Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

BRASIL SE ARMA CONTRA A RECESSÃO MUNDIAL: FHC ACHA 'PRECIPITADO'

*CNI/IBOPE: apoio ao governo Dilma cresce, reduz dependência do PT em relação ao Nordeste e arregimenta  novas bases na classe média em todo o país**  bolsas européias acumulam perda de 20% no 3º trimestre**vendas do comércio caem  na Alemanha em agosto** renda dos norte-americanos tem a 1ª queda em dois anos**greve dos bancários vira bola de neve e se espalha com rapidez que surpreende banqueiros** categoria quer reajuste de 12,8%; banqueiros oferecem 8%,embora seus lucros tenham crescido 28% em 2010**Susan Saradon, Mike Moore e Noan Chomsky já deram apoio aos ‘indignados' norte-americanos que ocupam Wall Street há cerca de 12 dias (LEIA o Especial deste fim de semana)
    

Governo amplia protecionismo à indústria e vincula crédito do Pronaf  à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas com pelo menos 60% de conteúdo nacional. Medida identica,com requisito de 65% de nacionalização, foi tomada em relaçao ao setor automobilísco. Nessa  mesma direção, a Presidenta Dilma anunciou um pacote de incentivos à indústria  da defesa (leia matéria nesta pág). Trata-se de usar o poder de compra do Estado para fomentar e manter o nível do investimento na crise. Exigência de conteúdo nacional norteará também o acesso a incentivos fiscais na produção de computadores, tablets, televisores etc Ações refletem a convicção de que é preciso fortalecer o mercado interno ante a perspectiva de longa contração na economia internacional. Ilustra esse diagnóstico o drástico recuo nas cotações das commodities, que em setembro registraram as maiores quedas  desde a crise de 2008. Outro sintoma: o efeito irrelevante da ampliação (acanhada para o tamanho da crise) do Fundo Europeu de resgate financeiro que teve o apoio alemão esta semana. No dia seguinte as Bolsas despencaram. O mundo escorrega para a recessão. Mas o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu a campo, na 5ª feira, segundo o jornal Valor Econômico, para qualificar como ' precipitado' o corte nas taxas de juros no Brasil. Reconheça-se no tucano o mérito da coerência. Em crises mundiais anteriores, na sua gestão, a resposta sempre foi doutrinariamente ortodoxa e pró-cíclica: aumento dos juros, arrocho no salário mínimo, redução do crédito, cortes brutais no gasto público, perda de receita fiscal e salto no endividamento público. Com alguns efeitos colaterais, a saber: quebra do Estado, perda de reservas, colapso da infraestrutura, desemprego e fuga de capitais. A avaliação veio nas urnas em 2002, 2006 e 2010.
(Carta Maior; 6º feira,30/09/ 2011)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

EXEMPLO DO TEA PARTY NACIONAL , E SUAS ESCÓRIAS.

Porco Marco Antonio Arcoverde Cals elogia Miss Universo Leila Lopes


Observação: Eu chamo todos meus amigos e conhecidos de "Porco". Nada pessoal nem ofensivo, porco Cals

Falta pouco, quase nada

Se a presença de tal ou qual ministro é tudo que falta para dona Maria Cristina zurrar, convenhamos que não falta nada, pois isso não depende da vontade dela...
BURROS DE CARGA
Com mais três anos de Haddad à frente do Ministério da Educação, estaremos todos zurrando. É só o que falta para sermos burros de carga completos.

Maria Cristina Rocha Azevedo crisrochazevedo@hotmail.com
Florianópolis 
Seção de burros cartas do Estadão
Beservaçao: Fui dar uma procurada no Facebook para ver se tinha uma foto boa da dona Maria Cristina e não achei nada apresentável. Em compensável ela ostenta uma falsificação de uma charge do Angeli, coisa típica de quem defende a mesma ética na vida pública e na privada.


Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

Número de pessoas abaixo da linha pobreza bate recorde nos EUA



O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou para 15,1% da população em 2010, chegando ao recorde de 46,2 milhões de pessoas. É o maior contingente de pessoas abaixo da linha da pobreza dos últimos 52 anos, desde que os dados começaram a ser coletados. O índice de aumento no número de pobres foi registrado pelo terceiro ano consecutivo e é o maior desde 1993.

O número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza nos Estados Unidos aumentou para 15,1% da população em 2010, chegando ao recorde de 46,2 milhões de pessoas. Os dados são do censo norte-americano, divulgado terça-feira (13). É o maior contingente de pessoas abaixo da linha da pobreza dos últimos 52 anos, desde que os dados começaram a ser coletados. Em 2009, 14,3% da população norte-americana vivia abaixo da linha da pobreza.

O índice de aumento no número de pobres foi registrado pelo terceiro ano consecutivo e é o maior desde 1993. Atualmente, um em cada seis americanos vive na pobreza. Os Estados Unidos passam por um dos seus piores momentos econômicos. O governo tenta buscar meios para reduzir os impactos da crise, mas há também dificuldades políticas envolvendo as negociações.

Na segunda-feira (12), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao Congresso que aprove, o mais rápido o possível, sem postergações ou manobras, o projeto de lei que propõe medidas para a geração de empregos. O pacote prevê a criação de postos de trabalho a partir de cortes de impostos, gastos em projetos sociais e ajuda para governos locais e estaduais.

No último dia 8, Obama anunciou cortes de impostos para pequenos negócios e a classe média e o aumento da tributação sobre as grandes empresas e os mais ricos, como fundamentos da proposta de US$ 447 bilhões destinados a reativar a criação de empregos nos Estados Unidos.

(*) Com informações da BBC Brasil e da Agência Lusa de notícias

GOVERNANÇA MUNDIAL PATINA. MAS E NA BASE? EXEMPLO: COMO VAI A ESCOLA DE QUADROS DO PT?

*Cameron demite 111 mil**sindicatos ingleses marcam greve**conflitos violentos nas ruas da Itália** arrocho fiscal de Berlusconi racha o Parlamento** desacelera a criação de emprego industrial no Brasil**54% desaprovam condução de Obama na economia* gelo no Ártico atinge a menor extensão em 32 anos*

Os bancos franceses tiveram sua avaliação de risco piorada hoje. Motivo: o sistema financeiro gaulês tem mais de 59 bi de euros empenhados na Grécia, cuja dívida soma 300 bi de euros. O FMI  reúne-se para discutir o colapso da Grécia. Merkel, Sarkozy e Papandreu fazem teleconferência para evitar o 'default' grego. O secretário norte-americano Timothy Garthner vai à Polônia nesta 6ª feira para a reunião de ministros da economia do euro. Assunto: eurobonus e Grécia. A profusão de reuniões e declarações que não levam a nada reflete ao mesmo tempo um sentimento de prontidão e um vácuo de lideranças e instrumentos à altura da crise mundial. Se nem mesmo  um calote de 300 bi de euros encontra solução nesse corre-corre sem rumo, que esperança pode haver para desafios sistêmicos, a exemplo de uma reforma que devolva o dentifrício das finanças desreguladas de volta ao tubo? Por que as peças do quebra-cabeças não se juntam, ao contrário, se dissolvem, em contraposição ao que ocorreu em 1929? É singelo apontar o dedo para a medíocre expressão dos personagens que atravessam a tela em direção ao rodapé da história: Merkel, Sarkozy, Barroso, Cameron, Lagarde, Obama. Melhor do que o escarnecer os tripulantes do naufrágio seria arguir a estrutura à pique. Falta à crise um interlocutor social organizado, partidos e sindicatos consequentes, uma mídia progressista de qualidade e disseminada, enfim, idéias e forças que desloquem e ampliem o patamar das respostas sistêmicas requeridas. Foi num aluvião de mobilização social que surgiu  um Roosevelt; um Getúlio Vargas; uma Frente Popular na França e a proeminência de forças que ensejaram o New Deal e uma espiral de planejamento público, direitos sociais  e coerção saudável das finanças pelo Estado. Juntos, subordinariam os mercados às demandas da sociedade -em maior ou menor graduação, a depender da relação de forças local. Não se pode exigir dos personagens transitórios que cruzam a tela nesse momento mais do que mitigação. Cores e contornos acima de sua palidez terão que ser buscados na palheta progressista, ou nada deterá o rumo funesto dos acontecimentos. Singelo exemplo: em recente entrevista ao jornal Valor, o presidente do sindicato dos metalúrgicos do ABC, Sergio  Nobre, lamentou que o PT tenha abandonado a organização de células de base -numa das quais ele despertou para a militancia discutindo política, projetos e lutas. Por quê? Ou ainda: que fim levou o projeto de escola de quadros do PT? Com a palavra, a direção do partido.
(Carta Maior; 4ª feira, 14/09/ 2011)

