou em partidos da base, como se uma corrupção pudesse ser mais relevante do que outra.

Encontrar o nome de Demóstenes Torres em certos jornais ou revistas foi tarefa árdua até para um experiente praticante de caça-palavras, mesmo quando o assunto já era faz tempo dominante nas redes sociais. Manchetes, nem pensar.

Avançar o sinal e condenar quando ainda existem apenas indícios é o cúmulo da imprudência. Provocar o vazamento parcial de conversas telefônicas submetidas a sigilo beira a ilicitude. Caça às bruxas por relações pessoais pode provocar profundas injustiças.

Tudo isso se explica, mas não justifica o porquê a mesma cautela e igual procedimento não são tomados com a maioria dos "investigados" - para muitos veículos da grande mídia, a regra tem sido atirar primeiro, perguntar depois.

Pior do que o sensacionalismo, no entanto, é o sensacionalismo seletivo, que explora apenas os vícios de quem lhe incomoda. Ele é tão corrupto quanto os corruptos que por meio dele se denunciam.

Todos nós assistimos a corrida da grande imprensa para derrubar ministros no primeiro ano do governo Dilma, manchete após manchete. Alguns com ótimas razões, outros com acusações mais pífias do que as produzidas contra o senador.

Não parece razoável que um órgão de imprensa possa escolher, por questões ideológicas, empresariais ou mesmo partidárias, que escândalo exibir ou qual ocultar em suas páginas. Isso seria apenas publicidade, jamais jornalismo.

Durante muito tempo, os jornais vêm se utilizando da excludente do "interesse público" para avançar sinais na invasão da privacidade ou no ataque a reputações alheias.

A jurisprudência dos tribunais, em regra, tem lhes dado razão: para o jogo democrático, a verdade descortinada ao eleitor é mais importante do que a suscetibilidade de quem se mete na política.

Mas onde fica o "interesse público", quando um órgão de imprensa mascara ou deliberadamente esconde de seus leitores uma denúncia de que tem conhecimento?

O direito do leitor, aquele mesmo que fundamenta as imunidades tributárias, o sigilo da fonte e até certos excessos de linguagem, estaria aí violentamente amputado.

Porque, no fundo, se trata mais de censura do que de liberdade de expressão.

Marcelo Semer é Juiz de Direito em São Paulo. Foi presidente da Associação Juízes para a Democracia. Coordenador de "Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho" (LTr) e autor de "Crime Impossível" (Malheiros) e do romance "Certas Canções" (7 Letras). Responsável pelo Blog Sem Juízo.

Folha ressuscita Lula. Mas não desiste de “matá-lo”



Saiu na Folha (*):

Exames mostram que tumor de Lula desapareceu


O tumor na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 66, desapareceu.


Os exames feitos nesta manhã –de ressonância magnética e diagnósticos detalhados na garganta– mostram que não há mais resquícios do câncer.


Os médicos evitam  (sic – PHA) falar em cura, o que só poderá ser confirmado em cinco anos. Ao fim deste período, novos exames poderão constatar se o ex-presidente foi curado.

Boletim médico divulgado no final da manhã informou que Lula continuará a fazer sessões de fonoaudiologia.


“Foram realizados exames de ressonância nuclear magnética e laringoscopia, que mostraram a ausência de tumor visível, revelando apenas leve processo inflamatório nas áreas submetidas à radioterapia, como seria esperado”, dizem os médicos.



