Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Veja naufraga na lama. O ponto sem retorno de Veja

O ponto sem retorno de Veja 
Luis Nassif Online
Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.

Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.

Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.

Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.

Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.

Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.

Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".

Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.

Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.



Leia mais em: O Esquerdopata
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Leitor da Veja



O verdadeiro poderoso chefão

Emiliano José: Veja é o Murdoch brasileiro com motivação política

Emiliano José: Veja é o Murdoch brasileiro com motivação política

por Charles Carmo, de Salvador para o Viomundo
A revista Veja entrou no centro de um dos maiores escândalos da imprensa nacional após a divulgação da suposta tentativa de invasão do apartamento em que o ex-ministro José Dirceu estava hospedado, no Hotel Naoum, em Brasília. O repórter  Gustavo Nogueira Ribeiro está sendo acusado de tentar convencer a camareira a deixá-lo entrar no quarto de José Dirceu, fingindo se passar por um colega do ex-ministro que estaria hospedado no mesmo apartamento.
A denúncia partiu da camareira e do chefe de segurança do hotel, e foi registrada num boletim de ocorrência do 5º distrito policial de Brasília.
Para o deputado Emiliano José (PT/BA) “a Veja está assumindo a sua face mais clara de banditismo. Dentro dos padrões éticos do jornalismo e da convivência democrática não há justificativa possível para este tipo de comportamento, salvo se ela estiver seguindo as trilhas do Murdoch. Para tentar obter um fato, não importa qual fato seja, a revista cometeu um crime ao tentar invadir um apartamento. Não importa de quem é o apartamento e qual o fato que ela supostamente queria investigar”, afirmou o parlamentar.
Emiliano José afirma que o caso é extremamente grave e a sociedade brasileira deve reagir ao escândalo com a mesma indignação que os ingleses reagiram aos escândalos dos grampos do jornal News of the World, pertencente ao grupo do bilionário Rupert Murdoch e que resultou na prisão dos responsáveis, além do fechamento do jornal, maculado de maneira irremediável pelo escândalo dos grampos que foram descobertos e atingiram desde políticos até vítimas de seqüestro. O chamado “Caso Murdoch” abalou a Inglaterra e trouxe à baila a discussão sobre os limites da imprensa na democracia.

“É preciso envolver os setores democráticos brasileiros para que não se configure uma prática nitidamente arbitrária, ilegal e golpista como esta. A Veja é o Murdoch brasileiro, só que com características do golpismo político. Ela é uma usina golpista da direita brasileira e latino-americana. A sociedade brasileira precisa reagir a isto que está ocorrendo. Temos que tomar uma providência diante dos crimes da Veja. Não se trata de um fato com um companheiro do partido, que fique bem claro, mas de uma agressão à vida democrática brasileira. A Veja foi pega com a mão na botija e isto é contra a democracia”, concluiu o deputado que também é jornalista e professor da Universidade Federal da Bahia.
E qual seria a motivação para a matéria da Veja? Emiliano José tem uma opinião. Para ele “a revista Veja quer forçar a condenação prévia de um cidadão, ela faz lobby para forçar a condenação de Dirceu. Ela está tolhendo Zé Dirceu do seu direito de ir e vir, de sua privacidade, e está devassando a sua vida privada de maneira caluniosa e ilegal. É o caso Murdoch novamente, só que com motivação política”, afirmou o deputado.
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Polícia Federal já no caso Veja/Hotel Naoum

Polícia Federal já está no caso Veja/Hotel Naoum

Polícia Federal já está no caso Veja/Hotel Naoum

por  Conceição Lemes
O principal cenário da “denúncia” da Veja desse final desse final de semana é o Hotel Naoum, em Brasília. Nele, segundo a revista, José Dirceu tem um “gabinete” instalado, onde “o ex-ministro recebe autoridades da República para, entre outras atividades, conspirar contra o governo Dilma.”
A matéria traz uma sequência de dez fotos tiradas do andar em que fica o apartamento de José Dirceu. Numa delas, aparece o próprio. Nas demais, ministros, deputados, senadores que lá estiveram. Por isso, entrevistei há pouco Rogério Tonatto, gerente geral do hotel.
Viomundo — No seu ramo de negócio, privacidade é vital. A do Naoum, porém, foi quebrada com a reportagem da Veja. O senhor não teme que, por isso, clientes deixem de se hospedar no seu hotel?

