Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

sábado, 9 de outubro de 2010

Incrível: desmentido à Veja saiu antes da Veja












Amigo navegante, a que ponto chegamos: o PiG é tão baixo, tão nocivo, que as instituições e as pessoas se antecipam à própria publicação da baixeza, da baixaria. 

Conversa Afiada publica e-mail da amiga navegante Conceição Oliveira: 

Pelo que entendi a próxima da Veja do ‘Diego … ‘ é queimar Dilma via Ministério das Minas e Energia.

Vejam aí a nota que recebi do MME


Queridos,

desde a semana passada o Diego, da Veja, busca uma brecha para dizer que houve trambicagem na contratação do CPqD para implantar modernizações tecnológicas neste ministério, à época conduzido por Dilma e tendo Erenice como consultora jurídica. Ainda querem fazer ligação com a gestora do contrato, Maria Cristina Castro, que é amiga de Dilma e se conheceram e 1971, quando ficaram presas juntas. Sim, isso não é segredo, ela é uma profissional com excelente currículo, fluente em 5 idiomas e hoje é assessora na área internacional.


Como a notícia começou a circular na Esplanada e eles têm dito que os agredimos aqui, o que não é verdade – Cristina tem sido seguida e sua família coagida pela equipe de Veja-, resolvemos nos antecipar e fazer circular a resposta que enviamos aos questionamentos do repórter durante esta semana.


Gostaria da ajuda de vocês para fazer circular o texto abaixo e furar a revista.


Obrigada,


Esclarecimentos do MME


A propósito dos questionamentos que têm sido feitos sobre a contratação do CPqD para implementação do Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) neste Ministério de Minas e Energia, esclarecemos que:


1) O PDTI 2003-2005 definiu as diretrizes estratégicas a serem adotadas pela área de Tecnologia da Informação (TI) do Ministério de Minas e Energia (MME), que estava em processo de reestruturação, tendo em vista as novas atribuições de coordenação e planejamento do setor que lhe foram conferidas pela Lei 10.683/2003.


2) Como órgão responsável por evitar que ocorresse um novo “apagão” no setor elétrico do país, o Ministério estava exposto a uma situação de alto risco e fragilidade em TI, no início do atual governo. Era necessária uma solução racional e urgente para resolver o problema estrutural e a Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CPqD), desmembrada da estrutura do Sistema Telebrás após a privatização, tinha as qualificações necessárias para implementar rapidamente a reformulação de toda a política de TI, pois trata-se de instituição confiável, competente e isenta, sendo provedora de soluções tecnológicas com acervo intelectual de 93 patentes no Brasil e 51 em outros 15 países.


3) Essa contratação foi objeto de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), que, apesar de apontar algumas irregularidades no processo, entendeu as circunstâncias em que foi realizada como atenuantes para determinar o seu arquivamento sem sanções, solicitando apenas que o contrato não fosse prorrogado.


4) No Acórdão 1342/2005, o TCU considerou que:

a) “Não se questiona a oportunidade da contratação, ou como já verificamos, a capacidade técnica da Fundação CPqD”.

b) “Não há dúvida de que a falta de uma equipe específica em tecnologia no Ministério dificulta o planejamento e o próprio encaminhamento das contratações de serviços de TI. Esse fato, juntamente com a possibilidade de contratação de uma entidade que goza da confiança do gestor e que assume, num único ajuste, toda a estruturação tecnológica (software) do órgão, torna a solução integrada bastante atraente”.

c) “Não há indícios de má-fé por parte dos gestores, nem da entidade contratada”.

d) “O Ministério não possuía quadro próprio de servidores com formação em tecnologia, o que dificultava a própria elaboração de processos licitatórios e a administração dos futuros contratos”.

e) “A situação da área de TI exigia uma solução ágil e bem estruturada, com levantamento de informações e planejamento minucioso, o que foi feito com ajuda de técnicos da Petrobras, resultando no documento ‘Situação Atual da TI no MME: diagnóstico e recomendações’, presente às fls. 18/180, anexo I, o qual foi a base para a elaboração do DPTI”.

f) “Evidente a boa-fé dos responsáveis, não de todo desarrazoada, para sustentar a dispensa, ante a inexistência de dano ao Erário, desnecessária a adoção de medidas mais graves”.


