Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Saudosismo delirante

Um pirulito para quem esclarecer que tempo foi esse em que os políticos disponíveis na praça eram como a mente do sujeito imagina.

A parte esclarecida da população brasileira cultiva o saudosismo de dirigentes políticos com educação, cultura, visão de curto, médio e longo prazos, consciência dos problemas de infraestrutura do País, ética e probidade. Agora deverá canalizar energias na descoberta de quem reúne essas qualidades para governar o nosso país. O PT, desde a sua fundação, exibe a profunda "falta de qualificação" de filiados, e aí reside boa parte dos seus problemas. Em torno de 100%...

FLAVIO MARCUS JULIANO
opegapulhas@terra.com.br
São Paulo


Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

O Roberto Jefferson de cada um e a desigualdade do que é igual


Pela primeira vez neste século, há exposição na mídia da corrupção que tornou o Estado mais rico e desenvolvido da Federação em um dos que menos se desenvolvem. Contudo, a cobertura que a imprensa local vem fazendo das denúncias do deputado estadual Roque Barbieri (PTB-SP) de que o governo do Estado compra apoio legislativo liberando emendas ao orçamento não lembra, nem de longe, a cobertura do “mensalão do PT”.
Não se sabe por que Barbiere passou a denunciar o “suposto” esquema de compra de apoio legislativo pelo governo paulista depois de permanecer calado por tanto tempo. Segundo ele, a liberação de emendas ao orçamento estadual – “suposta” moeda de troca entre Executivo e Legislativo – passou a existir após a eleição de Geraldo Alckmin em 2002 e permaneceu durante o governo estadual de José Serra, perdurando até hoje. Contudo, isso não fica claro na cobertura jornalística do caso.
Não há indignação midiática como houve em relação ao “mensalão do PT”, igualmente denunciado por parlamentar governista (ironicamente, também do PTB – Roberto Jefferson) que, como Barbieri, teve acesso de moralismo e denunciou que o governo do qual era aliado “supostamente” compraria apoio no Legislativo através de pagamentos aos legisladores. Não há “teste de hipóteses” ou perguntas constrangedoras a Alckmin ou Serra sobre se um deles  “sabia” ou “não sabia”.
Onde estão os colunistas da Folha, do Estadão ou da Veja “indignados com a corrupção”?
Cadê os editoriais furiosos culpando todo o PSDB por “supostos” atos de corrupção de seu governador, de seus parlamentares e de partidos e parlamentares aliados?
Aliás, será que a “Juventude do PSDB” de São Paulo não fará nenhuma “marcha contra a corrupção”?
Inexiste uma só opinião nesses veículos de comunicação ou entre os habituais indignados com a “corrupção” que diga que o PSDB inteiro é corrupto e que usa dinheiro público em benefício próprio. Muito menos opinião disfarçada de reportagem ou de discurso de cidadãos que se dizem “neutros”…
O partidarismo da mídia, assim, resume-se à falta de indignação e de suposições – ou, se preferirem, de “teste de hipóteses” – nos veículos que passaram a última década produzindo, em vez de falta, excesso de opiniões e suposições de que não restaria dúvida sobre as acusações de “compra de parlamentares” pelo governo Lula, dando como “prova” do crime simplesmente o fato de que tais acusações partiram “de dentro do esquema”.
Que diferença há entre a denúncia de Roberto Jefferson contra o PT e a de Roque Barbiere contra o PSDB? Ambos não denunciaram que governos desses partidos conseguiam que o Legislativo aprovasse tudo o que queriam “convencendo-o” a apoiá-los por meio de suborno com dinheiro público?
Ao dizer que até o governo Mario Covas não havia liberação de emendas a parlamentares e o conseqüente esquema de corrupção entre eles e empreiteiras, Barbiere disse sobre governo do PSDB o mesmo que Jefferson disse sobre governo do PT. Só falta que Alckmin e Serra digam que “não sabiam” e que a mesma imprensa que não acreditou em Lula tampouco acredite neles. Alguém acredita mesmo que isso pode vir a ocorrer?
Merval e Kamel: quem se identifica mais com Roberto Marinho ?
Saiu no Tijolaço, de Brizola Neto:

Merval e seu caráter

O senhor Merval Pereira volta hoje à carga. Diz que eu “recuei”, “abdiquei”, “voltei atrás” de minhas posições e “aderi” à defesa do Rio de Janeiro.