Como derrotar gigantes



Golias, o lendário gigante filisteu das escrituras bíblicas vivia desafiando o exército israelita a lhe enviar um contendor à altura. Reza a lenda que o descomunal guerreiro ostentava três metros de altura e vestia uma armadura de 50 quilos. Diante da supremacia desproporcional do desafiante, portanto, não havia quem ousasse enfrentá-lo.
Certo dia, porém, o desafio foi aceito por um jovem e franzino israelita, Davi, que derrotaria o monstruoso adversário em combate usando uma mera, porém certeira, funda. O jovem que se tornaria rei após vitória de tal monta se valeu não só da coragem, mas da crença em que nada ou ninguém é invencível.
Há quem acredite, até com certa razão, que a mídia corrupta e golpista que se abate sobre esta nação há décadas e mais décadas, é invencível. Não poderia ser derrotada também na internet porque aqui também continua gigantesca diante de blogs e sites que imaginam que podem derrotá-la neste novo campo de luta.
Penso diferente. O elefante, por exemplo, é descomunal. Seria o Golias das selvas. Todavia, se tentar atravessar um rio infestado de diminutas piranhas, sucumbirá. Pode demorar mais tempo para ser devorado, mas será. Juntos e em seu habitat natural, os peixes são invencíveis (?) por qualquer ser vivo.
Sim, a grande mídia construiu gigantescos portais de internet que atraem milhões de internautas enquanto que blogs como este não passam de milhares ou até dezenas de milhares.  Com tal poder de divulgação – televisão, rádio, revistas, jornais, portais de internet –, a direita midiática conseguiu colocar algumas multidões nas ruas.
No Senado, ontem, o senador tucano Álvaro Dias deitou entusiasmada falação sobre os genéricos “movimentos contra corrupção” formados por alguns inocentes úteis e por outros nada inocentes, mas igualmente úteis à oposição demo-tucana e à mídia corrupta e golpista.
A prova da serventia que tais movimentos têm para grupos políticos apeados do poder central no início do século e mantidos fora dele até este limiar da segunda década do novo milênio reside – e se esconde – na euforia demo-tucano-midiática com eles.
Como, então, derrotar esses gigantescos impérios de comunicação? Ora, com o que pode ser usado como uma analogia para a funda de Davi ou para as piranhas que devoram o elefante. A blogosfera tanto pode ser a funda como os peixes carnívoros – a união, segundo dizem, faz a força.
Além disso, há que ver a qualidade dos manifestantes de lá e de cá. Para quem não sabe, há gente prometendo vir de Belo Horizonte, de Porto Alegre, de Curitiba, do Rio de Janeiro e até de Fortaleza e de Salvador para o Ato Contra a Corrupção da Mídia que ocorrerá em São Paulo no próximo sábado.
Gastarão dinheiro, viajarão horas, até, para se unirem em resposta à nova estratégia da direita midiática de pôr pessoas bem e mal-intencionadas nas ruas em atos que serão usados como “prova” de repúdio popular à “corrupção” do governo Dilma e do governo do ex-presidente Lula.
O movimento contra a corrupção da mídia foi desencadeado por um blog que logo se transformou em vários blogs e em exércitos de leitores que espalham a notícia de que haverá reação à ofensiva destro-midiática. É gente que dedica horas incontáveis para, sem ganhar nada, lutar contra essa elite que infelicita este país há 500 anos.
Eis a fórmula para matar o Golias midiático que pode até falar mais alto também na internet, mas que não fala mais sozinho. Antes da rede, jamais um representante comercial sem formação jornalística poderia se fazer ouvir por milhares de pessoas. O gigante ainda é descomunal, mas a funda de Davi está bem mais potente.
Para concluir, deixo o leitor com uma reflexão: não terá “Davi” logrado impor derrotas a “Golias” em 2002, em 2006 e no ano passado?
—–
Amigos leitores sugerem a redação de um documento-base sobre as razões dos atos públicos contra a corrupção da mídia que ocorrerão até o fim desta inesquecível semana. Será feito. A última contribuição que este blogueiro dará ao movimento em curso será compilar as idéias dos que aqui comentaram e propuseram.

A Cantanhêde, inspirada pelo perfume da massa cheirosa

Assim é o bolsa-família dos sonhos de nossa sub-elite
Ela voltou! Depois de férias, eis que ressurge, em grande estilo, nas páginas da Folha de S. Paulo, Eliane Cantanhêde, ex-especialista em aviação de caça e em relações militares, agora como – sabe-se lá por que experiências – guia de compras em Miami.
“A classe média vai ao paraíso: às compras nos EUA. Também, pudera. Um casaco que aqui custa R$ 800 sai por US$ 200 (menos de R$ 400) lá. Uma blusa de seda, R$ 500 aqui, US$ 60 lá. Um macacão de bebê, R$100 aqui, US$ 10 lá. Bons lençóis, R$ 600 aqui, US$ 50 lá. Eletrônicos? Nem se fala. A diferença é tão grande que as passagens saem de graça. Então, vai a família inteira -pai, mãe, filhos adultos, crianças, netos. Na volta, as malas enormes e empilhadas são um espanto.”
Sentiram o padrão da massa cheirosa?
A culpa, é claro, é da nossa carga fiscal.
“E ainda me vêm com essa história de recriação da CPMF?”, reclama a moça elegante, ainda com as sacolas de compras.
Os lençóis puídos de nossos hospitais públicos não são de 600 fios, é claro, para merecerem um impostinho.
Não, não, precisamos lutar com energia e coragem, convoca a jornalista.
“Depois das manifestações no Sete de Setembro em Brasília, começa a mobilização na internet para novos atos pelo país no dia 20. No Rio, por exemplo, será na emblemática Cinelândia. O grito de guerra é “abaixo a corrupção”. Mas bem que poderia evoluir para “abaixo a corrupção, os impostos astronômicos, os maiores juros do planeta”. Parece mais saudável do que voar o tempo todo para Miami”.
A massa cheirosa não terá dificuldades em chegar à Cinelândia, pois o metrô vai à Ipanema, construído com os impostos astronômicos.
Nem para ir a Miami, porque as passagens estão baratas – curioso, apesar dos impostos astronômicos – e os maiores juros do planeta garantiram uma grana ali no fundo de renda fixa.
Fique tranquila, D. Cantanhêde, a Presidenta já garantiu que não virá uma nova CPMF. Mas não garantiu que não virá mais um “imposto astronômico”, destes que taxem consumo no exterior, compras de luxo e grandes fortunas.
É triste o retrato da sub-elite brasileira, desta que acha Miami o paraíso e que não acha absurdo que um mês de trabalho de um brasileiro possa custar menos que um lençol, porque as domésticas estão muito exigentes, agora.
PS. E para quem acha que isso é exagero, recomendo a leitura do Premio Nobel de Economia, Paul Krugman, há dois dias: “Atualmente – os melhores ou, pelo menos, os supostos homens e mulheres sensatos que deveriam estar cuidando do bem-estar da nação, não têm essa convicção, enquanto que os piores, representados por uma boa maioria dos republicanos, estão tomados por uma fúria irascível”

O Tea Party brasileiro e seu precioso R$1,26



Talvez muita gente não saiba, mas o nome do movimento de extrema-direita nos Estados Unidos é Tea Party por conta de um episódio ocorrido no processo de independência daquele país, conhecido como Festa do Chá de Boston, quando um grupo de colonos americanos, protestando contra os impostos exigidos pela Coroa inglesa, usaram roupas de índios e atacaram um navio da Companhia da Índias Orientais carregado de folhas de chá.

Foi justamente por causa dos impostos – e não por causa da independência – que o movimento, agora, apropriou-se deste nome. O programa deste setor do Partido republicano – e, de certa forma, de todo o partido – se resume em cortes de impostos.

Ninguém, é claro, seria contra qualquer corte de imposto se isso não comprometesse aquele mínimo de equilíbrio para merecer o nome de civilizada.

Mas não é assim. Aqui, a imprensa brasileira, sempre desejosa de mostrar que seu “modelo” mundial é um território paradisíaco de baixos impostos, noticiou que o presidente Barack Obama anunciou um plano para combater o desemprego que corta impostos. Verdade. Corta impostos sobre folha de pagamento e pequenas empresas, além de aumentar benefícios sociais aos desempregados e propor um programa de obras públicas e de construção civil para minorar a desocupação que levou o país a um recorde de pobreza., anunciado oficialmente hoje.

Se você refletir, vai ver que não há nada de muito diferente do que se fez aqui, com a ampliação do Simples, desonerando as micro, pequenas e médias empresas e com os programas integrantes do PAC, destacadamente o Minha Casa, Minha Vida.

Mas o programa de Obama também prevê aumento de impostos, uma vez que não há mágica que faça dinheiro aparecer do nada. Segundo a Agência Reuters, “o plano de Obama levantará 400 bilhões de dólares nos próximos 10 anos ao colocar novos limites sobre deduções para pessoa física com renda superior a 200 mil dólares por ano e para famílias com renda de mais de 250 mil dólares.O restante do dinheiro virá de outros impostos, incluindo taxas sobre donos de jatos corporativos e sobre a indústria de gás e petróleo.”

Em resumo, aumento do Imposto de Renda, sobre propriedade e sobre atividades excepcionalmente rentáveis.

Nos EUA, quem ganha acima de US$ 200 mil (R$ 340 mil) por ano paga uma alíquota entre 33 e 35%, antes do aumento. Aqui, paga 27,5%.

