Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

REVISTA PORNOGRÁFICA ''VEJA''-

Movimento Tea Party e o fascismo à brasileira

BLOG EDU GUIMARÂES
Atualizado às 12h50m de 3 de novembro de 2010
O resultado da eleição presidencial no Brasil, com a vitória da centro-esquerda governista contra uma coalizão oposicionista que ia da centro-direita à ultra-direita radical e que inclui, dizem a boca pequena, até movimentos neonazistas, suscita temor quanto à possibilidade de ocorrer por aqui o que ocorre neste exato momento nos Estados Unidos, com a “entrada triunfal” do movimento radical conservador Tea Party no congresso.
O Tea Party (em inglês: Tea Party movement) é um movimento social, político, conservador e liberal surgido nos Estados Unidos nos últimos anos através de uma série de protestos em resposta a diversas leis federais como o Plano de resgate econômico de 2008, a Lei de Recuperação e Reinvestimento dos Estados Unidos de 2009 e projetos de reforma do sistema de saúde estadunidense.
O caráter fascista – ou nazista – do Tea Party é inegável pelo seu lado obscuro e não assumido, que guarda similitude com movimentos racistas anti-imigrantes que ganham corpo na Europa Central, onde asiáticos, latinos, africanos e gays chegam a ser atacados por jovens que cultuam idéias nazistas que em nada perdem para as que se vê em redes sociais no Brasil, com manifestação explícita contra nordestinos,sobretudo, mas também contra negros e homossexuais. E, lógico, contra o aborto.
Durante a recente campanha eleitoral brasileira, com o abalo da candidatura Dilma Rousseff ao fim do primeiro turno por conta de movimentos conservadores cristãos radicais sob orquestração da campanha do tucano José Serra, com táticas de panfletagem difamatória contra a adversária, com sites acusando-a de “homossexualismo” e com criação de pretextos para violência como o factóide da bolinha de papel atirada na careca de Serra, que gerou suspeita de que fora atirada por um dos seus próprios seguranças, tudo isso concede fôlego às teorias de que a ascensão da ultra-direita neonazista ocorre em nível planetário.
A “entrada triunfal” do movimento Tea Party no congresso norte-americano após a eleição legislativa desta semana sugere a institucionalização de movimentos ultra-conservadores em uma democracia que tanto exerce influência sobre os usos e costumes da nossa política.
As dificuldades que Obama enfrenta devido à resiliência da crise econômica o têm obrigado a assistir impotente à direita do partido Democrata assumir o controle de seu governo, dando asas à ultra-direita republicana.
Esse fenômeno ainda não está no campo de visão brasileiro, mas os crimes de racismo de movimentos neonazistas e de inocentes úteis na internet e o surgimento – ainda insipiente – de violência em nossas relações políticas devem colocar os democratas brasileiros com as barbas de molho.
Há leis neste país que podem – e precisam – ser usadas contra a onda neonazista que vem promovendo agressões verbais a negros, nordestinos e homossexuais em redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter. Lamentavelmente, a liberdade para essas manifestações odiosas ainda é tanta que até mesmo jovens de classe média alta as praticam despreocupadamente, muitas vezes sem perceber que estão cometendo crimes.
É inevitável a associação entre os movimentos cristãos radicais e as forças ultra-conservadoras que seaglutinaram no entorno da candidatura do PSDB, do DEM e do PPS à Presidência. É inevitável supor, também, que a tolerância da Polícia Federal e do Ministério Público com os movimentos racistas e ultra-conservadores nas redes sociais pode ter relação com existência de simpatizantes desses grupos  nos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
Faz-se urgente que não só o presidente Lula mas também a presidente eleita, Dilma Rousseff, comecem a se inteirar e a se manifestar contra essas ameaças à democracia e ao Estado de Direito. O que não faltam são indícios de que um câncer social tenta se infiltrar no seio de uma sociedade em que os alvos do preconceito e da intolerância são freqüentemente vitimados sem que punições exemplares ocorram.
Vídeo mostra manifestações de racismo em redes sociais
Por Ju Freitas