O senhor Merval Pereira é um primor de caráter.

Ele tem sempre uma boa explicação: não foi ele quem errou, os fatos é que erraram.

Foi assim quando, em 1989, em plena campanha presidencial, publicou uma foto de um homem com uma foto de Leonel Brizola e disse que era o traficante “Eureka”.

Como o homem não era traficante, mas um líder da comunidade, José Roque Ferreira, Merval preferiu não pedir desculpas e alegar que um policial informou que era um traficante, como alegou à época ao ombudsman da Folha, Caio Túlio Costa.

Em lugar de  esclarecer, segundo a Folha, o Globo passou a investigar Ferreira, para arranjar algo que o envolvesse como o tráfico.

Esta história ainda será contada com mais detalhes.

Qualquer leitor do blog, inclusive os muitos que manifestam uma posição contrária a qualquer ressarcimento especial ao Rio de Janeiro e que “me batem”  a valer por isso, sabe que só tive uma posição, sempre.

Bastaria consultar a pesquisa do blog e ver. Está público, registrado e datado.

Mas a postura de Merval é aquela que Tulio Costa descreveu sobre o que fez O Globo naquele episódio:

“Sem reconhecer objetivamente que errou – na esperança de que ao guardar a decisão da Justiça o tempo passe e o assunto morra. “O Globo” perde ainda mais pontos. Não há demérito em recolher erros. Está certo, o jornal deu espaço ontem tanto para Brizola quanto para o rapaz ofendido, mostrou em título e chamada de capa que o secretário de Polícia Civil do Rio diz que não há informações sobre seu envolvimento com tráfico. No entanto, não reconheceu o erro porque ainda não se acha de todo errado apesar das evidências em contrário”.

Não vou ficar aqui tecendo comentários sobre a postura de Merval. Limito-me a transcrever o que diz dela um seu ex-colega, Paulo Nogueira, ex-diretor editorial da Editora Globo:

“Merval é, basicamente, contra tudo que Lula fez, do Bolsa Família às cotas universitárias. Se Lula inventar a cura do câncer, Merval vai atacar. Seu poder de persuasão pode ser facilmente medido nas urnas. Se eu fosse candidato, torceria para que Merval fosse contra mim.

Ao lado de Ali Kamel, ele é um dos mais fiéis reprodutores do ideário da família Marinho. (Esperemos para ver se Kamel não vira futuramente um imortal.)

Numa carta célebre a um editor, o barão da imprensa Joseph Pulitzer disse o seguinte:  “Espero que você pense, pense, pense!!! (…)  Que compreenda que todo editor depende do proprietário, é controlado pelo proprietário, deve veicular os desejos e as idéias do proprietário. (…) Sua função é pensar, o mais próximo possível, no que você pensa que eu penso.”

Merval – e nem Kamel – teriam que ouvir isso. Lembro que, nas reuniões do Conselho Editorial da Globo das quais participei entre 2006 e 2008, os dois pareciam disputar entre si quem era campeão em pensar como a família Marinho pensa.“

Então, ficamos assim: eu com uma cadeira de deputado “por deferência”, como ele diz, do governador Sérgio Cabral e da Presidenta Dilma e de 55 mil votos, ele fica com a cadeira na ABL por sua vasta e reconhecida obra literária  e por seus poderes telepáticos e depois  mediúnicos, que mostram que as grandes devoções sobrevivem à morte dos idolos.

Ativistas falam sobre o movimento “Ocupar Wall Street”



O Alabama, um dos berços da Ku Klux Klan, que teve em seu governador George Wallace um esteio do racismo e do anti-comunismo norte-americano nos anos 50/60, ergueu a cabeça da serpente de novo. Uma nova legislação anti-imigrantes, uma espécie de 'desocupe o Alabama' persegue ilegais através da caçada de crianças nas escolas, exigindo-lhes documentação indisponível pelos pais. A freqüência escolar caiu 5% desde que a lei entrou em vigor este ano. A caçada atinge principalmente os latinos e avança pelas ruas num clima de repressão que recorda os melhores momentos da intolerancia dos anos 60. A lei autoriza policiais a abordar e prender imediatamente qualquer cidadão  não-documentado. Os critérios da abordagem remetem à cultura racista do Alabama. Movimento pelos Direitos Civis , uma espécie de frente ampla progressista que polarizou a luta política nos EUA nos anos 60/70 refluiu no fastígio neoliberal. A repressão no Alabama, o preconceito racista aflorado com a eleição de Obama e a radicalização extremista  do Tea Party indicam que o  seu renascimento em Wall Street chega em boa hora. O conjunto antecipa a moldura de radicalização que marcará as eleições presidenciais de 2012 (Leia as últimas notícias sobre o  mobilização em Wall Street nesta pág).