O desmeprego americano reflete-se diretamente os serviços de saúde. Cerca de 50 milhões de americanos estão, por conta de um sistema privado de saúde, baseado em planos de saúde empresariais, por conta do desemprego, estão sem qualquer cobertura médica. Não tem SUS por lá.

Todos querem recursos para a saúde. Mas não podemos fazer aumentos de impostos, porque isso sufocaria nossa economia. Verdade, de estes impostos forem criados sobre a cadeia produtiva. Mas não se forem aplicados sobre a renda e sobre transações que não estimulem nossa economia.

A classe média alta e a elite brasileira não estão afogadas em impostos. O sistema tributário brasileiro castiga os pobres: 53,9% dos rendimentos daqueles que ganham até dois salários mínimos é consumido em tributos indiretos. Já entre os mais ricos, com renda acima de 30 salários mínimos – R$ 16,35 mil mensais - a carga tributária é de 29% dos rendimentos. Tanto não é desesperadora a situação de nossa classe média alta que o número de turistas brasileiros que visitaram os Estados Unidos no primeiro semestre de 2011 cresceu 28,1%, em comparação com o mesmo período de 2010. Só no mês de junho o crescimento foi de 33,8%. E cada um deles deixa lá, em média, R$ 10 mil.

A presidenta Dilma tem razão. A CPMF desmoralizou-se pelo fato de ter sido sua renda destinada a outras despesas que não às do sistema de Saúde. Mais ainda, porque teve o erro de origem de não incidir sobre aqueles que movimentavam a partir de certo valor em suas contas, o que poderia ter sido limitado a, por exemplo, dez salários mínimos. Isso foi o que Lula tentou fazer, mas as pressões já eram grandes demais para que isso fosse viável.

Nos Estados Unidos, Obama tem pouca chance de aprovar seu plano para gerar empregos, porque nem a oposição nem a grande mídia – salvo exceções – se oporá às elevações de importo. Aqui, da mesma forma, não existem condições políticas de recriar a CPMF.



Mas existem, se começarmos a discussão, a possibilidade de taxarem-se as altíssimas rendas e as grandes fortunas. Nossos problemas fiscais tem sido resolvidos, até agora, com o crescimento e a formalização da economia, não com a elevação de taxas, que só ocorreu para regular fluxos de capitais – caso do IOF – e não para resolver probremas de arrecadação.

Se podemos e devemos financiar uma saúde pública de alta qualidade, precisaremos, como diz o Dr. Adib Jatene, pagar por isso. Até porque já pagamos: os planos de saúde que todos, com boas razões, querem fazer cobram mais dos clientes em um mês do que lhes custaria a CPMF em um ano.

Como exemplo, quem tem uma renda familiar de 10 mil reais por mês recolheria de CPMF e a movimenta no banco, com aquela alíquota de 0,38%, mesmo sem isenção até um certo patamar da renda, R$ 38 reais mensais. Ou R$ 1,26 por dia.

Esse é o valor que faz nossa elite gritar, em lugar de discutir com seriedade as fontes possíveis e justas de financiamento para uma elevação da saúde pública a um nível adequado, onde ela própria possa, querendo, utilizar-se dela.

E não as compras em Miami, como a alguns de seus porta-vozes.



NaMariaNews: Alckmin gasta 9 milhões pela fidelidade do PIG (*)

 
Saiu no Viomundo:

NaMariaNews: Alckmin gasta 9 milhões pela fidelidade da PIG


Alckmin: 9 milhões pela fidelidade da ‘Proba Imprensa Golpista’

E seu Barão assina os jornais e revistas para as Escolas Públicas

Do NaMariaNews


Interrompemos nossas saudáveis férias nas paradisíacas selvas de Bornéu para informar que a chuva é molhada, o sol é quente, a grama é verde e a Educação de São Paulo continua a mesma, embora sob completa nova direção.


O Barão de Taubaté, ou melhor, o Sr.  José Bernardo Ortiz Monteiro é o presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) desde sua nomeação pelo Governador Geraldo Alckmin, em janeiro deste ano.


Pois não é que depois de ferrenha labuta nas negociações, Ortiz acatou ordem superior e assinou milhares de exemplares de jornais e revistas do PIG (Proba Imprensa Gloriosa) – para as melhores escolas públicas do mundo, cujos professores são também os mais bem remunerados do planeta? Sim. Exatamente como fizeram seus antecessores, o ex-governador José Serra e o finado Paulo Renato Costa Souza, ex-secretário de Educação de SP, o Barão de Taubaté fechou com a Folha de SP, Estadão, Veja, IstoÉ e Época. Tudo, como sempre, sem licitação.


Desnecessário dizer que, mais uma vez, a CartaCapital não aparece no rol dos favorecidos.


Eis os contratos, datas e seus valores, de acordo com o Diário Oficial:


27/julho/2011 – Época

- Contrato: 15/00628/11/04

- Empresa: Editora Globo S/A

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas da “Revista Época” – 52 Edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 1.203.280,00

- Data de Assinatura: 26/07/2011

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)


29/julho/2011 – Isto É

- Contrato: 15/00627/11/04

- Empresa: Editora Brasil 21 LTDA

- Objeto: Aquisição pela FDE, de 5.200 (cinco mil duzentas) assinaturas da “Revista Isto É”, 52 Edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura.

- Prazo: 365 dias

- Valor: 1.338.480,00

- Data de Assinatura: 25/07/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)


3/agosto/2011 – Veja

- Contrato: 15/00626/11/04

- Empresa: Editora Abril S/A

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas da “Revista Veja”, 52 Edições, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo

- Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 1.203.280,00

- Data de Assinatura: 01/08/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 12/julho/2011)


6/agosto/2011 – Folha

- Contrato: 15/00625/11/04

- Empresa: Empresa Folha da Manhã S.A.

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 (cinco mil e duzentas) assinaturas anuais do jornal “Folha de São Paulo”, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Sala de Leitura

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 2.581.280,00

- Data de Assinatura: 01/08/2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 23/julho/2011)


17/agosto/2011 – Estadão

- Contrato: 15/00624/11/04

- Empresa: S/A. O Estado de São Paulo

- Objeto: Aquisição pela FDE de 5.200 assinaturas anuais do jornal “O Estado de São Paulo”, destinados às escolas da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo – Projeto Salas de Leitura.

- Prazo: 365 dias

- Valor: R$ 2.748.616,00

- Data de Assinatura: 01-08-2011.

(*Primeiro comunicado no DO em 23/julho/2011)


Total: R$ 9.074.936,00.


Você pode comparar os valores e quantidades dos anos anteriores nas tabelas deste texto.


Extenuado de tanto firmar tão bons acordos pedagógicos, o presidente da FDE, José Bernardo Ortiz Monteiro, como faz qualquer funcionário público, foi ter uns dias de férias lá na Europa.

Oh là là!


Alvíssaras, confrades.


PS – Agradeço ao gentil comentarista desta casa, em texto sobre os contratos do Estado (leia-se José Serra via Prodesp) com a empresa de escutas/grampos e que tais, Fence Consultoria, que escreveu o seguinte:


“Para achar coisa do PSDB é uma aranha, mas contra o petismo é mosca morta”


A ele nossa inteira concordância. Há mesmo seres mutantes em todas as esferas. Por exemplo, caro comentarista: por vezes sois uma araponga, mas em outras também um tucano.

A crise do euro e a indigência de idéias



Em toda a celeuma, que semanalmente provoca crises de adrenalina em escala mundial, ressalta-se a falta absoluta de alternativas de um lado ou do outro do Atlântico. Até o momento ideólogos de direita na mídia e nas universidades conseguiram criar um muro férreo em torno da idéia central de que a solução de tudo parte, como item número um da agenda única, da contenção de despesas públicas, da “independência” dos bancos centrais e da privatização de bens públicos. O artigo é de Flávio Aguiar.

Na que passou e neste começo de semana um pequeno terremoto agitou o governo alemão. As forças mais à direita, representadas pelo vice-chanceler Philipp Rösler, do FDP, e pelo primeiro ministro da Baviera (da União Social Cristã, CSU, co-irmã da União Democrata Cristã da chanceler Ângela Merkel), Horst Seehofer, começaram a falar abertamente de um endurecimento em relação à Grécia. O vice-chanceler aventou a possibilidade de uma moratória ou falência da Grécia em relação à sua dívida pública (movimento que agora atende pelo termo “default” ou “reestruturação”), enquanto Seehoffer aventou a simples possibilidade de expulsar aquele país da zona do euro.

A posição de Rösler aventava para a possibilidade (ainda no campo das conjecturas) de que o FDP não venha a votar no Parlamento Alemão (Bundestag) pela aprovação do novo pacote de ajuda à Grécia, da ordem de mais uma centena de bilhões de euros, além de outra centena já comprometida. Essas declarações públicas vieram na esteira de uma crise de confiança em relação aos bancos franceses, que, com os alemães, estão entre os maiores credores da Grécia, no caso do já esperado nessa altura “default”grego, discutindo-se muitas vezes o quando isso deverá ocorrer.