Mauro Santayana: o discurso de Serra e os perigos da soberba

Se o homem é a sua circunstância, a circunstância de José Serra é São Paulo. É conhecido o orgulho do grande estado, com desenvolvimento econômico que supera o de numerosos países europeus, sua cultura cosmopolita, e a oportunidade de realização pessoal de muitos dos que procuram ali a sua sorte. Todas essas qualidades do povo de São Paulo distanciam o estado do resto do país.


Por Mauro Santayana, no Jornal do Brasil

Talvez por isso mesmo, as suas elites, ressalvadas as exceções, não saibam exatamente o que é o Brasil. Para isso, teriam que aceitá-lo. Da Avenida Paulista se vê melhor a City e a Place de la Bourse; seus telefones chamam mais Hong Kong e Shangai do que Aracaju e São Gabriel da Cachoeira. É provável que não seja exatamente assim, mas muitos paulistas dão ao resto do Brasil a impressão de que se sentem incomodados com a companhia dos demais estados.

Ainda agora estamos assistindo a uma dolorosa e inusitada campanha racista na internet, a partir de São Paulo, contra os nordestinos, a propósito da grande vitória de Dilma na região, embora os resultados eleitorais demonstrem que ela teria sido vitoriosa, mesmo que as eleições só ocorressem fora do Nordeste. A campanha ressuscita os fantasmas de 32, ao pregar, criminosamente, o separatismo.

Esqueçamos, a fim de não turbar o raciocínio, a verdade de que São Paulo não se fez só: a inteligência, o trabalho e mesmo o capital dos demais brasileiros e dos imigrantes europeus ajudaram a erguer a sua economia.

Como a circunstância de José Serra é a que apontamos, temos a explicação para o desastrado pronunciamento que fez, diante da derrota. Faltou-lhe, naquele momento, a elegância que se espera dos grandes homens. Ele desdenhou o esforço feito — e reconhecido em todo o país — por Aécio, simplesmente ignorando-o. Agora, os mineiros se sentem outra vez afrontados.

Como Jânio, Serra falou em “forças terríveis”, anunciou, com suas metáforas, que continua candidato, falou em trincheiras, afirmou que o povo “não quis que fosse agora” e despediu-se com um “até breve”.

Alguns estão atribuindo a Aécio a derrota de Serra, embora o ex-governador de Minas tenha constrangido grande parte dos mineiros, ao solicitar votos a favor de quem os desdenhara, ao recusar a disputa democrática com Aécio junto às bases do PSDB. Aécio pode ter perdoado a Serra a aleivosia, mas os mineiros, não. E não se esqueça que Dilma nasceu em Belo Horizonte.

Espera-se que, passados os dias mais amargos do malogro eleitoral, José Serra recobrará a serenidade e entenderá que a sua biografia pode encerrar-se, sem nenhum desdouro, mesmo que não chegue à Presidência. Ele prestou assinalados serviços ao país, como líder estudantil, parlamentar e ministro da Saúde, e particularmente a São Paulo, como prefeito e governador, não obstante sua cumplicidade nas privatizações e na abertura do mercado financeiro.

Para que volte a candidatar-se, é preciso que se dedique a conhecer realmente o Brasil. Conhecer não é visitar uma cidade ou outra, por algumas horas. É aceitar sua humanidade, ler os seus escritores, assimilar a fantástica sabedoria do povo, enfim, participar de seus sonhos, solidarizar-se e comover-se com seus sofrimentos – enfim, integrar-se em sua realidade.

Terminada a campanha, à vencedora cabe tomar a iniciativa de cicatrizar divergências sem a necessidade de compor interesses rasteiros por baixo de uma retórica elevada. Se São Paulo se orgulha em destacar-se do Brasil pela sua pujança econômica, Minas integra o todo brasileiro com alegria e sem qualquer constrangimento.

