Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Serra foi além dos sapatos




O melancólico desempenho de José Serra nos debates da Globo e da Record é a comprovação do provérbio romano: “Não vá o sapateiro além dos sapatos”.

Em toda a campanha, Serra demonstrou que não conseguiu adicionar um único voto ao que o “Poste Anti-PT” teria.

Serra não representa nada – além da elite branca (e separatista, em São Paulo) que votaria em qualquer Poste.

Serra não tem visão – não tem uma proposta para o Brasil.

Como diz o sábio Fernando Lyra: São Paulo não pensa o Brasil.

Serra é paulista e o Brasil cansou do paulistismo.

Serra não tem biografia.

Essa história de que “fiz isso”, “fiz aquilo” não esconde uma realidade inescapável: em 50 anos de carreira, ele não apresentou uma única idéia que preste.

O que pensa esse rapaz, se perguntou o filósofo Paulo Arantes, numa sabatina na Folha (**).

Serra não tem carisma.

Serra não é popular.

Serra fugiu do padrinho, FHC.

E não botou ninguém no lugar.

Ficou sozinho, a tomar café com o índio.

Serra é um apparatchik soviético, putiniano. 

Um operador de máquina partidária e das finanças que azeitam essa máquina.

Serra é um operador do PiG (*), especialmente do PiG (*) de São Paulo.

Serra persegue jornalistas que não sejam do PiG (*).

Clique aqui para ler “por que Serra elogiou ACM – ou, a liberdade de expressão”.

Serra não tem escrúpulos – se necessário, passa com um trator por cima da mãe e telefona para o Gilmar, se isso prejudicar o adversário e  melar a eleição – clique aqui para ler.

Serra vai virar o bode expiatório.

A colonista (***) Eliane Catanhêde disse que ele era o candidato “mais consistente”, quando havia ainda a possibilidade de se realizar uma convenção no PSDB e Aécio sair candidato.

Aécio não era “consistente”, portanto.

Hoje, na pág. 2 a Folha, a Catanhêde joga Serra ao mar.

O PiG vai dizer que a culpa é dele – o sapateiro que tentou ir além dos sapatos.

Nem o Fernando Henrique o consolará.

Ontem, o Farol de Alexandria iluminou uma reunião de banqueiros em São Paulo – sua platéia de preferência.

Provavelmente, em troca de um cachê de US$ 50 mil.

O Farol não falou em Serra uma única vez.

Em 2002, logo depois que Serra perdeu a eleição pela modesta diferença de 61% a 39%, a repórter Dolores Mendes, do UOLNews, perguntou ao Presidente Fernando Henrique como ele explicava a derrota que tinha acabado de sofrer.

O Farol se irritou e começou a piscar.

Os lábios adquiriram um movimento espontâneo.

E FHC respondeu rispidamente: eu não perdi; quem perdeu foi o Serra.

Dez minutos depois da entrevista, recebo – este ordinário blogueiro  era o chefe do UOLNews – um telefonema do Presidente da empresa Caio T. (“T” de Tartufo) Costa.

Queria saber quem era essa tal de Dolores e mandava demití-la.

(Essa história de que só o Serra no PSDB persegue jornalistas precisa ser reavaliada.) 

Lamentavelmente, não foi possível atender à sugestão do(s) Presidente(s).

Vai ser assim: FHC vai vender o Serra na baixa.

O PiG vai vender o Serra na baixa.

A elite vai vender o Serra na baixa.

E Serra vai retornar ao limite de sua competência: ser um poeta municipal.




Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) (*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(***) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

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