Rogério Tonatto — Eu não acredito, não, porque todo mundo conhece a nossa respeitabilidade. O hotel tem 22 anos, é considerado o melhor da cidade. É o hotel que mais recebeu comitivas oficiais em todo o país, da Princesa Diana a  Fidel Castro.  São mais de 150 comitivas oficiais.
O que foi feito aqui é uma coisa criminosa, que a gente repudia. Nós estamos realmente chocados, pois temos uma história muito forte com a cidade.  Não vamos deixar que episódio isolado como esse abale o nome do hotel.

Viomundo – Acha mesmo que não vai ter repercussão na sua clientela? As fotos exibidas na Veja demonstram que a privacidade do seu cliente está em risco.
Rogério Tonatto – A privacidade de clientes está sob risco em qualquer lugar do mundo.  O que fizeram no hotel é um crime. Aliás, muitos clientes têm-nos ligado para prestar solidariedade, dizendo que o hotel não merece isso.
Viomundo – O senhor sabe como foram feitas as imagens?
Rogério Tonatto — A gente não sabe ainda com certeza, pois a questão está sob investigação.  A nossa suspeita é de que essa câmera foi plantada. Achamos que não saíram do circuito interno  do hotel.
Viomundo — Não saíram mesmo do circuito interno?

Rogério Tonatto — Nós estamos investigando.  Mas tudo indica que não. Até porque a maioria dos nossos funcionários tem muito tempo de casa, são pessoas comprometidas  com o hotel. Eu sinceramente não acredito que possa ter saído de forma inconseqüente do hotel. Nisso, a gente está bem tranqüilo.
Já falamos com todos os funcionários, a começar pelo pessoal de segurança. Está todo mundo muito chateado, muito perplexo.  São pessoas que têm um carinho muito grande pelo empreendimento. Você não tem noção do que a gente realmente está passando…
Viomundo – É possível dizer com 100% de certeza que as fotos não foram tiradas do seu sistema de segurança?
Rogério Tonatto – Neste instante, não tenho condições de precisar 100%.  A principal hipótese é a de que uma câmera tenha sido plantada no hotel.  A gente trabalha mais com essa hipótese.
Viomundo – A sua equipe tem condições de avaliar se as imagens saíram ou não do circuito interno, não tem?
Rogério Tonatto – Tem, sim, e já detectaram algumas diferenças em relação às fotos publicadas. Por exemplo, são horas diferenciadas em relação às presenças das pessoas citadas.  Mas isso a Polícia Civil de Brasília e a Polícia Federal estão apurando. Agora, é precipitado eu falar mais coisas. Não quero atrapalhar a investigação. O que eu posso dizer é que vamos apurar todo esse delito até o final.
Viomundo — Tem ideia de quem teria filmado o andar do apartamento do ex-ministro José Dirceu?
Rogério Tonatto — Não temos a menor ideia.  Sabemos que um repórter esteve lá, que tentou invadir um dos apartamentos. Prontamente nosso staff não deixou. É um staff bem preparado, conseguiu detectar a tentativa de invasão. Demos queixa na polícia. Enfim, tomamos todas as medidas que medidas que tem de ser adotadas nessas circunstâncias.
Esse é um caso que tem de ser apurado pela polícia especializada, porque a gente não compartilha com esse tipo de conduta, independentemente de quem seja o cliente.
Viomundo – O senhor disse que a Polícia Federal está apurando o caso…

Rogério Tonatto —  A Polícia Federal foi acionada, está tomando providências, já está  no caso, assim como a Polícia Civil. Elas já estão no encalço de quem cometeu esse crime. Nós estamos trabalhando em todas as frentes para que ele  seja solucionado o mais rapidamente possível.
Viomundo — Que medidas o hotel vai tomar em relação à Veja?
Rogério Tonatto – Amanhã às 9 horas da manhã já temos uma reunião agendada com os nossos advogados. Neste momento, não tenho condições de dizer se a gente a vai processar a Veja.  Não sou competente na área, preciso de orientação jurídica sobre as medidas a serem tomadas.
Viomundo – Quem vai pagar os prejuízos do hotel, já que a imagem dele foi  manchada?
Rogério Tonatto — Nós estamos realmente indignados e preocupados com tudo isso. Mas uma coisa garanto: alguém vai pagar. Não sei lhe precisar quem neste momento, mas alguém vai pagar.  Vamos tomar todas as medidas para que esse episódio não fique impune. Nós estamos muito seguros da nossa importância. E o hotel não merece um espetáculo criminoso como este.
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Entenda por que a Veja fez de novo