5) Já no Acórdão 5521/2010, que analisou as contas do MME no ano de 2005 (último de vigência do contrato), o TCU fez apenas ressalvas em relação a falhas na gestão do contrato com o CPqD, observando que:


a) “Tais falhas não são suficientes para macular as contas dos gestores do MME referentes ao exercício examinado”.

b) “As circunstâncias em que se passaram as falhas verificadas, que interferiram na execução do contrato, devem ser levadas em consideração para análise da conduta dos gestores”.

c) “A crise energética de 2001 certamente trouxe consigo volume extraordinário de trabalho nos anos seguintes, em vista das providências necessárias para afastar o risco de novos eventos semelhantes. Como agravante, à época da vigência do contrato, o MME encontrava-se desestruturado”.

d) “Não se verificou débito, dado que os serviços pagos foram efetivamente prestados, tampouco locupletamento por parte dos responsáveis”.


6) A estrutura de TI do MME está consolidada, atende às atuais necessidades de suas diversas áreas e é considerada uma das mais avançadas do governo. O CPqD desenvolveu parte das soluções planejadas, tendo em vista a interrupção do contrato determinada pelo TCU. Foi um auxílio importante na primeira fase da reestruturação do MME, posteriormente complementada com serviços prestados por empresas contratadas conforme as orientações do TCU.


Assessoria de Comunicação Social

Ministério de Minas e Energia

SERRA MENTIU NO PROGRAMA ELEITORAL

No primeiro programa de TV do segundo turno, exibido nesta sexta-feira (8), o candidato do PSDB, Zé Chirico, declarou-se, com a modéstia que lhe é peculiar, "o melhor deputado da Constituinte de 1988". Uma empulhação sem tamanho.
Conforme pesquisou o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), naquela ocasião o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) atribuiu ao tucano a pífia nota 3,75,  em uma escala de zero a 10.  Sabe por quê?
. 
- Serra votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas
- Serra votou contra mais garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego
- Serra negou seu voto pelo direito de greve (isso explica a forma ditatorial e violenta com que ele trata o funcionalismo quando recorre à greve)
- Serra negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário
- Serra negou seu voto pelo aviso prévio proporcional
- Serra negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical
- Serra negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio
- Serra negou seu voto pela garantia do salário mínimo real
- Serra votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias
- Serra votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo

.(clique na imagem para ampliá-la)



















O gerenciamento de percepções na campanha anti-Dilma


Desconstruindo a campanha difamatória contra Dilma Rousseff « SustentaNews


Desconstruindo a campanha difamatória contra Dilma Rousseff

Publicado em 6 outubro 2010 by Renato Guimaraes

Parece que com nestas eleições o Brasil finalmente chegou ao Primeiro Mundo. Não tanto pelo movimento da economia, que causa inveja na imprensa internacional, mas por um aspecto mais lúgubre: o surgimento de um movimento neoconservador (“Neo-Con”, para usar um jargão em moda especialmente nos Estados Unidos) capaz de inflar a “onda verde” da candidata Marina da Silva, arrancar votos preciosos de Dilma Rousseff, forçar tanto a Dilma como o José Serra a renegarem publicamente posições anteriores sobre descriminalização do aborto, levando-os a uma guinada em favor de posições conservadoras, e de alimentar uma impressionante campanha de desinformação e de ódio contra a candidata governista, usando como plataforma as redes sociais, como o Twitter, além de correntes de email.

Todos estes elementos contribuíram, junto com vários outros, como destaca Idelber Avelar em excelente post para o blog O Biscoito Fino e a Massa, para dar um nó nos institutos de pesquisa de opinião e de certa forma trazer para o cenário político brasileiro estratégias de comunicação que estávamos mais acostumados a ver sendo usadas em ambientes mais polarizados nos Estados Unidos e Europa.

Pode até parecer exagero, já que não é a primeira vez que folhetos apócrifos surgem para queimar a imagem de determinados candidatos. A novidade aqui é a aparente organização no método de “enlameamento”, que entrelaça notícias da grande mídia, opiniões de articulistas e “formadores de opinião, folheteria apócrifa, boataria organizada boca-a-boca, comunidades e perfis em redes sociais, vídeos no YouTube e por aí vai.