Minas é o centro-oeste na margem esquerda do São Francisco; é o Nordeste nas duas margens do Jequitinhonha e na fronteira setentrional com a Bahia; é quase atlântica na Zona da Mata e no baixo Rio Doce. O conflito é entre a parcela mais soberba das elites paulistas e o resto do país.



O Moura Agora Descasca o GROBO

Sr. Editor,

Independentemente de meu cancelamento de assinatura hoje solicitado, comprovo agora - COM TODAS AS LETRAS E EM CARÁTER OFICIAL  - que esse jornal desqualificou  no editorial de 02 de novembro de 2010 a grande maioria de seus leitores. Vejamos em letras maiúsculas o que vocês escreveram, sem tirar nem pôr,  repito, em caráter oficial (editorial):

"NÃO INTERESSA À SOCIEDADE A EXPLORAÇÃO POLÍTICA DESTA DIVISÃO, NA QUAL ESTADOS MAIS RICOS, COM POPULAÇÃO MAIS ESCLARECIDA, FICARAM COM GOVERNADORES DE OPOSIÇÃO."

Ou seja: O GLOBO classificou a maioria de seus leitores - que se concentram no estado do Rio de Janeiro, como mais pobres e menos esclarecidos dos que os do Centro-Oeste,  do Sul e de parte do Sudeste. O Rio não elegeu um governador de oposição.

E botou no mesmo saco o do Rio Grande do Sul! Que elegeu um do PT.

E ainda zombou da população do Ceará, do Espírito Santo, do Acre, de Sergipe, do Maranhão, de Pernambuco, da Bahia, de Rondônia, do Piauí e do Distrito Federal.

Todos elegeram governadores da situação, todos são " menos esclarecidos".

Se lhes restar alguma vergonha, retratem-se amanhã.

Carlos Torres Moura
Além Paraíba-MG



Via Email do amigo Jards

REGULAÇÃO EM DEBATE-ESTÁ CHEGANDO A HORA.