Pense comigo, surpreso leitor: será que uma organização do porte da Veja não tem consciência de que o que publicou não passa de um amontoado de opiniões e suposições sem o menor embasamento probatório ou meramente indicativo?
Nenhuma instância do Ministério Público, da Polícia Federal ou de qualquer outra instituição da República pode dar a menor bola a esse caso. Não pode ser considerado ilegal que alguém que tem um cargo de provimento político pelo governo encontre aliados políticos pertencentes ao mesmo partido que o seu ou à mesma aliança política daquele partido.
Veja tem advogados, como todos sabem. Muitos advogados. E também se sabe muito bem que  sua matéria de capa do último fim de semana não passa de opinião ou suposição – ou de ambas. Então por que publicar uma matéria que, aparentemente, até os seus pares na grande mídia não quiseram repercutir por julgarem fraca e tendenciosa?
Bobinha a Veja, não?
A resposta à pergunta acima, definitivamente, é não – a Veja, de boba, não tem nada. E, quanto ao silêncio de seus congêneres no Partido da Imprensa Golpista, talvez não passe de tática para não inflar a denúncia de José Dirceu, que pegou a turma toda no contrapé. E o que é pior – ou melhor: acidentalmente.
Uma digressão: a Veja está usando o blog de Reinaldo Azevedo – que, nessas horas, sempre deixa ver por que o império da família Civita o paga – para se explicar. Todavia, por mais que a revista e seu garoto de recados fujam, uma hora terão que dar explicações para o fato de o seu repórter ter tentado invadir o apartamento de Dirceu.
Mas, voltando à vaca fria, por que, diabos, a Veja publicou uma matéria que qualquer um que entenda um pouco de política sabe que não daria em nada mesmo que o repórter invasor não tivesse recorrido a um crime para fazer o que o patrão chama de “jornalismo”?
Havendo um veículo que se disponha a violar qualquer princípio ético e jornalístico é mais fácil produzir uma capa de revista fortemente criminalizadora do PT (o partido do governo Dilma) para setores da direita midiática que já se organizam em “movimentos espontâneos” da “sociedade civil” para marcharem “contra a corrupção” pelas ruas de algumas capitais.
Não importa o que diz a matéria da Veja porque esses setores que tentam aprofundar a crise política do governo Dilma não precisam de fatos, mas de símbolos para brandir na campanha moralista que vem por aí e que, além de manifestantes, terá até “frente parlamentar”. Uma campanha que muita gente – inclusive do governo – ainda não percebeu.