A maré chegou a tal ponto que o Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble e a própria chanceler vieram a público pedir que membros do governo e da coalizão se calassem sobre a possibilidade da falência, e desautorizaram qualquer especulação no sentido de que o governo alemão encarava até mesmo uma perspectiva de “autorizar” esse movimento por parte da Grécia ou sua saída da zona do euro, retornando ao passado dracma.

Há no ar o temor de que, se a Grécia declarar uma moratória ou a impossibilidade de pagar o total de sua dívida, Portugal e Irlanda venham a fazer o mesmo, seguidos por Espanha e Itália. Aí sim o sistema bancário europeu balançaria, a maré montante da crise atravessaria o Reno e chegaria com fragor à Alemanha de Frankfurt e Berlim, e a tsunami decorrente atravessaria o Atlântico engolfando, mais uma vez, Washington e Nova York.

Em toda a celeuma, que semanalmente provoca crises de adrenalina em escala mundial, ressalta-se a falta absoluta de alternativas de um lado ou do outro do Atlântico. Até o momento ideólogos de direita na mídia e nas universidades conseguiram criar um muro férreo em torno da idéia central de que a solução de tudo parte, como item número um da agenda única, da contenção de despesas públicas, da “independência” dos bancos centrais (como se isso existisse), e, portanto, que a solução passa pela privatização incontida e incondicional dos bens públicos capazes de tornar o Estado um vetor de desenvolvimento, pelo corte substancial nos investimentos, sobretudo os sociais, e pela dispensa e arrocho em relação aos trabalhadores e aposentados do setor.

Nada há que se contraponha a essa maré de idéias que já não deram certo em várias partes do mundo, mas que são fáceis de defender, mesmo sem argumentos, porque se apóiam numa espécie de “senso comum” de que um estado robusto é um “gigante de desperdício”. Não estou me referindo a campanhas movidas por extremas direitas dentro e fora da mídia, do tipo praticado pelos Tea Party e Fox News, ou agências do Império de Murdoch; refiro-me ao consenso médio da grande maioria de comentaristas econômicos, a editoriais e a dirigentes partidários dos mais variados matizes, que nada têm a oferecer como alternativas a essas mezinhas herdeiras do neoliberalismo.

No pico desse círculo vicioso e viciado de idéias, os dirigentes financeiros da Europa – nos governos e nas instituições privadas – chantageiam cada vez mais o governo grego porque este ainda não demitiu o suficiente seus funcionários e porque ainda não privatizou, na pressa desejada, os 50 bi de euros que ainda tem por privatizar. A ameaça (que provocará uma hecatombe) é a de não entregar as parcelas da ajuda prometida no tempo devido, para que, no fundo, a Grécia possa repassa-las, em grande parte, aos bancos credores.

Quando se parte para alternativas partidárias, o campo fica confuso. Os partidos socialistas ou social democratas se renderam à retórica do Consenso de Washington há muito tempo, e agora não sabem como sair disso. Os Partidos Verdes aderem mais e mais a uma espécie de “bio-capitalismo” que não confronta o “disco rígido” do programa da financeirização da política, da produção e do mundo.

No caso da Alemanha, voz isolada, a Linke prega, mais recentemente, uma valorização da política, da distribuição mais eqüitativa de renda e da democracia como alternativa às propostas de administração da crise baseada nos princípios que construíram a própria crise. Essa é uma alternativa interessante, mas que ainda está no balbucio, e a que falta necessárias correntes de solidariedade e sustentação Europa afora(para dizer o mínimo), pois os movimentos de trabalhadores, estudantes e aposentados na Grécia, Portugal, Irlanda, parecem lutar sozinhos contra o consenso geral de que “eles estão errados” e “defendem privilégios insustentáveis”, isto é, seus direitos legalmente constituídos.

Diante desse quadro desolador, parece mentira, mas algumas idéias razoáveis aparecem... no campo do FMI! Como, por exemplo, a admissão (ainda feita a boca pequena nos corredores) de que o “default” da Grécia pode muito bem ocorrer, não por “incompetência” ou “vagabundagem” dos gregos, como quer explicar a direita, mas simplesmente porque a dívida tornou-se impagável e honrá-la significa, como vem acontecendo, prostrar a possibilidade de qualquer reação pelo país.

Enquanto isso, na caluda e na moita, os chineses, que já arrendaram o porto do Pireu, consideram a possibilidade de “comprar” a dívida italiana. Será?

Herança neoliberal, políticas recessivas intensificam crise financeira no mundo



Programa neoliberal, que enfraqueceu a capacidade de planejamento dos Estados e fortaleceu o poder dos mercados, cinicamente propõe a sua solução para a crise, baseada em corte de gastos públicos e recessão econômica - apesar de todos os sinais de fracasso dessas políticas. Questão foi discutida no seminário "Neoliberalismo: um colapso inconcluso", promovido pela Carta Maior em São Paulo e que reuniu especialistas para um debate sobre a natureza da crise e como o Brasil poderia agir para ser protagonista de uma nova etapa do concerto de nações.

SÃO PAULO - Dentro do possível, o Brasil está se saindo bem no enfrentamento desta nova etapa da crise financeira global, em 2011. A aposta em uma política econômica anticíclica, novamente empregada agora, é um remédio que já foi testado com sucesso em 2008 e deve evitar uma contaminação mais intensa do ambiente local pelos problemas vividos nos Estados Unidos e na Europa. Mas nada está definido, diante do grau de desconcerto do sistema financeiro e da falta de acordo entre as nações sobre mecanismos de governança global. O disputa ideológica segue intensa. O programa neoliberal, que enfraqueceu a capacidade de planejamento dos Estados e fortaleceu o poder dos mercados, também propõe a sua solução para a crise, baseada em corte de gastos públicos e recessão econômica. É essa a opção da grande mídia brasileira, expressa na opinião de seus colunistas, mas não precisa ser - como não está sendo - a do país.

A análise descrita acima é um dos diagnósticos que podem ser tirados do seminário "Neoliberalismo: um colapso inconcluso", promovido pela Carta Maior nesta segunda-feira (12), em São Paulo, com apoio da PUC-SP. O evento reuniu notórios especialistas em diversas áreas do conhecimento para um debate sobre a natureza da crise atual, os seus desenlaces possíveis, as propostas alternativas para combater o descalabro financeiro e como o Brasil poderia agir para se proteger e se tornar protagonista de uma nova etapa do concerto de nações. O seminário, mediado pelo professor de jornalismo da USP Laurindo Leal Filho, foi transmitido ao vivo pela TV Carta Maior. Participaram:

- Luiz Gonzaga Belluzzo (Unicamp)
- Maryse Farhi (Unicamp)
- Emir Sader (Uerj)
- Samuel Pinheiro Guimarães (Itamaraty)
- Ignacy Sachs (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais - Paris)
- Ladislau Dowbor (PUC-SP)
- Paulo Kliass (Governo Federal - funcionário de carreira)
- Marcio Pochmann (Ipea)

A singularidade da crise financeira mundial
O primeiro bloco contou com as análises dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Maryse Farhi, ambos professores da Unicamp. Em sua intervenção, Belluzzo recuperou o viés liberal que norteou a maior parte da história capitalista. "A regra sempre foi esta, de um capitalismo liberal com desordem financeira e concorrência entre os países. Momentos como aquele após a Segunda Guerra, quando se tentou domesticar o capitalismo, foram exceção", disse ele. O economista lembrou que nas décadas de 50 e 60 a economia dos EUA era bastante regulada, com tabelamento de juro e controle do crédito pela autoridade monetária. Isso garantiu uma "época de ouro", com crescimento econômico e baixa inflação. A história começou a mudar quando as forças políticas que sustentavam esse projeto, entre partidos e sindicatos, perderam força.

A nova conjuntura política avalizou a liberalização econômica e o descontrole sobre a alavancagem das grandes instituições financeiras que geraram a atual crise, sem que a promessa de bonança econômica e mais empregos se concretizasse. Agora, Belluzzo não vê solução para países em crise sem que os bancos assumam parte do prejuízo com um corte da dívida soberana - o que já está sendo discutido no caso da Grécia. O problema é que esses países estão buscando o equilíbrio fiscal e da relação dívida/PIB com políticas recessivas, que intensificam os déficits - mais um item do receituário neoliberal que continua sendo usado.

Diante da persistência da crise, Maryse Farhi acredita que o futuro pode ser ainda pior. Segundo ela, governos europeus já não têm margem para executarem políticas monetária e fiscal a fim de incentivarem suas economias, como o Brasil e outros países em desenvolvimento têm feito. Na verdade, os europeus, desde o início das turbulências, em 2008, já haviam optado por políticas recessivas, com o corte de gastos públicos. "A Alemanha chegou a colocar um teto para a dívida na constituição do país, e Espanha e Inglaterra seguem no mesmo caminho", afirmou. Os EUA, com o presidente Barack Obama, buscaram executar políticas anticíclicas, mas a perda da maioria democrata na Câmara dos Deputados em 2010 dificulta que novos passos sejam dados nessa linha.

Em concordância com Belluzzo, a professora diz que nenhuma das estratégias, nem a norte-americana, nem a européia, deram resultado. "A contração fiscal tem produzido resultados macroeconômicos bastante negativos, porque a arrecadação final caiu, a economia voltou a se desalecerar, os preços dos imóveis continuam em queda e as empresas, apesar de voltarem a lucrar, preferem não investir diante das incertezas", analisou Maryse.

