Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Obama ainda vai pedir desculpas ao Celso Amorim


Diz a piada que as ideias levam 10 anos para chegar ao Brasil. E mais 10 para serem institucionalizadas. Donde a vantagem de ter gente capaz de enxergar antes, como o Celso Amorim:

Irã: uma nova viagem de descobrimento
23/2/2011, Kaveh L Afrasiabi, Asia Times Online
“Os EUA esforçam-se muito para não aparecer como alvo desses gigantescos levantes populares, mas fracassam, porque o povo já sabe que as políticas dos EUA e seus comparsas são causa de humilhação e divisão entre as nações. Por isso, a chave para resolver os problemas do povo está em dar fim a todos os arranjos que os EUA impõem à Região”

(Supremo Líder do Irã, aiatolá Seyed Ali Khamenei)
Na 2ª-feira, com dois navios de guerra iranianos preparados para cruzar o Canal de Suez – para grande preocupação em Israel, que interpreta o movimento “como de máxima gravidade” – o Supremo Líder do Irã aiatolá Ali Khamenei dirigiu-se a um grupo de dignitários estrangeiros de todo o mundo árabe e falou-lhes, confiante, da aurora de uma nova era no Oriente Médio, que refletiria “um novo despertar islâmico”.
Com o fim das duas ditaduras pró-ocidente na Tunísia e no Egito, e com protestos que crescem no Bahrain predominantemente xiita, onde está atracada a 5ª Frota da Marinha dos EUA, os líderes iranianos têm ampla justificativa para a confiança com que falam de “um Novo Oriente Médio”, cada dia menos rendido aos interesses ocidentais e cada dia mais independente e assertivo.
Uma fragata iraniana e um barco de suprimentos navegaram pelo Canal de Suez a caminho da Síria, depois de autorizados pelas autoridades egípcias –, primeira vez que navios iranianos navegam pelo canal, desde antes da queda do Xá, em 1979. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu disse no domingo que o Irã estaria tentando aproveitar-se da instabilidade na Região.
Pela legislação internacional, só navios de países que estejam em guerra contra o Egito são impedidos de passar pelo Canal de Suez. Mas navios militares têm de, antes, ser autorizados pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores do Egito.
“Acho que hoje se pode ver o quanto é instável a região em que vivemos, cuja instabilidade o Irã tenta explorar. O movimento de passar pelo Canal de Suez foi pensado para ampliar a influência do Irã” – dizem as notícias, citando palavras de Netanyahu. O primeiro-ministro de Israel considerou a viagem “uma provocação” à qual “a comunidade internacional terá de responder”.
Na avaliação dos especialistas em política exterior do Irã, a decisão dos militares egípcios, de autorizar a passagem dos navios “Alvand” e “Khargh”, foi importante gesto para quebrar o gelo e dá tom positivo a uma muito necessária melhora nas relações entre o Irã e o Egito.
Acusados pelos israelenses de “conivência” com o Irã, no caso da autorização para a passagem dos navios, os militares egípcios – que hoje são governo, depois da deposição do presidente Mubarak – podem acelerar o processo de normalização das relações com o Irã, ainda antes das eleições marcadas para setembro. É decisão que nada tem a ver com a promessa que fizeram de manter todos os compromissos já assumidos com outras nações, inclusive o tratado de paz de Camp David com Israel.
Mas, para o jornal israelense Ha’aretz, Israel já não pode ter certeza de que o Egito continuará seu aliado contra o Irã. Interpretação mais acurada diria que Israel teme que o Egito se alie ao Irã contra Israel, o que, com certeza, alteraria o equilíbrio de forças, em detrimento do bloco conservador liderado por EUA e Israel que visa a isolar o Irã.