Quatro ativistas discutem os objetivos do acampamento no distrito financeiro de Nova York. "Deveria estar razoavelmente claro para qualquer um que olhe o que está se passando no movimento Ocupar Wall Street que o objetivo é acabar com a influência corrupta dos extremamente ricos sobre a política democrática. Wall Street controla a América e nós nos opomos a isso", diz o jornalista Jesse Alexander Meyerson, de 25 anos.

Em 17 de setembro, um grupo relativamente pequeno de pessoas frustradas com a crise financeira nos EUA e com a resposta que o governo do país deu a ela, acampou no Parque Zuccotti, na cidade de Nova York – próximo ao local onde estavam as Torres Gêmeas e próximo a Wall Street.

Uma semana depois, os nova-iorquinos começaram a acampar, 80 manifestantes foram presos e ao menos quatro foram atingidos por sprays de pimenta da polícia, quando marchavam pelo distrito financeiro de Nova York.

Depois de duas semanas, milhares de manifestantes se dirigiram à Ponte do Brooklyn e 700 foram presos, enquanto marchavam diretamente pelo famoso vão que dá nos bairros nova-iorquinos de Manhattan e do Brooklyn.

A ação se tornou conhecida como “Ocupar Wall Street”, um trending topic que se tornou viral no Twitter, no Facebook e, como os organizadores esperavam, nas ruas.

Enquanto esse texto era escrito, pessoas de aproximadamente 70 outras cidades dos EUA estavam tomando ou planejando tomar as áreas próximas aos centros financeiros, e acampando, marchando e tomando decisões coletivas a respeito de como fazer o melhor uso deste momento, usando o “Ocupar Wall Street” como exemplo. Ações de solidariedade estão ocorrendo ou sendo planejadas no Reino Unido, na Alemanha, na Austrália e na Bósnia.

Mas os aspectos principais desse movimento de ocupação de Wall Street permanecem indefinidos. O grupo não produziu nenhum conjunto de demandas e se orgulha de reunir as pessoas com base numa questão, em vez de visando a um objetivo.

A Al Jazeera falou com quatro ativistas que estão participando do movimento crescente de “ocupação” nos EUA, para ter algumas respostas a respeito de suas motivações, processos de tomadas de decisões, esperanças e dados demográficos.

Elliot Tarver (E.T), 21 anos, é um dos que tem participado da Ocupação de Wall Street organizando o processo desde o planejamento do primeiro encontro, no começo de agosto, e tem estado nas manifestações quase diariamente.

Jesse Alexander Meyerson (JAM), 25, é um jornalista de Nova York que está trabalhando no comitê de apoio ao trabalho da Ocupação de Wall Street.

Mohamed Malik (MM), 29 é ex-diretor executivo do Conselho de Relações Islamo-Americanas no sul da Flórida e hoje está desempregado, organizando o movimento Ocupação de Miami, no estado da Flórida, que está para ser lançado em 15 de outubro.

Malcom Sacks (MS), 22, é um ativista nova-iorquino que tem participado da ocupação do Parque Zuccotti.

AlJazeeraVocê poderia explicar, da maneira mais simples possível, o propósito do movimento Ocupar Wall Street? O que vocês estão comunicando e o que significa ter um protesto sem um objetivo definido?

ET: Ocupar Wall Street é um movimento crescente de pessoas que se juntaram por várias razões diferentes – é bastante amplo e não há qualquer estabelecimento explícito de demandas, embora implicitamente, ao se estar em Wall Street tomando a rua com todas as ações que temos feito, estas sejam pessoas que estão com raiva do modo como as corporações e a política e o dinheiro controlam as suas vidas e a sua maneira de viver e respirar e como funciona a sociedade, e que tem algum tipo de visão de um mundo diferente que existe além da ganância, do racismo, do patriarcalismo, do poder corporativo e da opressão política.

MS: Esta é uma expressão da frustração diante do sentimento de que o processo político está sendo comandado por interesses econômicos e em particular pelas corporações gigantes.