Já a situação brasileira permanece relativamente melhor. Para Belluzzo, o país tem reservas, está numa situação fiscal bem administrada e o mercado interno pode ser mobilizado para evitar a recessão. Além disso, ele acredita que alguns efeitos da crise podem até beneficiar o Brasil, com a estabilização ou até a queda dos preços das commodities e a influência disso no combate à inflação. "A crise pode ser passageira aqui se o governo tiver capacidade de planejamento", disse.

Panorama geopolítico: novos atores e novas agendas
O segundo bloco do seminário teve comentários do professor Ignacy Sachs, da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, e de Ladislau Dowbor, da PUC-SP, ambos estudiosos do desenvolvimento sustentável. Lembrando que a Rio+20, a conferência da ONU que marcará as duas décadas da ECO-92, ocorrerá no próximo ano, Sachs defendeu que a sociedade contemporânea precisa voltar a "planejar seu futuro", usando dois conceitos, para ele, fundamentais: a pegada ecológica e o trabalho decente. O primeiro, retirado da ecologia, trata-se de um índice que mede o impacto gerado por determinada atividade no ambiente, e o segundo, lançado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), diz respeito à qualificação de vagas de emprego a partir dos direitos que devem ser garantidos ao trabalhador.

"A conferência Rio+20 está chegando e não há tempo hábil para que um grande número de propostas seja construído e negociado, por isso acho que devemos usar essa oportunidade para mapear o caminho, usando aqueles dois conceitos que considero importantes", afirmou Sachs. O professor voltou a apresentar propostas para a superação da crise atual, entre elas a de que o uso de oceanos e do ar por companhias de transporte sejam taxados, um fundo de desenvolvimento seja criado com 1% do PIB dos países ricos e a estrutura global de cooperação técnica passe a ser orientada por biomas, e não pela proximidade geográfica entre as nações.

"Nós temos uma perda sistêmica de governança. Liquidou-se a capacidade de planejamento, não há instrumentos de longo prazo, não há visão sistêmica, não há políticas estruturais", afirmou Ladislau Dowbor, em linha com o pensamento de Sachs. O economista da PUC-SP lembrou que esse "desgoverno global" é responsável pelo caos climático em diversas regiões e a tragédia da fome no globo, que atinge um bilhão de pessoas e 180 milhões de crianças, conforme dados das Nações Unidas.

"Precisamos resgatar a função pública do Estado para que o dinheiro seja utilizado realmente onde há necessidade", criticou. Dowbor lembra que os governos dos países ricos despejaram fortunas de recursos públicos para combater a crise, mas que a "gestão privada desses recursos está gerando um caos". Em defesa da organização local, ele elogiou ações como a da rede Nossa São Paulo e disse que os "5.500 municípios brasileiros" precisam organizar iniciativas próprias com foco na qualidade de vida. "Muitos acham que o poder local é de segunda linha, mas ele é essenciais para resgatar o poder de transformação da sociedade", concluiu.

Desafios e trunfos da América Latina
Diante do cenário de incertezas, caberá aos latino-americanos algum papel protagonista? Essa questão foi apresentada pelos organizadores do seminário ao sociólogo Emir Sader e ao embaixador Samuel Pinheiros Guimarães, alto representante do Mercosul, no terceiro bloco do Seminário Carta Maior.

Apesar de reconhecer que "elementos estruturais do neoliberalismo foram herdados e ainda não superados", Sader aponta que na América Latina há uma "clara tentativa de rompimento com o modelo anterior". Ele cita os governos de Lula no Brasil, Néstor Kirchner e agora, Cristina, na Argentina, José Mujica no Uruguai, Fernando Lugo no Paraguai, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador e, claro, Hugo Chávez na Venezuela como oportunidades de superação da ditadura financeira no continente.

"A grande dificuldade é que a virada se deu sobre um marco negativo. No caso do Brasil, a herança maldita do governo Fernando Henrique era a fragmentação social, o fim do projeto de desenvolvimento, a desarticulação das condições que permitiram o desenvolvimento anterior, a crise fiscal e a abertura comercial descontrolada", apontou Sader. Tudo isso sustentado por o que o atual presidente do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso) chama de "ditadura da palavra". "É o resultado da concentração da mídia, que, quando baixamos o juro, virou um muro de lamentações", ironizou.

Já o embaixador Guimarães aponta a América Latina como uma tradicional área de influência dos EUA, que continua tentando "incoporar economicamente" os países com tratados bilaterais - casos do Peru e da Colômbia. Esse fator dificultaria o surgimento de projetos autônomos na região. "O que nos salva um pouco é que os governos da América do Sul são de esquerda em sua maioria, preocupados com o desenvolvimento de infra-estrututa, com o desenvolvimento social, com o mercado interno", afirmou. Ele diz que o advento da China como potência hegemômica - "eu não acredito em emergentes, pois só há um, a China" - acrescenta um outro fator de pressão aos latino-americanos, que vendem commodities e compram produtos industrializados dos chineses.

Para o embaixador, a China, mais do que a atual crise financeira, deve se tornar a principal influência externa para os países da região. "E como somos competidores na venda de produtos, como a soja, precisamos de políticas de Estado razoavelmente coordenadas", opinou. Sobre a possibilidade de coordenação financeira regional, tema questionado no seminário, o embaixador vê dificuldades. ¨Todos são latino-americanos, mas a orientação sobre a política monetária é muito diferente em cada país", disse.

O Brasil e os canais de transmissão da crise
O quarto bloco do seminário contou com a presença de Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e do economista Paulo Kliass, funcionário de carreira da administração federal, para uma análise sobre os canais de transmissão da crise global em direção ao Brasil. Crítico do receituário neoliberal, Kliass lembrou que a atual conjuntura revela "que o livre jogo da oferta e da demanda não se mostra como solução para alocar recursos e resolver a crise". Segundo ele, mais regulação é necessária, inclusive com estratégias de controle de capitais.

Para o economista, a partir do segundo mandato do presidente Lula o país passou a usar mecanismos importantes para enfrentar a crise e estimular sua economia, como os aportes do BNDES, medidas de desoneração fiscal e estímulo ao crédito às famílias. "Mas poderia ter avançado mais, como foi o caso da China e da Índia", afirmou. Para Kliass, o Brasil ainda precisa reduzir muito suas taxas de juro, "para estimular a geração de emprego, evitar a entrada de capital financeiro e permitir a recuperação da taxa de câmbio". "A classe média deixará de passar duas férias por ano em Miami, mas é preciso lembrar que por conta dos juros altos o governo transferiu R$ 1,4 trilhão em dez anos para o setor financeiro, quase um PIB brasileiro", criticou.

Em sua exposição, Marcio Pochmann também elogiou o fato de o governo brasileiro estar agindo à crise de modo diferente ao que fazia nas décadas de 80 e 90, "quando o receituário pregava aumento do juro, mais imposto, o não reajuste do salário mínimo, corte de gastos sociais e de investimentos, e privatizações". "A partir de 2008 a proposta foi diferente, com desonerações fiscais importantes, aposta no salário mínimo, o programa de construções habitacionais, os programas sociais, as ações do BNDES", disse ele, com concordância com Kliass.

Apesar disso, Pochmann afirma que projetos ultrapassados, como o que defende que o Brasil se torne uma plataforma global de exportação de produtos primários, ainda encontram eco na sociedade. "É um projeto que aposta na expansão desses setores, mas sem se preocupar com a geração de empregos de qualidade e o atendimento das maiores mazelas do país", disse. Porém, a maioria que defende "o fortalecimento de cadeias produtivas de alto valor agregado e a geração de conhecimento" está no comando e deu sinais de que não aceitará "vôo de galinha", com o recente corte na taxa Selic. "Como em outros momentos da história brasileira, a crise é uma oportunidade para o Brasil mudar suas políticas", analisou o presidente do Ipea.

ENDINHEIRADOS VENCEM A FILA DO SUS ?


*pobreza nos EUA atinge 15% da população**53% desaprovam Obama** credores impõem juro recorde à Itália**FMI discute colapso grego nesta 4ªENDINHEIRADOS  VENCEM A FILA DO SUS ?