Nos tempos tumultuados que se vive no Oriente Médio e Norte da África, vê-se agora a queda de regimes pró-EUA, ou derrubados ou seriamente contestados pelas massas nas ruas, o que cria, para o bloco liderado pelo Irã (e que inclui a Síria, o Hezbollah no Líbano e o Hamás em Gaza), oportunidade única para colher um importante ganho (geo)político. Mais clara a oportunidade será, se o “efeito dominó” hoje ativado levar a mudança radical também no sistema político arcaico do Bahrain.
Apesar de o almirante Mike Mullen, presidente do Conselho do Estado-maior dos EUA, em sua última entrevista, ter acusado implicitamente o Irã de estar estimulando a agitação no Bahrain, fato é que muitos xiitas do Bahrain têm como sagrada a cidade iraquiana de Najaf e como líder espiritual o aiatolá Ali Sistani, enquanto só uma minoria segue a orientação de Khamenei.
Seja como for, a inevitável maior influência dos xiitas do Bahrain – que são superiores, em número, aos sunitas reinantes –, seja por revolução, seja mediante o “diálogo nacional” que o governo propôs, acabará por ser interpretada como importante ganho para o Irã. Com isso, será de esperar que o Bahrain e outros membros do Conselho de Cooperação do Golfo [ing. Gulf Cooperation Council (GCC)] passem a demonstrar maior deferência ao rapidamente crescente maior poder do Irã na região. O GCC foi criado em 1981 e inclui os estados do Golfo Persa, Bahrain, Kuwait, Oman, Qatar e Arábia Saudita, e os Emirados Árabes Unidos.
Esse reconhecimento de que a mudança na maré política favorece o Irã, a bete noir dos EUA no Oriente Médio, já é bem visível na decisão da Arábia Saudita, até agora sem precedentes, de permitir que navios de guerra iranianos passem por portos sauditas (os navios iranianos atravessaram o Mar Vermelho e o Canal de Suez, em rota para o porto de Latika, na Síria). Mas o ramo de oliveira estendido ao Irã pode também ter sido motivado pelo medo, em Riad, de um levante; e dessa vez, dos seus próprios xiitas descontentes (há dois milhões de xiitas na Arábia Saudita, numa população de 26 milhões).
Veem-se assim novas questões relativas ao futuro das relações EUA-Irã, à luz da complexa convivência entre interesses conflitantes e interesses partilhados entre os dois países no caldeirão do Oriente Médio e em outros pontos do mundo.
É provável que os EUA sejam obrigados a revisar a abordagem de coerção e violência contra o Irã e seu programa nuclear; que tenham de evitar futuras sanções e alterar a até agora perfeitamente inócua política de isolar o Irã. É possível que tenham de começar a trabalhar para ganhar a confiança de Teerã para defender interesses partilhados ou, no mínimo, paralelos não conflitantes, como, por exemplo, a tríplice ameaça que paira sobre Irã e EUA: a ação dos Talibã, o extremismo dos wahhabistas e o tráfico de drogas – para não falar da estabilidade regional, que interessa a todos.
No que tenha a ver com os programas nucleares, movimento prudente dos EUA seria aceitar imediatamente o projeto de troca de combustível nuclear para o reator médico de Teerã e apoiar, com todo seu peso político, os esforços da ONU para fazer do Oriente Médio zona livre de armas nucleares.
Deve-se desejar também que os EUA parem de impedir que a Índia participe do projeto do oleoduto Irã-Paquistão-Índia. A lógica econômica da interdependência, que ensina a praticar a moderação, não pode nem deve ser ignorada.
Infelizmente, é pouco provável que Washington, em futuro próximo, venha a reconhecer o papel de destaque de Teerã em todos os negócios no Oriente Médio. Em vez disso, como já transparece na fala de Mullen, os EUA continuarão a analisar o quadro político pelas lentes da fobia anti-Irã – motivo pelo qual toda uma enorme área de “interesses mútuos” permanecerá sem ser nem considerada nem explorada.