MM: Quando as pessoas usam a palavra “ocupar”, o que elas querem dizer é: trazer as pessoas para o papel no qual elas produzam realmente decisões políticas, sobretudo no que concerne à economia e ao nosso bem estar. O modo como as instituições operam no tipo da sociedade em que vivemos não é muito condizente com altos níveis de participação democrática. Eu penso que as pessoas se sentem frequentemente deixadas de lado, desconectadas. Nós temos essas elites em nossa sociedade que na verdade nos fazem questionar se vivemos de fato numa democracia, ou se na verdade vivemos numa plutocracia – um país controlado pelas elites? Neste caso, por uma elite econômica.

JAM: Deveria estar razoavelmente claro para qualquer um que olhe o que está se passando no movimento Ocupar Wall Street que o objetivo é acabar com a influência corrupta dos extremamente ricos sobre a política democrática. Eu realmente não acredito que as pessoas não entendam o que está em jogo aqui. Wall Street controla a América e nós nos opomos a isso.

Só porque não há uma determinada carta de exigências passando de mão em mão, ou alguma lei a ser anulada, isso não deveria nos fazer acreditar que é de algum modo não unificado ou um gesto sem sentido. O sentido está claro.

[Ocupar Wall Street] não é apenas um protesto político, mas também um modelo de sociedade, o que eu penso que é o protesto político verdadeiramente interessante – isto é a própria demanda.

Houve movimentos sociais plenos de sentido antes, sem serem unificados, sem terem uma lista coerente de demandas, e houve movimentos, antes, nos quais as demandas levaram anos para serem desenvolvidas – ao passo que a ocupação [de Wall Street] durou 16 dias até agora.

Em 1949, seria inconcebível que, em 1968, camaradas negros tivessem o direito de votar...Assim como no fim de dezembro de 2010, não havia um só americano expert ou estudioso do Oriente Médio prevendo que, por volta de 25 de janeiro, a Praça Tahir, no Egito estaria fervendo de gente e que, não muitas semanas depois, Hosni Mubarak teria sido deposto.

AlJazeera: O alvo é claro: Wall Street e os americanos mais poderosos e ricos que tomam as decisões que causaram ou levaram adiante a crise econômica. Quem está participando?

MS: Em geral, todos os sequelados da crise econômica, nos EUA, ao menos; é um tipo de resposta à crise econômica que finalmente está atingindo as pessoas. Eu penso que isso é um reflexo dessa crise. As pessoas não brancas nos EUA tem vivido num certo estado de crise, em termos de desemprego e falta de representação política e de falta de apoio do estado frente as suas dificuldades econômicas, nas últimas centenas de anos. Finalmente [esta crise, agora] aparece como crise para a maioria, inclusive a classe média e os trabalhadores brancos, e é por isso que temos visto pessoas brancas à frente das manifestações e ocupando espaço nesses protestos.

ET: Mesmo que a maior parte do espectro demográfico do grupo tenha começado com a classe média branca e com estudantes de graduação, o quadro se tornou muitíssimo mais diverso. Mesmo que isso tenha mudado, as pessoas que se sentem apoderadas e que tem condicionado toda a sua vida para se sentirem confiantes, confortáveis, líderes de um grupo e para falarem para centenas de pessoas são mais aquelas pessoas oriundas de posições privilegiadas – homens brancos em particular – e eu penso que isso é algo que precisa ser fortemente enfrentado.

AlJazeera: Como o grupo decide levar adiante alguma ação específica? Qual é o processo de tomada de decisão do grupo?

ET: O processo é a realização de assembleias gerais duas vezes por dia. Qualquer pessoa pode fazer uma proposta, uma declaração, ou ter um ponto a defender, e as coisas são decididas por consenso.. em vez de simplesmente ser eleito um grupo de líderes que irão decidir as coisas juntos, em seu pequena bolha fechada.

Uma grande tarefa é traduzir a nós mesmos e nos tornarmos mais acessíveis às pessoas que não entendem de fato o que significa tomar decisões horizontalmente – o que significa que não há um líder único que tenha controle e diga a todos o que fazer.

MS: Eu discordo. Estou hesitante em dizer que não há hierarquia, que não há liderança, porque eu realmente penso que há um núcleo de pessoas – jornalistas – que estão fazendo muito da organização e dando uma forma à imagem pública da coisa. Eu e outros camaradas temos encontrado resistência nas lideranças para incorporarem outras ideias ao trabalho e para pensarem criticamente a respeito do que está acontecendo.