A mídia do dinheiro garante que o governo desistiu. Não vai mais taxar bancos, operações financeiras, ricaços, helicópteros, jatinhos (isentos de IPVA). A presidenta Dilma, asseveram os porta-vozes da plutocracia, não quer  o risco de um desgaste em ano eleitoral. A mídia que derrubou a CPMF  e subtraiu R$ 40 bi da saúde comunica que o governo decidiu ressuscitar a lenga-lenga do ‘fazer mais com menos'. Nada contra a eficiência do gasto público. Ao contrário. A dúvida é se no caso da saúde já não é o que acontece, no limite do suportável, quando se dispensa ao brasileiro um gasto per capita sete vezes inferior ao dos franceses, por exemplo. Isso é média. O deserto real é mais árido: apenas 42% daquilo que o país gasta com saúde tem origem e destino público. Sai do governo e chega na fila do SUS, que atende mais de 75% da população. Outros 58% só circulam entre os 25% que tem plano de saúde.Em países onde a saúde é direito universal essa desproporção não ocorre: o gasto do Estado representa 75% do investimento total. Mas o jornalismo  nativo diz que o governo do PT decidiu ‘fazer mais com menos' na área que concentra a maior queixa contra a qualidade do serviço público. Nada mais falso do que opor as urnas à justiça tributária e social. A União investe apenas 1,8% do PIB em saúde (o restante vem dos  estados e municípios). O articulista de Carta Maior, Amir Khair, informa que nos últimos 12 meses até julho o gasto do país com juro da dívida pública  atingiu R$ 225 bi: 5,7% do PIB. Como o superávit primário deve ficar em 3,2% do PIB até dezembro,  restará um rombo equivalente a 2,5% do PIB. Maior do que o gasto da União com a saúde, ele vai engordar a dívida em 2012. Em coluna nesta pág., o economista João Sicsu lembra que 47% da carga tributária brasileira (a tal ‘carga insuportável' de 35%, em nome da qual a coalizão demotucana extingiu a CPMF) advém do "consumo", que pesa sobretudo na renda dos mais pobres. E que menos de 5% dela advém de "transações financeira". Fica a dúvida: taxar o privilégio desgasta mais do que o ônus de operar um sistema público de saúde com um déficit de caixa deR$ 30 bi?

(Carta Maior; 4ª feira, 14/09/ 2011)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Atos contra corrupção da Mídia em São Paulo e no Rio

Haverá ato contra a corrupção da mídia também no Rio, na Cinelândia, na próxima sexta-feira, dia 16 de setembro, às 17 horas. Está sendo organizado pelo companheiro Sergio Telles.
Em São Paulo, a página do ato do Movimento dos Sem Mídia no Facebook já conta com 1000 confirmações de presença e mais de 300 adesões na página da Marcia e do Adolfo, que criaram o ato antes do MSM mas depois se uniram a ele. Aqui no blog, contabilizei umas 200 pessoas que não têm Facebook e que prometem comparecer.
No Rio de Janeiro, de ontem para hoje o ato pulou de 36 adesões para mais de 70 durante a madrugada. Possivelmente não haverá tempo para fazerem um ato mais denso, mas, pelo menos, farão alguma coisa.
Para  o ato paulista – no Masp, no próximo sábado, 17 de setembro, às 14 horas – já conseguimos um carro de som e o MSM fará algumas faixas. Não temos recursos para fazer muitas, então peço que quem puder faça a sua e leve.
A mídia não deu nem uma notinha, claro. Mas quem viu os atos recentes do novo Cansei  “contra a corrupção” na avenida Paulista, verá agora um ato contra a corrupção da mídia e quem tiver cérebro perceberá que a mesma mídia escondeu.
Os discursos e faixas pedirão o marco regulatório da comunicação e denunciarão que a mídia só noticia corrupção dos políticos do PT e aliados e ignora a dos governos tucanos como o de São Paulo. E que, acima de tudo, ignora os corruptores, ou seja, os que corrompem os políticos.
Estou preparando o manifesto do Movimento dos Sem Mídia que, como em todos os atos da ONG, será lido na abertura do evento, para que depois quem quiser faça uso da aparelhagem de som (potente) que levaremos.
São Paulo e Rio, portanto, começam reação contra um movimento engendrado, financiado e amplamente divulgado pela mídia, e que, lendo os leões-de-chácara dessa mídia em suas colunas e blogs, percebe-se que pretende atingir o governo Dilma e o legado de Lula.
É preciso reagir. No Rio, uma empresária “cansada” está convocando um ato genérico “contra a corrupção” para o próximo dia 20; em São Paulo, os “cansados” locais querem voltar à avenida Paulista em 12 de outubro; em Florianópolis e em Recife, outros “cansados” irão à rua no mesmo dia.
Os atos contra a corrupção da mídia não têm outra fonte de divulgação além deste blog, do facebook e do Twitter do blogueiro e no boca a boca dos leitores na internet, além de outros blogs que estão veiculando, enquanto que os atos da mídia saem em todos os grandes jornais, revistas, tevês, rádios e portais de internet.
É uma luta desigual? Sim, mas aí é que está o valor da iniciativa.
Para confirmar presença no Facebook no ato contra a corrupção da mídia em São Paulo, clique aqui, e para confirmar presença no ato do Rio, clique aqui

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dilma zomba de despreparo de jornalista do Fantástico


Share/Bookmark


Leia mais em: O Esquerdopata
Under Creative Commons License: Attribution

Se o cavalo do golpe passar selado, a direita monta

Ninguém que tenha cinqüenta anos ou mais e for sincero, seja de direita ou de esquerda, dirá que inexiste a possibilidade de a direita brasileira desfechar outro golpe de Estado. Poderia até ser um golpe “institucional” como o que houve recentemente em Honduras, que misturou elementos do golpismo latino-americano tradicional com um verniz “legal”, mas a direita latina foi, é e duvido de que um dia deixe de ser golpista por excelência.
Não é por outra razão que são quase sempre jovens os que vêm discordando com maior veemência da premissa de que esses movimentos moralistas que ganharam força no Brasil há alguns meses encerram excelente matéria-prima para o tradicional golpismo que flagelou este país durante todo o século XX. Não viveram a ditadura, não a viram funcionar. Não sabem do que a direita brasileira é capaz. Ouviram falar, leram, estudaram, mas não viram.
Quando o correspondente do periódico espanhol El País no Brasil, Juan Arias, provavelmente por encomenda da mídia tupiniquim e dos seus aliados políticos exortou os brasileiros a saírem às ruas “contra a corrupção” como vem acontecendo na Espanha e em vários outros países europeus, este blogueiro viu, ali, um sinal de alerta.
Por quê? Simples: o amplo espaço que a mídia brasileira deu àquele questionamento que o jornalista europeu fez, cobrando que a população brasileira (que vê seu país ir de vento em popa) agisse como os europeus (que vêem seus países mergulharem cada vez mais no caos econômico e social), já revelava que viria alguma coisa como o que de fato acabou vindo, com “os brasileiros” saindo às ruas “contra a corrupção”.
Mesmo quem não viu a ditadura militar em ação mas tem maior sensibilidade e clarividência certamente se lembra de que o comportamento da direita brasileira durante a crise do mensalão teve um viés claramente golpista. Isso quem diz não é o Eduardo Guimarães. O ex-presidente Lula disse e o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor da UFMG, proferiu, certa vez, esta frase: “Se o cavalo do golpe passar selado, a direita monta”.
O tira-teima dessa questão está no comportamento da mídia durante a recente crise em Honduras, após o golpe de Estado que retirou o ex-presidente Manuel Zelaya da cama no meio da noite e o levou de pijamas ao aeroporto e o deportou. A mídia passou meses dizendo que era ele o golpista e que não teria havido golpe algum. Aí a prova do golpismo latente que povoa os devaneios de Frias, Mesquitas, Marinhos, Civitas e seus leões-de-chácara midiáticos.
Agora analisemos a conjuntura política. Após aquela conversa de Juan Arias sobre os brasileiros terem que ir à rua “contra a corrupção”, a mídia começa a bater na tecla, reproduzindo e comentando seu artigo sem parar e, do nada, surgem movimentos nessa direção. Movimentos insipientes, de início, mas que eram comemorados pela mídia a cada passo que davam.
A ampla publicidade que esses movimentos receberam da mídia, impressiona. Tudo ia ficando cada vez mais claro. Jornais, revistas, rádios, tevês, portais de internet e, sobretudo, os blogs que a direita midiática usa para fustigar o PT e Lula, incentivando adesão aos movimentos “contra corrupção”, dando informações sobre “como participar” etc.
Claro que o objetivo mais visível é o de jogar o governo Dilma contra os aliados, sobretudo contra o PMDB, de forma que este deixasse a base aliada, o que significaria a morte prematura desse governo. Mas, como disse o professor Fábio Wanderley Reis, ainda hoje, meio século após a eclosão da ditadura, se a oportunidade aparecer a direita abraça.
A juventude precisa entender que a direita midiática não quer democracia porque só quer no poder os partidos identificados com a sua ideologia e interesses. Por isso, há quase nove anos que a escandalização generalizada da política se tornou uma prática que só os cegos ou mal-intencionados não enxergam ou dizem não enxergar.
O governo Dilma vem contemporizando com essa direita, tirando-a, aos poucos, do estado de pé-de-guerra em que entrou durante a era Lula. Mas que Dilma não se engane: a direita midiática não se converteu aos cânones democráticos. Para acalmá-la, portanto, Dilma flerta com a rendição. Sem falar que, se a centro-esquerda perder o poder, sem regulação da mídia a direita não sairá do poder nunca mais estando o país fortalecido como está e com a mesma mídia apoiando.
Diante disso, quem tem idéia do que é a política no Brasil e na América Latina e não aceita esses estratagemas obscuros da direita midiática, não pode ficar parado vendo crescer um movimento moralista que, sob determinadas condições, pode se transformar no cavalo selado que a direita não hesitaria em montar se lhe passasse à porta.
Espanta-me que alguém não enxergue que um país em que chefes e clubes militares vivem exaltando a ditadura e fazendo ameaças jamais estará imune a novas aventuras golpistas. Jair Bolsonaro só pode fazer o que faz impunemente porque este país ainda é refém dos militares golpistas, muitos dos quais ainda não vestiram o pijama.
Aliás, esses que não acreditam no golpismo tupiniquim deveriam ir assistir jornalistas da grande mídia como Reinaldo Azevedo ou Merval Pereira se reunindo publicamente com militares golpistas defensores da ditadura quando todos eles, juntinhos, fazem ameaças veladas à democracia.
O ato público contra a corrupção da mídia golpista que o Movimento dos Sem Mídia programou para o dia 17 de setembro próximo, às 14 horas, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), portanto, constitui um antídoto e um elemento de dissuasão aos delírios golpistas que povoam as mentes embotadas dessa direita que manteve este país de joelhos por duas décadas. E que pode ter recaída a qualquer momento.
—–
Para confirmar presença no Ato Público Contra a Corrupção da Mídia Golpista, clique aqui ou, se não tiver conta no Facebook, deixe neste blog, em forma de comentário, sua concordância com a iniciativa e, se for o caso, sua disposição em dela participar.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