Direitos dos palestinos
Como esperado, a mídia no Irã atacou duramente o veto, pelo governo Obama, semana passada, contra projeto de Resolução do Conselho de Segurança da ONU que criticaria as colônias ilegais, exclusivas para judeus e erguidas em territórios palestinos ocupados.
Reforça-se assim a percepção, já generalizada no Irã e em outras partes do mundo árabe e do mundo muçulmano, de que o governo dos EUA está sob controle absoluto do lobby pró-Israel e fundamentalmente incapaz de agir com independência (e nem se fala de opor-se declaradamente aos planos de ação de Israel para a região).
A menos que a Casa Branca demonstre o contrário, ajustando suas abordagens do “processo de paz” e passando a efetivamente pressionar Israel, firma-se, em todo o Oriente Médio, a conclusão de que a política dos EUA para o Oriente Médio é concebida em Telavive.
O interesse do Irã na “questão” palestina é, simultaneamente, ideológico e resultado do desejo de ampliar suas áreas de influência – o que significa, essencialmente, que a política dos EUA, de excluir o Irã do diálogo multilateral sobre o processo de paz, é, ao mesmo tempo, disfuncional e contraproducente.
“As políticas expansionistas israelenses causaram grave dano aos interesses dos EUA e sem dúvida contribuíram para a impopularidade do Xá dos EUA, Hosni Mubarak” – diz cientista político especialista em assuntos de política exterior do Irã, da Universidade de Teerã. E completa: “Entende-se que os políticos israelenses estejam cegos para isso. Mas e os norte-americanos? Por que não veem?”
Sobre recente decisão dos militares egípcios de abrir a fronteira com Gaza por vários dias, como indicação da nova abordagem do Egito, que já não estaria a favor do sítio de Gaza, todos, o professor de Teerã e vários jornalistas e comentaristas iranianos, são otimistas quanto a um brilhante futuro para as relações Irã-Egito. Para todos, essas novas relações seriam baseadas “na solidariedade de todos aos palestinos”.
No mínimo, Cairo tem agora melhores condições para barganhar com EUA-Israel, depois de livrar-se dos impedimentos que afastavam o Irã – e esse é, sem dúvida, desenvolvimento extraordinariamente importante – além de extraordinariamente preocupante do ponto de vista dos interesses de EUA-Israel.
Perfeitamente consciente da necessidade de implantar uma cunha entre EUA e Israel, a estratégia iraniana combina hoje um porrete e uma cenoura. De um lado, o porrete do antiamericanismo e o correspondente slogan de “Oriente Médio sem EUA”, parafraseando o que o presidente Mahmud Ahmadinejad disse no discurso de comemoração do 32º aniversário da revolução de 1979; de outro, a cenoura da cooperação no campo das “preocupações comuns”, como os Talibã.
O fato de que o Irã pode ser muito oportuna linha de fuga, contra os repetidos ataques dos Talibã às linhas de suprimento da OTAN que atravessam o Paquistão e o Afeganistão, ou pode ser influência de moderação para escapar da fúria dos xiitas no Golfo Persa – também já apareceu comentado em veículos da mídia de Teerã.
Nessas possíveis negociações, o Irã introduziria, como pré-condição, o fim das políticas norte-americanas (1) de sanções e (2) de tentativas de golpe para derrubar o regime iraniano.
A ironia disso tudo é que o resultado das políticas dos EUA contra o Irã parece ser exatamente o oposto do que os EUA esperavam conseguir: os aliados dos EUA caem como maçãs podres de seus respectivos postos ditatoriais de governo; e o Irã sofreu impacto mínimo da “febre democrática” que varre a região. Por isso, exatamente, Teerã considera-se no pleno direito de conduzir os termos de qualquer diálogo futuro com os EUA.
Isso, também, porque os EUA estão sendo vistos como os principais perdedores, hoje; em posições muito enfraquecidas; na defensiva; e já “operando no modo ‘pânico’, à vista da chuva de dominós que caem” – como se leu ontem, no editorial de um dos jornais iranianos conservadores.
O império pode recuperar o fôlego e descobrir novas vias para retaliar e voltar ao comando do jogo. Mas os vencedores do dia, hoje, são o Irã e seus aliados.

Dilma vai ao pré-velório da Folha



Reproduzo artigo de José Augusto, publicado no blog "Os amigos do presidente Lula":

O jornalão Folha de São Paulo chega aos 90 anos em clima de velório: em decadência nas vendas, recentemente perdeu o posto de jornal de maior circulação do Brasil.

Ontem, na segunda-feira à noite, o jornalão resolveu fazer uma solenidade alusiva à data.