Tentamos falar com um dos camaradas da mídia a respeito do problema de não haver gente não branca no movimento e o do problema dessas pessoas não se sentirem confortáveis em participar, e houve resistência da parte deles em reconhecer isto. Eles afastam as críticas dizendo: “Se alguém quiser se envolver pode se envolver. Se quiserem ser representados, eles simplesmente vem e podem fazê-lo, também”. Eu penso que isso é denegar a dinâmica real do poder que está em jogo agora. Eu não estou certo de se este é um modo de a liderança afastar a responsabilidade ou se eles realmente não pensam que estão exercendo poder no movimento.

AlJazeera: Vários sindicatos e organizações não lucrativas estão planejando uma marcha, no dia 5 de outubro, em apoio ao movimento Ocupar Wall Street. Só o sindicato dos trabalhadores no transporte público de Nova York representa 38 000 trabalhadores. O que isso significa e por que é importante?

ET: Eu acho que será realmente grande a marcha, em termos de mobilização das pessoas – pessoas provavelmente mais afetadas por um grande número de medidas de austeridade a que estão respondendo. Eu acho que isso tem um potencial de mudar o espectro demográfico do protesto – ao trazer trabalhadores e mais pessoas não brancas.

JAM: Eu acho que os sindicatos de trabalhadores e outros grupos viabilizam e fornecem a engrenagem para as necessidades daqueles que não têm voz, para os empobrecidos, etc., reconhecerem que esse movimento Ocupar Wall Street que está chamando a atenção de todo o país e todo o mundo tem pessoas realmente comprometidas, que não têm se sentido mobilizadas a dar outras respostas à crise.

De um modo mais cínico e insensível, pode-se suspeitar de que o que as grandes instituições querem é se aproximar, cooptar o movimento, impor a sua agenda a quem está na luta. Mas no meu modo de ver mais generoso, o que eu diria é que os sindicatos ajudariam esse movimento a crescer e expandir e a conseguir criar um movimento social ampliado, porque eles reconhecem que estamos em busca da mesma coisa: a classe oprimida e o desmantelo do poder dos ricos sobre a política.

AlJazeera: Olhando para a frente, o que podemos esperar do Ocupar Wall Street?

MS: Alguém ontem foi citado, dizendo: “ficaremos aqui enquanto pudermos”. Mas isso significa que, assim que eles disserem “vocês não podem ficar”, todo mundo vai embora? Você não pode de fato dizer qual a direção que essa coisa está tentando tomar, ela está simplesmente buscando existir. Eu sou cético a respeito de onde isso pode dar, mas apoio o movimento, porque penso que está claro que a sua existência, mesmo que não vá a lugar algum, é de muita importância.

ET: Agora está crescendo diariamente e o seu fim não parece próximo.

Tradução: Katarina Peixoto

Correspondente do Globo ataca pai da Dilma. Mas poupa a mãe


O alvo do Globo é o da direita. Por enquanto

Saiu na pág. 12 do Globo, reportagem da notória Deborah Berlinck, enviada especial à Bulgária, para acompanhar e envilecer a família e a Presidenta Dilma Rousseff.

Trata-se de “Três versões e um mistério – política, finanças e aventura envolvem a vinda de pai de Dilma (para o Brasil)”.

A correspondente militante reproduz trechos de um livro sobre a Presidenta, de autoria de um jornalista búlgaro e de outro, brasileiro, que milita no Estadão, Jamil Chade.

Correspondente na Europa, Chade sistematicamente tenta desmoralizar o Brasil.

Agora, ao que parece, entra no campo pessoal: o pai da Dilma.

Berlinck não diz nada sobre a mãe.

A Berlinck, essa, o amigo navegante conhece.

É aquela correspondente/militante que se indignou com a concessão do Prêmio da Sciences Po francesa ao Nunca Dantes.

A imprensa argentina, no Página 12,  se indignou com o comportamento dela.

Aqui, o PiG (*) se calou.

Talvez porque concorde com as restrições preconceituosas da notável militante correspondente.

O PiG (*) parece numa escalada.

Aonde chegará ?, pergunta-se o amigo navegante.

Chegará ao ponto em que o Paulo Bernardo permitir.