Sobre inverdades e desinformação
Por Venício A. de Lima em  no OI
 A aprovação, no último 19 de outubro, do Projeto de Indicação nº 72.10, que propõe a criação do Conselho Estadual de Comunicação Social (CECS) pela Assembléia Legislativa do Ceará (e que ainda depende da sanção do governador do estado), detonou o último ciclo de inverdades e desinformação relativas às liberdades de expressão e de imprensa no país.
Nos últimos meses, esta tem sido a estratégia da grande mídia e de seus aliados – desta vez, inclusive, a OAB nacional – que, sem divulgar texto e/ou discutir o mérito das propostas, trata de satanizar qualquer tentativa do Estado e da cidadania de exercer seu direito de cobrar dos concessionários do serviço público de radiodifusão o simples cumprimento de normas e princípios já inscritos na Constituição de 1988.
Origem Ao contrário do que se alardeia, os Conselhos de Comunicação não são uma invenção da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). A idéia surgiu formalmente em encontro nacional de jornalistas promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), com o objetivo de discutir propostas a serem apresentadas no processo constituinte, em 1986. Lá se vão, portanto, mais de 24 anos.
Posteriormente, a idéia fez parte de Emenda Popular apresentada ao Congresso Constituinte, subscrita, além da Fenaj, pela Central Única dos Trabalhadores, pela Central Geral dos Trabalhadores, pela Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior, pela Federação das Associações de Servidores das Universidades do Brasil, pela União Nacional dos Estudantes, pela Federação Brasileira de Trabalhadores em Telecomunicações, pela Associação dos Empregados da Embratel, pela Federação Nacional dos Engenheiros, pela Federação Nacional dos Arquitetos e pela Federação Nacional dos Médicos. Além disso, assinaram a Emenda Popular os então líderes do PT Luiz Inácio Lula da Silva; do PDT, Brandão Monteiro; do PCB, Roberto Freire; do PC do B, Haroldo Lima, e do PSB, Beth Azize (ver depoimento do ex-presidente da Fenaj, Armando Rollemberg ao Conselho de Comunicação Social, disponível aqui).
A proposta original – que tinha como modelo a Federal Communications Commission (FCC) americana – foi objeto de controvérsia ao longo de todo o processo constituinte e acabou reduzida à versão finalmente aprovada como artigo 224 da Constituição, que diz:
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo [Capítulo V, "Da Comunicação Social", do Título VIII "Da Ordem Social"], o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.Em 30 de dezembro de 1991, o então presidente Fernando Collor sancionou a lei nº 8389, cujo projeto original foi de autoria do jornalista, professor e senador Pompeu de Souza (PMDB-DF), já falecido, que instituiu o Conselho de Comunicação Social (CCS).
Apesar disso, resistências articuladas pelos mesmos interesses que ainda hoje se opõem à iniciativa fizeram que sua instalação fosse postergada por mais de onze anos, até 2002. Instalado, o CCS funcionou durante quatro anos e desde dezembro de 2006 não mais se reuniu (ver, nesteObservatório, "Por que o CCS não será reinstalado", "Senado descumpre a Lei" e "Três anos de ilegalidade").
Conselhos municipais e estaduais Desde que a Constituição de 1988 foi promulgada, várias iniciativas de criação de conselhos semelhantes ao CCS surgiram tanto em nível municipal como estadual. O primeiro Conselho Municipal de Comunicação (CMC) foi criado na Prefeitura Municipal de Porto Alegre por meio do decreto nº 9426, assinado pelo então prefeito Olívio Dutra, em 5 de maio de 1989.
Uma pesquisa realizada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), em 2009, indica que também a cidade de Goiânia (GO) chegou a ter um CMC instalado. Juiz de Fora (MG) e Anápolis (GO) prevêem a criação destes conselhos.
Em nível estadual, algumas constituições ou leis orgânicas contemplam a criação dos Conselhos Estaduais de Comunicação Social (CECS). É o caso de Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Paraíba, Pará, Amapá, Amazonas e Goiás. No estado do Rio de Janeiro existe uma lei que trata do assunto (lei nº 4.849/2006) e, em São Paulo, o decreto nº 42.209, de 15 de setembro de 1997, também prevê a criação de um CECS (ver "Conselhos de Comunicação são ignorados", revista MídiaComDemocracia, pág. 8).
No Distrito Federal, a Lei Orgânica aprovada em 8 de junho de 1993 prevê:
Art. 261. O Poder Público manterá o Conselho de Comunicação Social do Distrito Federal, integrado por representantes de entidades da sociedade civil e órgãos governamentais vinculados ao Poder Executivo, conforme previsto em legislação complementar.
Parágrafo único. O Conselho de Comunicação Social do Distrito Federal dará assessoramento ao Poder Executivo na formulação e acompanhamento da política regional de comunicação social.
Na campanha eleitoral de 1994, por iniciativa do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, o assunto foi discutido em debate com os candidatos a governador e todos se comprometeram a cumprir o que já constava da Lei Orgânica. O candidato Cristóvam Buarque, depois governador (1995-1998), comprometeu-se, se eleito, a enviar projeto neste sentido à Câmara Distrital em até 90 dias após sua posse. O projeto não foi enviado e, até hoje, não existe CECS no Distrito Federal.
Em resumo: apesar de estar na Constituição da República e em várias constituições e leis orgânicas estaduais e municipais, não existe um único Conselho de Comunicação funcionando no país.
Por que será?
Prática democrática Como se pode constatar, a idéia dos Conselhos de Comunicação não surgiu na 1ª Confecom e a iniciativa cearense não é sequer a primeira. Trata-se de norma constitucional.
Para não tornar este artigo demasiadamente longo, omito a transcrição do texto da Lei nº 8389/1991, que institui o Conselho de Comunicação Social previsto no artigo 224 da Constituição, e do Projeto de Indicação nº 72.10, aprovado pela Assembléia Legislativa do Ceará. Convido, no entanto, o eventual leitor(a) a comparar os dois textos com o capítulo "Da Comunicação Social" da Constituição de 1988.
Quem se der ao trabalho verá que a grande mídia e seus aliados, ao satanizar a iniciativa cearense, tentam, ainda uma vez mais, evitar a prática democrática legítima da cidadania que participa diretamente na gestão da coisa pública e defende seus interesses, prevista na Constituição de 1988. No caso, interesses em relação aos concessionários do serviço público de radiodifusão.
Nada mais, nada menos do que isso.