Como se sabe, a Folha (*) “matou” o Lula várias vêzes.
A Folha dispõe de um canal privilegiado no Hospital Sírio Libanês – clique aqui para ver o que aconteceria com o Sírio, se fosse um hospital francês.
E através desse canal, que mais parece um cano subterrâneo, desde que o câncer foi diagnosticado, a Folha dizia no primeiro parágrafo que o Lula estava bem e, no segundo, que ele estava mal.
O Lula não é bobo.
Nem acredita na Folha.
A Dilma também não.
Os dois, pacientes de câncer, sabem que a cura do câncer só se confirma depois de cinco anos.
Por enquanto, Lula recebeu uma boa notícia.
Suficiente para derrotar o Cerra em São Paulo, seu maior objetivo, hoje.
Mas, não, que esteja curado.
Nem que a Folha o ressuscite.
Porque pode “matá-lo”, antes que sol amanheça.
“Matá-lo” antes que o sol amanheça, isso, do ponto de vista físico.
Porque do ponto de vista político, o Otavinho tenta “matá-lo” todo dia, desde que o Lula se levantou da mesa e abandonou um almoço na Folha, porque o Otavinho insistia em perguntar por que ele queria ser presidente, se era um ignorante.
(Diploma por diploma, o Cerra também não tem.)




Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Gurgel vai investigar a revista Veja?

Por Altamiro Borges

Após engavetar as denúncias por três anos, finalmente o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu pedir a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o senador Demóstenes Torres por suas ligações com o mafioso Carlinhos Cachoeira. Poucas horas antes, o falso moralista da direita anunciou a sua renúncia da liderança do DEM no Senado.



“Considerei as denúncias graves o suficiente para que houvesse o pedido de instauração de inquérito”, justificou Gurgel. Segundo o sítio do STF, Demóstenes será investigado pelos crimes de corrupção passiva, prevaricação e advocacia administrativa (quando um servidor defende interesse privado perante a administração pública). O pedido do inquérito tem 56 páginas e 16 apensos.

Liquidado politicamente

A própria mídia, que sempre bajulou o senador demo, já reconhece que ele está liquidado. “Demóstenes optou por renunciar à liderança por não ter mais condições para conduzir votações. O presidente do partido, senador José Agripino (RN), assumiu seu lugar. Abatido, Demóstenes passou o dia trancado em seu gabinete e não circulou pelos corredores do Senado”, relata a Folha.

Durante os últimos dias, o ex-líder do DEM ainda tentou convencer seus pares no Congresso Nacional de que é inocente. O seu esforço foi para evitar que também seja aberto um processo no Conselho de Ética do Senado, o que pode causar a perda do seu mandato. O PSOL já anunciou que encaminhará pedido ao presidente da casa, José Sarney, para o início do processo de cassação.

Assassino de reputação vira alvo

Demóstenes Torres, que sempre posou de paladino da ética e bateu para matar em seus adversários políticos, agora engole o seu próprio veneno. Até o DEM, para evitar maiores desgastes e o risco de extinção, já estuda sua expulsão. Agripino Maia, presidente da legenda, admitiu essa possibilidade ao afirmar que a sigla “não convive com a falta de ética”. É cômico, mas sintomático!

Com a abertura do inquérito no STF, a situação do demo deverá se complicar ainda mais. Como ele justificará o presentinho de casamento dado pelo amigo Carlinhos Cachoeira, o celular antigrampo, habilitado nos EUA, os 298 telefonemas para o mafioso e, principalmente, a denúncia da revista CartaCapital de que ele recebia 30% de todos os negócios ilegais do bicheiro?

A quadrilha e a revista Veja

Outra linha interessante de investigação, que também poderia ser solicitada pelo procurador-geral Roberto Gurgel, seria sobre as relações desta “quadrilha” com a revista Veja. Com base nas escutas da Operação Monte Carlo da PF, o blogueiro Luis Nassif já denunciou que o mafioso Carlinhos Cachoeira deu mais de 200 telefonemas para o editor-chefe da revista, Policarpo Junior.