O maior alvo desta espécie de campanha de desconstrução e reconstrução de imagem parece ser a candidata governista. Em resumo, a imagem que dela se procurou construir teria os seguintes elementos:

1. É uma guerrilheira, com um passado de violência, implicada direta ou indiretamente no assassinato de civis em ações armadas da guerrilha. Até uma foto montada dela sentada em uma mesa com um fuzil ao lado andou circulando por blogs e emails na internet. Reforça esta “suspeita” de um passado violento mal contado o fato de o Superior Tribunal Militar ter proibido o acesso ao processo contra a candidata justamente para evitar seu uso político. A Folha de São Paulo vem tentando, com muito afinco, ter acesso a esta papelada, por enquanto sem sucesso. Também para reforçar esta imagem sempre que se fala deste período da vida da Dilma em geral se usa uma foto da sua ficha na polícia com os olhos esbugalhados, além de um registro de captura falsificado, usado até mesmo pela Folha em uma de suas varias matérias sobre o tema.

  2. É uma anti-cristã, provavelmente ateia, defensora do aborto, do casamento de gays e em geral da dissolução dos laços familiares. O Programa Nacional de Diretos Humanos – PNDH-3 é destorcido e usado como prova de que ela apoia medidas que vão contra a indole cristã do povo brasileiro e que, por tabela, estimulam o ódio racial, via sistemas de cotas em universidades. Dilma já foi até chamada de “assassina de criancinhas” e diversos vídeos no YouTube comparam suas declarações em favor do tratamento do aborto como tema de saúde pública com suas falas mais recentes nas quais exprime sua posição pessoal contra o aborto. Esta aparente contradição seria prova de hipocrisia e duas caras, portanto, de que não se pode confiar nela.

3. É uma “pau-mandada”, uma “cobra criada”, uma “criatura” sem personalidade e carisma, engendrada pelo maquiavelismo de Lula como forma de esquentar seu lugar por quatro anos até que este possa se candidatar de novo à presidência. Nesta linha de raciocínio a eleição da Dilma faria parte de um projeto de longo prazo do PT (e de seus “petralhas”) de se perpetuar no poder pelo menos pelos próximos 12 anos (4 da Dilma + 8 do Lula em seguida).

4. É antipática, arrogante, tecnocrata, que costuma berrar e tratar mal as pessoas com quem convive. O William Bonner fez uma pergunta neste sentido na primeira entrevista da candidata ao Jornal Nacional. O sorriso que ela esgrime seria falso como uma nota de três reais, o que apenas demonstra sua falsidade geral. No fundo ela seria uma espécie de produto de pouco conteúdo, mas embalado por técnicas sofisticadas de marketing.

5. Ela é homossexual. Circula por aí até mesmo a história de que uma ex-amante de longa data estaria cobrando indenização pelo tempo em que conviveram.

6. Não está realmente curada do linfoma e o câncer teria reaparecido. Prova disso seria o aparente cansaço e inchaço de seu corpo nos últimos dias da campanha do primeiro turno. Segundo boataria que corre na internet, já prevendo a possibilidade de Dilma não cumprir seu mandato, caso seja eleita, o PT teria um “plano B”, que seria eleger a maior bancada possível no Congresso para fazer frente ao PMDB, que chegaria ao poder via Michel Temer, o candidato a vice. O subtexto, lógico, é que para evitar um segundo “caso Sarney”, o melhor seria eleger de uma vez o Serra.

7. Na verdade, é pura e simplesmente incompetente, especialmente quando comparada a seu oponente do PSDB. Teve sua administração frente à Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul questionada pelo Tribunal de Contas local, segundo reportagem da Folha de São Paulo (depois desmentida pelo próprio TCE). Não foi capaz de escolher bem seus assessores, como demonstra o caso Erenice. Fez o consumidor brasileiro pagar 1 bilhão de reais por falha de cálculo nas contas de luz, também segundo a Folha (sempre a Folha). Até mesmo a falência de uma pequena loja de quinquilharias importadas que tinha em sociedade com parentes foi sub-repticiamente jogada nas suas costas. Ou seja, se não é capaz de gerir seu próprio negocio e foi incompetente nos cargos públicos que ocupou, como pode esperar administrar o pais?

8. Tudo isso culmina com o famoso “a candidata Dilma não tem biografia, não tem história”, como cansa de repetir José Serra e os apoiadores de sua candidatura. De novo o subtexto é algo do tipo: quem é essa mulher para chegar do nada e pretender ser Presidente da República só porque o Lula cismou? O outro subtexto é: “ela vem só para garantir que o PT continue aparelhando a máquina pública e perpetuando a corrupção e a bandalheira que virou endêmica. Precisamos salvar as instituições desta corja!” (essa eu li em uma corrente de email que recebi e infelizmente deletei imediatamente).