O silêncio dos indecentes

Ao constatar o silêncio sepulcral que se derramou sobre a grande mídia neste fim de semana, logo após a denúncia que a revista Veja fez contra o ex-ministro José Dirceu e a que este fez contra a revista, fiquei imaginando quantos jornalistas sérios existem nesses grandes veículos que podem estar tendo a decência de se indignar com seus patrões por estarem impedindo que façam seu trabalho.
Para quem chegou agora ao noticiário político e não sabe sobre o que se refere esse caso, ou para você que, aí no futuro, está lendo o que escrevi no passado, explico que o ex-ministro José Dirceu, no fim de agosto de 2011, denunciou em seu blog que a revista Veja mandou um repórter tentar invadir seu apartamento em um hotel de Brasília pouco antes de publicar matéria com a “revelação” de que se reunia, ali, com correligionários políticos.
Na matéria, a revista Veja fez suposições sobre as razões que levaram aqueles políticos a se reunirem no hotel Naoum, em Brasília, baseando-se na premissa inverídica de que por Dirceu estar sendo processado pelo Supremo Tribunal Federal pelo “escândalo do mensalão” e por ter tido cassado seu direito de disputar eleições estaria impedido, de alguma forma, de fazer articulações políticas. As suposições, surpreendentemente, são tratadas como fatos pela matéria da Veja.
Uma das suposições da matéria é a de que, por ter se reunido com seus correligionários petistas em data próxima à queda do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, Dirceu teria tramado com eles a retirada de apoio do PT a ele, o que teria determinado a sua demissão pela presidente Dilma Rousseff. Não houve escuta ou indício maior para a Veja fazer tal afirmação. A revista apenas supôs e publicou como se fosse fato.
Apesar de não haver matéria alguma nesse fato sobre os encontros de Dirceu em Brasília, isso não significa que esse caso, por inteiro, não contenha uma das mais saborosas e instigantes matérias jornalísticas sobre política dos últimos tempos.
Acontece que, apesar de a matéria da Veja fazer parte de um jogo político da imprensa aliada ao PSDB e, portanto, não precisar de fatos reais, pois tenta apenas impor à sociedade a percepção de que o governo Dilma e o PT estariam infestados de gangsters e, nesse processo, procura, na falta de qualidade das acusações, produzir quantidade, faltava um mínimo de verossimilhança à “denúncia” contra Dirceu.
Na tentativa de tornar a matéria menos pífia, a Veja se valeu de método literalmente criminoso. Como é óbvio que o hotel que fez um Boletim de Ocorrência contra a tentativa do repórter da revista de invadir o quarto de Dirceu não cederia imagens de seu circuito interno de TV àquele mesmo repórter, ele instalou câmeras nos corredores do estabelecimento para conseguir as imagens que a Veja publicou.
O viés criminoso da revista, nesse caso, é uma bomba jornalística que reproduz, no Brasil, o escândalo de alcance planetário que se abateu sobre a imprensa britânica. É uma das maiores matérias jornalísticas que surgiram neste ano, no mínimo.
É verdadeira a acusação de José Dirceu? Que tal seria se a imprensa ouvisse as testemunhas? Por exemplo, a imprensa poderia entrevistar a camareira à qual o repórter da Veja Gustavo Ribeiro teria pedido que abrisse o apartamento de Dirceu alegando que aquele era o seu apartamento (do repórter) e que teria esquecido a chave em algum lugar.
O pessoal da recepção poderia ser entrevistado para comprovar ou não que Ribeiro se hospedou no hotel e pediu para ser alojado no apartamento contiguo ao de Dirceu e  que o repórter da Veja, ao ser denunciado pela camareira, fugiu do estabelecimento sem pagar a conta. Afinal, se Ribeiro se hospedou no hotel teve que fazer o check-in e o check-out. Se pagou a conta, deve ter o recibo do pagamento. Se não tem, fugiu.
Por que um repórter fugiria de um hotel no qual se hospedou?
Seria uma bomba jornalística se essa matéria fosse parar no Jornal Nacional, por exemplo. E mesmo nos telejornais da Record, da Band ou do SBT, seria uma bomba. Menor, mas uma bomba. No entanto, até a manhã de domingo, dias após os fatos, só saíram uma notinha escondida na Folha de São Paulo e outra em O Globo e uma matéria no telejornal da TV Cultura, em termos de grande mídia.
O silêncio desses indecentes pseudo jornalistas que controlam as redações dos grandes meios de comunicação é a prova final, para quem dela tomar conhecimento, de que o que essa gente quer não é liberdade de imprensa, mas liberdade para decidir o que você, leitor, deve ou não saber, pois há coisas que não querem que você saiba e outras que querem que você pense. Mesmo não sendo verdade.
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Conheça o império de comunicação da família Civita
Wikipédia
Editora Abril
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Editora Abril S.A.
Logo da Editora Abril
Tipo       Privada
Fundação           1950
Sede      São Paulo, Brasil
Pessoa(s) chave              – Roberto Civita – Presidente
Giancarlo Civita – Presidente executivo
Lucro     R$ 1,644 bilhão, (2007)
A Editora Abril é uma editora brasileira, sediada na cidade de São Paulo, parte integrante do Grupo Abril. Fundado em 1950 por Victor Civita como Editora Abril, o Grupo Abril é hoje um dos maiores e mais influentes grupos de comunicação da América Latina. Ao longo de sua história expandiu e diversificou suas operações, e hoje fornece conteúdo em multiplataformas.
Nos anos 40, os irmão Victor Civita e Cesar Civita fundaram a Editora Abril inicialmente na Argentina e lá conseguiram licença dos personagens Disney, Em 1945, em visita a Argentina, o jornalista Adolfo Aizen toma conhecimento da Editora Abril e resolve criar uma parceria para publicação de um título Disney no Brasil, “Seleções Coloridas” foi publicada em 1946 pela EBAL de Adolfo Aizen.
Em Maio de 1950, Victor Civita resolve fundar uma editora no Brasil, surge a Editora Primavera e sua primeira publicação foi a revista Raio Vermelho, em Julho de 1950, Civita passa a usar o mesmo nome da Editora argentina, “Editora Abril”.
A Editora Abril começou com a publicação O Pato Donald num escritório no centro de São Paulo, com seis funcionários. O nome da empresa é uma referência ao mês que dá início à primavera na Europa.
O crescimento experimentado pela empresa na década de 50, se intensifica nos anos 60, fruto combinado da publicação de obras de referência em fascículos, e do aumento de sua linha infanto-juvenil, incluindo o lançamento de Zé Carioca, em 1961, e de Recreio, em 1969, que circularia por 12 anos. Em 1968, passa a publicar Veja, revista jornalística de variedades que viria a ser a revista com mais circulação no Brasil.
Expandindo os segmentos, a Abril passa a publicar revistas sobre turismo e da indústria automobilística, (Quatro Rodas, Guia Quatro Rodas e Viagem & Turismo), Futebol (Placar), masculinas (Playboy, Vip e Men’s Health). Cria também inúmeras publicações voltadas ao público feminino: Capricho (que começou com fotonovelas e em 1981 foi reformulada para temas relacionados às adolescentes), Manequim (a primeira revista de moda da Abril), Claudia (que quando surge em 1961 focalizava a dona-de-casa), além de Estilo (versão brasileira da americana InStyle), Nova (versão brasileira da americana Cosmopolitan e Elle (versão brasileira da revista francesa homônima).
Em 1999 o grupo Abril adquire de parte das Editoras Ática e Scipione e em 2004 da totalidade das ações, ganhando importância no mercado brasileiro de livros escolares.
Em maio de 2006, Civita anunciou a sociedade com o Naspers, grupo de mídia sul-africano que esteve estreitamente vinculado ao Partido Nacional, a organização partidária de extrema-direita que legalizou o criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial. O grupo Naspers passou a deter 30% do capital do Grupo, incluindo a compra dos 13,8% que pertenciam aos fundos de investimento administrados pela Capital International, desde julho de 2004.
Segundo dados da própria empresa, hoje a Abril publica mais de 350 títulos, que chegam a 23 milhões de leitores. A Gráfica utiliza processos digitais e imprime cerca 350 milhões de revistas por ano. As editoras Ática e Scipione produziram mais de 4.300 títulos e venderam 37 milhões de livros em 2005.
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Atualização – 18:11 hs.
Hotel Naoum informou que as imagens que a Veja publicou não foram extraídas de sua câmera de segurança e que o repórter da revista, Gustavo Ribeiro, saiu do hotel sem fazer check-out, mas não ficou devendo a conta da hospedagem porque fez um depósito ao fazer o check-in no hotel e esse depósito foi usado para cobrir a conta não paga.
Confira notícia no link abaixo
http://www.brasil247.com.br/pt/247/midiatech/13340/Naoum-aciona-PF-filme-ilegal-pode-ser-de-Veja.htm