A revista Veja sempre amplificou os escândalos plantados por Demóstenes Torres, um notório assassino de reputações. Agora, o jornalista Marco Damiani, do sítio Brasil-247, publica entrevista bombástica com o ex-prefeito de Anápolis (GO), Ernani de Paula. Ele garante que “Cachoeira e Demóstenes armaram o esquema do mensalão” e que a Veja foi usada na armação. Vale conferir:

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“Cachoeira e Demóstenes armaram o mensalão”


Por Marco Damiani


O mensalão, maior escândalo político dos últimos anos, que pode ser julgado ainda este ano pelo Supremo Tribunal Federal, acaba de receber novas luzes. Elas partem do empresário Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, cidade natal do contraventor Carlinhos Cachoeira e base eleitoral do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).


“Estou convicto que Cachoeira e Demóstenes fabricaram a primeira denúncia do mensalão”, disse o ex-prefeito em entrevista ao 247. Para quem não se lembra, trata-se da fita em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 5 mil dentro da estatal. A fita foi gravada pelo araponga Jairo Martins e divulgada numa reportagem assinada pelo jornalista Policarpo Júnior. Hoje, sabe-se que Jairo, além de fonte habitual da revista Veja, era remunerado por Cachoeira – ambos estão presos pela Operação Monte Carlo. “O Policarpo vivia lá na Vitapan”, disse Ernani de Paula ao 247.


O ingrediente novo na história é a trama que unia três personagens: Cachoeira, Demóstenes e o próprio Ernani. No início do governo Lula, em 2003, o senador Demóstenes era cotado para se tornar Secretário Nacional de Segurança Pública. Teria apenas que mudar de partido, ingressando no PMDB. “Eu era o maior interessado, porque minha ex-mulher se tornaria senadora da República”, diz Ernani de Paula. Cachoeira também era um entusiasta da ideia, porque pretendia nacionalizar o jogo no País – atividade que já explorava livremente em Goiás.


Segundo o ex-prefeito, houve um veto à indicação de Demóstenes. “Acho que partiu do Zé Dirceu”, diz o ex-prefeito. A partir daí, segundo ele, o senador goiano e seu amigo Carlos Cachoeira começaram a articular o troco.


O primeiro disparo foi a fita que derrubou Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu, da Casa Civil. A fita também foi gravada por Cachoeira. O segundo, muito mais forte, foi a fita dos Correios, na reportagem de Policarpo Júnior, que desencadeou todo o enredo do Mensalão, em 2005.


Agora, sete anos depois, na operação Monte Carlo, o jornalista de Veja aparece gravado em 200 conversas com o bicheiro Cachoeira, nas quais, supostamente, anteciparia matérias publicadas na revista de maior circulação do País.


Até o presente momento, Veja não se pronunciou sobre as relações de seu redator-chefe com o bicheiro. E, agora, as informações prestadas ao 247 pelo ex-prefeito Ernani de Paula contribuem para completar o quadro a respeito da proximidade entre um bicheiro, um senador e a maior revista do País. Demonstram que o pano de fundo para essa relação frequente era o interesse de Cachoeira e Demóstenes em colocar um governo contra a parede. Veja foi usada ou fez parte da trama?

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Leia também:

- Demóstenes Torres: o demo "ético" caiu

- O advogado do demo Demóstenes Torres

- Demóstenes e os escândalos da Veja

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- Cachoeira e o redator-chefe da Veja

“Cachoeira e Demóstenes armaram o mensalão”

“Cachoeira e Demóstenes armaram o mensalão” Foto: Edição/247


Quem diz é o ex-prefeito de Anápolis (GO) Ernani de Paula, que conviveu com os dois; ele foi amigo do contraventor e sua mulher Sandra elegeu-se suplente do senador do DEM em 2002; “Cachoeira filmou, Policarpo publicou e Demóstenes repercutiu”, disse ele ao 247