NÂO VEJA

Em site oficial, PT apóia marcha contra Veja

O Globo quer serviço público sem servidor público?


A manchete de O Globo – Governo Lula contratou três vezes mais servidores do que Fernando Henrique – serve para fazer “onda”, mas não serve para os leitores entenderem coisa alguma sobre a política do Governo Federal em relação ao funcionalismo.
Não conta que Lula deixou o Governo com menos funcionários que FHC recebeu de Itamar. Nem que gasta menos com eles do que FHC gastou no último ano de seu, digamos, governo. Quatro e meio por cento do PIB, contra 5% do último ano de FHC, como você vê no gráfico
Postei, no blog Projeto Nacional , uma análise dos números da pesquisa divulgada ontem à tarde pelo IPEA, de onde tirou a sua manchete.
Lá, pergunto o que aconteceria se a redução do número de funcionários fosse como FHC fazia e O Globo aplaudia:
“Imagine o caro leitor que a notícia fosse dada da seguinte forma: Polícia Federal tem menos agentes que em 2003 ou Universidades federais dobram matrículas mas não contratam professores ou Número de ações duplica, mas União tem os mesmos advogados que em 2003.”
O número de servidores públicos no Brasil, em relação ao número de trabalhadores no setor privado, apresentava, em 2006, proporção menor até do que os EUA e da maioria dos países latinoamericanos; 12,5%, contra 14,8% dos americanos.E como o número de funcionários federais crescei à modestíssima taxa de 1,5% ao ano no Governo Lula, enquanto o de trabalhadores em geral cresceu quase 3%, essa proporção ainda deve ter se reduzido ainda mais.
Mas o leitor de O Globo, não precisa saber disso, não é mesmo? Basta acreditar no dogma neoliberal de que não precisamos de serviços públicos. Só de um Banco Central para pagar juros à turma da grana.

Aos que combatem a corrupção


Dirijo-me a você que, de boa fé, combate realmente a corrupção no Brasil independentemente de partidos políticos. Dirijo-me, sobretudo, a quem esteve nos atos públicos do último dia 7 de setembro para avisar que esses atos estão sendo instrumentalizados pela mídia em benefício de políticos que protege.  Se você permite isso, não é contra toda corrupção.
Haverá um Ato Público Contra a Corrupção da Mídia Golpista no dia 17 de setembro de 2011, às 14 horas, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).  Esse ato está sendo convocado pelo Movimento dos Sem Mídia e por pessoas que, individualmente, já haviam lançado a idéia antes e que acabaram se unindo ao MSM.
O objetivo desse Ato é protestar contra a corrupção da mídia, sobretudo porque esta, ao avalizar as manifestações contra a corrupção que aconteceram no dia 7 de setembro último e até ao instigar tais manifestações, esquece de que ela mesma, mídia, está entre os maiores responsáveis pela corrupção no Brasil.
Antes de prosseguir, porém, reitero àqueles que foram de boa fé às ruas no Dia da Pátria se manifestar contra a corrupção sem terem objetivo político que foram usados pela mídia, que tenta transformar aqueles atos em protestos contra o governo Dilma Rousseff  enquanto corruptos dos partidos seus amigos (PSDB, DEM e PPS) estão sendo poupados.
Ou seja: a indignação da mídia é seletiva.
Mas há outras razões para este ato contra a corrupção da mídia golpista que pediu, ajudou a concretizar e sustentou a ditadura militar brasileira entre 1964 e 1985: essa mídia poupa os corruptores, ou seja, empresas que compram os políticos, até porque essas empresas são anunciantes dos grandes veículos de mídia que vivem bradando contra corrupção.
Tem-se no Brasil, portanto, o fenômeno de só se combater os gestores de dinheiro público que se vendem a empresas (sobretudo) em prejuízo dos contribuintes, pois essas empresas, que são quem corrompe, jamais aparecem no noticiário.
Isso sem falar nos estranhos negócios entre grandes meios de comunicação e governos tucanos ou de seus aliados.
Só o que se expôs aqui já justificaria o Ato Contra a Corrupção da Mídia, mas tem mais. Muito será dito daqui até o dia 17. Portanto, se você é mesmo contra a corrupção, se você até for alguém de boa fé que esteve nos atos de 7 de setembro, compareça ao Masp para protestar contra a corrupção da mídia e sua “ética” seletiva.
—–
Para aderir ao evento no Facebook, clique aqui

Aos que combatem a corrupção

Haverá um Ato Público Contra a Corrupção da Mídia Golpista no dia 17 de setembro de 2011, às 14 horas, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp).  Esse ato está sendo convocado pelo Movimento dos Sem Mídia e por pessoas que, individualmente, já haviam lançado a idéia antes e que acabaram se unindo ao MSM.
O objetivo desse Ato é protestar contra a corrupção da mídia, sobretudo porque esta, ao avalizar as manifestações contra a corrupção que aconteceram no dia 7 de setembro último e até ao instigar tais manifestações, esquece de que ela mesma, mídia, está entre os maiores responsáveis pela corrupção no Brasil.
Antes de prosseguir, porém, reitero àqueles que foram de boa fé às ruas no Dia da Pátria se manifestar contra a corrupção sem terem objetivo político que foram usados pela mídia, que tenta transformar aqueles atos em protestos contra o governo Dilma Rousseff  enquanto corruptos dos partidos seus amigos (PSDB, DEM e PPS) estão sendo poupados.
Ou seja: a indignação da mídia é seletiva.
Mas há outras razões para este ato contra a corrupção da mídia golpista que pediu, ajudou a concretizar e sustentou a ditadura militar brasileira entre 1964 e 1985: essa mídia poupa os corruptores, ou seja, empresas que compram os políticos, até porque essas empresas são anunciantes dos grandes veículos de mídia que vivem bradando contra corrupção.
Tem-se no Brasil, portanto, o fenômeno de só se combater os gestores de dinheiro público que se vendem a empresas (sobretudo) em prejuízo dos contribuintes, pois essas empresas, que são quem corrompe, jamais aparecem no noticiário.
Isso sem falar nos estranhos negócios entre grandes meios de comunicação e governos tucanos ou de seus aliados.
Só o que se expôs aqui já justificaria o Ato Contra a Corrupção da Mídia, mas tem mais. Muito será dito daqui até o dia 17. Portanto, se você é mesmo contra a corrupção, se você até for alguém de boa fé que esteve nos atos de 7 de setembro, compareça ao Masp para protestar contra a corrupção da mídia e sua “ética” seletiva.
—–
Para aderir ao evento no Facebook, clique aqui

Não é mau jornalismo. É má-fé

Hoje de manhã, quem leu a manchete do Estadão, certamente pensou: “Uai, a Dilma dando uma de FHC”?
Não era para menos: o jornal estampou em quatro colunas, embaixo de uma foto de uma faixa, onde estava escrito corrupção a seguinte chamada: “BC perdoa R$ 18,6 bi para que bancos do Proer quitem dívidas”. Na internet, o “perdão” foi remendado para “abre mão”.
Nem uma coisa nem outra.
Ao ler a matéria, só no quinto paragrafo, começa-se a notar que o Banco Central está apenas cumprindo uma Lei que vale para toda e qualquer empresa que pague as dívidas com a Receita Federal dentro do Programa de Recuperação Fiscal, que existe desde o ano 2000, que foi reformulado em 2009, com critérios absolutamente claros e universais.
O BC, portanto, não perdoou, dívida alguma dos bancos quebrados e, ao contrário, recusou o pagamento em “moedas podres”, aceitando apenas o uso de títulos públicos como moeda no pagamento.
Não apenas o Banco Central agiu exclusivamente dentro da lei, como resistiu a todas as pressões – e nessa área as pressões costumam tilintar- como recusou qualquer beneficio extralegal para facilitar a devolução, pelos bancos do que levaram do governo com a injeção de recursos públicos no período FHC.
A atitude do Estadão não é apenas mau jornalismo. É desonestidade para com os seus leitores. O jornal sabe que a autoridade pública não pode deixar de cumprir o que está previsto na lei e sabe, também, que é condição para se beneficiar do Refis, pagar o que se deve, sem discussões e protelações administrativas.
Insinuar que houve um “perdão” discricionário em favor destes bancos é brincar com a honradez da autoridade monetária. O dinheiro público não é para brincadeira, mesmo que sejam “gracinhas” de jornal.