Leia também Conselhos estaduais não são para valer – Alberto Dines
Em busca da discussão qualificada – Luiz Egypto
Conselhos são embriões de políticas públicas – Pedro Caribé
Só os empresários podem controlar a mídia? – Ismar Capistrano Costa Filho
Comunicação e conselhos – Plínio Bortolotti
Liberdade de expressão ameaçada – Luís Olímpio Ferraz Melo

PÉ NA BUNDA

Mas é muito sem-vergonha... essa revista Veja...

A  revista Veja soltou uma edição extra para bajular a nova presidenta eleita. Partindo de qualquer outra revista seria normal, mas partindo da Veja e da forma que fez, nunca vi tamanha cara-de-pau e tanta sem-vergonhice.



Depois de capas e mais capas seguidas acusando-a de ser uma espécie de megera que mandava fazer dossiês, e de fazer ilações sobre responsabilidade por atos de terceiros, traz um texto carregado de elogios bajuladores e nenhuma crítica. Termina o texto, abanando o rabo igual à um cachorrinho, querendo se safar de processos e com lobismo:
O pronunciamento, feito na noite de domingo em Brasília, mostrou uma presidente eleita senhora do lugar que agora ocupa e com plena consciência das prioridades políticas, econômicas e sociais do país. Mas, principalmente, salientou sua fé no papel presidencial de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados. Dilma reafirmou o respeito irrestrito à liberdade de expressão e seu reconhecimento de que “as críticas do jornalismo livre ajudam o país e são essenciais aos governos democráticos, apontando erros e trazendo o necessário contraditório”. Um grande começo.

Isso dois dias depois da edição de sábado passado (véspera da eleição), quando fez uma capa atacado o presidente Lula, com reportagens imbecis, tais como uma comparação de fotos com Fidel Castro.


Em busca de uma bolsa "famiglia" Civita

A famíglia Civita, dona da revista, desde os tempos da ditadura, sempre manteve o comércio de notícias como negócio, em estreita colaboração com o poder.

Verbas governamentais, empréstimos generosos, determinaram a linha editorial chapa-branca ou oposicionista.

Uma notícia desgastante pode ser atenuada. A versão simpática ao governo pode prevalecer sobre uma versão oposicionista, ou realista. Uma notícia capaz de gerar crises, pode ser encoberta com outra, como cortina de fumaça.

Quem não é "cliente" da revista, nem direito de ser ouvido com isenção, consegue. Quem é "bom cliente", só tem noticia negativa publicada com provas, e quando já vaza para outros órgãos de imprensa, e sem viés golpista e com direito de resposta.

O presidente Lula mandou às favas a revista. Não quis conversa. Não ficava almoçando com a famíglia Civita.

Deu um basta na relação de corrupção que existia entre a imprensa e o poder nos governos anteriores.

Agora, a revista "estende a mão" à nova presidenta eleita, mas não em gesto de boa vontade, e sim com o pires na mão, em busca de verbas governamentais, em troca de uma linha editoral mais chapa-branca.

É o bolsa "famiglia" Civita.