Tomou a Sala São Paulo emprestada do governo paulista, convidou diversas autoridades eclesiásticas em ato ecumênico para "benzer" o jornalão da decadência e, cortejando o poder, convidou políticos, juízes, banqueiros e personalidades dos mais variados segmentos, desde o Juiz Fausto De Sanctis, passando pelos presidentes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, prefeito, governador, ministros, ex-presidentes da República, parlamentares, demo-tucanos com e sem mandato, como FHC e Serra, e até a presidenta Dilma.

A presença da presidenta gerou polêmica na blogosfera acostumada a combater o demo-tucanismo do jornalão do PIG (Partido da Imprensa Golpista).

A história é semelhante ao copo d'água pela metade. Os pessimistas dizem que o copo está meio vazio, e os otimistas dizem que o copo está meio cheio. Da mesma forma, os pessimistas vêem a presidenta cedendo ao jornal, mas os otimistas tem confiança o suficiente para verem o contrário: o jornal se rendendo à Dilma, submetendo o curral eleitoral demo-tucano dos leitores do jornal, ao discurso dela.

Não que isso vá mudar a natureza dos donos do jornal e nem da grande maioria de seus assinantes, mas postura de estadista impõe respeito aos adversários e esvazia críticas sem fundamento e desarma o discurso golpista e lobista.

Com este gesto, Dilma respondeu à intolerância com a tolerância, combateu o preconceito ao não descriminar adversários preconceituosos; impôs a supremacia da razão e civilidade sobre o discurso do ódio. E desmentiu no próprio jornalão todo aquele noticiário da Folha que a demonizava como se fosse uma ameaça à democracia e a liberdade de expressão, entre as quais a liberdade de imprensa. Tomou essa bandeira perante os leitores do PIG, o que desarma as resistências lobistas contra um novo marco regulatório e democratização dos meios de comunicação.

O PIG precisará elevar o nível da discussão sobre liberdade de imprensa, para sair do jornalismo corrupto de lobismo empresarial por oligopólios, e submeter-se aos interesses republicanos da nação.

Além disso, se uma minoria dos leitores tiver seus olhos abertos para ver que o discurso do ódio demo-tucano alimentado pelo PIG é tão falso como uma nota de 3 reais, já terá valido a pena.

É preciso lembrar que reacionários só se informam através do PIG, e mesmo os filhos mais novos destes, adeptos da internet, continuam se informando nos portais do PIG. Ao terem contato com uma imagem de Dilma que eles nunca quiseram enxergar, usando as flores da razão para vencer os canhões do PIG, os mais inteligentes e sensíveis acabam refletindo um pouco, passam a ler o PIG com olhar mais crítico, e acabam por buscar o contraditório quando a notícia vem embrulhada em plumagem tucana.

É preciso lembrar que, em São Paulo e Minas Gerais, o PIG ainda consegue ser influente. Nas últimas eleições em São Paulo, Alckmin não seria eleito governador no 1º turno, se poucos votos virassem. Por isso, mais importante do que sectarismos improdutivos, é conquistar terreno para abrir novos horizontes.