A dupla do jus enlameandi

Todo mundo fala no “jus esperniandi”, que é o direito de invocar qualquer pretexto para defender-se. Hoje, a gente vê nos jornais outro ramo irônico do direito: o “jus enlameandi”.
Essa curiosa forma de defesa consiste em tentar jogar culpa em quem não foi acusado para protelar, confundir e atrasar o processo judicial.
É o que faz o publicitário Marcos Valério ao pedir a inclusão do ex-presidente Lula no rol de denunciados no caso do chamado “mensalão”.
A denúncia foi feita formalmente ao STF em 2006. Em 2007, a Corte aceitou-a e começou a ação propriamente dita. Ninguém, ao longo do processo, pediu o arrolamento como réu do ex-presidente.
Agora, faltando poucos dias para o prazo final de alegações dos réus, dois personagens pedem isso: Marcos Valério e Roberto Jefferson.
Caso houvesse a menor possibilidade de que isso fosse aceito, o que aconteceria?
Reabrir-se-iam todos os prazos, claro.
Quem tem culpa continuaria impune, quem não tem continuaria enxovalhado.
Será que Jefferson e Valério levaram quatro anos para perceber que, como dizem, Lula devesse ser um dos acusados?
Qualquer estudante de Direito já ouviu aquela máxima de que “Direito é bom-senso”.
Quando alguma coisa foge ao bom-senso, sinal de que tem gato na tuba.
O “jus enlameaandi” de Jefferson e Valério é só um truque de esperteza.
Característica que, aliás, não falta a nenhum dos dois.

O Grito, a “marcha” e a mídia seletiva

 
Por Altamiro Borges

No livro obrigatório “Os padrões de manipulação na grande imprensa”, o jornalista Perseu Abramo ensina que a mídia oculta ou realça determinados assuntos de acordo com os seus interesses econômicos e políticos. A mentira descarada não convence. Daí o uso de técnicas refinadas e sutis para manipular a sociedade. Para o mestre do jornalismo, não existe neutralidade da mídia.

Nas manifestações ocorridas ontem (7) em vários cantos do país isto fica patente. As emissoras de rádio e TV, os jornalões e os sítios dos impérios midiáticos deram grande destaque às chamadas “marchas contra a corrupção”. Muitos dos que participaram destes atos até podiam ter boas intenções. Já o realce da mídia demotucana não foi ingênuo. Visou desgastar o atual governo.

A técnica da ocultação

Prova inconteste desta manipulação é que a mesma mídia que deu capa ou longos comentários nas telinhas às “marchas contra a corrupção”, mesmo as mais chinfrins, nada ou pouco falou sobre os atos de protesto do 17º Grito dos Excluídos, organizado pelas pastorais sociais da Igreja e os movimentos populares. Neste caso, por motivos óbvios, a mídia adotou a técnica da ocultação.

Segundo balanço parcial dos organizadores, o Grito dos Excluídos reuniu quase 80 mil pessoas em 25 estados da federação. Com o lema “Pela vida, grita a terra”, os manifestantes exigiram reforma agrária e urbana, mudanças na política econômica, defesa do meio ambiente, entre outras reivindicações. Eles criticaram a concentração de terra, renda e riqueza no Brasil.

A voz dos despossuídos

O maior protesto do Grito dos Excluídos ocorreu em Aparecida do Norte, interior paulista, com cerca de 50 mil pessoas. Em Belo Horizonte, ele reuniu 1,2 mil participantes; em Manaus, mais de 5 mil. Segundo Luis Bassegio, da coordenação do movimento, “o Grito se tornou um espaço de manifestação do povo que não tinha onde levantar a sua voz contra a injustiças sociais”.

A cada ano, o Grito de Excluídos se consolida como um momento importante de mobilização, conscientização e organização dos despossuídos. Hoje, inclusive, ele já tem dimensão continental, com protestos em vários países da América Latina. Apesar da sua relevância, a mídia hegemônica adota a técnica da ocultação. Perseu Abramo denunciou há tempos esse padrão de manipulação:

“Recriando a realidade à sua maneira e de acordo com seus interesses político-partidários, os órgãos de comunicação aprisionam os seus leitores nesse círculo de ferro da realidade irreal, e sobre ele exercem todo o seu poder. O Jornal Nacional faz plim-plim e milhões de brasileiros salivam no ato. A Folha de S.Paulo, o Estado de S.Paulo, o Jornal do Brasil, a Veja dizem alguma coisa e centenas de milhares de brasileiros abanam o rabo em sinal de assentimento e obediência”.

Paulo Henrique Amorim entrevista José Dirceu Entrevista Record Atualidade recebe o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu

Adicionar legenda

 
José Dirceu fala sobre a reportagem que a revista Veja publicou nesta semana em que acusa o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu de conspirar contra o governo de Dilma Rousseff.

Veja a entrevista completa de José Dirceu:

Share/Bookmark

Leia mais em: O Esquerdopata

Corruptores, os grandes ausentes do debate

por Luiz Carlos Azenha
Talvez eu tenha perdido alguma coisa, mas sinto falta da inclusão dos corruptores no debate sobre a “faxina” e nas manifestações do Sete de Setembro.
Será que existe alguma relação entre o poder dos corruptores e a interdição das operações Satiagraha e Castelo de Areia — ou foi mero acaso?
Por que não se debate, por exemplo, punição às empresas corruptoras, como a impossibilidade de participar de licitações para as que forem condenadas em última instância pelo pagamento de propinas?
Por que não aprovamos uma lei parecida com a que o Congresso americano debate, para dar proteção aos assim-chamado whistle blowers, os denunciantes de corrupção pública ou privada?
E o nexo entre a corrupção e a reforma política?
Seria lamentável ver a pauta do combate à corrupção sequestrada por interesses partidários.
Quanto ao número de manifestantes em Brasília, que provocou debate entre os comentaristas, não tive e não tenho como afiançar quantos foram.
As fontes divergiram: o Estadão e o Globo falaram em 25 mil; a Folha em 12 mil; a Carta Maior em 2 mil no início do protesto, com a adesão posterior de parte do público que viu o desfile de Sete de Setembro.
O Globo registrou: “O senador Álvaro Dias (PSDB-RJ) foi hostilizado”.
Leia também:
O sucesso da Marcha contra a Corrupção em Brasília*
Henrique Fontana: Uma proposta para a reforma política
Brasil de Fato: Quem paga a roubalheira é o povão
Privatas do Caribe: Onde foi parar o dinheiro das privatizações?
Vermelho: Nova classe média ainda vive em favelas e cortiços
Altamiro Borges: FHC apoia faxina que nunca fez
Faxina: Risco e oportunidade para o governo Dilma
Delfim Netto: Um viva para a queda dos juros

Marcha da Corrupção: Estadão antecipa vencedor em SP

Eles são a favor da Marcha

Manchete do Estadão

EXCLUSIVO: ‘Estado’ tem acesso antecipado a vencedor de licitação para iluminação em SP
Vídeo publicado no ‘estadão.com.br’ na 2ª já informava quem venceria contrato de R$ 433,8 mi

SÃO PAULO – O Estado teve acesso ao nome dos ganhadores da licitação para serviços técnicos de manutenção, ampliação e remodelação do serviço de iluminação pública na cidade de São Paulo antes da abertura da concorrência, que ocorreu hoje. O vencedor, como foi publicado em um vídeo na segunda-feira no estadão.com.br, é o consórcio formado pelas empresas Alusa Engenharia e FM Rodrigues. O presidente da Comissão de Licitação da Secretaria de Serviços, Paulo Milton Sassi Junior, anunciou nesta tarde a proposta vencedora. “Em primeiro lugar, Consórcio Alusa FM Rodrigues, no valor de R$ 433.794.099,16. Em segundo, Consladel, R$ 441.561.991,31. Em terceiro, Citéluz, R$ 443.097.054,02.” Neste momento, a comissão de licitação está conferindo os papéis do consórcio para habilitar a proposta.

O valor da licitação é de R$ 433.794.099,16 e o contrato tem duração de dois anos. A concorrência estava suspensa desde fevereiro a pedido do Tribunal de Contas do Município (TCM). Foi liberada depois da administração atender a recomendações técnicas do tribunal. O esquema para favorecer as empresas vencedoras e o nome dos ganhadores já haviam sido revelados ao Estado desde o começo deste ano.

O serviço de manutenção da rede vem sendo prestado por meio de contratos de emergência, renovado a cada seis meses, desde 2005. A Alusa Engenharia e a FM Rodrigues já integram o Consórcio SPLuz, responsável pelo serviço emergencial, formado por mais duas empresas (Start e Socrel).