Que Dilma faça como Lula fez e mande a famiglia Civita passar o pires nas empresas privadas e privatizadas. Que vivam como empresa no capitalismo, em vez de mamar nas tetas do governo.

A revista escreveu sobre o compromisso de Dilma de zelar pela Constituição e, consequentemente, pelo respeito aos direitos ali assegurados.

Excelente: que sejam assegurados os direitos à honra de quem a tem assassinada por revistas como a Veja.

A revista esqueceu um detalhe importante: a Constituição impõe DEVERES também. O papel da presidente também é garantir que sejam cumpridos.

"Reaças" devem cancelar assinaturas

O que sobra de bom nisso tudo, é que os reacionários que lêem a revista não devem ter gostado dessa bajulação, e devem cancelar assinaturas.

Ou talvez, a falta de compromisso da revista com seus leitores reacionários seja um indicador de que nem eles existem em número significativo. Há suspeitas de que a revista não tem mais público, e vive de uma circulação artificial bancada por assinaturas de órgãos públicos como as compradas pelo governo do Estado de São Paulo na gestão Serra (PSDB), do governo do Distrito Federal, na gestão de José Roberto Arruda (Ex-DEMos), e da distribuição gratuita.

Caso alguém ler o "ZERO FORA ", digo ZERO HORA DE HOJE 3/12 VERÁ O QUE O PASQUIM DIZ SOBRE QUEM ENTRA E QUEM SAI. SOBRE A POLÍTICA EM RELAÇÃO AO EUA , MUITA MÁ FÉ.


A vitória de Dilma Rousseff em dez chaves
Ganhou a candidata partidária da consolidação da Unasul e da expansão do Mercosul. Na campanha, Serra chegou a dizer que o Mercosul era “uma farsa”. Na entrevista que concedeu a Marco Aurélio Garcia e Emir Sader para o livro “Brasil, entre o passado e o futuro”, Dilma Rousseff disse que “só se é líder regional responsável, verdadeiramente, sem belicismos e com muita solidariedade e espírito associativo”. Ao falar dos oito anos de Lula, assinalou que “conseguimos o direito de reconstruir o Estado nacional na medida em que o Brasil conquistou autonomia na relação com a política internacional”. O artigo é de Martín Granovsky, do Página 12.
1. Dilma Rousseff ganhou as eleições por uma diferença ampla, de 56 a 44 por cento dos votos. Obteve mais de 55 milhões de votos, 12 milhões a mais que José Serra. Em nível mundial, considerando os países que são governados por eleições livres e o número de votantes, é a maior vitória de uma coalizão de partidos dirigida por uma força de esquerda. O Brasil já elegeu um operário pela primeira vez como presidente. Agora, trata de eleger a primeira mulher presidenta de sua história.

2. Aos 65 anos recém cumpridos (em 27 de outubro, mesmo dia em que morreu Néstor Kirchner), Lula deixa a presidência como o líder mais popular da história do Brasil e uma figura de primeiro nível na América do Sul e no mundo. Já prometeu que não ofuscará a presidenta e que se dedicará à região (América do Sul) e às relações com a África. Mas quando quiser, Dilma terá à disposição um sábio confiável e um negociador com 35 anos de experiência.

3. A vitória de Dilma demonstra o êxito da aposta de Lula, quando pediu ao Partido dos Trabalhadores, no quarto congresso do partido realizado em fevereiro deste ano, que ela fosse consagrada candidata ainda que não tivesse forte inserção na militância petista e jamais tivesse disputado uma eleição. É óbvio que a popularidade de Lula, superior a 80%, derramou uma simpatia massiva sobre Dilma. Mas a popularidade de Michelle Bachelet no Chile era similar e o candidato da Concertação, Eduardo Frei, foi derrotado pelo direitista Sebastián Piñera. Lula e o PT não se acomodaram com essa popularidade. Lançaram a militância às ruas, não deixaram nada jogado ao sabor dos centos e ampliaram a base de sustentação partidária, política e social.

