Em entrevista à BBC, ele disse que a disputa no governo americano representa um risco maior aos mercados globais do que a crise na zona do euro.
“A ironia da situação no momento, olhando para a abertura dos mercados amanhã é que a maior ameaça para o sistema financeiro mundial vem de alguns poucos loucos de direita no Congresso americano e não da zona do euro.”
As negociações fracassaram na sexta à noite, quando o líder da Câmara dos Representantes (deputados federais) dos Estados Unidos, o republicano John Boehner, se retirou das negociações com a Casa Branca sobre um acordo.
Segundo o governo americano, caso o Congresso não autorize a elevação do teto da dívida – atualmente em US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) – até 2 de agosto, os Estados Unidos terão de parar de cumprir seus compromissos financeiros.

Prazo final

Esta sexta-feira marcava o prazo final estabelecido por Obama anteriormente para que um acordo fosse fechado e pudesse tramitar no Congresso e ser aprovado a tempo de evitar o calote.
Outro encontro de emergência no sábado entre Obama e os líderes do Congresso também não chegou a um consenso.
Há divergências entre os dois partidos sobre a profundidade dos cortes e que programas devem ser afetados.
Um dos principais pontos de discórdia se refere ao pagamento de impostos. Obama quer que o pacote inclua o fim dos cortes de impostos concedidos à camada mais rica da população ainda durante o governo de seu antecessor, George W. Bush.
Os republicanos se recusam a aprovar qualquer medida que inclua aumento de impostos.

Calote ‘impensável’

No entanto, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse nesse domingo que está confiante em um acordo.
“É impensável a ideia de que esse país não cumprirá com suas obrigações”, disse Geithner em entrevista à rede americana CNN. “Isso não vai acontecer.”
Ele afirmou ainda que a proposta republicana de primeiro elevar o limite da dívida e só então negociar os cortes era “irresponsável” e não seria aceita pelos democratas.
FONTE: BBC