Marco Damiani _247 – O Mensalão, maior escândalo político dos últimos anos, que pode ser julgado ainda este ano pelo Supremo Tribunal Federal, acaba de receber novas luzes. Elas partem do empresário Ernani de Paula, ex-prefeito de Anápolis, cidade natal do contraventor Carlinhos Cachoeira e base eleitoral do senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
“Estou convicto que Cachoeira e Demóstenes fabricaram a primeira denúncia do mensalão”, disse o ex-prefeito em entrevista ao 247. Para quem não se lembra, trata-se da fita em que um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 5 mil dentro da estatal. A fita foi gravada pelo araponga Jairo Martins e divulgada numa reportagem assinada pelo jornalista Policarpo Júnior. Hoje, sabe-se que Jairo, além de fonte habitual da revista Veja, era remunerado por Cachoeira – ambos estão presos pela Operação Monte Carlo. “O Policarpo vivia lá na Vitapan”, disse Ernani de Paula ao 247.
O ingrediente novo na história é a trama que unia três personagens: Cachoeira, Demóstenes e o próprio Ernani. No início do governo Lula, em 2003, o senador Demóstenes era cotado para se tornar Secretário Nacional de Segurança Pública. Teria apenas que mudar de partido, ingressando no PMDB. “Eu era o maior interessado, porque minha ex-mulher se tornaria senadora da República”, diz Ernani de Paula. Cachoeira também era um entusiasta da ideia, porque pretendia nacionalizar o jogo no País – atividade que já explorava livremente em Goiás.
Segundo o ex-prefeito, houve um veto à indicação de Demóstenes. “Acho que partiu do Zé Dirceu”, diz o ex-prefeito. A partir daí, segundo ele, o senador goiano e seu amigo Carlos Cachoeira começaram a articular o troco.
O primeiro disparo foi a fita que derrubou Waldomiro Diniz, ex-assessor de Dirceu, da Casa Civil. A fita também foi gravada por Cachoeira. O segundo, muito mais forte, foi a fita dos Correios, na reportagem de Policarpo Júnior, que desencadeou todo o enredo do Mensalão, em 2005.
Agora, sete anos depois, na operação Monte Carlo, o jornalista de Veja aparece gravado em 200 conversas com o bicheiro Cachoeira, nas quais, supostamente, anteciparia matérias publicadas na revista de maior circulação do País.
Até o presente momento, Veja não se pronunciou sobre as relações de seu redator-chefe com o bicheiro. E, agora, as informações prestadas ao 247 pelo ex-prefeito Ernani de Paula contribuem para completar o quadro a respeito da proximidade entre um bicheiro, um senador e a maior revista do País. Demonstram que o pano de fundo para essa relação frequente era o interesse de Cachoeira e Demóstenes em colocar um governo contra a parede. Veja foi usada ou fez parte da trama?

Não façam com Demóstenes o que ele fez com os adversários

Supondo que este blog seja considerado insuspeito de simpatizar com o DEM e similares, faz-se aqui apelo de natureza que não é estranha à página, pois, em outros momentos, saiu em defesa de oposicionistas como, por exemplo, Fernando Henrique Cardoso e Gilberto Kassab, o que fez porque não será se transformando no injusto que o justo irá combatê-lo.
As provas e indícios contra Demóstenes, segundo se vê, vão se amontoando graças a uma operação da Polícia Federal que exala competência e profundidade. Todavia, todo o cuidado é pouco para não desmoralizarem o processo. É extremamente importante que as acusações sejam apuradas com rigor e celeridade, mas também com absoluta seriedade e responsabilidade.
Esta página tem sido crítica do uso pela mídia de suposições e acusações sem indícios minimamente sólidos. Para que tal postura seja respeitável e inspire confiança, o mínimo que deve fazer é pedir que tais critérios valham para todos e não apenas para os políticos e partidos com os quais simpatiza – o Blog da Cidadania simpatiza com o governo Dilma.
Estão surgindo acusações de todo tipo contra o senador pelo DEM de Goiás. Várias delas, porém, ainda não passam de vento. Conclusões apressadas estão sendo tiradas sob os auspícios do mau momento por que passa o ex-acusador mor da República. Não vale a pena entrar em detalhes para não ferir suscetibilidades. Apenas dizer que existem é suficiente.
O que já se tem contra Demóstenes Torres é mais do que suficiente para levá-lo ao Conselho de Ética do Senado, para que o Ministério Público o investigue e, na opinião deste blog, para pedir a ele que tenha a decência de se afastar do seu mandato até que as investigações terminem, pelo menos, até porque vem se recusando a se defender junto aos seus pares.
Não há que inventar algo mais contra o “democrata”. O que já pesa contra ele é mais do que suficiente. Fazerem-lhe acusações que não têm maior sustentação só servirá para que ele desmonte alguma e, assim, coloque todo o resto sob suspeição. E se o benefício do processo contra ele não for suficiente, que seja pelo respeito ao direito que qualquer um tem de não ser linchado.
Entende-se, aqui, a indignação da sociedade e, sobretudo, de adversários de Demóstenes que ele pisou, humilhou e caluniou valendo-se, no mínimo, de indícios circunstanciais, sempre com a ajuda da grande mídia. É neste momento que os seus adversários devem mostrar que são diferentes, até para que, lá na frente, possam reclamar caso sejam injustiçados.