4. Quando Dilma assumir, em 1° de janeiro de 2011, uma coalizão governará com maioria no Senado e na Câmara de Deputados. Considerando o tabuleiro por forças políticas, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), será o primeiro com 20 senadores, seguido pelo PT com 14, seis a mais do que antes. A direita tradicional do Partido Democrata (DEM), caiu de 13 para 6 senadores e o Partido Socialdemocrata Brasileiro (PSDB), de Serra, caiu de 14 para 11. Na Câmara de Deputados, o PT elegeu 88 representantes e o PMDB, 79. Em governos estaduais, sem contar os aliados, o PT controlará cinco Estados: Distrito Federal (Brasília), Rio Grande do Sul, Bahia, Sergipe e Acre.

5. O PT manteve as alianças e as ampliou. Neste cenário é um elemento chave que o vice-presidente seja Michel Temer, do PMDB, de centro. O PMDB, um conglomerado heterogêneo, tem amplitude territorial e governadores próprios. Lula começou tecendo com o PMDB, a sua direita, uma aliança parlamentar e de governabilidade em nível federal. Terminou construindo uma aliança de governo. O apoio ao PT foi muito forte entre os trabalhadores, o subproletariado do Nordeste e a nova classe média (convertida a essa condição durante o governo Lula) e talvez – elemento que ainda requer uma análise mais fina – entre setores da classe média tradicional. O Brasil tem hoje apenas 6,2% de desempregados.

6. Em relação aos 20 milhões de votos obtidos, no primeiro turno, por Marina Silva e seu Partido Verde, é arriscado dizer que 10 milhões tenham ido para Serra e outro tanto para Dilma. Contudo, ficou claro que as especulações sobre a possibilidade desses 20 milhões de votos migrarem de modo maciço para um dos candidatos eram disparatadas.

7. Serra perdeu o segundo turno após uma campanha ainda mais direitista que a de Fernando Collor de Mello em 1989, quando o candidato da Rede Globo derrotou Lula. O tom incluiu apelos ao Demônio inspiradas na organização Tradição, Família e Propriedade e repetidas nas dioceses que o Papa João Paulo II inundou de bispos ultraconservadores. A luciferização de Dilma, apresentada como uma maníaca do aborto, mergulhou o Brasil em seu lado mais obscuro. Mas o obscurantismo foi derrotado. Do mesmo modo que na Argentina, com a Lei do Matrimônio Igualitário (permite a união civil homossexual), os brasileiros conservaram suas crenças mas votaram de maneira secular.

8. Ganhou a candidata partidária da consolidação da Unasul e da expansão do Mercosul. Na campanha, Serra chegou a dizer que o Mercosul era “uma farsa”. Na entrevista que concedeu a Marco Aurélio Garcia e Emir Sader para o livro “Brasil, entre o passado e o futuro”, que acaba de ser publicado na Argentina, Dilma disse que “só se é líder regional responsável, verdadeiramente, sem belicismos e com muita solidariedade e espírito associativo”. Ao falar dos oito anos de Lula, assinalou que “conseguimos o direito de reconstruir o Estado nacional na medida em que o Brasil conquistou autonomia na relação com a política internacional”. Também definiu que para garantir a própria industrialização foi chave fechar o caminho da integração com os Estados Unidos via uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), posição compartilhada com a Argentina e a Venezuela na Cúpula de Mar del Plata de 2005.

9. Dilma anunciou que continuará com o controle da inflação e a estabilidade macroeconômica, mas que não cortará gastos sociais nem investimentos na infraestrutura. Também reafirmou que não desperdiçará os recursos das novas reservas de gás e petróleo descobertas pela Petrobras, o Pré-Sal. Enviará ao Congresso um projeto que definirá o marco social para a exploração desses recursos.