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O silêncio da grande imprensa em torno dos fatos que culminaram com a reportagem de capa da edição da revista Veja desta semana, tem duas explicações: a primeira é a de que a matéria é um amontoado de suposições e de “escandalização” do nada; a segunda, é o crime que o veículo cometeu na tentativa de conseguir alguma sustentação para o que publicou.
A matéria, primeiro. Constata que José Dirceu tem relações com políticos do PT, alguns dos quais estão no governo. A matéria poderia ter ido mais longe. Dirceu tinha relações com Lula quando presidente e agora tem com Dilma. Se ela não o visita, ele a visita. O fato de ele estar sendo investigado no inquérito do “mensalão” não o impede de ter relações políticas.
Tudo passaria como apenas mais uma demonstração de jornalismo irresponsável e antiético entre tantas outras que a revista da família Civita já deu. Desta vez, porém, ocorreu um fato espantoso, a despeito das suposições da revista sobre irregularidade que inexiste no fato de Dirceu se reunir com membros de seu partido ou de outros. Esse fato é o gerador do silêncio.
A Veja foge de se aprofundar no fato de ter hospedado seu jornalista no hotel em que José Dirceu se reúne com políticos em Brasília e de que este tentou invadir o apartamento do ex-ministro. Entrar no apartamento alheio em um hotel enganando a camareira, é crime. Pouco importa o que Dirceu estava fazendo.
Mesmo se o repórter tivesse conseguido esconder um equipamento de escuta no quarto de Dirceu, ou uma câmera, ou coisa que o valha, nada do que obtivesse por tais métodos seria legal. Na verdade, seria criminoso.
Há dúvida de que o repórter da Veja tentou invadir o quarto? Os testemunhos de funcionários do hotel não valem? O Boletim de Ocorrência não é nada? O fato de o repórter ter pedido para ficar no quarto ao lado do de Dirceu, não indica nada? Há alguma diferença entre os métodos da Veja e os do jornal britânico The News of the World?
E o principal: quem investigará o que ocorreu? A Polícia Federal? A de Brasília? O Congresso? A classe política aceitará que órgãos de imprensa invadam suas casas em busca de provas contra seus membros? É democrático e republicano que se possa invadir a casa de alguém sem ordem judicial, sem sustentação nenhuma?
O cerne da questão é a regulação da imprensa. A “reportagem” da Veja deixou claro que a brasileira usa métodos iguais ou piores dos que já se vai descobrindo que eram usados por parte da imprensa britânica e que, por lá, estão gerando um escândalo de proporções gigantescas, que inclui até prisão de jornalistas.
E ninguém fala em “censura”, por lá.
O que a Veja acaba de fazer só comprova que este país não avançará sem leis específicas e abrangentes para o exercício da atividade jornalística e sem limites éticos a tal atividade, e que não se pode justificar que a imprensa cometa crimes alegando que os comete para combater outros supostos crimes.
O silêncio em torno da constrangedora matéria da Veja e do ataque criminoso da revista não esconde pudor, mas consciência de que, se esse debate avançar, ficará muito claro o caráter imprescindível de um projeto de lei com regras e limites ao exercício da atividade jornalística e com mecanismos de punição de excessos como o que acabamos de ver.
Se mesmo com a comprovação cabal de que a imprensa brasileira comete crimes iguais ou piores do que os da britânica o governo Dilma não enviar de uma vez ao Congresso um projeto de lei de regulação da mídia, haverá uma crise institucional no Brasil. E todos nós sabemos como sempre acabaram as crises institucionais neste país.