SOBRE A DESFAÇATEZ, OU SOBRE DEMÓSTENES

**o MinC e a crise na cultura (Leia mais aqui ) **Chávez tem 13 pontos de vantagem na enquete sobre as eleições de outubro** Hollande e Sarkozy empatados na França** Serra perdeu de Zé Aníbal na Zona Sul de SP, na prévia de domingo do PSDB** italianos reprovam atuação de Mário Monti** União de Esquerda aplica duro revés no governo direitista de Rajoy, nas eleiçoes regionais da Espanha. 
"...O que começou pequeno, com o Bloco da Mentira, foi ganhando corpo até se transformar na Escola de Samba Unidos da Desfaçatez.(...) De nada adianta se fantasiar de ovelha se, quando abre a boca, mostra as presas de lobo (...)Exige-se apenas a verdade, não precisa mutilar suas ideias, sacrificar-se intimamente (...) Não representa desvio de caráter defender diante das câmeras o que professa entre quatro paredes - o defeito é mentir" . Os trechos são de autoria do ex-líder dos demos no Senado, Demóstenes Torres,  em artigo publicado originalmente no "blog do Noblat", em 22-02--2012. Nessa data, o Savonarola-mór da oposição demotucana, um dos mais aguerridos acusadores do governo no episódio convencionado como 'mensalão',  já havia trocado 298 telefonemas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em aparelho blindado presenteado pelo próprio, e cerca de 200 ligações com alta direção da revista Veja. Esta, por razões que o tempo dirá, resolveu fritá-lo por antecipação, como quem frita um arquivo, em consonância com o que tem feito também o jornal 'O Globo'. Contra centurião, agora jogado ao mar por seus pares afoitos, pesa, ademais, a suspeita de abiscoitar 30% dos lucros do bicheiro mencionado, de quem ganhou mimos no casamento e a cuja carteira recorria até para despesas de pequenos deslocamentos aéreos. Em seu blog, Demóstenes apresenta-se como ' presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), " a mais importante do Senado", e da Comissão que está reescrevendo o Código de Processo Penal; e sentencia altaneiro: "Demóstenes participou de diversas CPIs e não deixou acabar em pizza as que foi relator (...) Demóstenes é o parlamentar que mais combate a corrupção no Brasil". No arremate, o carrilhão autobiográfico badala: "No último mês de dezembro, a Revista Época divulgou uma lista em que o senador Demóstenes Torres foi apontado como uma das 100 personalidades mais influentes do país" (Leia mais sobre o assunto nesta pág. e no Blog das Frases: "Demóstenes: o importante é a causa; e a causa é Serra derrotar o PT em SP').

PGR solicitará ao STF abertura de inquérito contra Demóstenes

Acuado, o senador renunciou à liderança do DEM no Senado, com o objetivo de “acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias”. Esses “fatos” são as denúncias das suas relações com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal, durante a Operação Monte Carlo, em fevereiro. Segundo matéria da Carta Capital, Demóstenes recebia 30% da arrecadação total do esquema de jogos clandestinos comandados por Cachoeira que, em seis anos, movimentou R$ 170 milhões.