9. E para coroar tudo, como pano de fundo geral, a cantilena que já vem de alguns anos contra a principal política social do governo federal, a Bolsa Família, que estaria criando toda uma geração de vagabundos e sanguessugas dependentes da ajuda do Estado, ou seja, dos impostos pagos pelo trabalho árduo dos trabalhadores. Para ser mais preciso, a argumentação em geral que circula pela rede é que os estados do Sul-Sudeste, especialmente São Paulo, estariam subvencionando a boa vida de nordestinos e nortistas, os quais, por sua vez, retribuiriam a moleza votando em massa no Lula. Um email apócrifo já famoso conta a história do zelador que se demitiu para viver com seus parentes a custa do Bolsa-Família e faz um apelo: “REPASSEM URGENTE ANTES DE 2010, AINDA HÁ TEMPO, PARA CORTAR O MAL…”

Gerenciando percepções

Agora, imaginem todos estes elementos simbólicos, baseados ou não em fatos reais, sendo bombardeados por diversos canais e usando fontes variadas e aparentemente desconectadas entre si. Estão aí reunidos vários elementos do que no começo dos anos 2000 se convencionou chamar de “perception management” (ou “Gerência de Percepção”), um conjunto de estratégias e táticas destinadas a mapear as percepções da opinião pública sobre temas, produtos ou personagens específicos e gerar ações de comunicação explícitas ou encobertas para fortalecer ou mudar estas percepções.

O conceito de gerência de percepção surgiu nos meios militares dos Estados Unidos e foi de certa forma codificado no processo que levou à Guerra ao Terror pós-11 de setembro e mais especificamente à saga para convencer a opinião pública americana da necessidade da invasão do Iraque para eliminar os riscos representados pelas armas de destruição de massa.

Uma definição militar dada pelo tenente-coronel americano Craig S. Jones reza o seguinte:

Perception management involves all actions that convey and/or deny selected information and indicators to foreign audiences to influence their emotions, motives and objective reasoning; and to intelligence systems and leaders at all levels to influence official estimates, ultimately resulting in foreign behaviors and official actions favorable to the originator’s objectives. In various ways, perception management combines truth projection, operations security [OPSEC] cover and deception, and psychological operations [PSYOP]. Documento original aqui.

Seu principal ideólogo é John Rendon, dono de uma empresa de comunicação (Rendon Group) e assessor especial de George W. Bush, Jr. A saga de John Rendon no desenho e implantação da estratégia usada por Bush para convencer o mundo da necessidade urgente de se invadir o Iraque está descrita em uma já clássica reportagem publicada em 2005 pela revista Rolling Stone (“The Man Who Sold the War”, leiam aqui). A história de como ele criou uma formidável rede de mentiras e meias-verdades para gerar as condições de apoio público a uma invasão ao Iraque inspirou a trama de fundo do excelente filme “Zona Verde”, estrelado por Matt Damon.

O documento escrito pelo tenente-coronel Craig Jones, mencionado acima, vale uma lida com atenção, especialmente a parte em que ele fala sobre o cenário de “gerência de informação”, o qual incluiria dois elementos-chave: “Desenvolver temas de informação amigáveis” (Develop friendly information themes), incluindo “operações psicológicas” que definam temas que sirvam como assunto, tópico ou linha de persuasão usados para alcançar um objetivo psicológico.

Outro elemento importante é a identificação de “pontos de pressão”, que são fatores importantes ou essenciais que podem ser influenciados para controlar o comportamento. O tenente-coronel dá até um exemplo concreto: a população de uma região necessita desesperadamente de ajuda econômica. Esta ajuda seria o ponto de pressão. A população, portanto, deve saber que qualquer ajuda estará condicionada a que seus líderes políticos apoiem ou não a democracia.

Este caráter bélico pode ser facilmente adaptado a praticamente qualquer esforço de comunicação pública, especialmente no que se refere à criação de uma situação de medo coletivo (“candidato X, se eleito, vai liberar o aborto, drogas, casamento gay e, ainda por cima, tem um vice conhecido por suas práticas satanistas”…).

Claro que não dá para falar de “perception management” e outras técnicas de propaganda e mobilização pública sem mencionar Josef Goebbels, o pai de todos os publicitários. Em um artigo escrito em 1931, ele descreve sua visão primordial da propaganda para o êxito do Partido Nazista:

“No other political movement has understood the art of propaganda as well as the National Socialists. From its beginnings, it has put heart and soul into propaganda. What distinguishes it from all other political parties is the ability to see into the soul of the people and to speak the language of the man in the street. It uses all the means of modern technology. Leaflets, handbills, posters, mass demonstrations, the press, stage, film and radio…”

E se fosse hoje em dia eu acrescentaria: twitter, blogs, redes de emails, YouTube etc. Já que folhetos apócrifos, como no exemplo ao lado, continuam sendo regularmente usados.