Ele, Bernardo, que não tira a Ley de Medios do Franklin da gaveta.

E não passa perto do controle remoto, para não haver o perigo de tirar da Globo.

Porque, se a Ley de Medios estivesse na agenda do país, a Berlinck e o Chade talvez se contivessem.

Mas, viva o Brasil !

Sim, porque a Berlinck e o Chade, esses não têm a menor importância.

O problema é o patrão deles.


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Cariocas farão "faxina" na TV Globo

Do sítio Vermelho:

A "lavagem da Rede Globo" faz parte das comemorações da Semana Internacional pela Democratização da Mídia, que acontece entre os dias 17 e 21 de outubro, com programação em todo o país. A “faxina” na Globo acontece na quarta (19), no Jardim Botânico, a partir das 13 horas. As pessoas estão sendo convidadas pelo Facebook.


“Traga sua vassoura, seu cartaz e junte-se a nós!” Este é mote do evento, que promete: “a população do Rio de Janeiro fará a faxina que a Rede Globo merece”.

Os organizadores do ato são o RioBlogProg, FALE-Rio, UEE-RJ, DCE FACHA e UJS.

Participe!

A Semana Internacional pela Democratização da Mídia, que apresentará programação intensa em todo o país, terá como tema principal o Marco Regulatório das Comunicações, atualmente aberto à consulta pública no link http://www.comunicacaodemocratica.org.br/Mídia

A consulta estará aberta até o dia 7 de outubro. A versão consolidada deve ser lançada no dia 18 de outubro, Dia Mundial da Democratização da Comunicação.

Qualquer cidadão pode entrar no link e participar da consolidação da nova plataforma do marco regulatório, veja como:

- Na página A Plataforma você pode ler o texto completo. Clique nos títulos de cada parte ou de cada diretriz para contribuir em relação àquele item;

- Você pode inserir uma nova contribuição ou responder a uma contribuição já publicada;

- As contribuições podem ser propostas de alteração, inclusão ou supressão de trechos, e preferencialmente devem vir acompanhadas de uma justificativa;

- Se quiser sugerir um item que não esteja contemplado entre as 20 diretrizes da plataforma, apresente a proposta na página Diretrizes fundamentais;

- Contribuições gerais sobre a Plataforma, que não se encaixem em nenhum dos outros itens, devem ser publicadas em (contribuições gerais).

Meta de inflação. Neolibelês chutam fora da própria

Como se sabe, a Urubóloga é o mais notável expoente do pensamento Neolibelês (*) do Brasil.

Essa notável combinação de neo-liberalismo com passado esquerdismo (radical) não produziu nada tão fulgurante quanto o conjunto da obra urubóloga.

Nesse momento, no Bom Dia (?) Brasil (e na Grécia), ela dá aulas magnas em três minutos, com tabelas absolutamente inteligíveis.

(A perplexidade do  Chico Pinheiro e da Renata Vasconcellos são a prova de que é trivial acompanhar a sequência interminável de bissetrizes e hipotenusas.)

Como se sabe, ela é a última trincheira na defesa do Plano Real.

Nem o Farol de Alexandria tem tanto espaço e fôlego para defender sua obra.

E olha que o Farol quer condenar o PSDB (e o Brasil) a não ter uma única ideia que destoe do receituário neo-liberal dos Chicago Boys do Pinochet.

A Urubóloga escreveu uma obra-prima – “A Saga Brasileira” – em que se depreende: o Plano Real é Ela !

Nessa condição, ela é a guardiã das instituições que ela atribui a si mesma, ou seja, ao Plano Real.

Uma delas é o sistema de “metas inflacionárias”, tão utilizado no mundo quanto o sistema métrico decimal, mas que, aqui, se tornou monopólio dos tucanos – ou melhor dos Neolibelês e, logo, dela.

Sobre o sistema de metas inflacionárias, mostra o Delfim Netto, na pág. 2 da Folha (**), nesta quarta-feira a estratégia do Presidente do Banco Central, Alexandra Tombini, leva em conta:

“ … que se aceita alongar o cumprimento da meta de inflação para tentar manter um nível maior de proteção ao PIB e do emprego”.

Para a Urubóloga, Tombini é um herético, que será queimado na fogueira do PiG (***).

Clique aqui para ver que Delfim considera o neolibelismo (*) um instrumento do autoritarismo.


Paulo Henrique Amorim


(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a  Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.