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse aos representantes da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção, em audiência na tarde desta terça (27), que deverá solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF), nas próximas 48 horas, a abertura de inquérito contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), suspeito de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Monte Carlo, em fevereiro.

“São muitos os fatos que pesam contra Demóstenes. Em 2009, já havia denúncias contra ele, agora complementadas pelas oriundas da Operação Monte Carlo. Tudo isso é suficiente para o procurador-geral decidir o que fazer. E pelo teor da conversa dele conosco, parece que as investigações serão abertas muito em breve”, disse à Carta Maior o coordenador da Frente, deputado Francisco Praciano (PT-AM).

Acuado com as denúncias cada vez mais contundentes, Demóstenes Torres renunciou, momentos antes, à liderança do Democratas no Senado. Em carta telegráfica ao presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), ele comunicou seu afastamento, em 173 caracteres, com o objetivo de “acompanhar a evolução dos fatos noticiados nos últimos dias”.

Estes “fatos” são as denúncias publicadas pela imprensa que tornam sua
situação cada vez mais insustentável. Matéria publicada pela revista
Carta Capital, no final de semana, revelou, com base nos relatórios da PF, que ele teria direito a 30% da arrecadação total do esquema de jogos clandestinos comandados por Cachoeira. Em seis anos, o esquema teria movimentado R$ 170 milhões.

Já o jornal O Globo acusou o senador de ter recebido do contraventor um rádio nextel habilitado nos Estados Unidos, para que pudessem conversar com mais privacidade. No período de oito meses, a PF interceptou mais de 300 conversas entre os dois. Também pesa contra Demóstenes a denúncia revelada pelo jornal de que ele teria solicitado à Cachoeira o pagamento das suas despesas com serviços de táxi aéreo, no valor de R$ 3 mil.

Desde a deflagração da Operação Monte Carlo, em fevereiro, o senador vem sendo alvo de diversas denúncias sobre seu envolvimento com Cachoeira. Em pronunciamento no Senado, chegou a admitir que mantinha “relações de amizade” com o contraventor e que havia recebido dele, como “presente de casamento”, um conjunto importado de fogão e geladeira.

Isolamento político
Até a sexta passada, Demóstenes vinha rebatendo as acusações, com o apoio de colegas parlamentares. Mas as denúncias deste final de semana o deixaram praticamente isolado. O senador Jorge Viana (PT-AC), que havia manifestado apoio a ele no início de março, mudou o posicionamento. Segundo ele, as coisas se agravaram muito deste então.

O senador Pedro Taques (PDT-MT), que também saíra em defesa do colega no início da crise, subiu o tom. “Nós não podemos tapar o sol com a peneira. Esta casa da Federação não terá moral para notificar, para convidar, para intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões, se nós não ouvirmos os esclarecimentos do senador Demóstenes”, discursou, em plenário, na segunda (26).

Até mesmo o presidente do Democratas se definiu “incomodado” com as denúncias contra o colega de senado, em entrevsitas concedidas nesta terça. José Agripino Maia disse que o partido vai aguardar a definição do STF sobre o pedido de investigação para decidir sobre o futuro de Demóstenes na legenda.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), tentou uma audiência com Gurgel para reiterar o pedido de informações sobre o teor das investigações da PF, que encaminhou à Procuradoria Geral da República (PGR), há oito. Entretanto, não conseguiu ser recebido pelo procurador-geral, que alegou agenda lotada.

O corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), também pediu informações ao Ministério Público sobre as investigações realizadas pela PF e as denúncias que pesam contra Demóstenes. De acordo com ele, essas informações são primordiais para ele decidir se encaminhará ou não denúncia ao Conselho de Ética da casa.