Um último exemplo de todo o arcabouço teórico e prático da gerência de percepção é o caso clássico da campanha de contrainformacao criada globalmente para empurrar goela abaixo da opinião pública a dúvida sobre o aquecimento global. Para entender como este sofisticado processo de perception managent aconteceu recomendo a leitura de um relatório produzido em 2008 pela Union of Concerned Scientists, o qual revela em crueza de detalhes as táticas usadas pela multinacional do petróleo e gás Exxon-Mobil para disseminar dúvidas sobre a ciência por trás do aquecimento global. O relatório “Smoke, Mirrors & Hot Air – How ExxonMobil Uses Big Tobacco’s Tactics to Manufacture Uncertainty on Climate Science” pode ser baixado aqui.

Transparência na luta contra a obscuridade
Para deixar bem claro, todas estas ferramentas mencionadas não são boas ou más em si. A comunicação é, em todas as suas vertentes, absolutamente fundamental para a democracia e para o fortalecimento do tecido social.

Mas com toda esta longa digressão quero mostrar que a campanha contra Dilma Roussef não vem do nada e nem é puramente fruto da ação voluntária de eleitores indignados com o que ela representa. Não sejamos ingênuos: sempre há alguém se beneficiando e estimulando estes processos.

Não chego ao ponto de dizer que existe uma “master mind”, uma mente única por trás desta campanha. Mas é possível saber muito bem quem se beneficia dela, basta olhar o contexto em que se dá. Aliás, segundo a revista Carta Capital durante a reunião de cúpula da campanha de José Serra, nesta quarta-feira, “circulou um panfleto incitando os militantes serristas a repassarem na internet emails ligando a candidata petista Dilma Rousseff a perseguição de cristãos, aborto e prostituição.”

E como lidar com isto? Em primeiro lugar, estando atendo e fazendo uma leitura permanente da conjuntura. A percepção que tenho é que a campanha de Dilma sofreu de uma espécie de autismo comunicativo, enfocada em uma estratégia que a deixou alheia ao movimento subterrâneo que estava acontecendo sob seu nariz.

“Dilma Assassina”. Um dos tantos blogs anônimos que pululam pela internet e não escondem suas intenções.

Mas o mais importante, em minha opinião, é que não se deve temer expor e jogar luz em toda esta campanha difamatória. Por isso a iniciativa da campanha da Dilma de abrir uma espécie de “central de boatos” é uma boa iniciativa, boa e efetiva. Imagino que será um espaço na rede, com uma repositório do enorme rol de difamações, boatos, incompreensões que circulam por aí. Espero que traga também respostas simples, objetivas e documentadas para cada um deles.

Ou seja, uma espécie de banco de dados público com o bestialógico da campanha comunicativa anti-dilmista. Uma fonte permanente onde buscar informação atualizada que pode ser usada tanto nos meios virtuais, como para ajudar os militantes e simpatizantes e estruturar argumentos para ser usados publicamente, com famílias, amigos etc.

Tem gente que argumenta que não se deve dar corda e expor demais, porque gente que não saberia dos comentários acabaria tomando conhecimento.

Eu acho o contrário. Este tipo de campanha se alimenta das sombras e do medo e só pode ser combatida com eficiência pelo lado da transparência. Isto nem é novidade. Empresas, por exemplo, desenvolvem estratégias nesta linha. É só pensar na página “Boatos e Mitos”, da Coca-Cola.

Obviamente várias outras medidas podem ser implementas, especialmente um trabalho mais consistente na internet e mídias sociais e ações corpo-a-corpo no mundo real para desfazer preconceitos e esclarecer dúvidas. Ou seja, um trabalho sério de gerência de percepção pelo lado positivo.

Chauí prega boicote ao PiG. Não dê entrevista ao PiG




Vamos tirar a folha de parreira deles, viu Palocci ?