O Zé Cardozo vai investigar a Veja ?


O ex-Ministro José Dirceu revelou que um repórter da Veja, o detrito de maré baixa, tentou por duas vezes invadir o apartamento dele num hotel de Brasília.

Dirceu registrou o BO.

Trata-se de uma denúncia gravíssima.

Um órgão dito de imprensa, de uma empresa que explora livros didáticos e compartilha uma empresa de TV a cabo tem o direito de fazer isso e sair, assim, de fininho ?

É para isso a liberdade de imprensa ?

Na Inglaterra, o Murdoch teve que fechar o tablóide sensacionalista News of the World debaixo da pressão do Primeiro Ministro, do Ministro da Justiça e da opinião pública.

Diretores e jornalistas do Murdoch foram em cana, porque realizavam ou coonestavam o grampo.

Murdoch fugiu para os Estados Unidos, contratou 1002 advogados e espera que nada aconteça com ele por lá.

Murdoch nasceu na Austrália, destruiu a imprensa da Inglaterra e se naturalizou americano.

Leonel Brizola se perguntava quantos passaportes tinha o Sr Civita, dono da Abril e que contribuiu para enlamear a imprensa brasileira.

Ele é americano, brasileiro ou italiano ?

Se o “invadido” fosse um ex-ministro tucano ?

Fosse, por exemplo, o Padim Pade Cerra, o maior Ministro da Saúde do Brasil segundo Nelson Johnbim.

Imagine, amigo navegante, se um repórter de um blog sujo tentasse invadir o apartamento do Padim, em Brasília.

Estaria em cana, já nesta manhã de sol, debaixo das pedradas do PiG (*) (que se calou diante da invasão ao apartamento do Dirceu).

A ANJ da dra. Judith Brito teria entrado ao vivo, por 28 minutos, no jornal nacional.

Como o José Dirceu não é tucano nem queridinho do PiG (*), pergunta-se: o que fará o Zé – clique aqui para saber por que e quem o chama de – Cardozo ?

Ele tem medo da Veja ?

O Cardozo vai se coçar ?


Não


Ele tem medo do PiG

Sim


Ele é ministro da JUSTIÇA



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(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.