Folha reconhece que imprensa é golpista


No último sábado, o jornal Folha de São Paulo reconheceu, publicamente, que pessoas como a maioria das que escrevem neste blog têm razão quando dizem que a grande imprensa brasileira é golpista. A partir desse momento histórico, portanto, espera-se que mesmo os seus simpatizantes mais exaltados parem de contestar o que ela mesma reconhece.
Reproduzo, abaixo, essa matéria da Folha que me foi mostrada pelo radialista Colibri, da Rádio Brasil Atual, durante entrevista sobre os 90 anos do jornal que gravei nos estúdios dessa rádio ontem e que foi ao ar na manhã desta quarta-feira. Em seguida, mais alguns comentários.
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Folha apoiou o golpe militar de 1964, como praticamente toda a grande imprensa brasileira. Não participou da conspiração contra o presidente João Goulart, como fez o “Estado”, mas apoiou editorialmente a ditadura, limitando-se a veicular críticas raras e pontuais.
Confrontado por manifestações de rua e pela deflagração de guerrilhas urbanas, o regime endureceu ainda mais em dezembro de 1968, com a decretação do AI-5. O jornal submeteu-se à censura, acatando as proibições, ao contrário do que fizeram o “Estado”, a revista “Veja” e o carioca “Jornal do Brasil”, que não aceitaram a imposição e enfrentaram a censura prévia, denunciando com artifícios editoriais a ação dos censores.
As tensões características dos chamados “anos de chumbo” marcaram esta fase do Grupo Folha. A partir de 1969, a “Folha da Tarde” alinhou-se ao esquema de repressão à luta armada, publicando manchetes que exaltavam as operações militares.
A entrega da Redação da “Folha da Tarde” a jornalistas entusiasmados com a linha dura militar (vários deles eram policiais) foi uma reação da empresa à atuação clandestina, na Redação, de militantes da ALN (Ação Libertadora Nacional), de Carlos Marighella, um dos ‘terroristas’ mais procurados do país, morto em São Paulo no final de 1969.
Em 1971, a ALN incendiou três veículos do jornal e ameaçou assassinar seus proprietários. Os atentados seriam uma reação ao apoio da “Folha da Tarde” à repressão contra a luta armada.
Segundo relato depois divulgado por militantes presos na época, caminhonetes de entrega do jornal teriam sido usados por agentes da repressão, para acompanhar sob disfarce a movimentação de guerrilheiros. A direção da Folha sempre negou ter conhecimento do uso de seus carros para tais fins.
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Segundo relato de Colibri, ele trabalhava na Folha na época em que ela não apenas entregou a redação aos militares, mas ajudou-os a prender seus funcionários dentro de suas instalações, o que lhe valeu a piada de que era o jornal de maior “tiragem” do Brasil, pois vivia cheio de “tiras”. E o radialista nega que houvesse algum movimento organizado dentro do jornal.
Mas vejam só que coisa: a Folha diz que sua redação estava cheia de militantes da ALN e que, por isso, permitiu aos militares que fossem prendê-los dentro de suas instalações em vez de demiti-los, por exemplo. Essa era a visão do jornal sobre liberdade de imprensa, então. Isso mostra o quanto é vazio o seu discurso atual sobre o assunto.
A parte mais divertida da nota é a que afirma que “a direção da Folha não tinha conhecimento” de que seus carros eram usados para esse fim, como se fosse possível um empresário não ter conhecimento do que seus funcionários fazem com a sua frota de veículos. Sugere, aliás, que meros motoristas se apropriavam dos veículos para servirem à ditadura.
E um detalhe importante: notem que o jornal não diz que seus carros não foram usados para esse fim, mas que não tinha conhecimento desse uso.
Diante de tudo isso, penso que é plenamente justificável que as pessoas se indignem por os três poderes da República terem ido prestigiar uma empresa que tanto mal causou ao Brasil ao atuar de forma tão ativa em prol da censura e da supressão das liberdades democráticas, castigos a este povo que duraram duas décadas.
Contudo, o desalento com a rendição da República a esse jornal criminoso não altera o fato de que ninguém tem opção de desistir de apoiar este governo ou de deixar de militar em blogs como este. O editor deste blog não tem como desistir nem de uma coisa, nem de outra. É preciso muita “coragem” para desistir. Não sou tão corajoso.

A ORDEM AMERICANA ESFARELA


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 "...enquanto as revoluções européias de 1989 varreram do mapa regimes antidemocráticos hostis ao Ocidente, as revoluções árabes vitimaram, até agora, regimes pró-ocidentais antes considerados forças de moderação na região. ...Egito e Tunísia se foram. A Líbia, do recém-conquistado amigo do Ocidente, está cambaleando. O Bahrein, base da Quinta Frota americana, está em crise. O mesmo acontece com o Iêmen, um aliado importante na luta contra a Al-Qaeda. Os americanos adorariam ver seus inimigos no Irã e na Síria varridos pela onda de revolta popular. O medo é que esses regimes possam ser suficientemente cruéis para se manterem no poder. Isso deixa a Arábia Saudita como o mais crucial aliado árabe do Ocidente. Poucos em Washington sentem-se confortáveis em defender uma monarquia feudal cujo sistema educacional produziu quinze dos dezenove sequestradores do 11 de Setembro. Mas os sauditas só se tornaram mais cruciais para o Ocidente nos últimos anos, como baluarte contra o Irã e "Banco Central" do petróleo..." (Gideon Rachman;Financial Times)

(Carta Maior, 4º feira, 23/02/2011)