10. Os grandes veículos da imprensa escrita, como Folha de S.Paulo, O Estado de São Paulo e Veja, não conseguiram fazer com que sua agressividade derrotasse Dilma e tampouco conseguiram impor uma agenda própria de fantasmas, como o do aborto, o dos suposto autoritarismo de Lula ou o da eternização antidemocrática do PT. Na noite de domingo, em seu discurso da vitória, Dilma disse o que pensa o PT e procurou demonstrar uma superioridade moral: “As críticas do jornalismo livre são essenciais para assinalar os erros do governo”, disse. “Prefiro o ruído da imprensa livre ao silêncio das ditaduras”, disse a candidata que foi estigmatizada por seu passado guerrilheiro quando, na verdade, essa insurgência foi o primeiro ensaio de oposição à ditadura que tomou o poder em 1964. 

Tradução: Katarina Peixoto

DIREITA REDUZ PODER DE OBAMA NO LEGISLATIVO



REATIVAÇÃO DOS EUA FICA AINDA MAIS DISTANTE.
ESTRATÉGIA BRASILEIRA DE VALORIZAR MERCADO INTERNO E UNIÃO LATINOAMERICANA COMPROVAM SEU ACERTO 

Obama perdeu o controle da Câmara de Representantes cuja atual presidente, a democrata Nancy Pelosi, será substituída pelo republicano John Boehner. Sob o comando de Boehner, conservadorismo tentará reverter a reforma da saúde e avançará na agenda de cortes de impostos. O manual da ortodoxia econômica -contra todas as evidencias desde o início da crise mundial-- insiste que quanto menor for a interferencia do Estado nos mercados, mais rápida será a retomada do crescimento. A cegueira ideológica da direita norte-americana deve levar a um alongamento da crise econômica mundial tornando mais remota uma reativação comercial puxada pela demanda dos EUA. A presidente-eleita, Dilma Rousseff em seu discurso na noite de 31-10, já antevia esse cenário quando advertiu que o Brasil terá que crescer agora baseado em seu mercado interno. Assume notável coerência assim a concepção de um novo modelo de desenvolvimento, pavimentado no segundo governo Lula, que tem na erradicação da miséria e na recuperação do poder aquisitivo da poupulação um de seus eixos aglutinadores. "Eu vou tornar essa meta de erradicação da pobreza como uma meta central", repetiu a presidente -eleita, ontem, em entrevista À TV Brasil. A retração internacional reforça ainda o acerto da estratégia brasileira de buscar na integração latinoamericana e nos mercados emergentes da África, ademais das parcerias Sul-Sul, uma nova geopolítica comercial. O aprofundamento do impasse político nos EUA vem consolidar a opção de independência do Brasil em relação ao alinhamento 'carnal' com a Casa Branca, uma agenda tradicional dos demotucanos reafirmada na disputa presidencial de 2010. O candidato José Serra, como se recorda, não escondeu seu menosprezo pela política externa do Itamaraty,ademais de destilar preconceito e ignorância comercial em relação a parceria sulamericana e o Mercosul.

FALA A PRESIDENTE DE UM PROJETO HISTÓRICO:
'ERRADICAR A POBREZA NÃO É UM ADEREÇO DE MÃO' 

"eu pretendo reajustar os benefícios do Bolsa Família e garantir os recursos para que tenham ganho real. Na concepção do projeto que eu represento, e do qual, obviamente, o presidente Lula é um dos grandes líderes, o crescimento econômico não pode ser desvinculado da melhoria das condições de vida da população. A questão social não é um adereço de mão, não é um anexo ao nosso programa, nem ao nosso governo. Eu vou tornar essa meta de erradicação da pobreza como uma meta central" (Presidente-eleita Dilma Rousseff, ao Brasilianas, TV Brasil; 03-11)
Carta Maior - 03/11

OS MAIORES ATENTADO DA HISTÓRIA