Mente vazia, oficina do sistema da mídia golpista

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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Narcotraficante Uribe revela-se também maior genocida da história latino-americana

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05/08/2010
(Chico Villela) Texto de colaboradora reproduzido pelo Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, revela: na Colômbia, a maior vala comum de hoje, com 2.000 esqueletos, é obra do governo do herói dos EUA.

Wikileaks existe, sites e movimentos anti-guerra multiplicam-se nos EUA, a guerra no Afeganistão já foi perdida. Mas por aqui, na América Latina, os genocidas são recebidos com tapetes e nutridos em dólares pelo pusilânime BHObama. Foram 6 bilhões de dólares durante anos para construir o maior e mais poderoso (sem Brasil) exército latino-americano, cinco vezes maior que o da vizinha Venezuela. Pobres EUA: sem heróis, a não ser os velhos dos quadrinhos, congelados na sua eternidade vazia, nem sequer encontram pessoa digna de consideração para associar-se no poder. (negritos meus)

Antes de ler, veja um vídeo e ouça o cantor ativista David Rovics comentando os acontecimentos de Gaza e do ataque israelense à flotilha turca da liberdade (veja comentário ao final sobre a presença de Uribe na comissão internacional de investigação do crime de guerra israelense).



Encontrada na Colômbia a maior vala comum da América Latina

Recentemente, na Colômbia, foi descoberta a maior vala comum da
história contemporânea do continente latino-americano, horrenda
descoberta que foi quase totalmente invisibilizada pelos meios de
comunicação de massa na Colômbia e no mundo. A vala comum contém os
restos de ao menos 2.000 pessoas e está em La Macarena, departamento
de Meta. Desde 2005, o Exército, espalhado pela zona, enterrou ali
milhares de pessoas, sepultadas sem nome.

A reportagem está publicada no sítio colombiano Cronicón, 29-07-2010.
A tradução é do Cepat.

A população da região, alertada pelas infiltrações putrefatas dos
cadáveres na água potável, e afetada pelos desaparecimentos, já havia
denunciado a existência da vala em várias ocasiões ao longo de 2009:
havia sido em vão, pois a fiscalia não realizava as investigações. Foi
graças à perseverança dos familiares de desaparecidos e à visita de
uma delegação de sindicalistas e parlamentares britânicos que
investigava a situação dos direitos humanos na Colômbia, em dezembro
de 2009, que se conseguiu trazer à luz este horrendo crime perpetrado
pelos agentes militares de um Estado que lhes garantia a impunidade.

Trata-se da maior vala comum do continente. Dois mil corpos em uma
vala comum, isso é um assunto grave para o Estado colombiano, mas sua
mídia, e a mídia mundial, cúmplices do genocídio, se encarregaram de
mantê-lo quase totalmente em silêncio, quando para encontrar uma
atrocidade parecida é preciso remontar às valas nazistas. Este
silêncio midiático está sem dúvida vinculado aos imensos recursos
naturais da Colômbia e aos mega-negócios que ali se gestam em base aos
massacres.

A Comissão Asturiana de Direitos Humanos, que visitou a Colômbia em
janeiro de 2010 (menos de um mês depois da descoberta da vala),
perguntou às autoridades sobre o caso. As respostas foram
preocupantes: na fiscalia, na procuradoria, no Ministério do Interior,
na ONU, todos tentam se esquivar do assunto. E enquanto isso, tratam
de “operar” a vala para minimizá-la, mas a delegação britânica a
constatou, e as próprias autoridades reconheceram ao menos 2.000
cadáveres. Em dezembro, “o prefeito, aliado do governo, o denunciou
também junto ao sepulteiro”, mas depois, as pressões oficiais tendem a
fazer “diminuir suas apreciações sobre o número de corpos”.

A Delegação Asturiana denunciou a ostensiva vontade de alterar a cena
do crime: “ninguém está protegendo o lugar. Ninguém está impedindo que
se possam alterar as provas. Que um trator possa entrar e voltar a
misturar os cadáveres anônimos, a tirá-los e levá-los para outro
lugar”. “Solicitamos às instituições responsáveis do Governo e do
Estado colombiano que implementem as medidas cautelares necessárias
para assegurar as informações já registradas nos documentos oficiais,
que tomem as medidas cautelares necessárias com a finalidade de
assegurar o perímetro para prevenir a modificação da cena, a exumação
ilegal dos cadáveres e a destruição do material probatório que ali se
encontra (…) É fundamental a criação de um Centro de Identificação
Forense em La Macarena com a finalidade de conseguir a
individualização e plena identificação dos cadáveres ali sepultados”.

A Delegação Asturiana transmitiu às autoridades outra denúncia. As
autoridades aduziram desconhecimento, e alegaram incapacidade
operativa: “há tantas valas comuns em nosso país que…”. Trata-se do
município de Argelia em Cauca: “Um ‘matadouro’ de gente, onde as
famílias não puderam ir buscar os corpos de seus desaparecidos, pois
os paramilitares não as deixaram entrar novamente em suas comunidades:
deslocaram os sobreviventes”. As vítimas sobreviventes relataram:
“havia pessoas amarradas que soltavam aos cachorros esfomeados para
que os assassinassem pouco a pouco”.

Na Colômbia, a Estratégia Paramilitar do Estado colombiano, combinada
com a ação de policiais e militares, foi o instrumento de expansão de
latifúndios. O Estado colombiano desapareceu com mais de 50.000
pessoas através de seus aparelhos assumidos (policiais, militares) e
de seu aparelho encoberto: sua Estratégia Paramilitar. O Estado
colombiano é o instrumento da oligarquia e das multinacionais para a
sua guerra classista contra a população: é o garante do saque, a
Estratégia Paramilitar se inscreve nessa lógica econômica.

A invisibilização de uma vala comum das dimensões da vala de La
Macarena se inscreve no contexto de que os negócios de multinacionais
e oligarquias se baseiam nesse horror, e em que esta vala seja produto
de assassinatos diretamente perpetrados pelo Exército nacional da
Colômbia, o que prova ainda mais o caráter genocida do Estado
colombiano em seu conjunto (para além do seu presidente Uribe, cujos
negócios e vínculos com o narcotráfico e o paramilitarismo estão mais
do que comprovados).

A cumplicidade da grande imprensa é criminosa, tanto a nível nacional
como internacional. Os povos devem romper o silêncio com que se
pretende ocultar o genocídio. Urge solidariedade internacional: a
Colômbia é, sem dúvida, um dos lugares do planeta no qual o horror do
capitalismo se plasma da forma mais evidente, em seu paroxismo mais
absoluto.”

Chico Villela, 9/ago: Uribe visitou a base de Macarena, responsável por encher a maior vala do hemisfério ocidental (veja a matéria que faz esta afirmação) e discursou contra as entidades de direitos humanos. Agora, a comissão da ONU montada para investigar o crime de guerra contra a flotilha turca formada por ativistas de direitos humanos de todo o mundo, de 4 membros, terá a participação de Uuribe. Israel festejou. Óbvio. Criminosos de guerra se entendem.

Ele faz par de baile com outro criminoso de guerra, Tony Blair, que também ganhou um cargo de “pacificador” da região do Oriente Médio. Aliás, eles se parecem até mesmo fisicamente. Tudo a ver!

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