POLÍTICA


Para Marilena Chauí, segundo turno não pode se tornar ‘plebiscito sobre aborto’


Em ato pró-Dilma em São Paulo, a professora de filosofia da USP sugere que petistas deixem de atender à mídia


Por: Guilherme Amorim, Rede Brasil Atual


Publicado em 08/10/2010


São Paulo – A filósofa Marilena Chauí fez palestra nesta sexta-feira (8), ao lado de intelectuais e membros do corpo docente da Faculdade de Direito do Largo São Francisco (FDUSP) em um ato organizado para defender a candidatura da governista para a Presidência da República. Ela afirmou que o monopólio da imprensa no Brasil transforma a mídia em um agente antidemocrático e que a disputa não pode se tornar em um plebiscito sobre o aborto, baseado em boatos.


A maioria dos participantes usou seu espaço de discurso para, além de diferenciar os projetos de governo dos candidatos, fazer críticas ao comportamento da imprensa.


Marilena Chauí defendeu que lideranças de esquerda e do PT deixem de atender jornalistas da imprensa convencional, em uma espécie de boicote a pedidos de entrevista. “Para defender a liberdade de expressão é preciso não falar com a mídia”, propõe Marilena Chauí. Ela acredita que a mídia dá espaço para figuras do partido e de movimentos sociais apenas para “parecer plural”, mas promovendo um “controle de opinião” sobre o que é publicado.


A professora aludiu ao caso da dispensa da colunista Maria Rita Kehl pelo jornal O Estado de S. Paulo. “A democracia não é simplesmente um regime da lei e da ordem”, explicou, defendendo que é necessário haver diversidade de opinião na mídia. A professora esclareceu que não se pode permitir que três ou quatro famílias mantenedoras dos meios de comunicação pautem a agenda política do Brasil.


“Temos que impedir que o segundo turno das eleições se torne um plebiscito nacional sobre o aborto”, definiu. Para ela, a cada semana é definida uma nova temática para o debate político – se referindo às discussões eleitorais levantadas recentemente, como a da liberdade de imprensa e a da religião.

Conta-se que, um dia, o Otavinho da Folha (**) convidou a professora Chauí para ser articulista da Folha.
E, segundo me contou um aluno dela, a resposta da professora teria sido: eu não vou ser a folha de parreira do Otavinho.
Folha de parreira – aquela que os pintores usam para esconder a nudez.
Quem tem uma história parecida é o Carlos Lacerda, o Pai de Todos os Golpistas – e o mais inteligentes deles: “quem nasceu para José Serra jamais será um Carlos Lacerda”, diz o Brizola Neto.
Lacerda ajudou a dar o Golpe de 1964 e achou que o Brasil ia cair no colo dele.
Quando viu que os militares não iam largar o osso, rompeu com Castello Branco e inventou uma divergência com o Ministro do Planejamento, Roberto Campos, mentor espiritual do Serra e do Fernando Henrique (no campo do neoliberalismo).
Lacerda disse que a política econômica – precursora da privataria – era uma grande roubalheira.
E o Castello fazia o papel de “São Jorge da rua Conde da Lage”.
Na Conde da Lage, na Lapa, ficavam os prostíbulos mais famosos do Rio.
E, no alto das escadas dos prostíbulos, havia sempre um São Jorge iluminado.
É para isso que o Otavinho precisava da professora Chauí: para, como diz ela, “parecer plural”, virtuoso, protegido por um São Jorge iluminado.
A professora Chauí tem razão.
Para que falar com o PiG (*) ?
As declarações são manipuladas.
Na edição, na balança, as opiniões “piguistas” predominam, e os que divergem vão para o pé da página par, transformados numa minoria irrelevante.
Mas, para boicotar o PiG (*) isso, é preciso combinar com os Paloccis.
Combinar com o pessoal do PT que não resiste à urubóloga Miriam Leitão e a uma entrevistinha à GloboNews.
O Serra diz “me desculpe” a repórter da Globo, mas tem muito petista que faz o mesmo (em off).
Façam como o Ministro Samuel Pinheiro Guimarães que só dá entrevista à Eliane Catanhêde por e-mail.
(E mesmo assim ela manipula o título.)
Mas, é melhor mesmo não dar entrevista nenhuma.
E usar a internet, as redes sociais.
Melhorar os sites do Governo, dos partidos, das campanhas.
E tirar a folha de parreira do Otavinho.

Paulo Henrique Amorim
Em tempo: o presidente do PT, José Eduardo Dutra, caiu na asneira de dar uma entrevista ao Globo – pág. A9 – sobre a ida ao segundo turno e mereceu um título na primeira página: “Houve prostração”. É o espírito do Palocci: não pode ver um repórter da Globo.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um  comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.